I Still Love You escrita por Nati Galdino


Capítulo 2
Memórias


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, estive bastante ocupada ultimamente e não tive tempo para por os pensamentos em ordem, mas, Deus é muito bom e consegui terminar, hahaha.

Espero que gostem , feito com amor para vocês



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A memória voou da minha fronte. 
Voou meu amor, minha imaginação... 
Talvez eu morra antes do horizonte. 
Memória, amor e o resto onde estarão?

— Cecília Meireles

O tintilar da voz de Callie no ouvido de Arizona fez com que sua pele pálida ficasse arrepiada, ela podia sentir cada pelo de seu corpo eriçando, seu coração que batia em uma frequência muito alta, pelo entusiasmo e enjoo da viajem, diminuiu brutalmente que a fez pensa que talvez estivesse tendo uma parada cardíaca, sua respiração ficou tão pesada que o ar que entrava pelas suas narinas era como fogo. Foi como uma explosão, uma bomba programada para explodir naquele exato momento, como se “alguém” soubesse o que iria acontecer, tudo que havia sido adormecido, toda dor, toda felicidade, toda angustia, tudo veio à tona como uma grande e enorme bomba toxica, que a foi consumindo tão fatalmente e lentamente que ela só queria morrer naquele momento, no exato momento que seus olhos se encontraram com os de Callie, olhos tão perturbadores quanto a sua voz. Ficaram se encarando por alguns segundos, segundos esses que pareçam anos. Callie lançava um olhar sereno e surpreso sobre Arizona que a mesma quis mergulhar neles e lá mesmo morrer.

O mesmo acontecia com Callie, toda aquela sensação de que algo toxico a estava consumindo era tão forte quanto em Arizona. Saudades seria o sentimento certo para descrever o que ambas sentiram naquele exato momento, porém, se fossem titular aquele pequeno cenário o sentimento certo seria tristeza.

Callie faz anos” disse Arizona com a voz rouca e recuperando o pouco do fôlego que lhe restara “Você parece ótima, você está ótima, como vai?”. Callie acomoda-se na cadeira ao lado de Arizona retira o que parecia ser um pequeno amontoado de papeis de dentro da bolsa que segurava, vira para a moça que estava sentada ao seu lado e responde rispidamente “Estou ótima, como nunca estive. Obrigada por perguntar” Arizona se sentiu tão inútil, não que ela fosse uma pessoa inútil, não, mas pelos sentimentos que sentiu ao ver Callie, teve esperança de que ela tivera sentido o mesmo, nada mais inútil do que esperança, pensou. Arizona virou-se para a janela e viu aos poucos a paisagem que lhe cercava sumir, casas, estradas, árvores. Agora não havia mais nada, apenas ela o céu e Callie.

Enquanto admirava o céu pela janela do avião, uma lembrança lhe veio à memória, Arizona desejou não lembrar.

* Três anos atrás *

 Dedos tão entrelaçados que pareciam ter dado nó, o segurar de mãos mais apertado. Corriam para o que seria uma pequena guarita no topo de um pequeno morro, naquele dia chovia tanto que a terra fora lavada por completo. A alguns metros da guarita Callie para de correr, solta suas mãos das mãos de Arizona e grita com toda sua força um lindo e alto SIM. Com os braços abertos abraçando carinhosamente a chuva, olhando para o alto com olhos fechados e sentindo cada gota tocar seu rosto como um beijo vindo dos céus, volta para Arizona e cuidadosamente toca seu rosto segurando-o como se fosse feito da porcelana mais delicada da face de terra “Sim meu amor, sim com toda minha alma, sim com todo meu ser, sim com todo meu espirito, sim de todo meu coração, eu aceito me casar com você, eu aceito.” Naquele instante, naquele particular e especial instante Arizona foi à pessoa mais realizada e feliz do universo, disso ela tinha certeza absoluta. E com um beijo cheio de amor e felicidade sendo regado pelos céus Callie e Arizona compartilharam da mesma alegria.

***

 Vê-la ali parada em sua frente e não poder lhe abraçar, não poder lhe tocar era tão torturante, quanto ter seus dedos arrancados todos de uma só vez. Emma não sabia ao certo o que fazer, Regina tinha certa influência sobre ela que era impossível de ser explicada. Sentiu saudades, sentiu com tanta intensidade que seu peito apertou, seu coração batia agora rápido, como de um beija-flor. Paradas em meio ao parque, poucas pessoas estavam por lá o tempo estava frio e ventava em uma frequência baixa, mas, o vento que soprava era o suficiente para fazer com que a pessoas fossem obrigadas a ficar em casa e se aquecer, mas para Emma e Regina aquele clima era perfeito, tudo ficava mais intenso no frio, as sensações, as emoções, o cheiro agradável das rosas do parque, tudo era mais intenso. Enquanto as pessoas passavam e as observavam paradas uma de frente a outra se encarando, poderiam até pensar que uma batalha estaria prestes a acontecer, e de fato estava sim acontecendo uma batalha, visível apenas para as duas mulheres paradas em meio ao parque, onde razão e ação eram questionadas. Quando enfim alguém fez o primeiro movimento, Emma estendeu a mão em direção a Regina, o que parecia ser um sinal de trégua, estendendo a mão de volta, Regina e Emma agora compartilham de um aperto de mão tão intenso quanto o frio naquela tarde de domingo.

Você está ótima, parece bem, está ótima, muito bem...” Regina se deixar atrapalhar com as palavras, quase esquecera como era falar, não era para menos estava sobe ataque, aqueles olhos verdes hipnotizantes a deixavam sem fôlego. “Você também está ótima, Regina... O que fazes por aqui?” Emma pergunta sorrateiramente, sabendo de fato o motivo de Regina está ali, esperava ansiosa pela resposta “Nada, acabei de deixar Arizona no aeroporto, - Emma se pergunta quem seria Arizona, mas resolveu não fazer a pergunta- ela foi visitar os pais, e como o aeroporto é perto do parque resolvi vim tomar um soverte que por acaso você quase derrubou ao esbarrar em mim e que agora está todo derretido, DROGA!” Emma observa Regina tentando se livrar dos restos do que deveria ser um sorvete de morango, não aguentando toda aquela cena solta uma gargalhada, Regina lhe lança um olhar “Você vai ficar parada rindo de mim ou finalmente mover esses músculos e me ajudar?” diz rispidamente, ela realmente precisava de uma ajuda e Emma só ria da situação, isso a deixava extremamente irritada “Claro” diz Emma.

***

Um voo de três horas que parecia não ter fim, tudo o que Arizona queria era apenas sair dali, não estava confortável, não se sentia bem, sua cabeça pesava e em seu estômago havia borboletas brincando de pega-pega, o enjoo do voo, a rispidez de Callie, não lhe fizeram bem. Pediu licença para Callie e foi ao banheiro, sua aparência não era das boas Callie pode ver e ficou preocupada, ela sabia o quanto Arizona odiava viajar de avião e como voos longos a deixava enjoada. Depois de alguns minutos Arizona retorna do banheiro com uma aparência nada agradável, pálida, olheiras já bem visíveis, um olhar baixo e triste como quem está beirando a morte, Callie ficou de fato preocupada. “Moça, por favor, me traga um analgésico e toalhas quentes, ela não está passando bem” Callie pede para uma das aeromoças que passava por ali, enquanto Arizona se acomodava em sua cadeira “Rápido moça, ela não está bem” repete para que a aeromoça se apressasse. Arizona recostada no ombro de Callie, envolta por um pequeno lençol. Callie cuidadosamente acomoda Arizona em seus braços e lá mesmo ela adormece.

Aquela sensação de ter Arizona em seus braços fez com que Callie pensasse no porque delas terem se separado e aquela lembrança lhe trouxe certa tristeza, mas preferiu não pensar sobre aquilo no momento, o que de fato importava era a saúde de Arizona que graças aos céus estava melhorando.

***

As gargalhadas poderiam ser ouvidas do outro lado do parque “Meu Deus, havia esquecido que você tem uma gargalhada alta, por favor, isso não é educado” Emma recolhe a gargalha, faz um bico com a boca como quem está com a boca cheia d’água e balançando a cabeça “Havia esquecido o quão refinada você é Regina, digo, Majestade”. Cerrando os olhos e com a boca aberta dá um soco no ombro de Emma “Ninguém, mas me chama assim para o seu governo.” Diz Regina massageando as mãos, aquele soco doeu.

O dia estava indo embora, e a noite já dava o ar de sua graça, o céu estava agora em uma mistura harmônica de cores, a lua aparecera dando o seu “oi” para as duas moças sentadas naquele banco gelado. Enquanto a lua mostrava sua beleza vagarosamente, como um grande show. Emma olha no relógio em seu pulso e se dá conta de que as horas haviam voado, as duas estavam tão concentradas naquele momento que nem perceberam que a noite já tomava conta do céu, agora estrelas as iluminavam e a lua seria seu guia para o caminho de volta. “As horas já se foram e eu nem percebi, bem, Regina foi uma grande surpresa e um prazer enorme lhe rever, é sempre bom lhe ver.” Emma e Regina se despedindo, dando um adeus tão doloroso quanto o reencontro, o aperto de mãos que horas atrás fora de uma excitante alegria agora é de uma tristeza singela.

***
Senhores passageiros, informo-lhes que chegamos ao nosso destino, por favor, permaneçam sentados. Senhores passag...

Arizona querida, Arizona acorde acabamos de aterrissar, você tem que acordar agora. Isso, devagar sem fazer muito movimento, como você está se sentindo?” Callie retira Arizona de seus braços e a acomoda em sua poltrona devagar, enquanto aos poucos Arizona acorda, Callie retira uma mecha de cabelo que cobria um dos olhos de Arizona, e enquanto o fazia a vontade de tomar Arizona nos braços e beijar-lhe era enorme, fora difícil para ela ter sido grossa com Arizona mais cedo, mas fizera isso para seu próprio bem, para o bem do seu psicológico, Callie agora estava feliz, tinha uma mulher que a amava, sua vida não poderia estar melhor. “Já chegamos? Nossa eu apaguei, fiquei fora por quanto tempo?” Pergunta Arizona arrumando seu cabelo e se recompondo, percebendo que Callie não parava de lhe olhar, não sabia se tal olhar lhe deixava feliz ou indignada, Callie fora totalmente fria com ela, mas sabia que para tal comportamento deveria haver um motivo, resolveu deixar de lado. Todo o que Arizona queria era sair daquele maldito avião e por os pés em terra firme, se sentir bem e tomar um bom e longo banho de banheira na casa de seus pais. De lados opostos de frente a porta de saída do aeroporto, Arizona observa Callie conversar ao telefone, criando coragem para ir até ela e lhe falar, quando Callie desliga o telefone, de imediato Arizona vira-se em direção a ela e caminha com força a passos largos como quem tem pressa, quando em um momento de fraqueza Arizona começa a ir mais devagar chegando ao meio do caminho e para, faltando alguns metros para chegar até onde Callie estava. Enquanto essa batalha interna acontecia com Arizona, Callie também a observava e quando Arizona ficou ali, parada a alguns centímetros dela com um olhar de quem pede por socorro, Callie deixa sua mala no chão e termina o trajeto de Arizona, agora os metros viraram centímetros. “Queria lhe agradecer por ter cuidado de mim durante o voo, não sei o que teria feito sem você lá, graças aos céus o destino tem um senso de humor mórbido.” Diz Arizona, enquanto no que só conseguia pensar era nos lábios de Callie. Tudo o que ansiava era por um beijo, poder sentir aqueles lábios novamente. O tempo parara o vento não soprava mais, um silêncio tomava de conta daquele cenário, e a atração que as puxavam uma para outra era impossível de ignorar e de conter, e no meio do caminho do que deveria ser de um beijo, o telefone de Callie toca, e na tela o nome Emma aparece, Arizona pode ver o nome na tela do telefone, dando um grande suspiro Callie torna a olhar para Arizona “Desculpe” e sai para atender o telefonema. Arizona se dá conta da burrada que iria fazer, dá meia volta pega suas malas, chama um taxi e quando estava para entrar no carro e ir embora, dá uma ultima olhada em Callie, decorando mais uma vez cada curva de seu corpo e de seu sorriso, entra no carro e vai embora.

***

Emma ainda não acreditava no dia que havia tido, encontrar com Regina fora de fato uma verdadeira prova, ter que se conter e não beija-la foi torturante, mas deixara tal pensamento de lado. “Callie já deve ter chegado” Diz em alto som procurando desesperadamente o telefone celular. O mesmo acontecia com Regina.

***

Emma e Regina pegam seu telefone celular, discam o número de suas parceiras ... “Alô, amor como foi seu voo?

Callie se afasta de Arizona e vai atender o telefonema de Emma “Oi meu bem, o voo foi ótimo”.

Arizona entrando no carro seu telefona começa a tocar, olha na tela e era Regina ligando “Oi meu amor, aah o voo foi tranquilo


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Notas finais do capítulo

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