Is real escrita por Emily Rhondes


Capítulo 6
EI, Garota




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— Missão: Lana Stewerson. 
O robô aparece como um flesh embaçado em sua mente.
"- Mamãe era Alien. Papai um demônio."
A imagem de uma sombra negra com olhos vermelhos arrebentando tudo a frente, a fez arrepiar.
"- Nem assim ela conseguiu salva-los."
Gritos. Gritos de dor.
"- Ela tem super audição."
Por um instante ela consegue ouvir tudo. Tudo que acontecia ao redor. Ela ouvia tudo.
Ouvir tudo era horrível. A dor a fez gritar.

— Lana... Lana, tudo bem, acorde. Eu estou com você, minha pequena. - ela abre os olhos, e se levanta bruscamente, com um "Bip, Bip, Bip..." rápido e incessante pulsando no ouvido, o cardiograma.
Alex estava ali, segurando sua mão, sentado de frente pra ela. Lana coloca uma mão na barriga, e só aí percebe que estava chorando, e soluçando, quase sem conseguir respirar.
Os bips vinham do monitor cardíaco que disparou loucamente.
— Alex, Alex... Dói... - ela fecha os olhos, afundando o rosto em seu peito.
— Não dói, Lana, já passou. Respire. - ele acaricia seus cabelos, se movendo lentamente pra frente e para trás, murmurando uma canção de ninar que era familiar a ela.
Lana sentia seu coração se acalmar. Ou talvez era o monitor cardíaco estabilizando.
— Tudo bem... - Alex dá um sorriso pequeno. 
— Eu estou bem. - Ela respira fundo, e Alex a deixa respirar um pouco mais distante. - De.. De onde é essa música?

— Papai cantava pra gente. Quando tínhamos pesadelos. Eu ainda lembro.

— Eu não. - ela lamenta.

— Você está bem?

— Estou. Obrigada. – sua voz treme. Ela não estava bem, e os dois sabiam.

— Sempre que for atacada por um robô dentro de um elevador, estarei aqui. - ele pisca pra ela, que ri. 

— Onde estamos? – Lana enxuga as lagrimas.

— Na enfermaria. Você perdeu muito sangue, tem uma agulha no seu braço.

Ele afasta seu braço, e tira de lá o soro.

— Quem mandou aquela coisa?

— Era um Campbel. Um robô de caça que usa energia demoníaca. Eles são quase uma inteligência artificial, feito pra achar pessoas. Zod tem vários desses.

— Então eles sabem onde estamos?

— Não. O robô acha, e volta para informar. Logan o derreteu, então... Estamos bem. - ele olha pra baixo. - Desculpe por esconder isso de você por tanto tempo. Eu queria contar.

— Eu sei.

— Não fique com raiva deles.

— Não estou. Também não estou chateada, é só que... Bem... Eu me sinto tão pequena. Sabe? Vocês... Tem todos esses poderes e... Eu me sinto inútil. Só uma garota que fugiu pra ir a uma festa, e tudo deu errado. - ela dá de ombros, com a voz falhando por admitir isso.

— Eu me sinto assim também. - ele dá de ombros. 

— É? Você se sente como a garota que fugiu para ir a uma festa e tudo deu errado? - ele ri.

— Me sinto pequeno. - ela inclina a cabeça pro lado. - Cal tem Mimetismo de tubarão com tigre. Louis tem super força e super audição. Ethan é transmorfo. Allen corre na velocidade do som. Max grita mais alto que você.  Jaden voa...

Ele a olha, com um brilho triste no olhar.

— Todos são poderes de campo. Eles podem lutar com eles. Eu não.

— Alex, seu poder me salvou. Ele é incrível. Se não tivesse eles... Várias pessoas já teriam morrido, certo? Você é incrível, e...

— Eu sei. Eu sei que sou incrível, mas você não sabe.

Ela fecha a boca, deixando tudo que iria falar de lado.

— Pode deixar seu super poder incrível de lado, e ser meu irmão? - ele sorri, e Lana se deita na cama. Alex se deita do seu lado, passando a mão levemente pelo seu braço.

— Estou aqui. - ela fecha os olhos, e assente.

(...)

— Pulso estável. - Lana sente uma luz em seus olhos. 

— Certeza? - A voz de Kylan entra por seus ouvidos de um modo irritante.

— Sim, Kylan. Eu sou médico.

— Humano.

— Mas médico. - ela pisca algumas vezes, e Jordan está lá, segurando uma lanterna que a cegou. 

Kylan coloca a cabeça na frente.

— EI GAROTA. VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO?

— Estou... O que...? - ela tenta se levantar, mas Jordan a impede.

— Alex foi burro de te deixar levantar.

— Eu tenho vontade própria, e vou levantar. - Ela se senta, agora vendo Cal ali parado, evidentemente preocupado. – Cal... Eu...

Ele a interrompe, andando bruscamente na direção dela, como se a fosse espancar, e a envolve com os braços num abraço apertado.

— Eu te amo, Lana, me desculpa, eu...

— Eu te desculpo. – Ela negou com a cabeça. - Desculpo todos vocês. - e ele sorri, acariciando seus cabelos.

— ANWWW! – Jordan joga a cabeça pro lado, encantado com o momento reconciliação entre irmãos.

— Não quero atrapalhar esse momento, mentira, quero sim, - CJ, na porta, os faz virar pra lá. - mas Hodge chegou. Quer uma reunião, em alguns minutos.

— Não existe ninguém mais mentecapta que você, CJ. - Kylan revira os olhos, pronta pra deixar a sala com CJ.

— Não tenho ideia do que metarpita quer dizer.

— É Mentecapta, não metarpita.

(...)
Lana entra na sala seguida por Cal, e logo um Allen na velocidade da luz estava pindurado em seu pescoço, examinando seus olhos.
— Você está pálida, Lana, meu Deus, como você se sente?
— Eu estou bem, Allen, tudo bem. – ela riu. – Só...
Ela abraçou o irmão, que desmanchou o sorriso e uma expressão emocionada tomou conta de seu rosto. Seus olhos cheios de lagrimas a abraçaram com a mesma intensidade.
— AHHHW! – Couty abraçou os dois irmãos. – Que amor.
— Estamos perdoados? – Ethan se aproxima, passando um braço nos ombros dela.
— Sim.
— Que bom. Porque eu tenho que te contar os babados daqui da base. – ela ri.
A porta da sala se abre, e um homem de cadeiras de rodas entra, acompanhado por uma mulher baixinha, de olhos verdes, cabelos morenos, lisos batendo nos olhos, que usava vestido não muito curto e nem muito colado.
— Vocês não têm ideia de como é bom ve-los inteiros nesses tempos de guerra, meus filhos.
— Hodge. – Cal, com um sorriso, vai apertar a mão do homem grisalho.
— Cal Stewerson. Cuidou muito bem da sua família.
— Nem tanto. – ele deu de ombros, com um pequeno sorriso triste e culpado.
— Por isso estamos todos aqui, guerreiro Cal. Falhamos em algum momento... Sentem, sentem. Não vou tomar muito o tempo de vocês.  – Todos se sentaram, e Lana tentou relembrar os nomes de todos.
CJ, a garota grossa que controla metais.
Kyle, o garoto lindo que fica invisível e seu namorado médico humano, Jordan.
Kylan, a garotinha com personalidade forte, irmã do Kyle com super Inteligência...
Tinham algumas pessoas ali que ela não tinha visto ainda, deviam ser refugiados, como eles. Hodge começa a falar, e todos, com respeito, ouvem.
— Clary foi atacada em Singapura. Os irmãos Darwin em Sidney. Nossa base em Moscou sofreu um bombardeio. E outras pessoas sofreram ataques parecidos. Mas algo deve ser destacado:  Lana Stewerson sofreu uma tentativa de sequestro, e, aqui na base, um Campebel, tentou feri-la, o que nos leva a crer que Zod a quer, além de nos dizimar.
— Por que ele iria querer ela? Ela nem tem poderes direito. – CJ retruca.
— Não sabemos o por quê, nem as capacidades de Lana. – ele a repreende, que apenas revira os olhos, desinteressada. – Mas a prioridade é treinar, descobrir o que eles querem, e salvar mais de nós, para ficarem seguros. Todas as nossas bases já sabem da situação, e essa é a mais escondida e segura de todas as bases, então vamos traze-los para cá. Alguma pergunta?
Kyle ergue a mão, com uma expressão sombria.
— Quantas mortes no bombardeio de Moscou?
Hodge pisca algumas vezes, tentando se controlar. Claro que dava pra ver que ele rezava internamente para ninguém fazer essa pergunta, mas tinha a resposta exata em luto na língua.
— Hodge. – Ele insistiu, e ninguém ousava se mexer.
— 10 humanos, 22 impuros e 9 puros. 41 mortes ao total.
— Meu Deus. – Jaden murmura, tapando os olhos com as mãos, e exclamações surpresas ecoaram pelo lugar. Lana só consegue se encolher na poltrona.
41 mortes.
Esses homens não estavam de brincadeira.
(...)
Ela não estava surpresa por não conseguir dormir. Sua mente estava um turbilhão, e Lana já tinha imaginado como eram as vidas das pessoas mortas no ataque. Depois de imaginar as 41 vidas jogadas foras como lixo, passou a tentar ouvir algo, alguma conversa, lá em baixo, mas não conseguia. Seu poder tinha parado?
Ela se levanta, e vai até a cozinha no andar de cima, e lá estava, Logan, com um copo de suco na mão.
— Logan.
— AI QUE SUST... – Ele tapou os olhos, com as mãos no peito. – Lana, quer me matar?
— Não. – ela sorri, e ele ri, se sentando na mesa. Ela se senta a sua frente, o observando a fitar o suco amarelo. – Tudo bem?
Ele respira fundo.
— Eu tinha um amigo que trabalhava na base em Mostou. Hodge disse que ele não sobreviveu.
— Sinto muito. – Ela suspira, esfregando os olhos.
— Não quero falar disso. – ele sobe o olhar do copo pra Lana, que o observava.
— Certo. Quem o Hodge é?
— Ah. – ele ri, como se fosse contar uma piada, mas ela não entende a graça. – Bem. Ele é um demônio.
— O que? Eu conheci um demônio e não sabia?
— Sim.
— E como são os demônios... Quero dizer, na vida real..?
— Eles são criaturas além da compreensão. O que se sabe é que eles são "monstros", que assumem corpos.
— Monstros? Que cruel. Hodge parece ser uma boa pessoa. – ele ri novamente.
— Os monstros vivem dentro de nós, Lana, todos tem um.
Ela concorda, dando de ombros.
— Os demônios bons, assumem apenas os corpos de humanos mortos, já os maus, assumem humanos vivos, e as aprisionam.
— O que acontece com os humanos aprisionados? – ela pergunta, horrorizada.
— Ficam vivos, apenas a conciência, assistindo tudo que os demônios fazem... Eu preferiria mil vezes morrer do que não ter controle do meu corpo.
— Eu também. E onde estão os demônios maus?
— Na outra dimensão, chamada Clã. O clã é comandado pelo Fenhai Mallund, o mais forte dos demônios. E as vezes, ele envia demônios para fazer bagunça, mas existem impuros pelo mundo todo caçando-os, e mandando de volta, e uma vez que eles voltam pra casa, Mallund os mata.
— Por que Hodge está numa cadeira de rodas se é um demônio?
— Os demônios têm um cristal roxo no coração. E quando ele é danificado, você perde o poder de se transportar pelas dimensões, e alguma sequela geralmente os afeta. Esses cristais são muito difíceis de danificar. O irmão dele, um demônio do mal fez isso, mas ele nunca contou como.
— Nossa. Que pesado. – ela balança a cabeça. Como irmãos podiam não se amar? Ela não sabia.
Derrepente um vulto azul entra na sala, e por instinto, Logan segura o braço de Lana a jogando pra trás, onde estaria segura atrás dele, e lançou o copo que segurava na mão.
— AÍ! - A figura para, percebendo que Logan errou por pouco a mira.
Allen.
— ALLEN, QUE SUSTO! - Logan colocou a mão na testa, sem largar a mão de Lana.
— Eu só vim pegar suco. Mas agora já tenho. - ele passou o dedão na mancha amarela que Logan deixou na parede branca.
— Por que você não jogou uma bola de fogo, sei lá?! - Lana pergunta, sorrindo.
— Ei! Quer me matar? - Allen diz.
— Eu sei lá, não deu tempo. - Ele sorri, dando de ombros.
Até que uma campainha alta ecoa pelo lugar, seguida por uma sirene.
Lana se perguntava se era a unica confusa naquela sala. Logan e Allen se olham.
— A porta principal. - eles chegam a essa conclusão juntos. Sem perder tempo, Allen sai correndo, e Logan agarra a mão de Lana, já correndo pra fora dali.
— O que está acontecendo, Logan?

— Calma, Lana. - a irritação em sua voz era perceptível.
Eles encontram Max no corredor.
— O portão. - Logan explica, sem parar.
Ela mal conseguiu acompanha-los na escada. Um passo deles, eram 10 dela.
Até que chegaram num lugar, com certeza subterrâneo, onde vários veículos estavam parados, e lá, um portão verde grande e pesado recebia batidas solicitantes.
Em segundos, todos estavam ali.
— Abram. - Cal . - Preparem-se. - Num movimento, as garras de Cal estão pra fora, dando o sinal para atacarem se precisar. - Logan. Tira ela daqui.
Lana pisca, sem conseguir pensar em algo pra retrucar. A tensão ali era enorme.
Logan acende uma chama na mão, e sai andando com ela até o elevador. Ela queria ver o que iria acontecer, e não deixaria os irmãos e amigos.
Seu braço agarra o corrimão, e Logan a olha.
— Não podemos deixa-los. - Logan respira fundo, mas Lana vira-se e os observa dali.
Louis, usando sua super força, gira a grande manivela de ferro do portão.
Um jipe é a primeira coisa que eles vêem, pela escuridão do túnel.
— Nos ajudem! - Um homem grita, e o jipe avança dentro. Eram pessoas.
Um homem asiático de cabelos escuros dirigia bravamente o jipe. Uma garota ruiva um pouco mais nova que ela ajudava a cuidar de uma garota morena deitada. Um cara grisalho com uma grande cicatriz no rosto segurava uma arma grande, impune.
— Cristo. - Cal diz em um tom alto.
— Cristo? - Lana pergunta rápidamente.
— Digamos que demônios reagem mal a essa palavra. Serve para identifica-los. - ela viu os olhos de Hodge se escurecerem com a palavra.
Se algum deles fosse demônio, eles saberiam.
Cal repete a palavra, e nenhum dels reagem.
— NÃO SOMOS DEMÔNIOS, ela está morrendo! - O homem da arma berra, irritado.
— Alex! - Louis o chama, vendo a garota morena deitada na carroceria.
Alex vai até lá o mais rápido que conseguiu.
— Você pode ajudar minha irmã? - A ruiva engole o choro.
— Sim, eu vou ajudar. - Alex a tranquiliza sem nenhuma doçura na voz.
A blusa marrom que a garota usava estava completamente ensanguentada.
— Oh meu Deus. - Allen tapa a boca.
A mulher se esforçava pra respirar, e algumas lágrimas escapavam, mas dava pra ver que ela tentava ao máximo pra não gritar.
— Caraca. - Lana se apoia em Logan. Ela sempre odiou sangue. Logan a segurou, passando um braço por suas costas, sem tirar os olhos da garota.
— Vai doer. - Alex alerta.
— Só faça logo. - Ela pede, desesperada. - Eu aguento.
Ele arregaça as mangas, e levanta a blusa dela até a barriga, revelando um arranhão de garras afiadissimas. Mas não era só o sangue, um líquido pegajoso preto estava por todo o ferimento.
— Demônios. Infeccionou. - Alex olha preocupado pra eles.
— Allen, na enfermaria tem a vacina. - Jordan, coloca uma mão no ombro do velocista, que sai correndo. Num segundo, ele volta com uma agulha cheia de um líquido verde. A garota ruiva segura a mão da irmã, sempre apoiando-a.
Jordan pega a agulha da mão dele, e a aplica em sua barriga.
No mesmo instante, ela começa a gritar.
Gritos de dor escândalosos que quase ensurdeceram todos ali.
Alex colocou a mão no ferimento, e aos poucos, ele foi se curando.
— Obrigada. - Ela agradece, entre espasmos, já sem força.
Lana fecha os olhos, com um pressentimento ruim.
— Tudo bem? - ela deu de ombros, o abraçando.
— Acho que algo ruim vai acontecer.
— Não se preocupe com isso. - Logan dá um beijo no topo de sua cabeça.
(...)
— Mais de 20 demônios? - A voz de Jaden a chama atenção. -Impossível, eles não...
Assim que Lana coloca os pés no quarto, o assunto morre e se resume em encara-la.
— Eu... - ela dá um sorriso falso tentando disfarçar o desapontamento. - Tudo bem, eu volto outra hora.
— Não. - Cal diz, e todos o encaram. - Senta aqui. - ele pisca pra ela, que se senta toda animada perto de Cal.
— Realmente, acho difícil demônios atacarem desse jeito. Ainda mais no esconderijo deles, caçar briga. - Chris diz, enrolando o cabelo no dedo.
— Eles estão mudando as estratégias. - Max sussurra, e todos surpresos se calam esperando que ele continuasse. - Sabem que estamos em guerra. Não vai ser mais a mesma coisa. Não existem mais regras.
— Max está certo. - Cal olha pra baixo. - Temos que achar o máximo de nós.
Duas batidas na porta não dão tempo de serem respondidas, CJ escancara a porta.
— Reuniãozinha pra descobrir quem pegou o Alex por último?
— Como é que é? - Ethan explodiu em gargalhadas.
— Ei. Corta esse assunto. - Alex a ameaçou.
— Não vim aqui pra divulgar a vida amorosa dele. Vim pra dizer que Hodge quer uma reunião com os novatos.


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