Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 22
The Scientist


Notas iniciais do capítulo

Boa noite povão, tem alguém aí ainda? Espero que sim, pois acho que respondi alguns comentários nessa semana e disse pra algumas leitoras que eu e a Sany não desistiremos de PA, gente. Sei que três meses se passaram, mas sempre que a Sany e eu achamos que está tranquilo pra escrevermos vem uma bomba atrás da outra. Ela com a rotina dela e eu agora com rotina de trabalho e faculdade, o que é duro... mas adoramos a interação que cada um tem com a fic e amamos todo esse carinho de vocês... já, já estarei respondendo aos comentários dos capítulos passado... aguentem os coraçõezinhos que aí vem nosso casal amado com sua fofura chamada, Hope rss... boa leitura.



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Vim para te encontrar, dizer que sinto muito

Você não sabe como é amável

Tinha que te ver, lhe dizer que preciso de você

Dizer que te escolhi

 

Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas

Oh, vamos voltar para o começo

Correndo em círculos, perseguindo a cauda

Cabeças numa ciência à parte

 

Ninguém disse que seria fácil

É uma pena nos separarmos

Ninguém disse que seria fácil

Mas também não disseram que seria tão difícil

Oh, me leve de volta ao começo...

(The Scientist – Coldplay)

 

 

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Sinto como se meu coração tivesse parado de bater, no momento em que vi a explosão. A dor em meu peito era lancinante, e por um momento, era como se meus pés estivessem  fincados no chão. O vermelho ligeiramente alaranjado das chamas ficou embasados repentinamente e nem ao menos me dei conta de que estava chorando.

— PEETA! – grito novamente, ganhando forças e indo em direção a padaria, porém, não dou nem ao menos dois passos antes de sentir uma mão segurar meu ombro.

— Não! Você precisa sair daqui. – A voz de Esdras é um sussurro e noto que Hope já não estava mais em seus braços. Delly a segurava tentando fazer com que ela parasse de chorar.

— Me solta, eu tenho....

— Que entrar em um prédio em chamas? Não. Você precisa ir para casa com sua filha. Eu vou até lá e dou notícias.

— Não, eu vou até lá. Tenho que ir. Peeta, ele...

— Não, não tem, eu vou lá. Ele não quer isso então, por favor, só vá para casa com a Hope. - Ele se volta para a noiva. - Delly leva elas. Por favor.

— Vamos Katniss.

— Eu darei notícias. – Esdras corre em direção a aglomeração de pessoas que começava a se formar ao redor da padaria, no momento em que senti Delly me puxar pela mão.

De alguma forma parecia que não tinha mais controle sobre meus pés ou sobre qualquer parte do meu corpo. Assim que passamos pela entrada da vila, avisto todos vindo em nossa direção.

— O que aconteceu? Porque a Hope está chorando? – Prim pergunta olhando em minha direção.

— Houve uma explosão na padaria. – Minha mãe leva uma das mãos a boca, enquanto Prim pega Hope no colo tentando acalma-la.

— Peeta estava lá? – Haymitch questiona, embora pelo meu estado soubesse a resposta.

— Não sei, acho que sim, Katniss estava indo para lá e ele tinha ficado de ajudar o pai no lugar do Esdras hoje. – Delly responde por mim.

— Eu vou até lá. – Doryan sai correndo em direção ao centro do distrito seguido por Haymitch.

— Katniss... – Olho minha mãe por um momento antes de me jogar em seus braços. – Vai ficar tudo bem. - Não consigo me lembrar a última vez que me permiti um abraço dela, não assim. Não como se precisasse de ajuda para aprender a respirar novamente.

— Ele não pode me deixar assim, não pode.  –  O universo não poderia ser tão cruel, não quando tínhamos passado por tanto.

— Vamos esperar notícias, lá dentro. Mas não fique assim, não sem saber o que aconteceu.

Não conseguia assimilar nada do que estava acontecendo. A única coisa que vinha na minha mente era a imagem de Peeta se despedindo horas atrás, dizendo que passaria o dia na padaria dos pais, e então, aquela explosão. Era surreal demais pensar que o pior tinha acontecido. Imaginar minha vida sem Peeta era impossível demais, porque ele era uma das razões que me fazia acordar todos os dias. Ele me entendia mais do que qualquer outra pessoa no mundo. Havíamos passado por tanta coisa juntos, que de alguma forma, tínhamos uma conexão única. Meu mundo estava desabando mais uma vez e de alguma forma era como se não houvesse nenhum sinal de que conseguiria ver uma luz, não sem ele.

 

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Assim que a porta abre meus olhos se voltam para ela a tempo de ver o grupo de pessoas entrando. Meus sogros, assim como Sedah, estavam a frente, a pele coberta de fuligem. O último, vinha amparado pelo pai tossindo. E foi atrás deles que voltei toda minha atenção. Sendo carregado por Esdras e um rapaz que não conhecia, reconheci Peeta imediatamente, senti um alivio repentino tomar conta de mim quando o vi.

— Sra. Everdeen precisamos de ajuda aqui. - Haymitch tentou parecer calmo, mas reconheci ansiedade em sua voz. - O garoto desmaiou no caminho até aqui. Pelo que pude ver há queimaduras espalhadas e ele inalou fumaça. - Minha mãe não pensou duas vezes antes de correr até eles e fiz o mesmo.

— Ele está bem? – O desespero não tinha me abandonado por completo, e ver o silêncio do nosso ex-mentor, não ajudava em nada. - Haymitch responde! Ele está bem?

— Não tenho certeza, mas acho que ele saiu a tempo de o pior acontecer.

— Prim preciso de sua ajuda, acho melhor leva-lo lá pra cima. - Rapidamente todos estão em movimento. Tento subir também, mas sou impedida. - Melhor ficar aqui.

— Vou ficar com ele.

— Não! Não será bonito de ver e sem dúvida não vai ajudar tê-la lá, fique aqui.

Observo enquanto eles subem, meu coração ligeiramente apertado. 

— Ele está vivo, vai ficar bem. - Doryan toca meu braço com carinho. - Haymitch vai entrar em contato com a Capital notificando o acidente. - Pela forma como diz, sei que até mesmo ele acreditava que não havia sido um acidente. - E vão mandar medicamentos adequados. Tudo vai ficar bem – afirmo com a cabeça, antes de me voltar para as pessoas sentadas no sofá.

— Vocês estão bem?

— Estamos, Amália e eu saímos rapidamente, Peeta e Sedah que demoraram a sair.

— O que aconteceu exatamente, pai? - Não notei quando Esdras se juntou a nós, mas presto toda a atenção ao relato do ocorrido.

Segundo o Sr. Mellark havia sido de repente. A esposa estava no balcão enquanto ele e Peeta estavam na cozinha. Quando o loiro sentiu o cheiro de gás e ao tentar abrir a porta que levava ao registro, a mesma estava "emperrada" então sem pensar muito, pediu para que os pais e os clientes saíssem o mais rápido possível. Como Sedah estava na casa, ele subiu para buscar o irmão.

— Foram os piores momentos da minha vida, ficar ali fora esperando os dois saírem, estava quase entrando quando a explosão aconteceu. Uma viga caiu tampando a porta e não vi mais nada.

—  Peeta me empurrou e pulou sobre mim quando a explosão aconteceu. Ele nos jogou embaixo do balcão. Como a porta estava bloqueada precisávamos de outra saída, então fomos até o que tinha restado da cozinha pensando na janela, porque era nossa melhor chance, mas era difícil ver qualquer coisa ali com toda aquela fumaça preta e as chamas.

Ao fim do relato noto Hope no colo de Delly, obviamente Prim a entregou na hora em que minha mãe precisou de ajuda. Me aproximo delas e estendo os braços para minha filha e com um olhar ainda assustado ela se entrega a mim.

— Minha lindinha... – A abraço com toda força que consigo sem machucá-la. Ela leva seu dedo gordinho até a boca o sugando e repousa a cabecinha em meu ombro. Sei que está sentida com o ocorrido, mesmo que talvez não entenda totalmente a situação presente. Peço licença e caminho até outro cômodo para amamenta-la. No processo da sugação sinto algo pontudo vindo de sua gengiva e quando termina de mamar analiso o interior de sua boca e sei que seu primeiro dente quer apontar. – Seu primeiro dente Hope. – Ela me olha curiosa e não resistindo torno a abraça-la.

— É incrível te ver como mãe. – Me assusto com a aparição da Delly.

— Pois é, as vezes até eu me assusto com este fato, mas não consigo ver minha vida sem ela e Peeta.

— Você o ama, sei disso. – Me sobressalto com sua constatação. – Talvez nem mesmo você perceba, mas qualquer um que observa como fala nele, sabe que existe amor.

Hope brinca com algumas mexas do meu cabelo e ao encarar seus olhos lindamente azuis, percebo que a resposta dentro de mim, é exatamente o que Delly diz. Eu o amo.

Escutamos um barulho na sala e encaminhamos até lá.

— Ele vai ficar bem - explica minha mãe. – Peeta teve queimaduras que precisam de medicamentos mais específicos, mas fiz o que pude para aliviar a dor e evitar infecção. E está com tosse, devido a fumaça, mas está consciente agora. Por sorte, a maior parte do dano foi na prótese. Sem dúvida ele vai precisar de uma nova.

— Preciso vê-lo – anuncio, minha mãe assente com a cabeça, e ao entregar Hope novamente a Prim subo os degraus quase que correndo.

Entro no quarto e observo o loiro deitado na cama. Sem camisa, com um emplastro no ombro e de olhos fechados. Me aproximo lentamente sem saber ao certo como agir.

— Katniss... – ele murmura, dando um ligeiro sorriso assim que me vê, batendo levemente a mão no colchão ao lado dele me chamando. Me deito ao seu lado com cuidado, ainda assim, sinto seu corpo enrijecer quando encosto a cabeça em seu ombro.

Então ficamos ali no silêncio, entre nós, não era preciso palavras.

 

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Os dias e semanas passam ligeiramente. Um anúncio sobre o “acidente” é dado em um intervalo e outro numa transmissão. Caesar lamenta o ocorrido e não deixa de expressar suas estimas melhoras a Peeta. A Capital acabou enviando suprimento o suficiente para a pele afetada pelas chamas. Um especialista veio há alguns dias e trocou a prótese de Peeta. O loiro ficou se achando, pois essa é bem mais moderna e ao caminhar não faz barulho como a outra.

— O que tá fazendo? – Entro sorrateiramente no sótão, lugar onde Peeta geralmente pinta e espairece a mente.

— Vendo nossas fotos de casamento.

— Hã... – Hope que se encontra em meus braços, se joga para frente, querendo agarrar as fotografias.

— Oi, filhinha quer ver as fotos do dia em que eu e sua mãe nos casamos? – Ele a pega do meu colo e acabo por me sentar ao seu lado no sofá em que tivemos nossa primeira vez. Ela sorri escancaradamente para ele, que acha graça. – A Hope está se achando com esses dois dentinhos, não é filha?

— Ela deu de morder meu seio enquanto mama.

— Nossa, sinto muito – ele lamenta. – Por que não arranja uma mamadeira, agora ela até já come mais coisas.

— Farei isso... como você se sente?

— Bem, você está aqui, nossa filha também.

— Mas e quanto as queimaduras, ainda doem?

— Os medicamentos da Capital são impressionantes e não sinto mais nada, apesar das cicatrizes.

— Que bom. – Desde o ocorrido tenho ajudado nos cuidados, e depois de sentir o desespero e medo de perde-lo, algo se moveu dentro de mim. Algo que preciso que ele saiba. – Peeta – o chamo, e no mesmo instante que está compenetrado em uma foto de nós dois, instantaneamente me encara e só o que consigo, é ver os olhos de nossa filha nesse olhar.

— Você está querendo me dizer algo?

Sinto o ar me faltar e acabo por dizer algo idiota.

— Por que está vendo essas fotos?

— Porque elas são a prova viva de que a Capital, mesmo querendo impor seu poder em nós, criamos um laço especial. Você não acha? – Ele olha para nossa filha que corre seus olhinhos espertos entre nós dois.

Meu coração é preenchido ainda mais, por algo que nunca me permiti sentir, mas que neste momento é impossível ignorar.

— Eu amo você, Peeta Mellark.

— O que disse? – Ele parece não acreditar no que acabei de soltar. Não é fácil admitir, por conta de eu ter reprimido essa ideia, mas sei que precisa ouvir novamente.

— Eu amo você.

— Tem ideia do quanto desejei escutar isso? – Seus olhos brilham e logo os noto lacrimejarem. Num impulso, avanço para frente e beijo seus lábios. Ele me abraça de modo que Hope fica entre nós dois e parece que ela sente toda a energia que se instala, pois logo inicia seus sons ininteligíveis. – Eu também amo muito você, mas acho que já sabe disso. Amo vocês duas, são a razão para eu manter minha mente sã no meio dessa loucura toda.

— Você e a Hope também mantém minha mente no lugar. Por isso fazem parte das coisas mais importantes pra mim.

Uma forte chuva se inicia do lado de fora. Peeta entrega nossa filha a mim, dizendo que ia fechar a claraboia. Passamos mais alguns minutos abraçados olhando as fotos de momentos que inconscientemente não eram reais, mas que agora passaram a ser.

Após o jantar Peeta faz Hope dormir e quando estou ajeitando nossa cama ele me abraça por trás.

— Me diz que estou sonhando. Espere, não me acorde se isso for um sonho.

Giro meu corpo e passo meus braços entorno de seu pescoço.

— Estamos juntos, agora não só por um espetáculo, mas sim pelo que sentimos um pelo outro.

— Eu amo você. – Sua voz soa cheia de sentimentos e em resposta o beijo. Nosso beijo toma proporções, que estão fora do meu controle, pois quero isso tanto quanto ele.

— Quase enlouqueci quando achei que você tinha morrido na explosão – desabafo quando me encontro aconchegada em seus braços e peito nu.

— Eu não posso nem pensar em perder você ou a Hope. Isso me enlouqueceria. – Ele me aperta e sinto seu coração mais acelerado do que minutos atrás após nosso momento junto.

— Não vai nos perder, está me entendendo? – Apoio meu braço em seu peito para encará-lo. – Vou lutar até o fim para ficarmos todos juntos. Ninguém vai nos separar.

Seus lábios se abrem em um sorriso e logo estamos nos beijando e ficando juntos novamente.

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Pessoal, estamos preparando um capítulo bem especial para a próxima atualização, então deixem aqui o que estão achando e o que esperam de PA.
Um forte abraço meu e da Sany pra todas vocês lindonas e até a próxima.