The Perfect BTS escrita por BTSHunt


Capítulo 4
A Voz Perfeita de Jin


Notas iniciais do capítulo

Jin *--*

demorei porque eu não tava acertando o ponto da fanfic, mas acho que ficou bom!

espero que gostem!

2beijo!



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POV VOCÊ 

"Seu vizinho é bem quieto, até... só que ele é um aspirante a cantor. Não se preocupa, ele canta muito bem." 

— Devo confiar nisso? - eu perguntei um pouco desconfiada, olhando a cozinha do meu novo apartamento, o celular no viva-voz. 

"É claro que sim, e ele é um absurdo de bonito!" 

— Certo, certo... 

"Não esquece da festa na sexta. Beijos." 

— Beijos, Léa. 

Ela tinha acabado de alugar o apartamento para mim e esse morador que dividia  o andar comigo era um tal de Seokjin. Eu só queria paz, eu vim para a Coréia pra ter paz. Estava muito frio, nevava e o aquecedor estava na máxima temperatura; infelizmente, eu tinha quesair do meu confortável quentinho para fazer compras, não tinha nada para comer em casa. 

Quando eu coloquei os pés para fora, era como se eu tivesse visto um anjo. Seu perfil pálido era extremamente bonito e os cabelos castanhos eram charmosos, o suéter grosso rosa claro e as calças escuras o deixavam quase irreal. 

— Bom dia, vizinha. Seja bem-vinda. - ele disse sem se virar, ainda procurando as chaves, uma sacola de papel em seu braço esquerdo. 

— Bom dia, obrigada. 

Ele colocou a chave na fechadura e me observou com olhos curiosos. 

— Seu sotaque é estrangeiro... 

— Brasileira. - eu sorri para ele. 

— Tenho muita vontade de conhecer seu país, parece ser lindo. 

— Com... certeza é... lindo. 

Ele sorriu e eu esqueci de respirar. - Seokjin, pode me chamar de Jin. 

— S/N. 

— É um prazer. Nos vemos mais tarde, preciso colocar essas compras na geladeira. 

— É claro. 

"Absurdo de bonito" não chega nem perto. Fui até o mercado, comprei o que precisava e quando voltei, ouvi o som abafado da sua voz cantando alguma coisa que eu não sabia o que era, só sabia que era perfeito. O som se aproximou da porta e eu fingi que procurava a chave no molho de chaveiros de bichinhos que estava em minhas mãos. 

— É sempre complicado abrir essas portas com compras. - ele disse sorrindo, eu não precisava olhar para saber disso. 

— Pois é. - eu ri. - Enquanto isso eu estava ouvindo você cantar, sua voz é maravilhosa, Jin. 

— Obrigado. - eu me virei a tempo de ver ele sorrir e passar uma mão pelos cabelos úmidos, o cheiro de banho recém tomado e aquele sorrido de lado me destruíram. - Posso cantar pra você um dia desses...  

Um showzinho particular? Morri! - Claro, vamos combinar sim. 

— Mesmo? Eu vou cobrar isso. 

— Em troca faço um doce brasileiro pra você experimentar. 

— Não faça isso, eu não recusaria. 

— Não deve recusar. - eu sorri e vi o rapaz morder o lábio. Eu quis gritar com isso. 

— Vai na festa do V na sexta? 

— A Léa me chamou pra ir em uma festa na sexta... eu não tenho ideia de quem seja V. 

— É claro que a Léa chamaria. - ele rolou os olhos e sorriu. Eu estava perdendo alguma coisa. - Posso esperar te ver lá? Eu oferecia uma carona, mas provavelmente eu vou ajudar a organizar, então... 

— Eu não ia, na verdade... 

— Vai perder muita diversão...  - Ele levantou as sobrancelhas e estralou a língua. o que ele queria dizer com aquilo? - Eu realmente iria, se fosse você. 

— Em uma festa que eu não conheço ninguém? 

— Conhece a mim, - ele sorriu de lado. - prometo que não vai ter que se preocupar com isso. 

Uuh, ele deixou tantas coisas implícitas que agora meu cérebro me ordenava ir. 

— Certo, você foi convincente, eu vou. 

— É uma das minhas qualidades. Então até mais. 

— Até mais. 

Ele se despediu e eu entrei no apartamento, correndo direto para o celular. 

"Léa, quem é V?" - mandei a mensagem. 

"O homem mais lindo do mundo." 

"Tá pegando ele é?" 

"É claro, filha. Achando o que?" 

"Jin perguntou se eu vou na festa... praticamente pediu pra eu ir." 

"É claro que ele pediu, eles trabalham juntos." 

"Você tá armando uma pra cima de mim?" 

"Óbvio." 

Eu bufei e deixei o celular sobre o sofá. Mas, pensando bem... dessa vez eu não ligava. Jin era demais para que eu ficasse com raiva dela ter me apresentado alguém com segundas intenções. e por falar em segundas intenções... parecia que Jin estava cheio delas. 

 

A semana passou tranquila; encontrei com Jin nos corredores algumas vezes, mas ele estava atarefado com o trabalho. Na sexta, eu o vi de manhã e depois nem sinal. Léa veio até o meu apartamento se arrumar para a festa – ou atacar o meu guarda-roupa. 

— Vai vestir o que? 

— Blusa preta, calça preta, coturno preto. E jaqueta preta. 

Ela rolou os olhos. Do meu guarda-roupa ela tirou uma blusa preta do Metallica, um jeans rasgado muito justo preto e saltos pretos confortáveis. 

— Vai vestir isso sim. E se reclamar vai usar um salto mais alto ainda. 

Bufei e aceitei, doía menos. Da bolsa que ela havia trazido as roupas, ela tirou uma jaqueta vermelha linda e me entregou, ordenando que eu vestisse. Eu estava confortável e bonita, era mais que o suficiente. Léa estava com um vestido rosa escuro e meias de lã preta, uma jaqueta curta de couro preto e sapatos da cor do vestido, parecia uma bonequinha se o vestido não fosse curto e soltinho demais. Assim, nós fomos para a tal festa do V. 

Era uma mansão; a parte de trás tinha um estacionamento para trinta carros enfileirados e estava quase cheio.  

— As festas de V são bem exclusivas; ele convida 30 carros, independente se vier um ou sete dentro deles, então os amigos sempre podem convidar amigos. 

— E que tipo de "amigos" frequentam a festa do V? 

Ela me deu um sorriso diabólico e não disse mais nada. 

Nós demos a volta pelo jardim muito bem cuidado, passamos pela piscina que estava deserta por causa do frio e logo pudemos ouvir a música eletrônica que parecia tocar num volume baixo. Engano nosso. Quando tocamos a campainha, a porta se abriu dez segundos depois e eu quase fiquei surda com o barulho; um rapaz alto de cabelos laranja sorriu abertamente para nós. 

— Finalmente vocês chegaram. - ele quase gritou e nos puxou para dentro da casa. 

Homens e mulheres – lindos – estavam espalhados, uns conversando, uns se beijando, uns só dançando e outros só bebendo no canto mesmo. Era tanta gente bonita e perfeita que eu me senti deslocada. Afastei o pensamento quando um rapaz se juntou ao V; ele vestia uma calça jeans que um dia foi azul e uma jaqueta escura. Ele não usava camiseta e exibia um corpo de dar inveja, o abdômen trincado e um sorriso safado de quem não perdia muito tempo falando. 

— Jimin. - ele se apresentou, estendendo a mão para mim. Eu a aceitei e ele deixou um beijo nas costas dela, sem tirar os olhos de mim. Deus, eu ia surtar assim. 

— S/N. 

— Eu sei. - ele deu um sorriso torto lindo e piscou para mim, mordendo o lábio. - Já me disseram sobre você. 

— O que disseram sobre mim? 

Ele riu, nada mais. Se despediu com um aceno de cabeça e passou por mim devagar, me olhando dos pés à cabeça como quem confere um produto que tem desejo de comprar. À essa hora, eu já estava roxa de vergonha e suando de tanto calor. 

— Tá bem aí, amiga? - perguntou Léa, pendurada em V que me observava com um sorriso retangular nos lábios. 

— Nenhum pouco. 

— Dos que trabalham comigo, Jimin é o mais sexy, é o que mais causa... ISSO nas mulheres. - ele se referiu ao meu estado.  

— Os outros são mais contidos? 

— Não... bem longe disso, na verdade. - ele passou a língua pelos lábios e sorriu. - Veio procurando quem? 

— Jin. 

— Aw... - ele pareceu entender alguma coisa que eu não tinha ideia do que era. - por isso ele estava tão bem vestido hoje. - ele sorriu para Léa. - Vai encontrá-lo quando ele quiser que você o encontre, então até lá sinta-se à vontade para beber, comer e andar por aí.  

E assim eles se despediram e sumiram entre as pessoas. Eu fui até a mesa de salgados e comecei a comer enquanto tentava achar Jin em algum lugar, mas foi ele que me encontrou primeiro. Vi o rapaz se aproximar de mim com um sorriso nos lábios, dois copos e um rapaz que parecia mais novo que ele. 

— Que bom que você veio. - ele me passou um dos copos e eu aceitei. 

— Eu disse que viria. 

— Esse é o Jungkook, trabalha comigo. 

— Oi – eu sorri e ele me abraçou como cumprimento, usava um perfume incrivelmente bom que com certeza ia ficar na minha roupa depois. 

— Eu vejo vocês depois. - o rapaz disse ao ver uma moça com uma saia escandalosamente curta passar por ele. 

 Jin estava incrivelmente perfeito com a camisa branca de botões, a jaqueta cinza e a calça escura. Ele riu da saída de Jungkook e balançou a cabeça negativamente. 

— Crianças... 

— Deixa o rapaz se divertir. - eu ri e ele me acompanhou. 

— Fico feliz que você tenha vindo. 

— Como eu não viria se foi você quem me convidou? 

— Lisonjeado. - ele fez uma pequena reverência. 

Nós roubamos uma travessa de salgados e sentamos em uma das salas mais reservadas – que não tinha casais se pegando – para conversar; eu não estava a fim de sair com ninguém e nem ficar bebendo feito uma louca, dando PT e tudo o mais, eu só queria me distrair um pouco e Jin parecia querer a mesma coisa. Nos conhecemos muito neste tempo, descobri que ele era o mais velho do grupo de rapazes que estavam sendo treinados pela BigHit, que adorava lagosta e frango, tinha um irmão mais velho e uma coleção de Action Figures do Super Mário. Enquanto estavam trabalhando, ele era o responsável pelo grupo junto com Namjoon - alguém que estava na festa mas tinha misteriosamente sumido. Com alguém. 

Contei um pouco sobre mim e descobrimos muitas coisas em comum, inclusive sobre música, filmes, seriados e livros. Comecei a observar que as pessoas estavam desaparecendo e então peguei o celular para ver as horas. Se eu não estivesse sentada, teria caído. 

— Jin, são quatro da manhã! 

— Já é tudo isso? O tempo voou hoje. - ele riu e eu tive que acompanhá-lo. 

— Preciso voltar pra casa.  

— É, eu também. Aceita minha companhia por mais alguns minutos? 

Pela vida toda, querido. - Será um prazer. 

Tentei em vão procurar Léa, mas nem sinal dela - e muito menos de V - então achei melhor não me preocupar com isso. Jin me acompanhou até em casa, contando os casos mais engraçados do grupo. 

— É sério, por mais que o Suga seja irritado com quase tudo, ele não faz nada explosivo com ninguém do grupo. 

—  Vocês atormentam o rapaz dia e noite. 

— Jimin e Jungkook fazem mais isso, eu gosto de conversar com Suga, ele é muito inteligente quando não está zoando alguém. 

Eu parei em frente à minha porta, observando o momento de nos despedir; eu não queria que ele fosse, era tão confortável conversar com ele que eu podia fazer isso sempre. 

— Entregue, baixinha. - ele sorriu de lado. 

— Nem tenho como agradecer por essa noite, Jin. Eu estava precisando mesmo me distrair um pouco. 

— Eu sei como as coisas podem ficar puxadas e difíceis. Mas eu estou aqui sempre que você precisar. 

— Obrigada, Jin. Nem sei como agradecer. 

Ele sorriu, mordendo o lábio e se aproximou de mim, me abraçou e quando eu olhei em seus olhos para lhe dizer boa noite, ele segurou meu queixo com as pontas dos dedos e me deu um selinho comportado. 

— Pronto, já agradeceu. - ele disse baixinho, ainda contra meus lábios e depois me soltou; eu sorri como uma boba e me despedi, entrei em meu apartamento e coloquei as duas mãos na boca para sufocar o grito. 

Minhas pernas pareciam serem feitas de gelatina, meu coração batia na garganta e parecia querer pular para fora, minha respiração descompassada e minhas mãos suavam frio. Como era possível que eu sentisse tudo isso e ainda continuasse viva? 

Eu acho que eu to apaixonada. 

Troquei minhas roupas e tentei dormir, mas meu sono foi preenchido com sonhos - impróprios - sobre Jin. 

 

** 

Era sábado, mas eu tinha acordado oito da manhã. Liguei o som e comecei a limpar a casa, não tinha muito o que se fazer, mas eu precisava ocupar a mente, porque ultimamente era só eu fechar os olhos que Seokjin aparecia na minha frente. 

Ouvi suaves batidas na porta e me perguntei quem poderia ser à essa hora; meu coração deu um pulo com a possibilidade de ser ele. Abri a porta e dei de cara com um engravatado Jin sorrindo abertamente para mim. O casaco grosso estava pendurado nos braços e ele usava uma camisa branca e gravata preta. 

— Bom dia. - eu sorri para ele. 

— Agora é um bom dia. - ele riu baixo. - Não pensei que acordasse tão cedo. 

— Quis adiantar algumas coisas. Está indo para o trabalho? 

— Sim, devo ficar preso lá o dia todo. Eu devo sair depois das seis, não quer jantar comigo? 

— É claro, vamos sim. - com você? Até o inferno, querido. 

— Ótimo, eu te ligo pra combinarmos mais tarde. 

Ele veio até mim e me abraçou, acariciando meus cabelos. 

— Você não tem meu número. 

— É claro que eu tenho. - ele imitou meu jeito de falar, me deu um beijo no canto da boca e piscou enquanto se despedia. 

Depois que ele já tinha ido, eu fechei a porta, encostei nela e me deixei cair, abanando o rosto com as mãos. Não era justo ele fazer isso comigo tão cedo! 

O dia se arrastou, parecia que chegaria dezembro e não chegaria as seis horas da tarde. Às três, ele me ligou para combinar o lugar, pediu que eu aguardasse um carro da BigHit que iria me buscar cinco e quarenta, me deixaria no restaurante que ele havia reservado. Quando o relófio finalmente marcou quatro e meia, eu comecei a me arrumar e cinco e quarenta e três, o carro estacionou na porta da minha casa. 

— Boa tarde, senhorita. O senhor Seokjin vai encontrá-la lá, pediu que eu lhe transmitisse suas desculpas caso ele atrase, mas prometeu que não será muito. 

— Ok, obrigada. 

 

POV Jin 

Eu estava feliz. Mais que isso, e estava apaixonado. Já tinha ouvido toda a sorte de zoeiras hoje, todas as brincadeiras do mundo caíram sobre mim como uma bomba, principalmente de RapMoon e Jimin. J-Hope estava tão feliz por mim que pulou e caímos os dois no chão. Infelizmente Jungkook teve a ideia de pular em cima e os outros acompanharam. Quase fui esmagado. 

Liguei para ela nos cinco minutos de descanso entre uma coreografia e a outra, era ótimo poder ouvir a sua voz. Eu não parava de pensar nela depois daquele beijo que foi um quase-roubo; hoje de manhã, eu queria beija-la de novo, mas me contive, eu não podia simplesmente ficar roubando beijos dela, por mais que eu quisesse – e ela parecesse não se importar. O beijo no canto da boca foi só uma provocação. 

Eram quase quatro e meia, eu já estava destruído depois de tanto tempo dançando e cantando; fui conferir minhas mensagens e não gostei do que vi; Camille havia conseguido meu número - de novo – e já estava me stalkeando. Mandou cinco mensagens dizendo que estava arrependida e tudo o mais.  

Camille é minha ex-namorada. No quase ano que ficamos juntos, ela me fez de cachorrinho. Todos os membros do grupo odiavam ela porque viam isso e eu era o único idiota que conseguia não enxergar; o tempo passou e eu vi ela com outro, foi o que me fez despertar de um quase transe que era gostar daquela garota. Isso já faz um ano, e ela ainda me perturba. Jungkook viu minha expressão mudar e como o maknae me conhecia muito bem, ele já sabia o que tinha acontecido. 

— Foi aquela louca de novo? 

— Foi... 

— É melhor dar um basta de uma vez nisso, Jin. Sério. Ainda mais agora com a S/N. 

— E o que eu faço? 

Ele pensou por dez segundos e depois gritou, me assustando. 

— SUGA!!!!!! Vem aqui! 

O Yoongi veio com uma expressão desconfiada. - O que foi? 

— Como Jin dá um fora definitivo naquela vadia da Camille? 

— Ah... diga algo como "me deixe em paz, eu estou com outra pessoa, eu quero que você pare de me procurar". Ou simplesmente pegue alguém na frente dela. 

— Está melhorando seus conselhos, Suga. - eu ri, normalmente ele xingaria muito e era isso mesmo. 

— Na verdade eu estava pensando em alguma coisa do tipo "não enche o saco vadia, eu era seu e você pisou em mim, agora some antes que eu peça pro segurança tirar você daqui.". 

— É mais a sua cara mesmo. 

Ele deu de ombros e sorriu. - Espero ter ajudado. 

Eu respirei fundo, precisava conversar com a minha baixinha sobre isso antes que o rolo ficasse ainda pior. 

** 

Eu tomei um banho, troquei de roupa e segui de carro até o restaurante que ela já estava me esperando. Eu infelizmente estava atrasado, mas eram apenas dez minutos. Antes de eu entrar no restaurante, senti uma mão me segurar. Pensei que fosse uma army querendo fotos ou um autógrafo, então sorri e me virei para ver quem era. Meu sorriso sumiu.  

— Camille. 

— Você sabe que eu sempre te encontro, sempre tem armys paparazzi em todos os lugares que você vai. 

— Elas não são um problema, você é um problema. 

— Vai jantar? eu posso jantar com você, como nos velhos tempos. 

— Eu estou acompanhado, Camille. Eu tenho um encontro e você está fazendo minha querida esperar. 

Eu entrei no restaurante, ela veio atrás de mim e me abraçou; encontrei os olhos da garota mais linda do mundo me olhando com confusão. Eu fiz um sinal com a mão dizendo que eu já a tinha visto e me virei para a loira que me agarrava. 

— Camille, não se rebaixe tanto. Olha, eu preciso ir. 

— Por que você não volta? 

— Porque eu era seu e você pisou em mim, você nunca valorizou nada do que tivemos e agora eu tenho alguém que me ama de verdade. Não faça isso consigo mesma, você merece mai. Só vá embora, já tem pessoas demais olhando. 

Camille tentou me beijar, eu a segurei a tempo pelos ombros e o segurança veio até nós. 

— Tire ela daqui, por favor. - eu disse e ele logo saiu arrastando a moça que estava com vergonha demais para gritar. 

Minha baixinha estava assustada, os olhos cheios de lágrimas que ela se recusava a deixar cair; ela se levantou quando eu cheguei e não me deixou explicar, saiu com as mãos enxugando as bochechas. Ah não, o que eu fiz? Eu a fiz chorar! Eu a fiz ir embora sem me deixar explicar, eu a machuquei. 

Um peso enorme caiu sobre meu peito. Eu peguei o celular e enviei uma mensagem ao motorista para levá-la em segurança até em casa e não aceitar recusa. Eu estava profundamente magoado com Camille pelo que ela fez e chateado com o fato da baixinha não ter me deixado explicar. Respirei fundo e fiz a única coisa que me passou pela cabeça. Liguei para Namjoon, ele sempre era minha luz no fim do túnel. 

— E foi isso. 

Ele ouviu atentamente antes de responder. 

"Cara... nunca vi tanta merda junta." 

— Nem me fala... o que eu faço? 

"A parte boa é que você sabe que a baixinha corresponde seus sentimentos, se não pouco se importava com o que aconteceu. Se você ainda estiver no restaurante, leve comida até o apartamento dela e acampe na porta até ela te deixar entrar." 

— Ótimo, e o que eu digo? 

"Tudo, meu caro. Tudo de uma vez." 

Eu suspirei, agradeci e desliguei. 

 

POV VOCÊ 

Podia ser uma fã, certo? O grupo ainda não tinha debutado, mas as notícias sobre eles corriam. Tinha que ser. Mas parecia algo mais. Ela tentou beijá-lo e isso foi a gota de água, porque eles pareciam mesmo íntimos de alguma forma. Eu aceitei que o motorista da BigHit me levasse para casa, me tranquei e deixei que todas as lágrimas saíssem de mim. Eu me troquei de roupa e estava prestes a me deitar quando ouvi batidas na porta. 

Meu coração respondeu com um salto, eu queria que fosse ele tentando se explicar, que se importasse. Fui até a porta e observei pelo olho mágico Jin coçar a nuca, sinal de nervoso. 

— Baixinha, eu sei que você está aí. Me deixa entrar. 

Eu não respondi. 

— Eu trouxe o jantar. 

Ainda não respondi. 

— Eu quero te contar sobre aquela loira. 

— Quem era? - eu perguntei, minha voz saiu mais ríspida do que eu imaginei. Porque eu estava tão nervosa? 

— Uma ex-namorada. 

Eu abri a porta. - Tem uma ex-namorada problemática e não passou pela sua cabeça me contar? 

— Me desculpe. 

— Não venha achando que é fácil assim. - eu retornei, a voz um pouco mais calma. 

Ex-namorada, explicava tudo, inclusive ele pedir que o segurança a retirasse. Eu estava irritada com ele, mas eu não conseguia não entender, não perdoar, não amenizar minha raiva depois de vê-lo na minha frente. Eu não queria ceder, eu não queria mostrar que estava tudo bem, eu queria que ele soubesse o quanto eu estava machucada e com... ciúmes. 

Deus, eu estava com ciúmes. 

Entrei e deixei a porta aberta, vi Jin entrar, fechar a porta, ir até a cozinha e deixar a comida ali, voltar e se sentar ao meu lado no sofá da sala. 

— Namoramos por quase um ano. Nesse tempo, eu era o cachorrinho dela, fazia o que queria de mim e eu nem ligava. Me procurava quando não tinha mais ninguém e sempre dava prioridade pra qualquer outra coisa que não fosse eu. Os outros rapazes que trabalham comigo me avisaram que isso estava acontecendo mas eu era cego. Até o dia que eu mesmo vi ela com outro cara. Isso me desmontou e terminamos. Desde então eu tenho que trocar o número de telefone a cada mês porque ela descobre e fica me lotando de mensagens. 

— Devia ter me contado. 

— Eu sei, me desculpa. 

É lógico que sim. Mesmo assim, eu mantive minha cara de paisagem. 

— Não. 

Ele deu um sorriso de lado e me puxou para que eu encostasse em seu peito; eu quis resisti mas meu corpo não foi da mesma opinião. Ele acariciou meus cabelos e os colocou atrás da orelha, deixando o pescoço livre. Eu senti sua respiração próxima à minha orelha e senti o corpo inteiro se arrepiar com isso. Então ele começou a cantar. Baixinho, suave, tão perfeito que parecia ser impossível de existir. 

Ouça os sons do meu coração 

Está chamando por você, por si mesmo 

Nessa preta escuridão 

Você brilha esse tanto 

Estenda sua mão e me salve, me salve 

Preciso do seu amor antes que eu caia, caia 

Estenda sua mão e me salve, me salve 

Preciso do seu amor antes que eu caia, caia 

 

Eu queria chorar, mas não conseguia. 

— Sua voz é perfeita, Jin. - minha voz saiu quase um sussurro. 

— Quero poder cantar pra você sempre assim, baixinho e só pra você. 

Eu ri e me virei para ele, aquele sorrido lindo ainda estava ali. Como não dizer sim? 

— Perdoado? 

— Com toda a certeza. 

Ele sorriu e segurou a minha nuca, me trazendo para perto; senti seus lábios sobre os meus e logo a sua língua se encontrou com a minha e minhas mãos se enroscaram nos seus cabelos extremamente macios. Uma de suas mãos estava sobre minha coxa e foi subindo gradativamente, à medida que o beijo esquentava. Tive que interromper o beijo porque não conseguia mais respirar. Jin desceu beijos pelo meu rosto e pescoço, afastando os cabelos com as pontas dos dedos. Ele se afastou de mim e eu tive a sensação que o chão também tinha sumido. 

— Ainda quer jantar comigo? 

— Claro. 

Eu era a garota mais feliz do mundo. 

 

CENA BÔNUS 

— Você está parecendo o J-Hope. 

Ele riu por eu estar escondida debaixo das cobertas, o rosto no peito dele enquanto acontecia alguma coisa ruim ou assustadora no filme que ele resolveu assistir comigo. Terror, eu não gostava de terror. 

— Eu estou com medo! 

Jin desligou a TV e esperou eu me recompor; o quarto estava escuro, exceto pela luz do abajur que ele tinha aceso antes do filme começar. Não sei exatamente porque eu tinha concordado em assistir filme no apartamento dele, sobre a cama dele, passando das nove da noite.. O que mesmo estava passando pela minha cabeça? 

Ah é: NADA. 

— Não precisa ter medo, eu estou aqui. 

— Não sei porque eu ainda tento ver filmes assim. - eu fiz cara de brava, mas ele só riu e me beijou. 

E o beijo esquentou, como já tinha acontecido umas cinco vezes só hoje.  

— Acredita em amor a primeira vista? - ele me perguntou, me deitando delicadamente na cama. 

— Não. 

— Paixão à primeira vista? 

Eu acenei negativamente com a cabeça, ele estava muito próximo e eu sentia seu corpo sobre o meu, se aproximando a cada palavra dele. 

— E desejo à primeira vista? 

Sua voz não era mais que um sussurro, seu nariz tocava de leve o meu, o seu corpo havia se encaixado perfeitamente e eu... bom, não tinha sobrado muito de mim e menos ainda do meu controle sobre o que eu fazia ou não. 

— Nesse eu acredito. Desde que eu te conheci, eu acredito. 

Ele sorriu e mordeu meu lábio, levantando minha blusa devagar. se o mundo acabasse, eu não veria.


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Notas finais do capítulo

e aêeeeeeeeeeeeeeeeeeeee gostaram??

eu não vou aguentar, então o próximo vai ser JIMIN!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu saí de férias então Jimin está atrasado kkkkkkkkk sorry!



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