José, o tubarão escrita por GustavoBD
Era uma calorosa tarde de inverno. Um casal de tubarões estava na ala da maternidade de um hospital, eram eles Susan e Maikão, esperando ansiosamente por seu primeiro filho. O trabalho de parto durou muitas horas, mas finalmente Susan deu a luz ao ganso que iria botar o ovo de onde sairia seu filho, e foi o que aconteceu. De um ovo azul turquesa saiu seu bebê, um pequenino tubarão que receberia o nome de José, todavia, enquanto o ganso entrava em combustão espontânea, os pais observavam algo de errado com seu filho: Ele possuía apenas uma perna.
Os anos se passaram, e José foi crescendo enfrentando dificuldades da vida por ter apenas uma perna. Desde pequeno, José tem andado saltitando, e nunca pode praticar nenhum esporte ou coisas parecidas, o que fez as outras crianças tubarão se afastarem dele. Não foi até os 15 anos que a vida de José iria mudar para sempre.
O jovem tubarão estava passando de canal em canal em sua televisão, assim como fazia toda noite de domingo quando estava entediado, quando encontrou algo passando no Domingão do Faustão: Um concurso de dança. Os belíssimos movimentos realizados pelos competidores encheram os olhos de José com um sentimento ardente e assim imediatamente, o jovem se apaixonou pela dança, mas essa chama foi apagada por seus pais que diziam a ele que devido a sua condição, seria impossível dançar, e que ele deveria aprender algo como tocar um trombone.
Alguns dias depois, José estava saltitando de forma triste pela cidade, quando sem querer esbarrou em uma doninha.
-M-M-Me desculpe senhor – disse José.
-Tudo bem meu jovem, essas coisas acontecem... Aliás, por que essa cara triste?
-Bem senhor, é que como pode ver eu tenho apenas uma perna, e por isso eu não posso realizar meu sonho de dançar...
-Meu jovem, qual a sua graça?
-É José.
-Bem José, é um prazer te conhecer, eu sou Robson, e eu devo te perguntar: Você realmente vai deixar uma perna a menos te impedir de perseguir seus sonhos?
-E o que mais eu poderia fazer? É impossível para mim dançar...
-Para com essa! Você pode sim dançar se tentar. Não importa o que os outros dizem, o que importa é o que você deseja. Vá atrás de seus sonhos. Uma perna a mais, uma a menos, não importa! Nada é impossível se você acreditar em si mesmo.
-Mas...
-Nada de mas! Cale a boca e dance!
-S-Senhor... Obrigado! É exatamente isso que vou fazer! – E dizendo isso, José se vira e saltita para a outra direção, mas se virá mais uma vez para agradecer mais um pouco, apenas para notar que a doninha não estava mais lá, na verdade, não havia mais nenhum sinal de que Robson sequer esteve lá.
Os dias foram passando e José foi comprando vários DVDs de balé, e foi tentando imitar os movimentos utilizando apenas uma perna e ocasionalmente usando a cauda para ter mais equilíbrio. Foi depois de muito esforço que dois anos depois José conseguiu ser reconhecido como um bailarino e estava a caminho de sua primeira apresentação, o momento no qual seus sonhos iriam se realizar.
José subiu no palco e teve uma visão incrível. A visão de centenas de pessoas ansiosas para ver sua dança, os holofotes lhe iluminando e toda a atmosfera do local. O jovem tubarão abriu um grande sorriso e se preparou para começar a dança, quando um holofote acima dele se solta e começa a cair a toda velocidade em cima do jovem tubarão. A ultima coisa que José conseguiu ver antes de ser atingido com força pelo holofote, foi uma doninha, Robson, olhando para ele da plateia com um sorriso no rosto. O holofote atingiu José, provocando traumatismo craniano.
E assim, a chama da vida de um jovem tubarão se encerra, morrendo a caminho do hospital.
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