Crônicas de luz e sombras escrita por Luiz Cláudio Rolim


Capítulo 3
Parte 3: Jornada Para O Templo




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Depois do ataque das sombras, Aiko seguiu em sua jornada para encontrar o monge que sua mãe lhe disse, mesmo sendo longe, ela tinha fé que conseguiria chegar a salvo. se sentindo triste por não fazer muito pela sua mãe, ela cobriu seu corpo e prometeu que faria um enterro decente quando voltasse à aldeia, muitos perderam suas vidas nesse acontecimento e a maioria era conhecida, ela sabia que seria difícil e teria que ignorar tudo e seguir sua viagem. Chegando na metade do primeiro dia, ela decide parar para descansar em cima de uma pedra no estreito de um riacho, olhando para seu reflexo na água ela pensa nos momentos felizes que passou com sua mãe e se sentia culpada por ser muito teimosa e travessa na maioria das vezes, mas, dessa vez sua teimosia a salvou de um perigo maior, sabendo que se estivesse na aldeia no momento do ataque não conseguiria escapar com vida. De alguma forma, isso poderia ter ajudado para que desastres maiores não acontecessem, as sombras que invadiram a aldeia procuravam por algo e Aiko sabia que era o medalhão que estava em seu pescoço, sua mãe não teria de escondê-lo se esse não fosse o motivo, o medalhão tem alguma ligação com essas criaturas e ela tinha o pensamento que estava sendo caçada naquele momento.

Minutos depois, Aiko escuta um barulho muito parecido com o uivo de lobo saindo de trás de algumas árvores, pensando que se tratava do verdadeiro animal ela continuou calma por que a pedra onde ela estava era muito rugosa e lisa devido ao lodo que se criava em volta dela, vendo que lobos comuns não conseguiriam subir na pedra, deveria apenas esperar que eles fossem embora, mas depois tudo mudou, não eram lobos que emitiam aqueles uivos e sim criaturas gigantes de quatro patas, garras afiadas e pelo escuro, seus olhos eram brancos e tinham muitos ferimentos pelo corpo, pareciam até que estavam em decomposição.
Então uma dessas criaturas pula sobre Aiko conseguindo apenas arranhar seu braço, pelo impacto, acabou escorregando e caindo dentro do rio, como ela sabia nadar foi diretamente para outra margem na esperança de fugir, ela nunca tinha visto criaturas como aquela, os kanjis eram muito diferentes desses monstros, mas ambos eram perigosos, no momento em que conseguiu sair do rio as criaturas pulavam sobre sua cabeça passando pela margem, ao se levantar ela notou que já era tarde, eles seguiam em sua direção para dar o ultimo ataque, mas no ultimo momento, Aiko tentou se defender usando as mãos, mesmo sendo inútil algo aconteceu, raios de luz se concentraram nas mãos dela soltando enormes ataques brilhantes como agulhas, os monstros acabaram morrendo e ela em desespero tenta entender o que teria sido aquilo.
Depois de ter presenciado tudo, Aiko se sentiu cansada e acabou desmaiando, durante a viagem ela ainda não tinha comido e estava muito debilitada, o ataque que ela causou sem saber poderia ser uma das conseqüências de seu estado atual, pois foi como se toda sua energia vital tivesse sido retirada do seu corpo. Já era de noite quando Aiko voltou a si, o peso dos seus olhos cansados e ronco da sua barriga mostravam a situação em que ela se encontrava, a sua frente, um feixe de luz passava entre as árvores balançando todas as folhas, curiosa então ela tenta se levantar mas o peso de seu corpo a põe no chão novamente, numa segunda tentativa mais rigorosa ela consegue se equilibrar e anda a pequenos passos seguindo a luz que já estava um pouco distante, ela tinha em mente que aquilo na verdade era um mercador da província que se ligava a sua aldeia chamada de charbano, os habitantes de charbano eram pessoas gentis e amigáveis, Aiko e sua mãe já haviam comprado várias coisas que eram fabricadas e trazidas a aldeia pelos mercadores, que eram pessoas de bem e sempre faziam preços acessíveis a todos. Escorada em alguns talos de bambu, Aiko recuperava suas forças para continuar seguindo a luz que estava a sua frente, só que no mesmo momento a alguns metros a luz sumiu, voltando a andar Aiko chega num local onde encontra um pé de cerejas, seguindo os extintos de seu corpo tomado pela fome, numa ultima tentativa ela corre até a árvore onde se alimenta sem parar, cereja era uma das frutas que Aiko menos gostava só que a fome a fez pensar diferente, nunca em sua vida ela pensou que teria fome a ponto de desmaiar, sua mãe sempre foi responsável e nunca faltava comida em sua casa, ela chorava pelo alimento que tinha encontrado e começou a entender que a luz da qual ela seguia estava lhe guiando até o pé de cerejas, ainda assim sentia sede e a fraqueza ainda a dominava naquele momento, soluçando ela cai no sono satisfeita por ter matado sua fome mesmo que um pouco.

Em algum lugar de charbano:

—não conseguimos obter sucesso na captura da garota, ela de alguma forma conseguiu abater alguns dos nossos Cerberus, tenho certeza que ela já tenha dominado a energia do medalhão e usado contra eles

—esses bichos são inúteis, gastei muita energia na preparação dos recipientes para que uma garotinha de 7 anos acabasse com todos

—mas chefe a energia do medalhão ainda e desconhecida por nós, um artefato que esteve escondido por milênios e que nos levou a várias guerras não é algo para se subestimar

—farei o Zen pagar pelo que me fez naquele dia, levarei a cabeça de sua filha até a prisão e darei aos cerberus para comerem na sua frente hahahahaha...

Do lado de fora alguém fala:

—nossa carruagem esta pronta chefe, vamos indo para o templo, os outros três membros do conselho precisam de você

—tudo bem, diga a eles que a garota se dirige ao templo de Mizei, quero tropas para o ataque em dois dias

—tudo bem.


Com o sol batendo no rosto Aiko acorda um pouco tonta, já não estava no mesmo local que antes e isso a assustava, ao seu lado estava o que parecia ser uma escadaria enorme que levava até um templo no topo da colina, já estaria ela no local indicado pela sua mãe mas só se havia passado um dia apenas, seriam dois longos dias de caminhada até o templo e lá estava ela no inicio do segundo dia em seu objetivo. Muito cansada Aiko sobe toda a escadaria engatinhando com um ultimo suspiro de força que ainda lhe restava, ela também notou que o medalhão não brilhava como antes, incapaz de questionar o que estava acontecendo ela para bem em frente ao portão do templo, dois homens estavam sentados a meditar no momento até que ela disse
—socorro... rapidamente um dos homens se assusta e vai de encontro a Aiko que já tinha desmaiado pela segunda vez;

—Mizei!!!, tem uma garotinha desmaiada na porta do templo. Rapidamente Mizei, como se chamava o outro homem se levanta e vai ver o que estava acontecendo.

—Tanaka, de onde é essa garota e o que a trouxe a esse templo?.

—não sei, pelas marcas de arranhões no braço sugiro que ela foi ataca por algum lobo, também esta desidratada.

—vamos Tanaka vire-a para vermos se não tem algum outro ferimento. Mizei então se assustou com o que viu, era o medalhão sagrado que estava no pescoço de Aiko, a situação fez Mizei pensar o que uma garotinha estaria fazendo com aquilo, logo ele concluiu.

—A levamos para o dormitório do templo e caso ela acorde vamos fazer algumas perguntas, por enquanto deixamos tudo da forma que está. Tanaka, quero que feche os portões do templo e use os selos de ocultação, essa noite será bastante longa

—entendido monge Mizei, farei como preferir.


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