Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 38
Scars


Notas iniciais do capítulo

Boa tardeeeeee até que enfim consegui concluir este capítulo. Gente faz tempo que estou querendo postar e tenho trabalhado muito. Me perdoem, mas eis aqui um capítulo fresquinho no pov do Peeta. Quem estava com saudades dele?

Gostaria de pedir, por gentileza que os fantasminhas digam o que estão achando. É triste pra mim abrir minha conta e ver tipo dois ou três leitores comentando, sendo que tem centenas de visualisações por cada capítulo das últimas atualizações. Por favor, gente se não for pedir demais deem uma levantada no meu astral. Prometo tentar voltar mais rápido.

Ps: Leiam as notas finais



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E embora eu tenha essas cicatrizes, 
Eu não guardo rancores, é meu destino 
Eu estava tão acostumado a ganhar 
E agora eu faço o meu melhor baby 
Para tomá-la no queixo 

Eu cometi erros 
Mas eu não sou assombrado 
Porque seu amor me dá a força 

Às vezes eu perco meu foco 
E minhas crenças básicas apenas me dominam 
Mas a verdade é que precisamos dos outros 
Para encontrar à vontade 
Para encontrar o ponto em qualquer coisa...

(Scars - IAMX)

 

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Pov. Peeta

 

 

Escuto vozes alteradas. Minha mente varia entre os acontecimentos anteriores e o agora. Não sei dizer qual parte do meu corpo dói mais. Ainda assim, as novas cicatrizes do meu corpo não se comparam com a dor dilacerante que há em meu coração. Durante à noite chego a ouvi-la me chamando, porém, sei que não é real.

Por um instante sinto meu corpo sendo erguido e quando tento firmar meus olhos, noto os Pacificadores. Me preparo para mais uma sessão de tortura física e psicológica. Tem sido assim nas últimas semanas.

— Ei, seu idiota! Já disse que esse cara não sabe de nada. – A voz de Johanna, mesmo rouca, sobressai no corredor em que sou arrastado. — Já não se divertiram com ele o bastante?

Eles não dão a mínima para ela e continuam a me arrastar pelo corredor frio. Chegamos a sala que já me é conhecida há algumas semanas. Sou sentado bruscamente na cadeira fria. Um pacificador me amarra, no entanto, minha perna mecânica não para quieta. Ela insiste em tremer, ainda que o resto do meu corpo esteja imóvel, tem sido assim desde que começaram a me torturar. Estão tentando arrancar informações sobre uma revolução da qual eu não faço parte e muito menos sei sobre.

— Sr. Mellark, espero que hoje colabore. Estamos perdendo um tempo precioso. – Sua mão aperta meu rosto o levantando na direção de um outro corpo. Mesmo com os olhos inchados, consigo ver quem está do outro lado da sala amarrado igual a mim. Doryan parece assustado. Ele tem um corte no lábio superior que está sangrando neste momento. Não acredito que o garoto já está com essa aparência. — Que tal nos contar sobre o plano rebelde?

— Já-já... – Tento puxar o ar dos meus pulmões para falar, mas apenas esse pequeno esforço é doloroso.

— Fale mais alto e claro, Sr. Mellark. Não consigo escutá-lo. – Meu agressor puxa meu cabelo fazendo minha cabeça doer.

— Nenhum de nós fazíamos ideia do que estava rolando, seu pacificador insolente! – brada Doryan.

— Ora, ora, quanta bravura, garoto. – O homem se afasta de onde estou e caminha até ele. Logo em seguida, um golpe é desferido na costela de Doryan que grita.

— Pare! – Tento me mexer, mas é inútil.

— Comandante Flack, o ministro Antonius está solicitando sua presença.

— Leve esses dois de volta às celas. Quero ver por quanto tempo mais eles ficam de boca fechada.

Sou lançado para dentro da cela e não consigo me mexer por causa da dor em todo meu corpo. Com minha mão direita tento alcançar a grade fria. Meus dedos tremem e noto as manchas de sangue por todo chão.

— Peeta, está aí? – A voz de Johanna se sobressai na cela ao lado, mas não consigo responder, apenas emito um som, ao qual ela entende como um sinal de vida. — Eles estão criando o maior caos com nossas mentes, não é?

Não consigo respondê-la de tão cansado que me sinto. Minhas pálpebras pesam e perco a noção do que está acontecendo à minha volta.

 

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Durante um sono agitado ouço vozes alteradas ao redor, mas não tenho forças para abrir os olhos.

— O chefe quer vê-lo novamente, mas desta vez ele não voltará para cá— comenta um pacificador.

— Para onde o levarão?

— Para um novo setor. O que estão olhando seus vermes? — esbraveja o Pacificador. — Será que está morto?

— Não. As ordens do presidente é para que nenhum deles morra.

Passos pesados estão próximos e não tenho tempo de tentar abrir os olhos, pois a dor que sinto é insuportável. O som que consigo soltar faz com que a garganta doa.

— Ahhhh...

— Deixem ele em paz! – Minha visão turva consegue ver Doryan se debater em meio a correntes que o prendem na cela, enquanto sou arrastado pelos Pacificadores.

— Cale a boca moleque!

— Cansaram de brincar comigo, bebês? – zomba Johanna.

— Sua hora chegará. – Eles me arrastam pelo extenso e frio corredor. Chegamos a um elevador e subimos um andar, pelo que percebo. — Ministro aqui está ele. – Sou sentado na cadeira fria e alguém algema meus pulsos e tornozelos.

— Assumiremos daqui sargento – diz o ministro ao aproximar o rosto do meu. — Não se sente um valentão agora, se sente Sr. Mellark? – Não respondo nada. — Está certo... Bem, vamos começar.

A luz forte de um refletor que, eu nem reparei, acende sobre minha cabeça. Uma TV é ligada à frente e imagens começam a surgir. Nelas estão cenas da Katniss e do Gale em momentos de interação e logo surgem cenas dos dois se beijando com intensidade. Algo dentro de mim diz para eu não me importar, pois ela teve algum tipo de lance com ele que já não existe mais.

— Isso não me diz nada – falo, mesmo fazendo um grande esforço para tal.

— É o que veremos.

Um homem de máscara cirúrgica e luvas se aproxima e introduz uma agulha em meu braço. Um líquido azul é aplicado e nos próximos segundos sinto meu corpo queimar. Talvez a potência química do que aplicaram seja o motivo, mas tudo que consigo é sentir uma doce e violenta onda de raiva inundar minha mente. Olho para o monitor e cenas íntimas entre Katniss e Gale aparecem. Estico os dedos das mãos para logo fechá-los apertando com toda força que consigo reunir.

— Está acontecendo Ravinstill.

— É claro que está, ministro. Repare nas pupilas dele.

— Ótimo. Coloque ele para hibernar e termine o processo.

— Sim, senhor.

O sol aquece minha pele, mas não me importo pois seu corpo se coloca em cima do meu. Aqui está ela. Seu sorriso me faz sorrir também. Nos encaramos por um tempo e como um imã nossos lábios se encontram. Seu beijo é quente, com sabor de promessas e pedidos aos quais eu não negaria.

— Você me ama? – ela pergunta.

— Amo.

— Fica comigo?

— Sempre.

Seus dedos traçam a gola da minha camisa e logo começam a abrir os botões lentamente. Enquanto nos beijamos passo as mãos atrás de sua nuca, afago seus cabelos e solto a trança. Giro nossos corpos sobre a grama macia da Campina e traço ardentes beijos em seu pescoço. Ela geme baixinho em meu ouvido e isso me anima ainda mais. Levo minha mão esquerda para debaixo de seu vestido e escorrego lentamente os dedos sobre sua coxa.

— Me possua... oooh... me faça sua Gale.

 

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— Comandante encontrei um grupo de rebeldes, a menos de dois quilômetros daqui. Quer que eu chame reforços?

— Pode chamar – digo pegando alguns pentes de cem balas que estão sobre a mesa e as guardo no bolso lateral da calça. Recarrego minha arma com as dezessete balas, em seguida, a guardo no coldre em minha cintura.

Observo meu reflexo no espelho do elevador. Algumas semanas após o tratamento do Dr. Ravinstill não foram suficientes para curarem minhas cicatrizes. Uma, em especial, é coberta por algumas mexas de cabelo.

— Um carro está nos aguardando...

— Não será preciso, Lipp. São menos de dois quilômetros, podemos ir andando, pelo menos assim o surpreendemos.

— Sim, senhor.

— Quero que o Gray, Diggs e o Baird entrem em uma rua antes e encurralam eles. Depois de interrogarmos levaremos todos para o quartel.

Ele assente e seguimos pela calçada. Com a escuridão noturna e apenas os refletores dos postes podemos nos camuflar, já que, nossas roupas são pretas.

Fui incubido para esta missão pelo ministro Antonius. Ele me explicou que participei de um projeto muito importante criado por uma cientista genial nos tempos de revolução. No entanto, o tal projeto nunca tinha sido executado antes. Foi injetado um soro em mim que aguçou meus sentidos. Agora tenho uma melhor percepção, mira, agilidade e habilidades que exigiriam muito esforço e meses de treinamento para um homem comum. Sou comandante de uma unidade especial. Segundo Antonius a, Black In The Elite.

Sinto alguns pingos frios em meu rosto. Olho para o céu e nuvens carregadas se unem. Logo uma densa chuva inicia, mas não impede de surpreendemos o grupo rebelde.

— Parados e mãos atrás da cabeça! – Lipp grita e ao notar a resistência abrimos fogo. Balas são disparadas e alguns deles caem sobre o chão se contorcendo.

— Deixem alguns vivos para interrogatório, Gray – digo. Quando meus homens conseguem algema-los me aproximo de um deles e o seguro pelos cabelos negro. — Onde os rebeldes estão?

— Vai se ferrar! – fala ofegante.

— Tem certeza de que quer resistir?

— Você se acha, não é Mellark. – Um outro rebelde cospe no chão. — Eles te fizeram um belo brinquedo no jogo deles. Um fantoche ordinário...

— Cale a boca! – Disparo um tiro acertando a testa. A bala chega a atravessar seu crânio.

— O que fazemos com o restante comandante.

— Matem todos e depois amarre um a cada esquina. Vamos ver se os rebeldes entendem essa mensagem.

Me afasto para tentar me recompor. Sinto as mãos tremerem. O suor desce livremente pelo meu rosto. Minha garganta arde como brasa. Pego meu cantil de água e consigo beber todo o conteúdo. Flashbacks começam a vagar desconexos na minha cabeça.

Não sei como exatamente aconteceu, mas sei que não sou nenhum brinquedo de algum jogo que a Capital criou e muito menos um fantoche. Nenhum rebelde idiota vai abrir a boca pra nos ofender.

Ergo meu braço direito e checo o painel de controle quando um dos homens me interrompe.

— Comandante encontramos um... ou melhor uma rebelde bem interessante. – Barth me avisa e me viro para encará-lo. — Acho melhor o senhor averiguar.

— E onde a encontraram?

— Em um beco próximo daqui.

— Já estou indo, só um minuto – respondo de maneira firme. Nunca sei o que encontraremos em meio a um combate, por isso tenho que ser cauteloso, mesmo ele me informando que é apenas uma rebelde. — Barth, quero que peça um carro e diga para abastecerem o compartimento de armas. Iremos patrulhar as extremidades.

— Sim, senhor.

Dirijo-me ao beco. Consigo enxergar apenas uma capa longa.

— Retire o capuz – peço, hesitante ela afasta o capuz. — Venha para perto da luz e identifique-se rebelde. – Seus passos são um tanto trôpegos. Quando está bem perto meus olhos se deparam com uma pessoa a qual consegue me deixar petrificado. Seus olhos lacrimejam assim que me vê. Seus lábios estão entreabertos. No mesmo instante suas lágrimas rolam livremente pelo rosto cansado.

Um comando me vem à mente.

Ela é uma ameaça a sua vida. Mate-a ou ela o matará.

Um calor e uma raiva descomunal atravessa todo meu corpo. Como uma corrente elétrica me dando um choque de realidade.

Se não fizer isso agora, o presidente e os demais sofrerão. Ela é uma ameaça iminente à Panem.

Fecho meus olhos e uma forte dor de cabeça me atinge em cheio.

— Senhor? – Lipp chama minha atenção.

— Podem se retirar. Eu assumo daqui – ordeno ao Lipp e ao Gray que assentem em continência e logo se retiram. Assim que sou deixado sozinho, me aproximo dela que está algemada.

— Peeta... – Sua voz soa enrouquecida e meu primeiro impulso é imobilizar seu pescoço com minhas mãos. A empurro até a parede molhada e fria e a levanto de modo que nossos olhos se encontram. — Peeta... Sou eu, a Katniss... Sua mulher...

Minha mulher?

Ela tenta dizer mais algumas palavras, mas é inútil, já que minhas mãos estão envolvidas em seu pescoço. Meu coração está acelerado pela adrenalina do momento. Até a perna mecânica começa a tremer.Trinco os dentes e então, ela sibila uma única palavra que me sobressalta de imediato.

Hope.

 

 


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Notas finais do capítulo

Então povo, os curiosos de plantão que queriam saber sobre o Peeta ser telessequestrado, ele não foi, entretanto passou por uma barra e eu conversando com a Sany até mesmo antes de lançar PA, já tinha me vindo essa ideia de o Peeta passar por um processo parecido com o Soldado Invernal (amigo do Capitão América). Então estou me inspirando e indo por essa linha. Se curtem os heróis da Marvel, que aliás amo, sabem o que aconteceram com o Bucky Barnes.

Bem, é isso. Desculpe pelo capítulo ter ficado pequeno, mas no próximo prometo escrever mais, até porque estou pensando em dois pov, Peeta e Katniss.
Beijos e ótima semana a todos.