Still Alive escrita por Jubs Malfoy


Capítulo 13
Bem vindo a Hogwarts




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O salão começava a se encher de alunos animados e barulhentos, que faziam a cabeça da ruiva latejar, apesar do cantil com uma poção que o pai dela trouxera, a fim de atenuar o incômodo. Lis havia seriamente cogitado faltar o jantar de introdução e dormir até a manhã seguinte, mas algo lhe dava a impressão de que algo importante aconteceria, e se fosse o que ela imaginava, seria bastante interessante. Algum lugar distante em sua mente cansada registrou dois flashs loiros, um de cada lado, sentando e cumprimentandoos outros na mesa.

— Lis? — ela se virou, vendo Lorcan à sua esquerda — Nossa, você está horrível. O que fizeram contigo na França?

— Me trataram super bem, festa, comida e bebida à vontade.

Ele riu, e o Escórpio parecia ter alguma opinião a respeito, mas os alunos do primeiro ano começaram a entrar em fila, liderados por Severo Snape, que era quem fazia a cerimônia da seleção desde que assumira o cargo de professor, há seis anos. Assim que o primeiro aluno foi chamado, sua mente desligou e ela teve a impressão de ter cochilado no ombro do Malfoy.

Depois de designadas as casas dos novatos, McGonagall começou o discurso de boas vindas, dizendo aos novatos e relembrando os antigos que a Floresta Proibida era, por definição, proibida, o que arrancou sorrisos de alguns dos alunos, principalmente dos gêmeos e James. Lis já estava quase desligando de novo quando a diretora disse algo interessante.

— Esse ano teremos uma novidade, algo que não ocorre há 28 anos. Para celebrar tanto tempo de paz e fortalecer as relações com nossos amigos estrangeiros, teremos a honra de sediar, novamente, O Torneio Tribruxo!

Murmúrios percorreram o salão; Lis sorriu, sabia que seria aquilo o segredo tão guardado pela Ministra, e Escórpio  escorregou duas moedas de prata para a mão dela, pois haviam apostado e ele acreditara que ninguém seria louco o suficiente de retornar com aquilo. McGonagall pigarreou.

— Duas escolas: Beauxbatons e Ilvermorny aceitaram nosso convite e logo chegarão para que possamos dar início ao grande evento. Sejamos cordiais e acolhedores, o torneio serve para que conheçamos pessoas novas e façamos amizades. A propósito, por conta deste, não haverá jogos de quadribol — reclamações tomaram conta, e ela os silenciou energicamente — os professores estarão muito ocupados cuidando das tarefas para o torneio, então, sejamos compreensivos. Agora, o jantar está servido.

Um banquete encheu as quatro mesas e os adolescentes esfomeados o atacaram. E Lis passou o resto do tempo escutando os meninos falarem das férias, do jogo, de Maia (alguém que, pela descrição que o amigo fazia dela, a ruiva ia amar conhecer) e todo o resto, enquanto ela contava por alto o que aconteceu na França, se esquecendo, deliberadamente, de mencionar o festival e a beldade que a havia divertido por uma noite inteira.

Depois do jantar, Malfoy teve que, praticamente, carregá-la pelos corredores, pois a garota estava tonta de tanto remédio para dor e sono misturados. Ela se obrigou a subir a escada e se jogou na cama sem nem colocar um pijama, deixando que a corrente fria dos mais profundos andares do castelo a envolvesse até a escuridão.

No dia seguinte, as aulas já começaram em ritmo acelerado; ser das turmas avançadas era mais difícil do que parecia: cada professor pedia pelo menos um metro de pergaminho por aula, e sua vida agora era a biblioteca e a sala Precisa, na qual continuava as tentativas de consertar o mapa que, de dois dias para a finalização foram para duas semanas até conseguirem deixar tudo pronto.

— Acabou mesmo?

— Sim, Alvo.

— Só acredito vendo, não é Escórpio? — o loiro concordou, já levantando para aventurar-se pelos corredores com o mapa novo — Vamos testar, vocês vêm?

— Não,  vou arrumar aqui, vão vocês, divirtam-se.

— James?

— Não, sou monitor chefe agora, tenho ronda para fazer, quando terminar eu vou com vocês.

Os dois saíram e um gesto de varinha da menina foi suficiente para que tudo fosse para dentro de sua caixa expansível.

— Você não tinha ronda pra fazer?

— Não, hoje é dia dos novatos, eu só fiquei porque queria te pedir algo.

— Hum.

— Você pode… me ensinar a lutar? — as sobrancelhas dela se ergueram — É que com esse torneio estúpido não vai ter quadribol, e eu gosto de me manter ativo, então eu pensei “Por que não pedir a Lis pra me treinar?”

— Porque eu vou dizer não.

— Por favor.

— Pra que você quer saber lutar? Para se exibir pras garotas?

— Não. É uma habilidade a mais, que pode me ajudar no futuro como auror.

A ruiva semicerrou os olhos e então já não estava mais sentada no chão.

— Levanta — o moreno a olhou — vamos, levante, não tenho todo o tempo do mundo.

Ele se pôs de pé e mal conseguiu pegar uma espada que a amiga lançou em sua direção. Era pesada, mas surpreendentemente,  se encaixava em sua mão muito bem. Lis balançou a dela na mão,  como se avaliasse o equilíbrio, e o encarou.

— Não têm corte, considere um teste. Agora, se defenda.

O garoto não teve tempo de pensar antes que a ruiva investisse e ele se visse obrigado a colocar a espada entre ele e uma costela quebrada; quase não conseguiu desviar o segundo, perto do ombro. Ela era muito boa, fazia aquilo como se fosse brincadeira de criança.

Lis o avaliava, e depois dele desviar, por pouco, o sétimo golpe, ela chegou à conclusão de que valeria a pena treiná-lo, e apesar de estar pegando leve, estava admirada com o quanto os anos como artilheiro o deixavam rápido e ágil para um iniciante. Por fim, ela abaixou a arma, ele estava suando, ela nem se abalara.

— Eu treino quatro dias na semana, terça e quinta aqui, depois do jantar, e lá fora, pela manhã, nos fins de semana. E você vai correr comigo todo dia comigo, antes do café.

— Por quê?

— Porque você está ofegante com dez minutos de exercício. E porque vou apreciar a companhia. Boa noite

James apenas encarou os cabelos ruivos balançarem conforme ela deixava a sala, sem olhar para trás.

***

As folhas vermelhas voavam do chão, chutadas pela dupla que tentava enfiar as espadas um no outro há quase meia hora. James aprendia rápido, isso foi algo que Lis percebeu logo. Dois dias antes do Halloween, ele já conseguia acertar alguns golpes quando ela, propositadamente,  abaixava a guarda em algum lugar, treinando-o para perceber isso. A espada ainda não tinha lâmina, pois ela não confiava nele para evitar um corte feio no rosto ou em algum lugar importante.

A ruiva podia ver a presunção se formando no rosto dele ao acertar mais um golpe em suas costelas, ela desviou o suficiente para garantir que não deixaria marca, então decidiu que estava na hora de dar a ele uma nova lição. Investiu aproveitando o impulso do último golpe, e lhe acertou no pulso, fazendo-o largar a espada, então arrastou a perna contra as dele, jogando-o no chão, e posicionou a ponta da espada contra seu pescoço desprotegido.

— Agora, você morreu.

— Mas…

— Você achou mesmo que aquilo era o meu melhor? Todas as vezes em que me acertou, fui eu que deixei. Aliás, parabéns por perceber, todas as vezes, onde derrubei a guarda, mas nunca, nunca, subestime seu adversário.

Ela o tirou da posição humilhante e o ajudou a levantar, conversando sobre o que podia ser melhorado e foram beber água, ela anunciando que o treino havia acabado.

— Quer ir tomar banho comigo? — os olhos dela se arregalaram em exasperação, e ele acrescentou, constrangido — No banheiro dos monitores. Quero dizer, a banheira é quase uma piscina, iríamos ficar com roupas de banho.

— Ah, bom… Se é assim, eu quero. Escórpio nunca me deu a senha, dizendo que era restrito. Sempre quis ver como é lá.

— Então vamos.

O banheiro dos monitores era no quinto andar, guardado por uma estátua, que se moveu às palavras “Jasmim da meia noite”, revelando a entrada.

— As senhas são os aromas de banho. Como são centenas, temos centenas de opções de senhas.

— Criativo.

Eles entraram, e Lis percebeu que ele não estava exagerando. A banheira daria, tranquilamente, mais de vinte pessoas, sem que elas se tocassem; ao redor dela havia pelo menos 250 torneiras, que ela imaginava serem os aromas.

— Uau — ela o olhou, apenas para notar que ele já estava apenas com uma bermuda, o suor do treino descia em seu peito musculoso, o qual ela fez questão de não olhar. Um gesto de varinha e suas roupas também se foram, dando lugar a um maiô verde esmeralda.

— Qual aroma você quer?

— Qual você gosta?

— Eu saio misturando e testando tudo. Um dos meus favoritos é a junção de lilases e carvalho — a menina jogou no fundo da mente o que o último a lembrava, e abriu duas torneiras que o amigo indicara. Bolhas coloridas saíram, inundando o aposento com o cheiro doce e amadeirado, que, ela percebeu, era o que James usava na maioria das vezes. Lis pulou, sem cerimônia, na banheira e afundou, permanecendo no fundo por um tempo, aproveitando a água fresca e emergiu.

James não estava em lugar nenhum, e a ruiva deu várias voltas em torno de si mesma, chamando o nome do garoto, que ecoava, mesclado com o som das torneiras, mas não recebia resposta. Ela começou a nadar para a borda quando algo puxou seu pé, e ela, apavorada, esperneou e chutou, até que ele entrou em seu campo de visão, aquele sorriso maroto que inclinava seus olhos. A raiva subiu em seu corpo e ela se soltou violentamente, voltando à superfície.

A garota nadou, ofegante, até a escada, iria deixar definitivamente o lugar. Quem ele achava que era? Ridículo. Ela ouviu o moreno sair da água atrás dela, e o sentiu puxando-a pela mão antes que ela pegasse suas coisas para sair.

— Ei, desculpa. Você tem medo de água?

— Não, mas você me assustou, seu babaca — ela encarava a vidraça acima do seu ombro, mas ele elevou o queixo dela com um toque surpreendentemente delicado. Os olhos castanhos se desculpavam sem palavras e os lábios mornos encostaram em sua fronte. James envolveu sua cintura, sem perceber as mãos que o empurravam direto para a água. Lis se divertiu com os olhos arregalados do garoto, mas isso logo se dissipou quando ele se agarrou à única coisa ao alcance: ela, e os dois caíram, juntos, na água, então ficaram apenas rindo, ela se sentindo confortável com ele pela primeira vez em muito tempo.

***

McGonagall o arrastou para fora da aula avançada de feitiços naquela manhã, e a pobre mulher parecia estar à beira da completa exaustão. Com o Halloween chegando e as outras escolas que viriam ela estava definitivamente desesperada para manter tudo perfeito, e isso incluía James. Como filho de uma celebridade bruxa mundial, e aluno quase exemplar, o moreno seria ideal para recepcionar as escolas junto com Lis, a qual agora chegava ao encontro deles, acompanhada do pai, Severo.

O grupo esperou no pátio, o sol já estava baixo, e James observava a amiga quieta. Ela não estava de uniforme, pois era a última aula do dia, mas ela não tinha aquele horário; a blusa de manga cinza escuro realçava os cabelos ruivos, que combinavam com as folhas caídas no chão; o vento frio de outono ruborizava suas bochechas, dando um ar vibrante aos olhos azuis. O jovem parara um pouco nos olhos dela, que, logo depois se enrugaram, acompanhando o sorriso quando percebeu o garoto a observando; aquelas ruguinhas nos cantos dos olhos que ela herdara do pai, mas que quase ninguém perceberia de tão raras as vezes que o senhor sorria e, também, porque só apareciam em seus sorrisos sinceros.

— Gosta do que vê?

— Você sempre é uma vista muito bela.

Ela riu, e pareceu relaxar, passando a brincar e fazer piadas com o moreno para passar o tempo. James ficou aliviado, desde o casamento ela não o tratava daquele jeito, até mesmo nos treinos era sempre fria e objetiva, sem ligar para as piadas que ele fazia. O dia anterior fora o primeiro em muito tempo em que eles ficavam no mesmo lugar sem um clima estranho, e James percebera o quanto ela fizera falta naqueles meses.

— Eles devem chegar a qualquer minuto — Minerva anunciou do nada — o sinal já vai tocar, e eles, com certeza, vão querer platéia.

E realmente, quando os alunos foram liberados para o jantar, uma das crianças apontou para um pontinho no raro céu sem nuvens, que cresceu até se tornar uma grande carruagem, puxava por cavalos alados Abraxanas, lindos e majestosos ao pousar levemente na grama. A porta se abriu, e a maior mulher que ele já vira saiu de dentro dela.

— Olímpia Maxime, seja bem vinda — a diretora não chegava na cintura da outra mulher — deixe que Hagrid cuide dos seus cavalos.

Ambas as diretoras começaram a conversar, mas tal diálogo foi eclipsado por dois jovens que deixaram a carruagem por detrás delas. Ele era até bonito, o cabelo castanho, vestido com uma camisa de manga azul com uma listra prata na manga, e um colete preto; ela parecia completamente deslocada entre os outros que saíram logo após eles, os cabelos de noite derretida eram únicos entre os claros dos colegas, e dava a impressão de desejar que o vestido fosse da cor do mar profundo, e não de céu de primavera.

Os dois tinham um porte pomposo, que James achara engraçado, e então se virou para comentar com a amiga, percebendo que ela também os olhava, mas não do mesmo jeito que ele. Lis estava paralisada, e toda a cor sumira do seu rosto. Maxime também percebera a presença deles, e os trouxe para perto, apresentando-os com um forte sotaque arrastado

Sem querrer desmerrecer os outros alunos, mas esses são os tesourros da Beauxbatons: Nikolai e Kaleen Pelletier.

A garota voltou os olhos oblíquos para ele, junto com um sorriso belo, mas que não os alcançava, e fez uma mesura de reconhecimento para Lis, murmurando algo que soou como Milady. O garoto beijou a mão da McGonagall, deu um aceno de cabeça para James e parou em Lis, sorrindo

— Lady D’Noir, que prazer vê-la novamente — James ficou surpreso, de onde ele a conhecia? E por que ela parecia tão atordoada? O garoto beijou a mão dela demoradamente. O moreno não deixou de notar que o inglês dele era perfeito.

A menina sorriu e, sem ter certeza do motivo, James ficou satisfeito ao não ver as ruguinhas em seus olhos no ato. Ele a viu fazer uma reverência educada, digna de uma princesa, e olhá-lo com fria simpatia.

— Lorde Pelletier, não esperava que ainda cursasse a escola, é uma surpresa tê-lo aqui conosco.

— As aparências enganam minha querida, e disso você sabe muito bem.

James ia perguntar o que ele queria dizer, mas a diretora francesase adiantou.

Lis D'Noir? Você é filhe de Clarrissa D’Noir? — Lis assentiu — Ela foi minha alune, ume des melhores em Beauxbatons, sinto muito porr como tude acabou — a mulher voltou o olhar para James — E o senhor é o filhe de Rarry Potterr, a aparreêcia non deixe enganar.

As atenções foram rapidamente dispersas pela chegada da outra escola. Eles vinham no que parecia uma carruagem, mas aparentava um navio, como um híbrido, e de fato, vinha pela água, puxado por serpentes com asas. O Potter desviou o olhar para a amiga, que conversava baixo com o recém chegado francês. Ele não conseguia decifrar a expressão dela, mas o garoto a olhava como se estivesse com fome, e ela fosse o jantar.

Por fim, a ruiva abandonou o garoto e voltou para o lado de James, ignorando o sorriso amarelo dele e se empertigando em direção ao homem que saía do trambolho americano. Ele era negro, o porte grave, e de físico desenvolvido, seus olhos eram perspicazes e travessos.

— Sr. Elijah Armstrong, bem vindo a Hogwarts!

Ele sorriu com dentes brancos e se voltou para os Jame e Lis.

— Estes são os seus aspirantes ao troféu?

— Todos dentro das regras, em Hogwarts, o serão. Estes eu trouxe para recepcioná-los.

— Ah, claro, quem melhor do que o menino Potter para isso? — uma voz familiar veio de detrás do grande homem, e se revelou ser a pequena Maia, que com aquela roupa larga, não aparentava ter mais de quinze anos — E essa deve ser a famosa Lis. Espero que não confraternize apenas com seus conterrâneos franceses. Eu sou Maia Kringles, muito prazer.

— E essa espevitada é nosso ouro, muito inteligente apesar do atrevimento.

— Armstrong, Maxime, permita-me levá-los para dentro. Os seus alunos precisam de recolhimento antes do jantar?

— Isso fica a encargo deles — o senhor respondeu — mas acredito que a maioria queira ficar para se arrumar.

Maxime repetiu a mesma coisa e, ao avisar os alunos, a grande maioria entrou para suas carruagens, restando apenas Maia e o rapaz francês que James já decidira não gostar. Escórpio e Alvo conseguiram se aproximar, acompanhados da Rose, e o Malfoy cumprimentou a americana.

— Vocês podem nos levar em algum lugar legal da escola de vocês?

— Claro — foi a ruiva que respondeu — e que lugar é melhor que a sala comunal da Sonserina?

— A da Grifinória, é claro — Alvo disse, meio sorrindo — temos que levar Maia para lá.

O francês se aproximou, James ainda não lembrava o nome dele, e pegou a mão de Lis, com um meio sorriso.

— A Sonserina é sua casa?

Escórpio também percebeu o erro na cena, como se fosse um jogo de crianças, e algo não tivesse encaixado, e lançou um olhar interrogativo para James, que apenas encolheu os ombros, indicando que também não sabia.

— Sim… é minha casa — ela tirou a mão da dele — Mas que falta de educação, a minha. Não apresentei meus amigos. Esse é James, que você já conhece, aquele é o irmão dele, Alvo, sua prima, Rose, e o Escórpio.

— Ah, sim. São todos da mesma casa?

— Não, apenas eu e Escórpio somos da Sonserina. Os outros são da Grifinória, mas acho que todos estão de acordo que a Sonserina é a melhor.

— Então, quero conhecer a sua casa — ele ofereceu o braço dobrado, cordialmente — tem o prazer de me levar lá?

Lis aceitou o seu braço e liderou o grupo castelo adentro. Atrás da dupla, James notou como eles estavam parecidos, a mesma postura pomposa que vira nos irmãos, agora via na amiga, que o acompanhava com o porte de uma princesa, parecendo deslocados entre os outros.

— Nik — a voz melosa dela dava náuseas em James — por que sua irmã não nos acompanhou?

— Ela não é muito sociável, assim como todos os da casa dela. Só está aqui por insistência da Madame Maxime.

— Os da casa dela?

— Sim, nossa escola também é dividida em casas, a dela é a Sage, os alunos de lá não conseguem entender muito bem as regras de convivência em sociedade, poderiam andar nus por aí e não se importariam. Kaleen é bem treinada, mas não sabe ser cortês.

— Qual é a sua?

— Persérvérer, é uma casa boa, para quem é dela, não somos muito abertos às outras.

— Não é o que parece.

Escórpio se aproximou, tirando James do transe de prestar atenção na conversa dos dois franceses.

— Quem é esse?

— Não sei. Chamou Lis de Milady, e a olha de um jeito… Não gosto dele.

Escórpio chamou a amiga, que deixou o garoto com os outros, e fez a mesma pergunta que havia feito a ele.

— Alguém que conheci na casa do meu avô nesse verão.

— Presta?

— Tire suas próprias conclusões — o sorriso que ela deu lançou um arrepio por todo o corpo de James — mas eu já tenho minha opinião formada sobre ele… e não direi de qual natureza é.

Nikolai anunciou que deveria ir se arrumar para jantar e James viu o conflito interior sendo refletido nas mãos de Lis, que não paravam de alisar as vestes, e não foi o único, Maia se adiantou dizendo que decorara o caminho e que o acompanharia. Mais uma vez, James notou o “obrigada” sussurrado da ruiva e a troca de sorrisos entre as garotas, em uma comunicação silenciosa que James nunca entenderia. Quando ambos deixaram a sala, a garota reparou no Potter a observando.

— O que foi? — mas ela não deixou que ele a respondesse, e virou bruscamente, marchando para o quarto. Aquele ano iria render...


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