No More Secrets: Segunda Temporada. escrita por CoelhoBoyShiper


Capítulo 7
Sentiu minha falta? ... De novo?




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Dipper ainda está sem acreditar no que estava acontecendo.

“Isso é impossível... Eu, eu... eu destruí os objetos que ligavam as linhas temporais. Era pra Bill Cipher ter partido! Isso não faz nenhuma merda de sentido!”

A aula transcorreu de maneira estranhamente normal. Bill Cipher aparentemente tinha o conteúdo intelectual sobre Lolita necessário para conduzir uma aula sobre o livro. E Dipper assistiu a aula inteira atônito. Os seus olhos não saíam do professor e os do professor não saíam dele. Seus punhos se retesavam sobre a mesa toda vez que ele via o demônio deixar as suas pupilais azuis trepidarem, permitindo que elas ficassem estreitas e astutamente focadas nos movimentos dele.

Feito um gato.

Quando o sinal bateu, Dipper não pode conter o pulo que teve com o susto que tomou. Seus sentidos estavam sensíveis, uma vez aguçados a tudo ao seu redor. Seus batimentos começaram a acelerar assim que a classe começou a se levantar, uma gota de suor frio desceu sobre a sua têmpora.

“Talvez eu possa sair me colocando no meio da multidão e não tenha que fazer nenhum contato com ele”, raciocinou, abrindo as possibilidades para escapar de uma vez daquela cena dantesca.

Ergue-se, tendo que se apoiar em seguida no espaldar da cadeira para não desabar no chão, ele nem tinha notado o quanto a suas pernas haviam ficado frágeis. Deu um passo à frente, respirando fundo, ele avançou no meio dos alunos.

— Não tão rápido, Senhor Pines!

A intervenção cortante reverberou nos seus ossos, o medo paralisa Dipper.

— Preciso que você fique um pouco na minha sala comigo, precisamos conversar sobre alguns problemas relacionados às suas notas.

A sala inteira saiu num piscar de olhos e Pines permaneceu de costas para o seu confrontador. Ele estava sozinho com Cipher na sala ao som agourento do badalar do sino da manhã ritmado com suas palpitações de desespero. Silêncio. Os sons dos ponteiros do relógio da sala pareciam aumentar de volume. Seus tímpanos sendo rasgados por aquele som esmagador. Tique. Taque. Tique. Taque. Toc. Toc. “Espera”. O som ficando mais próximos. “Isso não é mais o relógio”. Tique. Toc. Taque. Toc. Toc. Foi aí que ele percebeu que eram os passos do professor A. Evum se aproximando.

Ele estava bem por trás dele.

Dipper engoliu em seco.

A tensão era tão grande que ele jurou ter ouvido o som do seu sangue correndo nas suas veias, acelerado e com dificuldade para chegar ao cérebro.

— Você não imagina o trabalho que me deu para chegar até aqui. — a voz lhe pegou de surpresa juntamente com a mão que havia sido posta sobre o seu ombro. Dipper retesou. — Vamos ao que interessa.

Evum virou o aluno de uma só vez e Dipper foi obrigado a encarar suas gemas azuis que faiscavam maldade.

— O que você veio fazer aqui?

— Eu quero de volta.

Dipper parou por um tempo, uma interrogação irônica pairando sobre a sua cabeça.

— Quê? — foi tudo que ele conseguiu pronunciar.

— Você é surdo? Eu. Quero. De. Volta.

— Sobre que merda você está falando?!

— Chega de bancar o desavisado, Mason. Você sabe exatamente sobre o que eu estou falando.

— Eu não sei. — forçou a voz, desfazendo-se do seu agarramento.

O demônio continuou a encará-lo. Analisando-o.

— Como você fez para tirá-lo de mim? Você escondeu em algum lugar?

— Cipher! — berrou. — Você não tá dizendo coisa com coisa! Se tem algo para dizer, diga agora!

— O MEU PODER! Eu preciso do meu poder.

Uma gavinha gélida de reconhecimento se alastra pela espinhal de Dipper, ele inspira. Por um momento, enquanto ele tentava se fixar naqueles olhares azuis descontínuos, ele não acreditou no que estava sentindo. Foi como se o mundo renascesse em torno dele. Um dejà vú sensorial; algo que ele achou nunca ser capaz de sentir novamente após ter sido imerso naquela vida: alívio.

— O... quê? — Mason não pôde evitar o sorriso enorme que abriu, ameaçando partir seu semblante em dois. — Você é... inofensivo?!

O homem que Cipher usava como hospedeiro fechou o rosto, a expressão dele evidenciando algo mais humano possível: constrangimento. Os olhos se tornaram macambúzios e, agora, encaravam o chão numa mistura de timidez e irritação. Dipper quase gargalhou em voz alta. Como era possível? Cipher querer dar uma de espertinho pra cima dele depois de tudo aquilo que aconteceu e, ainda por cima, sem nenhum dos poderes mortíferos que ele antes possuía. Era hilário. E o melhor de tudo era que Dipper não fazia ideia de como recuperar os poderes dele daquela vez, e muito menos Bill! O que era melhor ainda!

— Você tá olhando pro chão, senhor Cipher?! Eu não acredito nisso! Cadê a sua sede de vingança contra o mundo? Destrói o planeta agora, vai... — Dipper não conseguia se segurar, era impossível resistir à tentação. Ver seu maior inimigo daquele jeito, pequeno, vulnerável e perdido, era a melhor coisa do mundo. Uma exaltação toma conta do corpo dele enquanto ele persiste nas alfinetadas. — Hahaha! Você esperava mesmo que eu iria cair em alguma das suas ameaças depois desta?! Eu estou me achando tão estúpido por ter ficado preocupado com o seu retorno... por que não me avisou que iria voltar imprestável desse jeito? Iria me poupar de tanta coisa... — suspirou, recuperando a mochila nas costas de modo despreocupado. — Bom, acho que tá na hora da próxima aula, né? Antes que tente fazer mais alguma coisa: eu não sei aonde foi parar a merda dos seus poderes, viu? E, sim, estou sendo sincero. Me avise quando desistir dessa besteira de dominar o mundo para que eu possa voltar a ter aulas normais com o professor A. Evum, tenho certeza que ele sente falta do seu corpo. — deu um tapinha ousadamente amigável no ombro do demônio, rindo na cara do perigo, e começou a dar as coisas para saltitar para fora da sala, cantarolando: — Beeeijo, linda, tchaaau...

Quando estava pronto para sair da sala, um baque, acompanhado por uma lufada de ar violenta, irrompeu por trás dele e o braço de Bill entrou no seu caminho, fazendo a porta se fechar com um impacto descomunal.

— NÃO TÃO RÁPIDO! — vociferou com a sua voz bestial materializando.

— Ui, que fera... — Dipper debochou mesmo com o susto genuíno que havia tomado, não conseguindo se desfazer do sorriso de escárnio.

— Eu não acabei de dizer o que eu tinha que falar, garotinho. — virou o menino subitamente, forçando ele a encará-lo, pressionando-o contra a porta. — Você acha que eu estou aqui para jogos dessa vez? Eu estou muito além disso. É muito além de querer te ver destruído. Eu te pedi ajuda uma vez, Dipper, eu te pedi ajuda várias vezes e você nem se deu o trabalho de contribuir. — o gancho que era as mãos do professor apertaram-se em torno dos braços de Mason, tomando uma rota agressiva. — Eu posso não ter poderes, mas eu carrego algo bem mais valioso que isso. Eu não estava planejando trazer as coisas para esse lado, mas se você quer continuar com os joguinhos, então vamos jogar.

Evum soltou um dos braços de Dipper e enfiou a mão no bolso, uma curiosidade despertou dentro de Pines. Assim que Cipher tirou do casaco o que ele queria mostrar, Dipper só pôde ser capaz de se questionar ainda mais. O que Bill carregava, na sua ponta do dedo, era uma espécie de esfera de energia cósmica, como uma bolinha de gude que flutuava sobre a palma da mão dele pincelada com tinta neon.

— E o que seria isso? — manteve a calma.

Bill Cipher abriu um sorriso mais assustador do que nunca. Por um instante, Dipper acreditou só existir ele e aqueles dentes arrepiantes em todo o mundo.

— Sabe, Pines, enquanto eu estava ponderando entre a barreira que dividia as dimensões temporais, eu me deparei com algo... interessante. — pronunciou a última palavra com uma ênfase tão perversa que foi fisicamente capaz do seu sorriso se abrir mais ainda. Um suor frio escorreu sobre a coluna de Dipper, mesmo ele não conseguindo decifrar aonde o seu agressor queria chegar, aquele presságio que seu corpo havia liberado só ajudou a piorar a sua ansiedade. — Eu tive um vislumbre de algumas coisas que aconteceram na linha temporal passada, coisas que eram pra ser supostamente destruídas assim que você alterou o tempo...

— O que é isso, Bill?! — ele não foi forte o suficiente, e uma trepidação na sua voz se fez presente assim que ele abriu a boca. “Droga.”

— Isso, meu amiguinho, são as memórias que as pessoas ao seu redor tiveram do que aconteceu não linha temporal passada. É claro que eu só selecionei as melhores partes: uma relação com um homem mais velho, incesto, pedofilia... você sabe, só os melhores momentos.

Instintivamente, Dipper avançou na direção de Bill, porém, foi contido pelo seu braço. Ele tentou gritar para que Bill devolvesse aquilo para ele, mas da sua garganta só saiu um guincho desesperado intermediado a um soluço. O desespero havia tomado conta dele mais uma vez, e agora para valer. Ele já não conseguia formular frases concretas nem pensar de modo contínuo. Tudo que o ambientava agora era apenas uma inconstante bruma de estática, como estar dentro dos chuviscos de uma televisão velha com má transmissão. O seu coração se perdendo numa coreografia intrincada dentro do seu peito.

— Imagine o quão interessante seria se, de repente, todos descobrissem sobre o seu segredinho sujo. Como sua irmã reagiria agora? Como ela ficaria se soubesse que você abandonou ela? Como ela ficaria sabendo o que aconteceu entre você e o nojento do tio-avô de vocês? Ah, e o melhor, como o seu namoradinho ficaria ao saber disso? — as palavras de Bill estavam difíceis de captar, era como se ele estivesse distante. Ou era Dipper quem estava distante demais? Quando as provocações finalmente o atingem, ele é capaz de responder:

— Eu te imploro! Me devolva isso! — “O quê?!” o seu consciente não foi capaz de evitar que seu pânico fosse exibido na sua voz de maneira irreflexiva, Dipper ainda não acreditava que ele estava a dizer aquilo. Sua postura orgulhosa de esvaindo como areia correndo entre os seus dedos.

— Agora você vê sobre o que isso tudo realmente é. Se você quer evitar essa calamidade de ocorrer, você vai me ajudar a conseguir o que eu quero, ouviu bem? E eu não estou pedindo, Pines, eu estou cansado de ser bonzinho com você. Você voltou a ser o peãozinho no meu jogo. Se você achava que me conhecia na linha temporal passada, eu te asseguro que você ainda não viu nada. — restituiu a postura, demarcando cada palavra do seu discurso nefasto, afastando-se sutilmente do garoto, dando um ultimato. — Da próxima vez, pense bem antes de achar que tem o controle de tudo na palma da sua mão. Você nunca sabe como o inimigo está planejando o xeque-mate. — rodopiou a esfera cintilante diante dos olhos dele antes de guardar de volta no bolso, sumindo no abismo possessivo de Cipher.

O menino continuou parado ali, tentando descobrir se ainda era capaz de absorver tudo que tinha acabado de presenciar. Quando Bill percebeu o estado dele, disse com um sorriso maquiado de inocência.

— Está dispensado, aluno.

 

*

 

— Você parece estranho, Dipper, está passando bem?

Repentinamente, o mundo normal, saindo do stand by, voltar a funcionar em torno do garoto que estava sentado de frente para a sua irmã no refeitório. O som dos passos constantes dos alunos atravessando cantina reverberam, o zunido de milhares de bocas conversando ao mesmo tempo retorna a ser processado pelos seus ouvidos desatentos. Dipper saindo do seu estado aéreo que havia mantido desde o seu encontro inesperado na sala de aula.

— O que... O que foi? — endireitou a voz.

— Você, Dipper! Você está ao menos ouvindo o que eu tô tentando conversar com você? — Mabel parecia verdadeiramente irritada.

— Desculpa. — foi sincero e abaixou o rosto na direção da bandeja que estava logo sob ele, o seu almoço estava ali, praticamente intocado. Cheirava tão bem, mas o apetite de Dipper havia sido arrancado dele juntamente com o seu resto de estabilidade que era sua encenação naquela peça interminável do seu dia a dia. Suspirou. Mabel fez o mesmo, inconformada com a falta de atenção que estava desacostumada a receber. A gêmea jogou o cabelo para trás, as cores sortidas de suas mechas rodopiando feito um caleidoscópio aos ventos, aumentado a sua aura de ousadia.

— Entããão... — puxou a palavra propositalmente enquanto revirava os olhos. — Fiquei sabendo pela Sara que o professor Evum te segurou na sala dele na primeira aula. O que ele queria?

Dipper engoliu em seco, pensando nas possibilidades.

Ah, nada demais, Mabel. Lembra do Bill Cipher? Aquele demônio monocromático que tivemos que enfrentar nas nossas primeiras férias em Gravity Falls? Aquele que quase acabou com o planeta terra e quase matou você, eu e toda nossa família? Pois é, esse mesmo. Então, ele tá de volta. Eu só descobri que o professor não é ele, sabe o que eu quero dizer, não é? Pois é, menina! O Bill Cipher está de volta e tomou o corpo dele, cê acredita? Não se preocupa, ele tá sem os poderes no mundo dos humanos, igual era antes, então ele é praticamente inofensivo. Eu só tô aqui, tendo um ataque de pânico silencioso, porque ele tá com as memórias das pessoas que eu alterei da linha do tempo passada. Ah! Não te contei? Pois é, minha filha, eu já vivi essa vida duas vezes. Toda essa época que estamos vivendo já aconteceu antes numa realidade paralela, onde, invés de eu ter voltado pra Piedmont com você, eu decidi ficar com Ford em Gravity Falls, eu só não esperava me apaixonar por ele. Cê acredita que eu transei com o nosso tio-avô? Haha, foi mais de uma vez. Ele faz muito bem. Transei com o Bill Cipher também, foi uma loucura, ele só tava mentindo pra consegui recuperar os poderes dele através de mim. Eu sou um Índigo, aliás. O Ford também. Isso significa que o Bill criou a mim e ele para sermos hospedeiros do seu poder no mundo dos humanos. Enfim, eu tive que voltar no tempo para que ele nem você morressem, né? Agora, eu tô aqui. Vivendo tudo de novo e fingindo que nada aconteceu para te proteger, proteger o Ford, a mim e o resto do mundo. Só que eu fui burro o suficiente para ter trago coisas de outra época para o tempo atual, agora as duas linhas temporais “bugaram” e tão ameaçando virar uma coisa só. Eu destruí essas coisas para preservar a linha do tempo atual, mas por alguma razão que eu ainda não entendi, não funcionou. Os cinco anos que se passaram foram suficientes para que Bill conseguisse se regenerar no limbo/mindscape entre dimensões, sem falar que a fraqueza que está sendo criada pelas divergências temporais está fazendo a barreira mágica de Gravity Falls ficar mais fraca, ou seja, os monstros podem sair de lá e causar o caos no resto do mundo a qualquer momento. Não é divertido? Ufa, que trabalhão deu pra te contar isso tudo, né? Resumi o máximo que pude, espero que entenda. Mas, até que não é grandes coisas. Só o básico do básico, mesmo. Vamos comer? A comida vai ficar fria.

Felizmente, Dipper só tinha dito todo esse discurso dentro da sua própria mente. Então, ninguém escutou.

— Nada. — respondeu ele em voz alta.

— Achei que suas notas estivessem boas.

— Só caiu na última prova, então ele quis saber o que aconteceu.

— Ah...

Dipper deu uma garfada no seu mac n’ cheese. Ele não estava apto o suficiente para saborear o prato. Tudo a sua volta tinha ficado subitamente insosso e sem graça, incluindo aquela comida.

— Você ficou sabendo do que tá acontecendo em Gravity Falls? — ela perguntou.

Dipper quase engasgou. — Que foi?

— Tivô Stan ligou ontem lá pra casa, não te falei?

— Não.

— Ah, é? Você tava ocupado se trancando dentro do próprio quarto.

Dipper estremeceu. “Ah, é... noite passada”, ele se lembrou do grito que tinha dado com Mabel e o modo que havia entrado no quarto e batido a porta... “Ugh!”

— Enfim — continuou ela. —, ele estava falando algo sobre a barreira protetora dos limites da cidade estar piorando, que os monstros vão começar a sair, ou algo assim... pelo visto, era sério, conseguiu me deixar preocupada.

— Ah, eu já sabia disso.

— Quem te contou?

— Pacifica. Ontem.

Mabel se retesou estranhamente ao ouvir o nome, disfarçou rapidamente dando uma garfada. — Pacifica, é? Então você conversa com ela agora?

— Não exatamente. Por quê?

A gêmea de Dipper ficou vermelha inesperadamente até às orelhas.

— Nada. — encerrou o assunto. — Stan disse que eles não estão achando Gravity Falls mais segura, dizem que as coisas estão saindo fora do controle por lá. As criaturas se revoltando, ficando agressivas contra os moradores... te contaram isso? De qualquer maneira, Ford precisa achar um modo de conter as anomalias, e lá não é o melhor lugar para isso.

— E daí?

Ela sorriu.

— E daí que vem a melhor parte, eu sei que a situação é triste, mas eu fiquei contente em saber que vou poder rever o pessoal que a gente não via a tanto tempo.

O estômago de Dipper se revirou, ele acreditou perder a audição temporariamente. O seu sistema dando falhas novamente diante da sua intensa desregulação emocional.

— O quê?! — ele olhou espantado para a irmã, impressionado com a sua capacidade de ainda conseguir falar no meio daquele torpor que se via inserido. — O que você está dizendo...?

— Isso mesmo. Papai e mamãe ofereceram a casa para eles. Eles vão vir para cá! Eles vão ficar em Piedmont por alguns dias! — deu pulos de exaltação. Dipper teve que controlar a vontade irreprimível de dar um tapa nela. Como ela poderia ficar animada com isso?

— Não! — Dipper berrou, contraindo o punho sobre a mesa numa tentativa de relaxar-se e se certificar que o sangue corresse até o seu cérebro.

— “Não”?! — Mabel estranhou o irmão, aproximando-se mais perto da face dele, estreitando os olhos ao tentar ver as suas intenções. Ela se afastou, assustada. — D-Dipper você está pálido.

— ELES NÃO PODEM VOLTAR AQUI! OUVIU BEM?!

Ele já não tinha controle sobre a suas ações, ele tentou erguer o garfo para oscilá-lo diante da irmã para enfatizar as suas palavras, mas o talher fugiu do seu alcance, caindo no piso de mármore do local, fazendo o som metálico retinir intermitentemente pelo refeitório.

— De novo.... de novo, não! O Ford... não pode vir pra cá...

As palavras também fugiam do alcance dele, se perdendo no fundo da sua garganta enquanto tentava achar uma saída, virando três pontinhos invés de um ponto final. Dipper se levantou, descontrolado. “Eu não consigo falar!”, tentou ouvir o que a irmã estava dizendo contra ele, ele também não ouvia nada. Nada além daquele maldito ruído do garfo se espatifando no chão junto com toda a sua bandeja que também havia ido sem ele ter visto quando nem como. Mas ele lia os lábios dela claramente: “Dipper, respire! Você tem que se acalmar.”

“Vou desmaiar”, a sua mente conturbada só foi capaz de realizar o que estava acontecendo com ele.

Se virou embotado.

“Eu preciso ir embora daqui...!”

“Eu não posso deixar as pessoas verem isso...”

“Está tudo bem comigo.”

Cada passo que dava era uma tarefa árdua, como se suas pernas houvessem se tornado, subitamente, de cimento. O mundo se fechando ao redor dele. Apagando.

A silhueta desfocada de milhares de pessoas começava a se acumular em volta dele, ele tentava ver os rostos de quem era, mas não via nada além de borrões negros, profundos e abstratos – tal como os seus medos.

O ar que estava preso em seus pulmões, incapaz de sair, pesou, puxando-o para baixo.

— ...

Ele tentava falar. Falar que estava tudo bem. Que precisava sair.

Mas assim como todo o resto do mundo ao redor dele,

Tudo não passou de reticências.

“Eu estou beFordm eu só precBilliso de tomar um Socorroar...”

“Eu...”

“Não...”

...

 

. . .


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Notas finais do capítulo

***EU TENHO UM TWITTER AGORA!***
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~ ~ ~

Estou passando por um tempo muito difícil relacionado a essa fanfic (e a todas as outras coisas que escrevo/crio no geral), tudo que eu estou escrevendo essas férias eu penso estar péssimo, vocês não fazem ideia de quantas vezes eu pensei em desistir dessa fanfic e dos outros livros que escrevo. Eu simplesmente não consigo ver mais a minha escrita e as coisas que eu crio com um teor interessante/bonito/cativante... eu simplesmente não consigo ver a graça que eu via nela antes. Esse capítulo passou por tanta coisa... enfim, eu só estou dizendo isso para caso eu não responder a alguém ou a algum comentário de imediato, é por causa disso. Eu tenho essa paranoia recorrente de que ninguém mais liga para o que eu escrevo, aqui e em qualquer outro lugar, e é por isso que os capítulos estão demorando a sair cada vez mais e mais... espero que essa desmotivação seja apenas uma fase e eu possa seguir com a minha vida e com essa história.
Espero que vocês ainda estejam gostando.
Se tiver alguma coisa que incomoda vocês nessa história, pelo amor de deus, me falem.
Se não quiserem que seja publicamente aqui nos comentarios, pode mandar inbox no spirit ou no twitter que eu leio.
Eu só estou procurando melhorar, porque tudo que eu estou fazendo recentemente eu to achando ruim.
Um beijo.



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