Redenção - Draco e Hermione escrita por Tereza Magda


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Escrevi com muito amor, espero que gostem tanto quanto eu e meus amigos leitores em primeira mão!



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"Terceiro andar, almoço. Precisamos conversar. H.G."
Draco Malfoy sorriu ao ler o bilhete entregue pelo garoto do primeiro ano. Seus últimos meses se resumiam facilmente em monitoria e os encontros com ela. Ela que surgira tão de repente nas monitorias duplas e se alojara dentro dele como jamais imaginaria que fosse possível. Ela, a grifinória, a sangue-ruim. Hermione Granger. O que diabos ele vira nela não sabia dizer. Apesar de ser bonita, não era nenhuma beleza estonteante. Ele já havia tido garotas mais bonitas, mais ricas, mais bem nascidas mas nenhuma delas fora melhor pra ele que Hermione Granger. Amiga do Potter e dos Weasley, provavelmente não havia alguém menos desejável para que criasse qualquer vínculo. Ele, um Malfoy, sangue-puro, sonserino. Por que se apegara logo a ela? São as peças que a vida prega.
Ao levantar os olhos cinzas do pedaço de pergaminho, Draco vira o menininho ainda parado na sua frente.
— O que ainda está fazendo aqui? - questionou levantando uma sobrancelha. - Espera ganhar um nuque como uma coruja do Profeta?
O menino balançou a cabeça furiosamente e correu na direção contrária constrangido. Draco riu ao observar a cena. Quando estava no primeiro ano, pensou, não agia como um bichinho assustado. Não, era um garoto altivo e orgulhoso, bem como hoje.
— O que há, Draco? - Pansy Parkinson, sua colega sonserina, perguntara. Apenas ela dera atenção ao menino com o bilhete, aparentemente. Eles tiveram um breve relacionamento no ano passado ao qual apenas ele seguira em frente. - Problemas?
— Ah, não - Draco sorriu, dobrando o pergaminho e guardando-o no bolso. - As coisas não poderiam estar melhores.
Dito isso, voltou sua atenção ao café da manhã na mesa da Sonserina.
As aulas da manhã se passaram como num jorro e logo estava no final da aula de História da Magia, que a Sonserina fazia com Corvinal. O falatório do Prof. Binns sobre a Revolução dos Duendes estava longe de ser capaz de prender a atenção do loiro que tinha a cabeça no par de olhos castanhos amêndoa que logo encontraria. Ao fim da aula, Draco se dirigiu diretamente ao corredor do terceiro andar, onde entre dois armários de vassouras, havia uma sala de aula há muito abandonada, antes dele encontrá-la por acaso.
Inicialmente havia um par de estantes vazias e empoeiradas, um tapete puído, algumas almofadas sujas jogadas a um canto e uma lareira que jazia esquecida. Ele trabalhara na sala por dias a fio até gostar do resultado: jamais fora bom com feitiços domésticos. Os elfos da escola foram bastante úteis nesse aspecto. Quando finalmente achou que a sala parecia aconchegante, encheu as prateleiras com os livros que já tinha em sua posse na escola e outros que pedira a mãe que mandasse da biblioteca de casa. Ele destrancou a porta com o Alohomora e entrou. Viu o feitiço de desilusão se desfazer diante de seus olhos quando murmurou o Finite Incantatem - ele fazia a sala voltar ao modo abandonado sempre antes de sair e trancar a porta, de modo a impedir intrusos na sua sala secreta. Pegou um livro qualquer sem se deter ao título na estante e sentou-se numa almofada diante da lareira. Leu "Runas e suas propriedades mágicas" até a porta da sala tornar a se abrir e uma Hermione ansiosa entrar. Não havia nada do sorriso habitual no rosto da garota.
— Pensei em você durante toda a manhã - Draco disse fechando o guia de runas mas em troca Hermione apenas mordeu o lábio em sinal de nervosismo. - Algum problema, Hermione?
— Precisamos conversar - ela disse apenas, ignorando a pergunta feita. Draco não gostou de seu tom de voz. Aproximou-se dela com as sobrancelhas franzidas e fez menção de tocar no seu braço mas Hermione recuou.
— Hermione?
— Isto está errado.
— Perdão? - Draco estava cada vez mais confuso. Não estava com um bom pressentimento sobre aquela situação.
— Isto. Nós. - Hermione não olhava Draco nos olhos. Desde que entrara encarava os sapatos, e o rapaz gostava cada vez menos daquilo.
— Quer explicar? - ele pediu. - E, por favor, me olhe nos olhos enquanto conversamos.
E Hermione olhou. O castanho encontrou o cinza e, por um momento, ela pareceu esquecer o teor da conversa. Desviou olhar novamente.
— Draco, isto, nós, o que quer que tenhamos, o que quer que haja, isto precisa acabar. Não é certo.
Draco sentiu como se tivesse levado um soco no nariz, como o que ela dera dois anos atrás.
— Do que está falando? Que tipo de brincadeira é essa? Já mandei olhar pra mim!
Hermione respirou fundo e encarou Draco.
— Harry e Rony... - Hermione começou mas Draco a cortou:
— Potter e Weasley! - jogou os braços para cima em frustração. - Que diabos Potter e Weasley tem a ver conosco?!
— Pois eles têm, sim, muito a ver conosco! - Hermione retrucou. Aquilo não estava correndo como ela gostaria. - Harry e Rony estão dando pela minha falta nos intervalos e não é como se eu pudesse simplesmente explicar onde ando estando.
— E por que não pode?! - Draco estava decididamente enfurecido agora. Ela sentia vergonha dele, a sangue-ruim? - Você pertence a eles, Granger?!
Mas Hermione nada respondeu. Isso o deixou mais enfurecido do que qualquer coisa que pudesse ter dito. Não era certo que quem cala, consente?
— Então é assim? - Draco perguntou, apesar dela olhar fixamente para a lareira como se ele nem estivesse presente. - Olhe para mim! Olhe para mim, Hermione! - Draco gritou, sentia o peito queimar de raiva. Segurou o rosto de Hermione e obrigou ela a encará-lo.
Ela chorava.
E ele esqueceu toda sua raiva, toda sua angústia. Só pensava nas lágrimas se acumulando nos lindos olhos castanhos da morena, ameaçando caírem.
— Não - ele suavizou as mãos no rosto dela, e o segurou com carinho. - Não, não chore, por favor... - mas essas palavras, ao que parece, tiveram efeito contrário. Foram o estopim para as lágrimas deslizarem pelo rosto de Hermione. - Não, querida, perdoe-me. Eu não quis gritar - e abraçou sua menina.
Hermione chorou baixinho, tremendo nos braços de Draco por uns momentos. Pareceu uma eternidade até ela finalmente dizer:
— Será que você não entende? Não vê? - questionou sem desfazer o abraço. Era mais fácil continuar sem olhar para os olhos de Draco.
— Eu não entendo... - ele respondeu sentindo-se desarmado.
— Logo precisaremos escolher de que lado ficar, Draco - ela sussurrou e Draco sentiu o ambiente perder um pouco do oxigênio. Ele temia que este momento chegasse mais do que qualquer coisa. - Você precisará escolher de que lado ficar. Eu já escolhi o meu, escolhi desde o momento que nasci trouxa, filha de dentistas e recebi uma carta de Hogwarts.
— Hermione, eu... - ele o quê? Não sabia o que dizer. Poderia ir contra sua família? Ele sobreviveria a essa escolha?
Mas Hermione pareceu tomar seu silêncio como uma confirmação do que pensava.
— E é por isso que precisamos acabar, Draco - ela disse suavemente enquanto saía do abraço dele. Ele sentiu o pouco ar que restava fugir junto com Hermione.
— Não precisamos parar de nos ver... Eu... Nós... - o que ele poderia dizer? Sentiu-se tolo por gaguejar quando deveria demonstrar sua persuasão habitual. Hermione sorriu carinhosamente.
— Eu sei, Draco. Eu entendo.
Mas será que ela entendia? Como poderia, afinal, se nem ele entendia direito o que se passava?
— Eu não quero terminar, Hermione, por favor - Draco pediu, segurando a mão de Hermione impedindo que ela se afastasse mais dele. - Por favor, nós podemos dar um jeito... Eu posso dar um jeito...
Hermione parecia sofrer um enorme conflito interno.
— Não, Draco. Não há mais jeito. Eu estou apaixonada por você.
E aquelas palavras o atingiram como uma azaração para confundir. Ela o amava? Hermione Granger acabara de dizer que amava Draco Malfoy?
Draco encarou fixamente os olhos de Hermione procurando qualquer sinal de vacilação. Mas este não veio. Ela falava a verdade? Hermione sorriu mas não havia alegria em seus olhos, apenas uma triste constatação.
— Eu não posso continuar com isso, Draco. Estou me ferindo.
A cabeça de Draco zunia levemente. Aquilo parecia tão certo, porém tão errado ao mesmo tempo...
Mas Hermione estava indo embora, ele percebeu. Cada vez mais próxima da porta. E ele sabia, uma vez que fosse, não haveria mais volta. Mas o que ele poderia fazer, senão assistir?
Ele também escolhera seu lado há muito tempo, ao nascer sangue puro, filho de Comensal da Morte. Draco sabia, para ele não haveria redenção: seu pai cuidara disso pessoalmente ao não lhe dar o luxo da escolha. Bem ou mal, que importava agora? Hermione estava indo embora.
Ela abriu a porta da sala e deu uma última olhada para trás: olhou a pequena biblioteca que Draco montara e ela aprendera a apreciar tanto. Olhou a lareira e, diante dela, o tapete e almofadas onde tantas vezes eles se aconchegaram entre risadas e segredos. E por último olhou para Draco, a última pessoa com quem devia sequer ter amizade mas acabara de declarar amor. Se ele correspondia ou não, isso já não importava. Ela sabia que ele tinha tanta escolha quanto ela própria.
E, com esse pensamento, fechou a porta atrás de si.
— Eu também estou apaixonado por você, Hermione - Draco disse para ninguém com os olhos na porta fechada. - Mas isso não muda nada.


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Notas finais do capítulo

Cá estamos nós. O que acharam? Me deixem saber sua opinião!



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