Crônicas de luz e sombras escrita por Luiz Cláudio Rolim


Capítulo 5
Parte 5: Os três Selos




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Os ventos ecoavam para o norte da província enquanto Aiko permanecia a dormir naquela noite, Mizei sabia que os selos de ocultação não duraria mais do que isso, não irá ter volta apartir do momento que os monstros das sombras começarem a atacar o templo, muitos deles já eram bem visíveis do lado de dentro, os selos conseguem tornar tudo intangível e impossível de se ver, mas apartir do momento que começa a enfraquecer, o que estava fora dessa dimensão passa a se tornar parte do mesmo sem que perceba até que o efeito acabe.

—Deveríamos ter avisado ela sobre os selos e o por que de não poder sair do templo. disse Tanaka.

—Não se preocupe jovem, os obsidianos perseguiam essa garota a muito tempo, a única coisa que podemos fazer é ajudá-la a fugir com vida.

—Então já estamos sujeitos a morte. que bela forma de morrer. Tanaka falava com a voz fraca.

—Sinto lhe dizer que isso é verdade meu caro discípulo, mas será por uma boa causa, ela é a única em quem devemos confiar, ela que salvará nosso povo.

Eis que então o templo volta a se tornar visível, os monstros começam a atacar pelo lado de fora, com o barulho, Aiko acaba acordando e vai ver o que estava acontecendo. Mizei então corre em sua direção e pega nos seus ombros, olha bem firme para a garota e diz.

—Você precisa fugir, eu e Tanaka já estamos destinados a morrer aqui. Eu e ele dominamos a magia da luz também mas isso não será o suficiente, se ficar aqui você irá chamar atenção dos sacerdotes que virão tentar prender você a qualquer custo.

Aiko não sabia o que falar, convivendo pouco tempo com eles mas mesmo assim criando laços de afeto, lhe apertava o coração ao saber que eles poderiam morrer alí somente para salvar ela.

—Mizei por favor, diz Aiko o abraçando. -Não quero que morra, se de alguma forma você conseguir... Mas... Pelo menos tente sair daqui com vida, quero falar com vocês novamente, me prometa que sairá daqui com vida.

—Eu vou prometer jovem moça, mas assim como a vida se vai com a morte, as promessas também vão.

Ele então a pega pelo braço e leva até uma passagem subterrânea do templo. mesmo que os três escapassem, os monstros conseguiriam acompanha-los, a forma mais segura seria que ela fugisse enquanto eles os atrasavam. Ele então a solta pelo caminho estreito e escuro, se preparava pra dizer suas últimas palavras com aquela criança que conheceu, ele era forte, mas sabia do que os obsidianos eram capaz.

—Siga sem olhar pra trás, apenas chegue ao final e depois disso corra para o mais longe que puder. falava Mizei com um sorriso estampado e lágrimas escorrendo em seu rosto.

Aiko não queria fugir, mas viu que o esforço dos dois não deveria ser desperdiçado. ela caminha pelo caminho estreito até que consegue chegar num pequeno buraco que subia até a floresta, com seus pequenos braços, ela conseguir subir e correu em frente através de pedras numa cachoeira que se ligavam a outra margem. Ela escorregou e caiu na água. Incomodada com seus pensamentos, ela olhava novamente para seu reflexo na água, como se todas as vezes que conseguiu sobreviver foi pelo preço da vida de outras pessoas.

Em outro local.

—A garota não está mais no templo, ela conseguiu fugir sem que nossos Cerberus percebessem.

—Infelizmente um caso triste de se saber, como dádiva dá nossa gratidão vamos dar uma morte rápida aquele monge e seu discípulo pulguento.

—O que pretende fazer chefe.

—Vamos invocar o canhão de três selos.

—Mas isso é louc...

—FAÇA O QUE EU DIGO OU SUA CABEÇA IRA APRECIAR AS ESTRELAS NUMA ESTACA DO LADO DE FORA.

—Sim, como preferir.

—Entre em contato com os três sacerdotes, diga a eles que o canhão de três selos foi convocado.

De volta a cachoeira, Aiko sentiu uma sensação estranha de que algo estava vindo. viu que uma luz sombria se formava no céu. em meio a esse acontecimento estavam alinhados o que pareciam selos de magia, três pontos que formavam um triângulo, então um poder extremamente grande começou a emergir até que em uma explosão desceu até a terra. Levando árvores e pedras pelo céu, o alvo, era o templo de Mizei. Aiko ficou parada sem pensar, em meio aos destroços que caiam do céu, caiu uma espécie de colar dentro d'água, Aiko rapidamente foi ver o que tinha caído, ela então chora após saber que aquele era o mesmo colar em que Tanaka carregava no peito, dentro dele estava a foto de uma mulher é um homem que pareciam ser os pais de Tanaka, ela então olha para o céu.

—monstros... obsidianos... Odeio todos eles.

 Então se levanta e continua andando sem saber para onde ir. a floresta e os animais da noite não a assustavam e os sons que o fogo emitiam consumindo o templo se tornavam mais fracos na medida que ela se distanciava. Estava sozinha alí e não tinha ninguém esperando por ela, sua mãe morreu, seu pai está desaparecido, seus amigos morreram, para ela só restava que um milagre acontecesse.

—Aiko pode me escutar?, Uma voz saiu de sua mente assuntando ela.

—Quem está aí, o que você quer?.

— não se preocupe com isso agora, apenas venha a prisão de sangue que fica ao sul da província.

—Como posso confiar em você sem nem ao menos dizer quem é, muitas pessoas estão me perseguindo no momento e o monge Mizei me disse para não confiar em ninguém.

—Tudo bem então, meu nome é Zen, eu estou trancafiado nessa prisão a uns oito quilômetros de onde você está, se tiver sorte conseguirá achar uma rota logo a frente, tente de alguma forma subir em uma carruagem e vir o mais próximo possível, você precisa confiar em mim.

—E por que devo confiar?.

—Por que sou a única pessoa que está te dando essa chance, seja rápida e venha, minha sela fica do lado esquerdo no segundo andar, se conseguir escalar sobre as rochas íngrimes até onde estou, poderei ser de grande ajuda, sei que é ótima em escalar. 

—Ei como você sabe disso?

—Não tenho mais tempo, a conexão da minha mente com a sua está enfraquecendo, venha até mim e lhe direi tudo.

Então a conexão é terminada e Aiko decide confiar no home estranho que falou em sua mente. Ela precisava descansar e acordar o mais cedo possível para conseguir subir numa das carruagens que transita pelas províncias do reino. Terá que tomar bastante cuidado para que não seja pega e a única esperança do reino seja destruída.


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