Yuki Day escrita por Littlelion


Capítulo 1
Guilherme


Notas iniciais do capítulo

Desde o ano passado tenho essa história no meu caderno! Espero que gostem.



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–----------------------------------------{Guilherme pov's}




     Tempo frio, minha respiração está pesada, neva lá fora. Já faz um tempo que observo, pela janela, aquele determinado local. Não mudou nada. A árvore seca continua no mesmo local, ao lado de um pequeno parquinho particular. Tudo está coberto de neve branca, mas a única cor que consigo enxergar é o preto. O preto daqueles grandes olhos que pertenciam a uma garota. Era essa garota a razão de eu ainda não te ido dormir. Ela estava parada em frente à pequena árvore, me observando. Seus cabelos eram ondulados e despenteados, o vestido era de um cinza claro e um pouco a baixo dos joelhos. Mesmo naquele frio, a garota não usava nenhum casaco e ainda estava descalça.Ela tinha uma pele pálida, meio azulada, com alguns aspectos nada humanos.


     Durante os longos minutos em que nos encarávamos, ela não piscou nenhuma vez, seu olhar estava fixo no meu o tempo todo. Eu tentava não piscar. Tinha medo de me distrair um segundo sequer e depois vê-la a alguns centímetros de distância com uma faca na mão. Meus olhos começaram a arder, e o cansaço estava me vencendo, mas a menina não ia embora, continuava ali, imóvel, me observando. Peguei um cano de metal que sempre fiz questão de deixá-lo ao lado da janela, exatamente para essas situações. O cano escorregou e por reflexo me abaixei para pegá-lo antes que caísse no chão. Quando voltei minha atenção para a janela, a menina não estava mais lá. Suspirei fechando a cortina, voltei-me para minha cama. Sinto um calafrio percorrer meu corpo, noto as cortinas balançando, sendo que as janelas estavam fechadas, as luzes falham, mais um calafrio. Ouço um barulho, viro em direção ao mesmo sentindo braços fortes e frios me agarrando:



     -- Pobre garoto! Nem sabe com quem está lidando.– sussurrou em meu ouvido - Mas não se preocupe, não vou te machucar!– dei um sorriso sarcástico, pensando “Pelo menos não muito!”. Não sei por que, mas aquela situação me deixava em êxtase.


     -- Você demorou. - disse, reconhecendo a menina de minutos antes - Estava com medo de entrar em seu antigo quarto?– minha voz saiu mais irônica do que eu queria - Ou estava com medo de me enfrentar?– senti meu corpo se arrepiar com minhas próprias palavras e dei um sorriso de satisfação.


     -- Você é doido!– a garota se afastou, rindo, e foi saltitando em direção a cama - Deveria ter mais respeito com os mais velhos!– disse-me pulando na cama.


     -- Ah! Qual é? Tava arrumada!– falei, apontando em direção a cama onde a menina estava jogada, suspiro - Deixa pra lá.– andei em direção a janela, coloquei o cano no lugar dele.


     -- Nossa.. Que confiança!– senti braços frios se fechando em meu pescoço de maneira provocante. - Não tem medo de mim?– sussurrou em meu ouvido, beijando meu pescoço logo depois. Meu corpo se arrepiou com o toque de seus lábios gelados.


     -- Deveria?– perguntei num tom esnobe - Não acha que é você que tem que ter medo aqui?– senti suas mãos frias adentrarem meu casaco e minha blusa e arranhar meu peito.


     -- Garoto mau!– falou a garota - Sabia que a vida é um estado delicado?– um sorriso malicioso apareceu em seus lábios, senti suas mãos rasgando meu peito como se quisessem penetrar meu corpo, sugando minha vida. - Você deveria pensar melhor antes de falar.


     -- Você não vai me matar!– disse - Você não pode me matar! - escutei um grunido de raiva e depois me vi livre da garota.


     -- Não vale!– disse chateada - Não tem a menor graça brincar com você!– pela distância da voz eu tinha certeza de que ela estava sentada na cama. Sorri com o que ela disse.


     -- O que a garota deseja?– perguntei, virando-me para ela.


     -- Rennata Felix Lourennce!– disse-me virando a cara para o lado com um bico. Nunca que ela seria mais velha do qeu eu.


     -- Perguntei o que deseja, não seu nome!– disse, ignorante.


     -- Eita! Quanta ignorância!– ela olhou para mim com um olhar ofendido.


     -- Já são cinco da manhã, tenho apenas duas horas até eu ter que ir para a escola. Ou seja, se você enrolar, não vou te ajudar.– eu estava morrendo de sono e consequentemente, sem paciência. - Fala logo garota!


     -- Rennata!– gritou - E eu, Rennata, não preciso da sua ajuda!– não agüentei, comecei a rir do seu jeito infantil. - Tá rindo do quê?


     -- De você!– disse, quase chorando de tanto rir - Vamos, me fala o que é, que eu te ajudarei.


     -- Não!– disse fazendo, novamente, um bico - Não vim aqui pedir ajuda!


     -- Então veio pra quê?– perguntei, respirando fundo.


     -- Pra nada!– disse-me rispidamente.


     -- Ótimo!– fui apagando as luzes - Boa noite!


     -- Não!– grita Rennata - Tudo bem...Eu menti– ela suspirou derrotada - Eu preciso da sua ajuda.


     --Não quero mais ajudar.


     -- Ai! Como você é insuportável!– diz ela, fazendo-me começar a rir - Eu preciso achar meu corpo, se não, ficarei presa aqui para sempre.– fez-se silêncio depois que ela falou.


     -- Tem alguma idéia de onde seu corpo esteja?– perguntei, cortando o silêncio - Só não me venha dizer que está em outra cidade ou país– completei sem muita vontade de saber a verdade. 


     -- Eu não sei.– disse-me, encolhendo-se, como se esperasse por uma bronca. Eu simplesmente suspirei.


     -- Bom, da Terra eu sei que seu corpo não saiu!– falei, contendo a raiva - Eu começo a procurar mais tarde.


     -- Ainda vai me ajudar?– perguntou, surpresa.


     -- Eu disse que ia te ajudar, não disse?– perguntei, vendo um sorriso se abrindo em seu rosto.


     -- Que bom!– ela saltitava de alegria - Muito obrigada!–seus olhos brilhavam, ela se aproximou me abraçando como agradecimento - Se servir de alguma coisa, eu me sinto ligada a esta casa. – falou em meu ouvido.


     -- É, isto vai servir!– falei, sentando-me na cama - Assim minha busca vai se concentrar apenas na casa e no terreno em volta.


     -- Então vamos começar!– disse entusiasmada.


     -- Quando eu acordar, quem sabe...– falei, me deitando e cobrindo-me. - Seu corpo não vai sair andando, não é?!


     -- Seu preguiçoso! Nunca ouviu que não se deixa pra depois o que podemos fazer agora?– perguntou, novamente irritada.


     -- Já! E, agora, o que eu posso e vou fazer é dormir!– falei, fechando meus olhos.



     Pura perda de tempo, o despertador tocou segundos depois. Sentei-me na cama, furioso, enquanto ouvia Rennata gargalhar. “Eu mereço!”. Levantei-me e fui até o outro lado do quarto, onde o despertador estava em cima de uma pequena mesinha. Tinha colocado-o ali para não voltar a dormir depois de desligá-lo, afinal, se eu perdesse mais um dia de aula era capaz de reprovar. Peguei uma calça jeans e uma camisa regata preta, jogando-as em cima da cama. Sentia os olhos de Rennata em mim, um pouco confusos, mas percebendo minha irritação ela não perguntou nada.Fui ao banheiro, tomei um banho demorado, esperando que minha raiva fosse levada pela água. Sai do banheiro um pouco mais tranquilo.



     -- Ou! Posso está morta, mas ainda sou uma garota!– disse, virando - se assim que me viu só de toalha.


     -- Deixe de frescura!– falei me vestindo - Sei que você vem me observando desde que voltei de viajem.


     -- É...– ela não sabia o que falar - Mesmo assim! Eu quero um pouco de consideração.


     -- Tá! Que seja. - disse com um sorriso cético - Quer começar por onde? – perguntei quando já estava vestido e calçado.


     -- Pela casa!– falou - Não me sinto bem lá fora!


     -- Ok! Eu procuro lá fora.


     -- Você vai sair assim?– indagou, olhando-me de cima a baixo, demorando-se em meus braços nus. - Se você não notou, está nevando lá fora. E acho melhor eu ir com você. Não quero procurar sozinha.


     -- Ah é!– falei, pegando um casaco branco escrito “I need you blood” atrás. As letras tinham o tom vermelho sangue. - Assim está melhor?– vesti o casaco, fechando o zíper até a metade.


     -- Não!– disse quase gritando - Esse casaco não vai te proteger do frio!


     -- Eu não sinto frio! – falei, já começando a me estressar novamente.


     -- C-...? Por quê?– ela parecia bastante confusa com minha declaração. Ou fingia estar.


     -- Viu?! É por isso que eu digo que você não arranja namorada.– disse uma voz masculina, vinda da porta do quarto. 



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Notas finais do capítulo

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