What Is Your Answer? escrita por Mizuki Shimizu


Capítulo 1
Prologue - Happy New Year


Notas iniciais do capítulo

Só para relembrar, ao invés de eu deixar MC, para não ficar muitíssimo repetitivo, eu a nomeei de Yuna. MC = Yuna.

Espero que gostem!



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A noite estava bela e calma para uma noite de 31 de dezembro. Fazia muito tempo desde que eu saí do apartamento o qual eu estava alojada. Perguntei-me o porquê de tudo estar tão silencioso, então me lembrei: a nossa pequena comemoração de ano novo seria feita na casa de Seven, era bem afastada do centro da cidade.

Olhei meu reflexo no vidro limpo de um carro branco, estacionado perto da entrada, e me avaliei. Tentei ficar a mais arrumada possível, pois, por mais que não parecessem, os integrantes da R.F.A davam alguma importância para as vestes. Ao menos, era o que eu pensava.

A minha saia godê vermelha, a única que possuo, estava combinando com minha camiseta branca normal. Eu coloquei um colar prata com um coração, e deixei meus cabelos soltos. O que me incomodava, na verdade, era o que eu decidi calçar. Sapatos de salto alto pretos. Eu não sabia direito como usar salto alto e torci para que não passasse vergonha.

Andei um pouco insegura até a porta de ferro, e escutei uma voz me perguntar a solução para uma questão envolvendo logaritmo. Mordi meu polegar esquerdo enquanto pensava na resposta. Por que Seven gostava de complicar as coisas?

Decidi bater de leve na porta. Eu havia preparado um plano B. Ansiosa, bati em código Morse: 707. A porta se abriu e eu sorri, satisfeita comigo mesma. Olhei outra vez para os meus pés e, em seguida, levantei o rosto. Seven estava com uma fantasia de galo. Seu cabelo ruivo combinava com a crista, e seu corpo forte e alto estava oculto pela roupa excêntrica.

Comecei a rir, mesmo sendo Seven, não esperava algo assim tão... extravagante. As penas pareciam reais quando analisadas de perto. Por minha surpresa ou, provavelmente, minha curiosidade excessiva, aproximei-me do ruivo fantasiado e arranquei uma pequena pena branca. Ergui-a e observei sua aparência sob a luz da sala.

— Ouch! – gritou Seven, assustando-me. Encarei seus olhos dourados protegidos pelas lentes da armação listrada. – Yuna, você me machucou! – Apesar de sua voz estar carregada de dor, seus olhos felizes me diziam o contrário. Seven era como uma luz, iluminando a todos.

— Ainda não é o ano do Galo – constatei, entrando na brincadeira. – Você deveria ter vestido uma fantasia de macaco até as vinte e quatro horas do dia de hoje. – Dei um leve sorriso. – Desculpe, não quis machucá-lo. – Cuidadosamente, passei a mão na crista de mentira do Seven. Ele se afastou, corando.

Alguém se aproximou e começou a falar.

— Eu o alertei que essa roupa está inapropriada para a ocasião, principalmente se tratando do ano do Macaco ainda, e não do Galo. Yuna, você pensou a mesma coisa. – Jumin estava com um terno preto e uma gravata cinza. Seus cabelos negros ganhavam ainda mais destaque com a forte luz que emanava acima de nós. A pele parecia um pouco mais pálida que o normal, porém, continuava muito bonito.

— Você é um babaca – respondeu outra voz, ficando mais próxima a cada passo. – Pelo menos você não trouxe aquela bola de pelos branca.

Zen estava tão lindo como o de costume. Seu terno branco parecia misturar-se com o seu longo e sedoso cabelo branco. A gravata borboleta escura dava um tom um pouco mais informal. Ele encarava Jumin com seus olhos vermelhos cheios de raiva. No entanto, quando seu olhar parou em mim, sua expressão suavizou. Seu olhar era receptivo e animado.

— Yuna! Você chegou! Está quase tão bonita quanto eu. – Seu olhar correu dos meus sapatos até meu rosto. Senti minhas bochechas ficando quente, e desviei o olhar. Aquilo parecia uma espécie de hackeamento visual.

— Eu já repeti inúmeras vezes que Elizabeth the Third não é uma bola de pelos. Ela é um exemplar puro e perfeito da espécie dos gatos. – Jumin começou a tagarelar, cruzou os braços e parecia indignado com a suposta “ignorância” de Zen.

— Ah, cale a boca – respondeu Zen, irritado. – Você quer estragar até a nossa virada de ano? Mas é um babaca mesmo.

— Não estou querendo estragar nada – retrucou Jumin. – Você é que está querendo estragar algo, o nome da minha preciosa Elizabeth the Third.

Senti uma mão encostar na minha e puxá-la com delicadeza para dentro da casa de Seven. Ele fechou a porta e começou a entrar na discussão para falar do quanto ele queria ficar com sua amada Elly.

Olhei para a mão que segurou a minha uns segundos antes dela soltar, olhei para a dona e sorri. Jaehee estava elegante. Era a primeira vez que eu não a via em um terninho. Seu vestido branco e solto dava a ela um ar mais libertador. Suas mangas eram douradas. Ela fitou o trio que não parava de falar e suspirou, sorrindo com os olhos para mim, como se eu a entendesse. E, de fato, a entendia.

— Não sei porque ainda me surpreendo com a briga desses três, aliás, desses dois e da intrusão de Seven. Se eles discutem até em um chat, imagine um de frente para o outro. – Ela apertou seus braços contra os seios fartos parecendo ansiosa. Encostei de leve em seu ombro e sorri o mais confiante que pude.

— Está tudo bem, Jaehee. Pense pelo lado positivo, nós todos estamos aqui, você não precisa trabalhar – sussurrei no ouvido dela – feito escrava — afastei-me. – E ainda podemos ver Zen cantar ao vivo. O que acha? Não é uma boa virada de ano?

Os olhos castanhos de Jaehee brilharam. Ao ouvir a palavra “Zen”, Jaehee parecia entrar em transe.

— Você consegue ver tudo de uma maneira boa, Yuna! – Ela riu baixinho. – Qual música o Zen vai escolher para cantar? Será que eu posso filmar? Ou ao menos gravar para colocar de despertador? Preciso me lembrar de pedir a ele.

Eu olhei para o sofá laranja da casa de Seven e fui até ele para me sentar. Jaehee tinha começado a procurar por músicas de karaokê enquanto os meninos se juntaram para brigar com Seven. Ainda faltava uma pessoa.

— Yuna, você está muito bonita! – disse Yoosung, sentando-se perto de mim. Eu não tinha prestado atenção para ver de onde ele tinha surgido.

— Obrigada! Você é tão diferente de terno. Parece mais adulto – respondi. Ele usava um terno escuro, com uma camisa azul marinho e uma gravata branca. Seu cabelo estava sem grampos, o que realmente o deixava mais maduro.

— Wah! Obrigado! – Ele pareceu mais contente do que eu. Gostaria de ser um pouco mais vívida como o nosso caçula. Ali estava uma boa qualidade. – Eu estive pensando sobre o que você gostaria de comer na ceia de ano novo.

— Eh?! – Fui pega de surpresa. Encarei-o, seus olhos roxos retribuindo o olhar, porém, eu imaginava que eram bem mais suaves que os meus. – Como assim? Você que está cozinhando??

— Heh – Ele riu. – Quando nós decidimos aquela festinha, demoramos um longo tempo para decidir onde seria, apesar de que, por causa disso, esquecemos completamente de quem cozinharia. Eu pensei nisso esses dias, estava ansioso. Decidi cuidar da ceia.

Lembrava muito pouco do dia em que decidimos fazer uma comemoração. Eu dei a ideia e logo obtive apoio de Yoosung e Seven. Os outros concordaram em seguida e nosso primeiro problema logo apareceu. Onde sediaríamos a festa?

O primeiro a oferecer a casa foi Jumin. Sua casa, ou melhor, seu apartamento tinha muito espaço para todos nos divertirmos. Porém, Zen foi logo se opondo. Ele não queria um lugar em que havia gatos, mesmo que, Jumin afirmasse, Elizabeth the Third não fosse apenas um gato qualquer.

A casa de Zen era minúscula, Jaehee teria um surto caso fosse nos receber – preocupar-se-ia demais – e Yoosung também estava indisponível. Meu apartamento era secreto e V logo contou que não poderia comparecer à festa, pois estava em uma viagem em outro país. Sobrou a casa de Seven.

Imediatamente me senti culpada por não me ater a esse grande detalhe. Eu não sabia como me desculpar.

— Desculpe-me, Yoosung! – Eu me levantei e me inclinei para pedir desculpas devidamente. – Eu deixei todo o trabalho nas suas mãos, desculpe! Será que eu posso ajudar com alguma coisa?

O relógio moderno acima do sofá mostrava o horário: vinte e duas horas e trinta minutos. Comecei a mudar o peso de um pé para o outro, aguardando uma resposta.

— Não, não precisa – Yoosung se levantou, erguendo as mãos. – Jumin trouxe muito champanhe, Zen trouxe vários doces que recebeu das fãs, Jaehee, como sempre, veio preparada para o pior. Eu acabei fazendo pouca coisa. Até o Seven ajudou um pouco. Não queria te incomodar.

Eu, que já estava me sentindo mal, senti-me ainda pior.

— Como posso recompensá-los? – perguntei, agoniada.

— Não precisa, Yuna. É a primeira vez que fazemos algo do tipo, nunca fizemos nada nem com a Rika. – Ele baixou o olhar por um momento, mas logo se recuperou. – Apenas divirta-se com todos nós.

O tempo passou rapidamente. Sempre diziam que tudo é muito depressa quando se trata de diversão entre amigos. Nós nos revezamos no karaokê, Jaehee quase teve uma síncope ao ver seu ídolo cantar na sua frente, e o melhor, ela pode filmar tudo com a permissão de Zen. Uma performance só para ela.

Nós assistimos a uns vídeos aleatórios que Seven mostrou em uma exibição. A maioria era sobre menes aleatórios e remix sobre os mesmos menes. Yoosung parecia entender tudo, enquanto Jumin continuava a jogar perguntas frequentemente sobre o que se tratava cada um daqueles vídeos, porquê deveríamos assisti-los, e se era algo usual para os “comuns”.

Yoosung tentou nos ensinar a jogar um RPG de mesa, mas acabou desistindo quando Seven criou um personagem sem nenhum ponto fraco. Era mesmo complicado jogar contra um gênio.

O relógio deu meia-noite e Zen estourou o champanhe. Servimos nossas taças de cristal, brindamos e eu comecei a abraçá-los, dando feliz ano novo.

— Tudo bem, agora vamos nos acomodar que a Yuna vai fazer um discurso. – disse ele, virando sua terceira (ou seria a quarta?) taça de champanhe.

Eu comecei a corar. Os outros sentaram e me observaram. Minha atenção estava no banquete prostrado em cima da mesa forrada por uma toalha branca. Comidas sul-coreanas, comidas ocidentais, até um gigantesco peru estava assado e pronto para ser servido. Observei o meu prato branco e olhei para os diferentes tipos de talheres perto de minha taça, obviamente obra de Jumin. Eu não estava preparada para um discurso.

— E-eu – gaguejei. Não é um bom começo, definitivamente. – Ahn – Eu respirei fundo e levantei a cabeça, olhando para cada uma daquelas pessoas. – Eu estou muito feliz por esta reunião, não só por causa do banquete ou das nossas brincadeiras, mas pelos laços que criamos aqui. Meu ano foi maravilhoso graças a vocês, eu sou muito grata por vocês existirem e quero que nós possamos nos manter unidos neste novo ano.

Todos começaram a aplaudir e Seven assobiava. Eu me sentei e senti meu rosto ficar quente de novo.

Nós comemos como verdadeiros reis. Seven contava piadas dignas de tio, Jaehee estava um pouco vermelha por causa do álcool, Jumin falava constantemente sobre a beleza de Elizabeth, Zen havia tirado o terno e a camisa, e estava dançando em cima do sofá de Seven.

Por mais que Jaehee e eu tivéssemos sido contra, deixaram que Yoosung também bebesse. Ele estava encolhido em um canto, abraçando uma calça suja de Seven – ninguém tinha ideia de onde ele havia pegado – e conversando com a calça sobre como ele não queria morrer sozinho.

Eu continuei sentada à mesa, rindo de todos e tomando bem pouco champanhe, afinal, pelo menos um de nós precisava ficar sóbrio.

Subitamente, Zen desceu do sofá, veio até minha direção, e antes que eu pudesse pensar, pegou-me no colo. Eu gritei, desesperada, enquanto segurava o pescoço dele com força, receosa de que pudesse cair.

— Coloque-me no chão, Zen! – ordenei, irritada com aquela mudança de comportamento. Olhei para a mesa em busca de ajuda, mas Jaehee estava com a cabeça deitada na mesa.

— Não vou – negou ele, balançando a cabeça. O cheiro de champanhe era forte, emitindo um grave contraste com o perfume cítrico de Zen. A situação teria me deixado muito mais constrangida se eu não estivesse com tanta raiva e medo de cair.

— Como assim não vai? – perguntei, chocada.

— Não vou. Eu não vou soltar você enquanto você não gostar de mim. – respondeu ele, fazendo sua melhor voz sexy. Apesar da raiva e do medo, ainda corei e fiquei mais irritada ainda.

— Zen, você bebeu demais – Parabéns, Yuna, capitã óbvia. – Coloque-me no chão, vou buscar um pouco de água para você.

— Nã-ão – Ele falou lentamente. – A não ser que você me dê um beijo. – Ele fechou os olhos e fez biquinho. Fiquei tão constrangida que tentei me desprender, conseguindo. Ao invés de cair no chão, como achei que faria, outra pessoa me segurou. Jumin me colocou em pé.

— Você está bem? – perguntou ele.

— Sim – respondi, aliviada. Pelo menos alguém pôde parar Zen. – Muito obrigada.

Zen olhava para os braços fortes, parecendo surpreso por eu não estar mais neles. Jumin o encarou com muita raiva. Estranhei, pois ele não era de brigar a sério.

— Você não pode falar de Yuna dessa maneira! – exclamou Jumin. Zen o fitou, confuso. – Eu que gosto da Yuna! Ela é só minha. – Jumin me abraçou. Pude sentir seu coração bater antes de me desvencilhar. Os dois começaram a discutir e eu me afastei. O que estava acontecendo?

Olhei para os lados e não avistei mais o Seven. Yoosung, ainda abraçado com a calça, gritou:

— Yunaaaa – Sua voz estava mais manhosa do que o normal. – eu gosto de vocêêêê. Eu não queeero morrer sozinhoooo!

Corri para perto de Jaehee, que já tinha acordado e estava procurando onde havia deixado os óculos. Ela me olhou quando eu me sentei ao lado dela, perguntou o que estava acontecendo, entre soluços.

— Eles estão bêbados. Por isso ficam brincando falando que gostam de mim. – expliquei, analisando a situação de longe. Os três pareciam ter esquecido da minha existência.

Jaehee começou a rir de uma maneira que eu nunca tinha visto ela fazer, e então encostou a cabeça de novo na mesa, murmurando:

— Todos sabem que você é que é especial pra m... – Ela caiu no sono novamente.

Comecei a ficar preocupada. Eles todos agiram daquele jeito perto de mim. E se fosse alguma outra mulher? Aquilo prejudicaria a imagem de Zen, atrapalharia a C&R, e um monte de outras coisas ruins aconteceria. Abracei-me e esperei até que todos se cansassem. Logo eles dormiram.

Peguei o casaco de cada um e fui cobri-los. Zen estava jogado no tapete, segurando uma taça. Jumin estava no sofá. Yoosung dormiu em cima da calça e Jaehee continuava a dormir com a cabeça encostada na mesa.

Voltei a sentar-me na cadeira, perguntando-me onde Seven tinha parado.

— Does Jumin Han is gay¹? – sussurrou Seven atrás de mim. Eu quase gritei. Virei para vê-lo. Ele ainda estava com sua fantasia, a diferença é que segurava cobertas. Ajudei-o a recobri-los e fiquei em pé, observando-os.

— Desculpe não ter vindo ajudá-la. Eu, 707, Defensor da Justiça, sabia que você lidaria muito bem com a situação. – contou. Ele também prestava atenção em nossos amigos.

— Está tudo bem. Eles só beberam um pouco demais, por isso falaram aquelas coisas sem sentido. – sorri para Seven, acalmando mais a mim mesma do que a ele.

— E se – começou. – na verdade eles estivessem sendo sinceros?

Eu pisquei algumas vezes.

— Como?

Seven sentou-se na cadeira do computador gigantesco. Ele começou a digitar e, depois de um período, voltou a falar.

— E se, Yuna, todos eles, aliás, todos nós gostássemos de você? Qual seria a sua resposta? – Ele continuou a digitar, como se houvesse apenas me perguntado que horas eram. – Estou ansioso para saber. Já sei que será divertido. Ah, eu vou ficar trabalhando aqui. Pode dormir no meu quarto e trancar a porta, cuidarei para que ninguém vá incomodá-la, afinal, sou 707, Defensor da Justiça.

Não sei como achei o quarto de Seven, nem como tranquei a porta, e não me lembro de ter me jogado na cama dele, sem me importar de estar deitada de salto alto, eu apenas conseguia me lembrar da pergunta de Seven.

Qual seria a minha resposta?


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Notas finais do capítulo

¹Does Jumin Han is gay? = Esta frase aparece no jogo, porém, eu preferi não traduzir, como eu fiz com o Defender of Justice e o "jerk". É uma pergunta para saber se o Jumin é gay. Apenas isso, kkkkk.

Puf, puf! Este capítulo me levou horas para escrever. Ainda fiquei chateada por não ter conseguido fazer tudo o que eu queria, mas eu vou me esforçar! Espero que continuem acompanhando e me deixem saber suas opiniões, por favor! Não esqueçam de criticar também, caso seja necessário.
Vejo vocês no próximo, o//



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