Doctor, i love you escrita por Inory12


Capítulo 1
Leucemia.


Notas iniciais do capítulo

Vão ler!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/721408/chapter/1

Ele adorava o seu trabalho, ser médico é uma das coisas mais honrosas nessa época, se sentir superior era a única coisa que o fazia amar seu trabalho, o resto era resto. Ser médico é salvar vidas, fazer com que as qualidades de vida das pessoas durem mais.

Takasugi era um médico e cirurgião geral, uma das especificações quase extintas na medicina, ninguém que ser médico de clinico geral, muito menos um cirurgião. A maioria de seus colegas de trabalho são médicos com outras especializações como cardiologistas e gastrointestinal. Alguns afirmam que é por esse motivo que saem tanto diagnósticos errados, pois os médicos de clinico geral não são clinico geral e, portanto, sempre procuram patologias da sua área para diagnosticar. Mas o que o hospital pode fazer? Eles precisam de médicos no clinico geral.

No hospital inteiro, Takasugi era o único clinico geral, mas ele pretendia fazer sim uma especialização. Mas algo tinha muda o moreno, seus colegas perceberam, desde que o moreno pegou um caso de um paciente com leucemia, ele mudou.

O moreno ainda se lembra do dia que o garoto tinha chegado no hospital, estava tão pálido quanto o piso daquele hospital, ele estava fraco e transpirava muito, dava para ver o quão fadigado o garoto estava. Ele tinha sido chamado para a emergência por causa do paciente.

— Paciente do leito 223? – Takasugi chega apressado.

— Sim! – A enfermeira confirma.

A enfermeira entregou algumas informações para Takasugi, mas ele nem sequer lera, por ser um paciente com leucemia, as chances de ele morrer eram obvias principalmente pelo seu estado. Enquanto ele checava o pulso do paciente, dava instruções para as enfermeiras. Por alguns minutos o paciente 223 ficou instável, mas assim que Takasugi conseguiu suspirar o garoto teve uma convulsão. “Chegou ao cérebro... que droga! ”

 

 

 

Noutro dia, Takasugi recebeu o resultado da bateria de exames que pediu. Era fato, o garoto só tinha alguns dias de vida, o exame de imagem demostrou fígado e baço inchados e algumas enfermeiras disseram que o garoto tinha tido sangramentos nasais durante a noite. A família do garoto foi visita-lo, mas pelas condições em que estava, Takasugi não permitiu, no estado em que estava, o garoto facilmente poderia pegar uma infecção e morrer de uma vez.

O moreno isolou o paciente em uma sala estéril, os familiares só podiam velo através da janela e por coincidência o paciente era irmão de uma das enfermeiras do hospital.

Takasugi conseguiu milagrosamente o menino durar uma semana, era além do próprio ter previsto. Na segunda-feira o garoto acordou, o paciente questionou de dores articulares e muita dor de cabeça e as vezes sentia o musculo de seu braço tremer. Era notório que o garoto de pele pálida e cabelos ruivos e longos iria morrer daqui a poucos dias, mas Takasugi gostava de um desafio, ele faria o ruivo sobreviver a leucemia.

Ele falava devagar e demorava a analisar as perguntas que o moreno fazia a ele. Seu nome era Kamui Yato, tinha 22 anos e só tinha o ensino médio completo.

— Eu vou morrer de qualquer jeito, não preciso mais ter pensamentos ilusórios sobre o futuro. – Ele sorria cinicamente.

Takasugi irritou-se e andou até a porta do quarto, mas olhou de canto para seu paciente – Isso não irá acontecer, irei te curar dessa doença.

Kamui olhou surpreso para o médico, o observou caminhar até a porta e abri-la e sair, o acompanhou pelo olhar através da janela. E aconchegou-se mais no leito e suspirou, o ruivo olhava a sala onde se encontrava, era branca e fechada, nenhuma rachadura sequer, era impenetrável.

No dia seguinte, o ruivo conseguiu se alimentar sem vomitar, ele comia como se nunca na vida tivesse visto comida. Takasugi vigiava Kamui, decidiu fazer isso para observar de perto o progresso do ruivo, não que não confiasse nas evoluções das enfermeiras, mas ele gostava de acompanhar o progresso, sentia-se mais superior ao saber que seu tratamento estava dando certo e gostava de ver com os próprios olhos.

Quando as enfermeiras saíram o moreno entrou.

— Como se sente 223? – Perguntou o moreno como prontuário de Kamui em sua mão.

— Eu tenho nome sabia?

— Eu sei que tem, mas sairia da minha ética pronuncia-lo. – Takasugi viu que Kamui fez cara de desentendido – Não quero criar intimidade com paciente.

Kamui riu – Que coisa de otário.

Takasugi de um sorriso de lado, seu paciente é um tanto sincero demais. Mas ele não mudaria.

— 223, como se senti tomando seus remédios? Sente tontura?

Kamui não respondeu deixando o moreno indignado. Kamui só iria responde-lo se pronunciasse o seu nome. Takasugi lia as anotações das enfermeiras, nem sequer prestara atenção quando seu paciente milagrosamente andou com dificuldade até a janela enorme e fechou as cortinas, mas não mudava tanto a claridade, já que a luz do quarto era sempre ligada, o ruivo foi até seu médico e ficou de frente a ele, esperando algo acontecer, mesmo que ele estava se esforçando muito para isso, sentia dor em todo lugar de seu corpo ao ficar de pé, mas faria aquele médico falar seu nome.

Quando Takasugi percebeu que tinha alguém o observando automaticamente olhou para frente, deixando de lado o prontuário.

— Que merda você tá fazendo Kamui? – Ele perguntou de forma desesperada, ver o ruivo se esforçando nas condições em que está era muito perigoso.

Kamui fez um movimento de que iria cair, mas o moreno o segurou – Sim, os remédios me dão uma certa tontura, e não, não estou fazendo merda nenhuma. – Ele falou ofegante, estava cansado.

Takasugi percebeu o quão leve era Kamui, temeu em fazer algum movimento e quebra-lo.

— Eu não sou feito de pena, pode me levar até a cama. – Disse com dificuldade, mas rindo cinicamente.

Takasugi queria muito bater no ruivo, mas não fez, apenas levou o ruivo até a cama e o sentou, o ruivo segurou os braços do médico e fechou os olhos, ele estava tonto, estava vendo tudo girar. Alguns minutos depois, Kamui abriu os olhos e levantou seu olhar para o médico, ele parecia esperar por algo.

— Qual é seu nome doutor? – Perguntou sorrindo.

Takasugi estava suspeitando que seu paciente sofria de algum distúrbio mental – Takasugi Shinsuke...

Kamui riu – Que nome legal... – Ele encostou sua tenta no peitoral do moreno.

Ele sentia, Kamui sentia seu próprio coração acelerando, desde o dia que vira o médico se sentiu estranho, mas no dia anterior, quando ele lhe disse que ele faria o ruivo ser curado, ele não conseguiu descrever seus sentimentos.

— Kamui, você está sentindo alguma coisa? – Takasugi pôs sua mão sobre a testa do ruivo, sentiu quente, mais que o normal – Vou chamar as enfermeiras para trazer um dipirona para você.

— Não! – O ruivo exclamou.

O moreno não entendeu a reação do garoto, mas como paciente ele tinha o direito de querer ou não enfermeiras cuidando dele. O moreno suspirou, não havia nada no quarto estéril que pudesse ajudar o ruivo, então ele viu um soro fechado pendurado. Ele deitou Kamui no leito e foi arrumar o equipo, ele precisava fazer uma administração endovenosa nele, o soro era a única coisa naquele quarto que o ruivo podia tomar.

Foi uma tarefa difícil achar a veia do garoto, ela era tão fina que que Takasugi tinha medo de errar e perde-la. Kamui observava o médico se esforçando para achar sua veia, as enfermeiras pegavam rápido sua veia, então riu ao ver o médico com dificuldade em pegar sua veia, mas era de se dizer normal, pois você nunca vê um médico administrar um medicamento por nenhuma via.

Passou-se alguns dias e Kamui respondia todas as perguntas de seu médico, as enfermeiras e colegas de trabalho de Takasugi ficaram impressionados com o progresso do garoto e também, por que o moreno falava o nome do paciente, geralmente ele só falava o número do leito. Não demorou muito para o ruivo sair da sala estéril e ir para uma sala normal, mas continuava sem receber visitas, o moreno ainda estava inseguro em relação a visitas.

— Na realidade você só tem um rostinho bonito, você usou ele para passar na faculdade? – Questionou o ruivo.

Takasugi pegou a bochecha do ruivo e as apertou com força e as enfermeiras se assustaram – Não sou um vagabundo que nem você seu pirralho.

Kamui começou a ri – Que engraçado você. Deveríamos sair algum dia!

Mais tarde o moreno voltou para a sala do garoto, já estava de saída, mas sempre ia visitar o ruivo.

— Como você se sente?

— Apaixonado. – Disse, sem pensar suas vezes.

Takasugi o olhou estranho – Como assim apaixonado?

Kamui olhou para Takasugi e corou, parecia que percebeu o que tinha falado – Apaixonado pelo ar condicionado! – Corrigiu-se – Adoro o frio na realidade.

Takasugi sentia que não era exatamente isso o que o ruivo queria dizer, pois ele sentiu firmeza na resposta anterior – Você não sabe mentir sabia?

Kamui o olhou feio – Não estou mentindo, eu realmente adoro o frio.

— Não, em relação a está apaixonado. – Takasugi começou a andar até a porta – Bem, esse tipo de assunto não é da minha conta dentro do hospital, mas se quiser conversar sobre isso me ajude a te ajudar.

O moreno saiu, deixando um ruivo totalmente corado e sem saber onde por sua cara.

 

 

Aquele era o grande dia, o dia que Takasugi deu alta para Kamui. O ruivo abraçava sua irmã e sua mãe que choravam um pouco, já seu pai, ele deu apenas uma trocada de olhares e não se falaram mais.

Na saída o ruivo olhou para trás, como se esperasse alguém aparecer, mas não havia ninguém, melhor, não havia seu médico moreno rabugento. Ele suspirou e fechou os olhos, ele estava sendo infantil agora, trazer aquele médico telepaticamente era bobagem, mas era melhor do que nada.

— O que você está fazendo? – Perguntou Takasugi sem nenhuma expressão.

Kamui abriu os olhos e sorriu – Estou apenas meditando. – Andou até o médico.

Takasugi riu – Meditando? É uma ótima atividade para você, vê se pare de ser tão chato.

O ruivo o puxou para mais perto – Você aceita?

O moreno o olhou incrédulo – Aceitar o que?

Kamui o olhou feio – Ora “o que”? Sair comigo, você disse que se eu melhorasse a gente poderia conversar sobre eu está apaixonado!

O moreno riu – A certo, isso, claro! Onde?

Kamui o puxou para mais perto – No motel da rua 17.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficou grande? Ficou, mas esse era o objetivo ♥
Espero que tenham gostado!
Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doctor, i love you" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.