Os barulhos e sussurros eram abafados pela neve que caia suavemente por toda Konoha, seus próprios passos não pareciam fazer nenhum som enquanto ela caminhava pelas ruas, indo em direção a sua casa.

Mas por mais que os sussurros estivem abafados, ela sabia que eles continuavam lá. As vozes que falavam que ela era ingênua, iludida, e tola por amar e continuar esperando por alguém que não a correspondia.

Mas o que essas pessoas sabiam?! Eles não sabiam dos olhares cheio de sentimento que os dois trocavam quando se encontravam, eles não sabiam das mãos suaves que passam por seu corpo demonstrando um carinho que ele não mostrava a mais ninguém se não ela. Eles não sabiam dos sussurros apaixonados que os dois trocavam quando estavam próximos do ápice. Eles não sabiam das lágrimas que escorriam por seu rosto ao ver o belo rosto dele temeroso ao lhe dizer que estava saindo. Assim como eles não sabiam do jeito suave em que ele lhe abraça a acalmando, lhe sussurrando que ele sempre voltaria para ela. Pois afinal era a única que estava lhe esperando e a única que era realmente seu lar.

E por todos esses motivos que ela andava de cabeça erguida mesmo quando as pessoas falavam mal e sentiam pena de si por suas costas. Era por esses e muitos outros motivos que ela se esforçava em ser a melhor kunoichi, a melhor iryonin para abafar toda essa pena desnecessária que lhe davam.

Saindo de seus pensamentos, olhou para sua pequena e confortável casa com carinho, antes de subir os degraus, logo pegando as chaves e entrando, sentindo o ar quente lhe bater no rosto quase como uma carícia, contrastando fortemente com o ar gélido da rua. Fechando a porta atrás de si, desabotoou os botões do seu casaco com praticidade, o largando no sofá descuidosamente antes de caminhar até sua cozinha ligando uma chaleira com água para fazer algo para lhe esquentar o corpo.

Observando a escuridão começar a cair na rua pela janela, olhou com encanto o suave tamborilar da neve que caiu, batendo nas janelas e telhados antes de sentir dois braços fortes lhe rodearem a cintura com um misto de suavidade e firmeza cálida.

— O que houve? – Foi um murmúrio suave e rouco, curioso em si. Se virando os brilhantes olhos verdes capturaram os profundos ônix.

— Eles sempre sussurram que você está apenas se aproveitando e me usando, que é algo puramente carnal. Que eu sou ingênua em pensar em ter mais do que sexo contigo. – Sua resposta tinha sido igualmente suave, mas que tinha capturado a atenção do homem que lhe abraçava, o fazendo ficar rígido, com a insegurança. Mas ela continuou, deixando a mão subir e lhe passar suavemente sobre a bochecha esquerda deslizando até os lábios do mesmo o mantendo quieto, sem retrucar até que ela terminasse. — Mas eles não podiam estar mais errados, pois eu sei, eu vi e senti o quão carinhoso e amoroso você pode ser comigo.

Ela terminou de falar, antes de lhe dar um selinho, selinho esse que se transformou em um beijo faminto e saudoso. Algo que era uma mistura de luxuria, carinho e afeto. Beijo esse que a deixou com as pernas bambas, fazendo o moreno que lhe beijava a apoiar contra o balção, em busca de mais firmeza.

E antes que ela visse, o moreno desligou o fogão, e lhe varreu para fora das pernas, lhe segurando como as princesas de contos de fadas eram carregadas por seus príncipes, mas sem nunca quebrar o beijo, e começar a andar em direção ao quarto que os dois dividiam. E quando ele lhe largou deitada na cama, ela o observou com os olhos esmeraldas praticamente brilhando pelo quarto escuro, como os olhos de um gato, mas eles brilhavam em luxuria, e amor, tanto amor. E ela apenas deixou um sussurro cortar o quarto como uma promessa, como um pedido.

— Por favor, cuide de mim.

E o moreno fez, cuidou das mais possíveis e deliciosas formas. O grito que havia ecoado pelo quarto quando ele finalmente se balançou dentro dela, as costas arqueadas, o suor brilhando contra a as peles pálidas, os pedidos dela por mais, era apenas o início da noite de reencontro e uma brave despedida.

E no dia seguinte enquanto ela o observava colocar as roupas, ela se espreguiçou com movimentos languidos, preguiçosos, mas ela se sentia tranquila em relação a breve partida dele. Os sussurros que ela havia tão sensualmente lhe dito ao pé da orelha logo após o ápice de ontem a noite, ainda ecoavam em seus ouvidos, em sua mente e em seu coração. Palavras que haviam lavado a insegurança dentro dela como um balsamo quente.

E quando ela se despedia dele, com um beijo fortemente apaixonado, e lhe olhava desaparecer pela rua, somente vestida com uma camiseta dele, ela sussurrou suavemente para o vento.

— Tome cuidado de si, Sasuke, e venha em segurança para casa, pois quando você retornar eu vou lhe contar um pequeno segredo – Ela terminou passando a mão com delicadeza pelo estômago e útero, que escondia e mantinha protegida a pequena e nova vida que estava por vir.