What about Roses? escrita por Costa


Capítulo 1
Capítulo 1




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Existir é sobreviver a mudanças. Mudanças. A vida é cheia disso. Mudanças. Não sei se estou pronta para lidar com elas. Tão rápidas, chegam de surpresas e não pedem "com licença" para entrar. Melhor época da vida? Desde quando ter 17 anos é a melhor época da vida? Para mim parece a pior. Você fica nesse meio termo de "sou quase independente". QUASE. Odeio a palavra quase. Eu quero SER independente. Quero ter o controle sobre tudo da minha vida. Quero poder fazer cada escolha e lidar com cada consequência sozinha. OK. Fica calma Rose, mais um aninho e você vai ter 18 e já era, não vai ter que dar explicações para ninguém. Não é justo! Eu só queria fazer uma viagem sozinha com meus amigos. Um final de semana na praia. Eu não ia me matar nem nada do tipo. Por que diabos os pais não confiam nos próprios filhos e na criação que eles deram? Um finalzinho de semana e nada demais. Agora só consigo pensar nisso. Não acredito.

— Chega. - falei me livrando daqueles pensamentos de ódio - Não é possível que eu sou a única que não vou. Não é possível.  Eu tenho que falar com meus pais de novo, eu tenho que convencer eles. Três ou quatro dias fora de casa não matam ninguém.

Desci as escada enquanto prendia o cabelo e pensava em um milhão de argumentos para convencer meus pais de que um final de semana na praia faria bem para mim. Era o último dia para eu convencer eles. Eu tinha que conseguir. 

— Oi mãe! - falei com uma voz suave - Eu queria conversar com você sobre uma coisa. 

— Se for sobre a praia, eu e seu pai já dissemos que você não vai Rose. - 

— Mas mãe, todo mundo vai. Por favor! Eu vou tomar muito cuidado. Eu já viajei sozinha. Já fiquei mais tempo distante do que isso. Eu tenho 17 anos. Não sou uma sem juízo que vai na praia as quatro da madrugada nadar pelada e usar drogas. Eu vou ligar todos os dias. Duas, três vezes se precisar. 

— Rose, eu posso repensar, mas você sabe que não depende só de mim. Você conhece seu pai, sabe como ele é. Ele não aceita muito bem a ideia de você ir nessa viagem com tantos meninos. 

— Oras mãe, todas as outras viagens que eu fiz tinham tanto meninos quanto dessa vez. Além disso, eles são meus amigos, e eu quero ir como despedida. Vocês sabem que daqui dois meses ou menos todo mundo vai estar em uma faculdade diferente. - falei suplicando - 

— Vamos esperar seu pai chegar e eu falo com ele. Mas Rose, eu não criaria tantas esperanças. Já falei com ele quatro vezes e ele não deu o braço a torcer. - ela fez uma pausa e colocou café em uma xícara - Ele não é fácil de convencer, talvez seja por causa do signo.

Revirei os olhos quando ela começou com essa baboseira de signo e mapa astral e sei lá mais o que.

— Obrigada mãe. Te amo - dei um beijo em sua bochecha e peguei a xícara que ela havia acabar de encher de café -  Vou subir e arrumar algumas coisas. - sai da cozinha antes que ela me xingasse por ter pego sua xícara ou por ter revirado os olhos -

Entrei no meu quarto e sentei na janela bebericando o café. Eu adorava a visão da janela do meu quarto.  Mesmo sendo nascida em Pittsburgh, eu cresci e morei minha vida inteira em São Paulo. Me considero paulista. Até porque só sendo paulista para achar poético e lindo ver um monte de prédios juntos iluminados 24 horas por dia. 

Acabei de beber o café e deixei a xícara na mesa de estudos. Me deitei na cama e coloquei os fones para ouvir música. Depois de ouvir três músicas acabei adormecendo. Mas meu sono foi interrompido pelo som de alguém batendo na porta.


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