F.P.P.G. – Projeto Peculiar (Interativa) escrita por Harleen Quinzel


Capítulo 2
Capítulo 2 – Wheels Up In Twenty


Notas iniciais do capítulo

Oi, amoresssss!
Capítulo fresquíssimo! Nele não vão aparecer todos os personagens, já que ainda faltam duas vagas a serem preenchidas. Por isso, resolvi dividir a ordem de apresentação, para mostrar direitinho cada um deles. Três nesse e quatro no próximo (que infelizmente só vai sair quando todas as vagas forem recebidas, também lembrando que pode ter mais de uma ficha por pessoa, só prestar atenção nas vagas abertas).
Anyway, espero que gostem!
Pro pessoal que está com o persongem nesse capítulo, me digam se eu representei direito e sugestões em relação a eles, se quiserem, ok?
XOXXO,
HQ



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Samantha Black não tinha muito com o que se preocupar durante seus vinte e quatro anos. Sempre tivera um emprego garantido, assim como propriedades e uma larga herança em seu nome. Aos cinco anos já sabia de todos os passos que tomaria: Terminaria a escola mais cedo, faria faculdade de administração e gestão de empresas, faria seu MBA, seu estágio em alguma empresa de tecnologia e finalmente assumiria seu cargo de CEO da BlackCorp. Simples. Limpo. Claro.

E essa foi exatamente a vida que ela levou, exatamente conforme os planos feitos dezenove anos atrás. A morena escutava o General Malcolm Davies falar sobre como, a partir de agora, ela iria abandonar sua própria vida para se juntar ao exército porque o presidente dos Estados Unidos comandou. Nem americana ela era, bufou mentalmente.

— Então, srta. Black, o que me diz? – O general questionou, assim que terminou o monólogo não muito detalhado do motivo que ela supostamente largaria a vida que tinha.

— Vamos ver se eu entendi certo, general. Vou abrir minha porta e ir embora, largar minha companhia nas mãos do conselho, me juntar ao exército americano. Só porque o Presidente dos Estados Unidos, recordando que nem sequer é o meu país natal, mandou. – Ela zombou, erguendo as sobrancelhas. – Oh, com toda certeza, não sei porque ainda estamos aqui.

— Srta. Black, o assunto é mais sério o que isso. Não é só porque o Presidente mandou. – Ele suspirou. – Alguns podem argumentar que é uma medida um tanto precipitada, mas justificável.

— General, com todo o respeito, a população estadunidense é de cerca de quatrocentos milhões de pessoas. Por que eu? – Ela sabia que era uma pergunta extremamente válida, e que era a chave de tudo aquilo – Eu sou CEO de uma companhia, o que eu tenho de demais? Por que não soldados já treinados? Gente disposta a fazer isso, porque eu certamente não estou.

— Você sabe o motivo, Black. – Davies bufou irritado, a divertindo internamente. – Você é diferente. Geneticamente modificada. Mutante. Especial. Peculiar. Como sete infernos é chamado. O Presidente instruiu para que vocês, especificamente, sejam os heróis.

— Como você tem tanta certeza que eu sou uma dessas pessoas? – A diretora executiva pressionou, não apreciando o rumo da conversa.

— A pessoa que fez isso me apontou você, Black. – O homem suspirou, parecendo cansado. – Se você quiser conhece-la, sugiro que venha comigo. Pode até dar uns socos se quiser.

— Não é realmente uma escolha, não é? Se eu dizer não vou ser ameaçada, certo ou errado? – Ela indagou, em um tom irritado, recebendo um aceno positivo como resposta. – Eu preciso resolver algumas coisas relacionadas a companhia antes de ir. Posso pedir para o meu motorista me levar no aeroporto em uma hora e meia.

O General Davies saiu depois daquilo, sequer se importando a responder. Ela não queria acreditar no que estava acontecendo, tudo que havia planejado por anos, toda a tecnologia que iria desenvolver, pelo ralo abaixo. Maldito presidente.

Chamou sua secretária e comunicou que precisaria tirar férias por tempo indeterminado. Férias. Quem iria acreditar que ela, conhecida por ser uma workaholic, estava tirando férias. Soava ridículo até para si mesma. Em seguida chamou a vice-diretora, Verônica Sinclair, informando-a de sua decisão.

Foi até sua cobertura e serviu-se um copo de vinho tinto enquanto arrumava uma mala com alguns pertences essenciais. Sabia que dificilmente usaria algumas das roupas que estava colocando na mala, mas tenha consciência de que eram essenciais. Em uma bolsa de mão, colocou certos arquivos da empresa que carregava consigo o tempo todo, junto a outros artigos necessários.

Quando olhou no relógio, já haviam se passado uma hora e quinze minutos. Terminou sua terceira taça de vinho e dispensou seu motorista, decidindo dirigir sozinha para o aeroporto. Avistou o avião militar, com a traseira aberta, exibindo o Davies conversando com uma mulher também em roupas militares, pontualmente uma hora e meia depois da reunião com o general.

— Srta. Black, bem-vinda a bordo do Zeta 101. – O General cumprimentou assim que ela se aproximou o suficiente. – Coronel Gray, Samantha Black. Samantha Black, Coronel Gray.

— Espero que saiba que vestidos e saltos não são bem-vindos em bases militares, srta. Black. – A coronel debochou.

— Por isso eu trouxe saias, Coronel. – A CEO respondeu, fazendo a mulher rir.

ɸ

Jesse Carter olhava sem realmente prestar atenção para Harry O’Brien, professor de Física. A música tocando no volume máximo de seus fones de ouvido, escondidos por seu cabelo desarrumado. Desviou seus olhos do professor, retornando-os ao seu desenho incompleto. Não quis pensar em como a maioria das pessoas julgava desenhar dinossauros ser algo infantil, racionando consigo mesmo que eram, de fato, criaturas fascinantes.

— Dispensados! Espero um trabalho completo de radiação para quinta-feira. Quem a descobriu, o que faz, etc. – O’Brien disse assim que ouviu a campainha que simbolizava o fim do dia letivo. – Sr. Carter, se puder ficar um momento, preciso discutir algo com você.

— Professor, o senhor queria falar comigo? – O moreno suspirou, se aproximando do professor assim que o resto dos alunos saiu da sala.

— Eu sei que não gosta de física, Jesse, mas preciso que você se esforce um pouco mais. – O professor declarou. – Preciso que pare de desenhar, ou ler, ou ouvir música para passar direto. Se você tirar, no mínimo, um C+ eu te passo. Combinado?

— Sim, sr. O’Brien.

Ele saiu da sala e deu play novamente em seu álbum favorito, Blue Neighbourhood, e saiu da escola, passando pelo local onde os atletas praticavam futebol americano e as líderes de torcida ensaiavam seus passos. Assim que alcançou a rua, aumentou a velocidade dos passos, como o usual. Era estúpido andar devagar naquela vizinhança, principalmente portanto algo de valor.

Na porta de sua casa, um carro preto, com a estampa do exército americano em ambos os lados. Passou pela porta e tentou alcançar seu quarto o mais rápido possível, avisando em bom tom que havia chegado.

— Neon, querido, você tem visitas! – Ele ouviu sua mãe advertindo da cozinha.

Pelo poço foram seus planos de imediatamente começar seus jogos, suspirou. Desceu as escadas, ainda com a mochila da escola, e foi até a sala, onde ele presumiu que sua “visita” estava. Ali, um homem com longos cabelos loiros, em terno perfeitamente alinhados, sorriu para ele.

— Sr. Carter, é um prazer imenso revê-lo. – Sorriu. – Meu nome é Lucas Henshaw, atualmente codiretor de um departamento do Exército.

— Revê-lo? Eu não me lembro do senhor. – O garoto respondeu, confuso.

— Me surpreenderia se lembrasse. – Henshaw riu. – Era praticamente um bebê!

— Senhor, sem ofensas, mas por que está aqui?

— É uma história razoavelmente longa, sr. Carter, sente-se. – O homem gesticulou para uma poltrona, de frente para o sofá no qual estava sentado. – Veja, há alguns anos, experiências genéticas foram feitas em alguns fetos e bebês. Você foi um deles. Agora, nosso país está sob uma grande ameaça, e precisamos de sua ajuda.

— Oi? Você está brincando? – Jesse respondeu, não podendo evitar a confusão em sua expressão.

— Não, sr. Carter, não estou. – Respondeu. – Já expliquei a situação para seus pais, como tudo vai acontecer. Infelizmente, não é uma questão de escolha. Você tem vinte minutos para arrumar suas malas. Vamos para uma base militar, lá você vai receber uniformes, mas sugiro que leve algumas roupas civis. Vinte minutos, vá.

Jesse se levantou da poltrona e se dirigiu para seu quarto, ainda embasbacado com o que ouviu. Socou algumas roupas dentro de uma mochila, junto a alguns livros e jogos, deixando um pouco de espaço para seu notebook e chocolates. Desceu em quinze minutos, usando os cinco restantes para surrupiar meia dúzia de chocolates para sua mochila e despedindo-se de seus pais, já que Aileen e Jordan não estavam em casa.

Entrou com o sr. Henshaw na traseira do carro militar, que estava sendo dirigido por um soldado. Foi levado até o aeroporto, onde um avião camuflado, exibindo a orgulhosa águia estadunidense, os esperava.

— Bem-vindo ao F.P.P.G. e a reativação do Projeto Peculiar, sr. Carter.

ɸ

Felícia Hayes adora as aulas de Patologia Clínica, ela vinha em segundo lugar a sua lista de matérias, perdendo somente para Anatomia. Talvez fosse como o professor Richard Grayson conduzia a aula, como ele explicava de maneira tão clara. Ela não tinha muita certeza.

Aula do Grayson, aula do House, aula da Shepard e finalmente o dia acabaria. Ela já pensava em que tipo de delivery (francesa? Chinesa? Tailandesa? Porque NJ precisa ser tão acessível, ela pensou) iria pedir. Isso é, até alguém interromper sua amada aula.

Uma mulher alta, esguia, de cabelos cor de mel escuro, ostentando um belo tailleur negro conversou em voz baixa com Grayson. Ela parecia estar tentando o convencer de alguma coisa. Seria ela a Bárbara, a namorada mencionada algumas vezes no decorrer do período?

— Srta. Hayes, por favor acompanhe a srta. Shafiq. – O professor comandou. – Pode levar seus pertences.

Felix obedeceu ao homem, acompanhando a mulher misteriosa pelos corredores de Princeton. Não pode deixar de entreter o pensamento de que ela era uma advogada, vindo informar alguma (má) notícia sobre a sua madrasta.

— Acredito que aqui seja privado o suficiente. – A mulher declarou, pausando seus passos e virando-se para ela. – Srta. Hayes, o Exército Americano tem uma proposta para você, algo irrecusável.

— Irrecusável, huh? – A loira ecoou, prevendo a bagunça que aquilo traria para a sua vida.

— Literalmente irrecusável. – Shafiq murmurou, antes de retornar ao tom de voz normal. – Não vou falar isso de maneira suave. Você é geneticamente modificada, tem algo de especial.  O país está sob risco de ser extinto, e você pode ajudar a impedir que isso aconteça. Fui clara?

— Como cristal. – Felícia alfinetou. – E seu eu disser não?

— Como eu disse, é literalmente irrecusável. Você não é a única que está tendo sua vida revirada por isso. Você tem vinte minutos para arrumar uma mala com roupas civis e outras coisas que julgue necessárias para uma base militar. Já desperdiçamos muito tempo falando.


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