Devaneio Arco-Íris escrita por Yuu Chan


Capítulo 1
Eu não sou uma princesa.


Notas iniciais do capítulo

E não espero pelo meu príncipe encantado.
Então não se preocupe.
Eu não ligo pra promessas.



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Ele era um garoto de muitas ideias.

Ela era uma garota de muitas ideias.

 

Ela estava cansada dos flertes iguais, das conversas banais.

Ele, com seu jeito único de fazer as coisas, logo capturou sua atenção.

 

(O que mais ele poderia me proporcionar?)

(O que mais ele podia me mostrar?)

 

Ela não tinha interesse em seu nome, nem de onde viera.

Ela só tinha interesse nele, e somente em sua fala. Em seu conhecimento. Em seu jeito de ser.

 

Até ele desaparecer. Sumir e nunca mais voltar.

Ela até o via, esporadicamente. Mas não é como se ele estivesse ao seu alcance.

Era como se ele quisesse ser visto, não encontrado.

Ela o via aparecer e sumir. Ela o deixou desaparecer; com muito apreço, admitiu sua covardia.

Afinal, também era covarde.

 

6 meses depois, alguma coragem lhe surgiu. Talvez entre ambos.

Eles se encontraram novamente.

Eles conversaram novamente.

Eles trocaram contato.

Eles interagiam.

Ela lhe contava sua vida, em mínimos detalhes.

Ele lia e se divertia, se interessava em receber mais notícias, mais histórias.

 

Com o tempo, ele novamente se distanciou.

Com frequência, sumia e aparecia de repente.

Ela aceitou.

Ele achava que lhe devia desculpas.

Ela cansou de escutar desculpas.

Ele não entendia.

Ela o aceitou. E aceitou o fato de que ele era uma identidade virtual.

Mas ele não entendia. Continuou pedindo desculpas.

E ela cada vez mais se cansava.

Ele até lhe passou seu número.

Mas continuava com os mesmos hábitos.




Ela gostava de quando ele usava suas oportunidades, ou quem dirá, inspirações do dia, para lhe dirigir a palavra - e não para lhe pedir desculpas.

Ela gostava de saber que se tivesse a oportunidade de vê-lo, ele ficaria feliz em recebê-la, e não de que ele cumpriria alguma promessa exagerada.

Ela gostava de que, não importasse o quê, ele acabava voltando.

 

Mas ele continuava pedindo desculpas.

E acreditando que ela era igual a tantas outras. A tantos outros. Que ela era alguém à quem devia satisfações. Que ela, igual a todos na sua vida, queriam o saber do sumiço. Que ela, iria ser mais uma de suas cobranças.

 

Mas o que ele não sabia, é que ela o conhecia. Sabia que sua covardia iria lhe cobrir o dia que o esperava conhecer.

 

Mas ela queria acreditar que sua intuição é falha.

E mais uma vez, ela falha.

 

É certo de que ela não irá aceitar desculpa, como desculpa.

E se ele tiver coragem, vai entender.

Aquilo era subjetivo.

Mas agora que o abstrato teve chance de virar concreto, talvez também tenha perdido a chance de permanecer subjetivo.

E ele? Vai virar outro?

 


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