Segunda feira começou corrida, a volta às aulas se aproximava e hoje de manhã eu teria reuniões no colégio com a equipe pedagógica e a direção.

Tô no carro a caminho do colégio quando ouço meu celular tocando, era a Regina, coloquei no viva voz e atendi.

— Hey sis.

— Oi Zel, tudo bem?!

— Sim, só um pouco atrasada rssss, mas e você tá bem?! Nem consegui falar com você no sábado direito… Foi tudo tão lindo Gi… – Falei me referindo ao jantar de noivado.

— Obrigada sis, foi tudo mto lindo mesmo. Mas eu queria falar com você sobre outra coisa.

— Pode ser numa outra hora, Gi?! Eu tô dirigindo e tenho umas reuniões agora de manhã no colégio.

— Almoça comigo hoje então?! Que horas você estará livre?

— Perfeito, acho que estarei livre antes do meio dia, mas te ligo e nos encontramos no shopping.

— Tudo bem, até mais Zel.

— Até mais Gi. Beijos, te amo.

— Também te amo sis.

A ligação foi encerrada e eu já estava chegando ao colégio, estacionei e desci do carro olhando no relógio. Droga!! Cinco minutos de atraso, não deu tempo nem de pegar um café no caminho, fui direto pra sala onde seria a reunião que ainda não havia iniciado, tive que me contentar com aquele café horroroso da máquina que tem na sala dos professores.

Três reuniões e três copos de café depois eu estava saindo do colégio e mandei uma mensagem pra Regina avisando que eu estava saindo mais cedo que imaginava, faltava uma hora pro meio dia. Cheguei ao shopping ela já estava me esperando com dois copos de café do Starbucks nas mãos.

— Expresso sem açúcar. – Disse me oferecendo um dos copos.

— Eu sabia que te amava por algum motivo. – Peguei o copo da sua mão a abraçando em seguida. – Aquele café do colégio me dá tanta tristeza, Gi.

— Eu sei, eu sei. Quando me disse que estava atrasada, eu imaginei que não teria tido tempo de passar pra tomar seu café de todo dia. – Ela realmente me conhece, eu todos os dias saía de casa um pouco mais cedo e passava na Starbucks pra comprar meu café expresso sem açúcar e assim conseguir começar meu dia feliz.

— Você acaba de ganhar o prêmio de irmã do ano. – Digo, provando meu café e suspirando, arrancando uma risada da Regina.

— Eu nunca entendi a influência que o café tem sobre você, mas né… – responde dando de ombros enquanto a gente vai andando pelos corredores do shopping.

— Já pensaram pra quando vai ser o casamento? Já pensaram em alguma coisa?!

— Ainda não decidimos nada, foi tudo tão rápido, parece que ainda não caiu a ficha, sabe? Sis, eu vou me casar. Eu vou ser a senhora Swan-Mills. – Disse e vi de relance que ela dava um sorriso olhando pro anel no seu dedo.

— Eu imagino, tô muito feliz por você, Gi. Você merece… vocês merecem. O Henry ficou radiante. – Disse dando risada.

— Sis, você aceita ser minha madrinha de casamento? – Pergunta olhando pra frente e não pra mim..

Parei de andar me emocionando um pouco, a fazendo parar também e olhar pra mim. Ela também estava um pouco emocionada.

— É claro que eu aceito, Gi. Vou ficar muito feliz em estar ao seu lado nesse dia. – E a puxei pra um abraço, que foi retribuído com carinho, ela era mais velha, mas era bem menor que eu, ela apoiou a cabeça no meu ombro por um momento e antes que eu começasse realmente a chorar ela se soltou do meu abraço limpando uma lágrima que escorria pela sua bochecha.

— Obrigada.

— Não me agradeça, só seja feliz.

— Não é hora de chorar. O que vamos comer?! – Disse rindo e mudando de assunto pra não chorar mais.

— Japonês?!

— Não sei porque eu pergunto. – disse dando risada.

Continuamos andando por mais um tempo, e conversando sobre várias coisas, entramos em algumas lojas, Regina comprou um boneco do Iron Man que o Henry tanto queria e fomos pra praça de alimentação, fizemos nosso pedido e estávamos esperando nossa refeição chegar.

— Zel?! – me chama quebrando o silêncio.

— Gi?! – imitei seu tom de voz cauteloso dando risada no final.

— Zel, posso te perguntar uma coisa?! – Disse logo que nosso almoço chegava e eu que estava faminta, acabei respondendo enquanto pegava meu hashi pra comer.

— Pergunte.

— O que foi aquilo sábado entre você e a Glinda?!

— Aquilo o que, Regina?! – quase engasguei e sei que fiquei vermelha no momento em que ouvi o nome dela.

— Qual é, Zelena, você é uma péssima mentirosa. Eu sou sua irmã, me conta. Eu tô desde sábado me corroendo de curiosidade.

— Não tem o que contar, não houve nada. Nós só conversamos um pouco. Só isso.

— Mas conversaram o que?! Zel, Não me diga que aquela troca de olhares que eu interrompi não foi nada. Vocês ficaram o jantar inteiro com olhares e sorrisinhos e você não pode ouvir o nome dela que vira um pimentão. Pode me contando, já tô shippando muito. – Regina parecia uma criança, toda empolgada.

— Tá tá… ela é realmente linda, mas só isso, não está acontecendo nada e nem vai acontecer.

— E…?? me conta os detalhes sua chata.

— E você não vai me deixar comer em paz até eu te contar certo?

— Correto.

— Tá bom. Então… nós nos vimos por Skype o dia em que ela ligou pra falar com o Henry, teve uma hora que ele foi no quarto buscar algo pra mostrar pra ela, e eu fiquei ali sozinha, e ela fez um comentário que me deixou vermelha feito uma imbecil e eu não consegui responder nada porque ele lo…

— Detalhes Zelena, quero detalhes. Que comentário ela fez?!

— Sobre você ter nunca ter comentado que tinha uma irmã tão bonita. – falei revirando os olhos, e a Regina começou a bater palminhas igual uma maluca.

— Continua…

— No sábado quando ela chegou o Henry literalmente arrastou ela pra sala onde eu tava com ele, tava contando algum tipo de história pra ele. E enfim, ficamos conversando um pouco e brincando com o Henry. Ele tava muito feliz com a volta dela. – dei um sorriso fraco e logo disfarcei – pronto, foi isso. Nada demais. E pode parando de fantasiar coisas que não existem.

— Não tô fantasiando nada, eu só quero te ver feliz, você não sai com ninguém desde a Ruby e isso já faz mais de um ano.

— Regina, mas eu não quero ninguém, tô muito bem sozinha a propósito.

— Zel, qual o problema?! Você tá gostando dela, e pelo que eu vi ela com certeza está gostando de você também.

— Não, Regina. Não vai acontecer. Não vai acontecer. Entendeu? Agora eu posso comer em paz?

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

Terminamos de comer, e aquela conversa ficou martelando na minha cabeça, conversamos um pouco sobre os planos para o casamento é logo fomos para o estacionamento onde nos despedimos.

Assim que cheguei em casa tomei um banho e tentei ler um pouco, mas a conversa com a Regina não saía da minha cabeça e acabei desistindo do livro deixando-o de lado, peguei uma taça de vinho e fui até a sacada. Ouvi uma notificação do meu celular e voltei ao quarto pra olhar o que era, assim que eu li o conteúdo da mensagem me joguei sentada na cama sem entender, reli seu conteúdo algumas vezes, mas o que me deixou em choque não foi exatamente o conteúdo da mensagem mas a assinatura ao final.

— Glinda Treadway. Como essa mulher conseguiu o meu número?! – Questionei em voz alta pra mim mesma.