Melhores Amigos escrita por Kurohime Yuki


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente adorei escrever isso. Foi minha primeira história com personagens não originais que eu escrevi e eu adorei escrevê-la. Personagens já criados me causam muitos problemas, me deixam nervosa se estarei ou não seguindo suas características, porque colocar o nome deles como personagens é fácil, escrever como se fossem eles é difícil. Mas eu gostei de escrever isso e acho que está compatível.
Quem melhor do que meu shipp cannon favorito para isso?
Eu queria escrever algo para esse aniversário, comemorar realmente ele dando um presente a esse shipp, passei a semana toda tentando fazer algo e no ultimo segundo conseguir, então aqui está. Espero que apreciem Killugon, como eu apreciei ao escrevê-lo. E feliz Killugon Day!



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—Oni-chan? – chamou Alluka.

Killua manteve os olhos fechados. Ele não estava dormindo – não profundamente ao menos. O treinamento de Bisky junto com o da sua família tinha esse feito sobre ele. A cada momento que ele fechava os olhos, que caia no sono, qualquer coisa o acordava, por mais longe que estivesse.

O bater de asas de uma borboleta há quilômetros de distância parecia um furacão.

O sussurrar das folhas de uma árvore fazia-o ter calafrios, como se fantasmas lhe contassem maldições e torturas – nada seria tão pior quanto a tortura que aconteceu com ele antes, mas seus nervos não pareciam pensar o mesmo.

E o pior de tudo era as formigas. Killua podia ver cada formiga apesar de estar com os olhos fechados. Mesmo quando tentava “desligar” o nen, elas continuavam lá. Gravadas na sua mente. Formigas, formigas quimeras, formigas quimeras da guarda real, formigas quimeras da guarda real morrendo e Gon... Gon morrendo nos seus braços.

—Oni-chan? – chamou Alluka, novamente, acordando-o de seus sonhos.

Killua abriu os olhos. E viu, não Alluka, não sua irmã, mas Gon. Gon que não tinha morrido. Gon que o estava olhando preocupado. Gon que estava tão próximo que Killua podia ver cada sarda de sol que marcava seu nariz e suas bochechas. Gon que divida a cama com ele.

—Ei, Alluka – disse ele, piscando e virando-se para sua irmã. – O que foi? Pesadelos? Não se preocupe, Illumi não pode nos encontrar...

Embora não fosse culpar sua irmã se ela estivesse preocupada – ele estava preocupado. Mais uma coisa para preocupar-se: Killua não conseguiria dormir enquanto Illumi poderia aparecer a qualquer momento a procura deles. 

—Ah, não, oni-chan – disse Alluka, balançando a cabeça com firmeza. – Eu sei que o oni-chan não deixará nem um mal perto de Alluka. Eu sei.

—Então...

—Oni-chan – chamou Alluka pela terceira vez.

—Sim?

—Você e Gon são o que?

—O-o q-que? – gaguejou Killua, sentindo-se ficar vermelho, mas... mas.... mas... – Que pergunta é essa?

—Vocês estão dividindo uma cama – disse ela, confusa – e apenas um casal faz isso, não?

—Nós não somos um casal! – gritou Killua, sentando-se rapidamente. – Gon e eu... Eu e Gon... Nós, nós...
Killua não fazia ideia do que dizer. Eles eram... Eles! Apenas isso. Gon e Killua. Killua e Gon.

—Somos melhores amigos – afirmou Gon, com a confiança que apenas ele tinha, sentando-se ao lado de Alluka...

Como é que ele... Por um momento, Killua achou que Gon tivesse usado nen e aprendido a camuflar sua áurea até para ele, porque Killua nem tinha ouvido seu amigo movimentando-se. Mas ele não estava realmente prestando atenção, por que o que ele e Gon eram afinal? 

—Melhores amigos? – repetiu Alluka, apreciando essa nova palavra. – Eh? Qual a diferença entre amigos e melhores amigos?

Gon sorriu, acomodando-se com as pernas dobradas no canto da cama, antes de começar a falar. E Killua só pode ouvir, porque até ele estava curioso sobre a diferença. Ele nem sabia o que amigos realmente eram. Apenas que estavam lá um para o outro.

—Primeiro: amigos sempre estarão do seu lado quando você precisa, mas melhores amigos não precisam disso.

—Não? – ecoou Alluka, duvidosa. Killua tinha a mesma dúvida. – Mas eu pensei que melhores amigos fossem mais do que amigos...

—E eles são. Mas melhores amigos não estão do seu lado apenas quando você precisa deles, eles estão sempre com você. Mesmo quando não estão. Eles estão... Ligados a você. Eles são uma parte de você.

—Segundo? – incitou Alluka, animada. – Eles fazem mais o que?

—Mais? Isso não é suficiente? – perguntou Gon, mas também sorriu, divertindo-se. – Hum, o que mais, Killua?

—Eles são idiotas – murmurou seu amigo, vermelho. Gon não tinha vergonha?

—Isso mesmo! – exclamou Gon, apontando vitorioso para ele.

—Eu estava brincando com você!
Gon o ignorou. Killua estava certo mesmo quando não tentava.

—Melhores amigos são idiotas um com o outro, mas, mesmo quando são idiotas, você pensa que são as melhores pessoas do mundo. As mais inteligentes, espertas, astutas...

—Não seja um idiota, idiota – reclamou Killua, jogando o travesseiro nele com força. 

Força e rapidez. Mais rápido do que a lembrança de que Gon tinha saído do hospital hoje e precisava de uma folga chegasse a ele... Qualquer coisa para fazer Gon parar de falar coisas embaraçosas. Embora Gon não parecesse pensar o mesmo. Nem seus músculos. Porque pegou o travesseiro sem pensar e o rebateu de volta.

—Mas eu sempre pensei que você fosse isso, Killua – acrescentou Gon rapidamente, antes de se desculpar para Alluka. – Então não acho que isso seja realmente uma coisa especifica de melhores amigos.

Alluka não se importava se era ou não. Ela estava gostando muito disso. Ela gostava de Gon, do fato dele ser especial para seu oni-chan como era para ela, do fato dela – mas principalmente Nanika – ter podido ajudá-lo e estar vendo seu irmão corando agora. Ela nunca viu seu irmão corando tanto quanto estava na presença de Gon. Corar era uma das coisas de melhores amigos? Ficar vermelho era um sinal de felicidade? Alluka gostava disso.

—Melhores amigos, Alluka – disse Killua, falando com ela, mas olhando para Gon – ajudam o outro mesmo que eles não mereçam, mesmo quando o outro foi um idiota.

—E continuam melhores amigos mesmo quando o outro não pede desculpas depois – completou Gon, sem desviar o olhar de seu melhor amigo.

—É? – Killua levantou a sobrancelha. Gon achava que ele era um idiota?

—É – afirmou Gon, sem tanto entusiasmo ou confiança que sentia no começo.

—Boa tentativa, Gon. Mas tente de novo, eu quero meus pedidos de desculpas – disse Killua, cruzando os braços.

—Killuaaaa – reclamou Gon, mas ele estava sorrindo também. – Não posso. Por que somos melhores amigos e melhores amigos não pedem desculpas depois.

—Peça – insistiu Killua, levantando-se.

—Eu não posso – insistiu Gon, ficando de frente a ele. – Se não isso significa que eu estaria mentindo para a Alluka sobre melhores amigos e eu teria que comer 1000 agulhas!

—Você não fez uma promessa a ela, então não tem que...

—Mas eu prometi a Mito-san que nunca iria mentir!

—Então me der minhas desculpas e depois vá comer suas 1000 agulhas!

—Oni-chan! – reclamou Alluka, horrorizada. – Você não pode dizer...

—Eu não vou quebrar uma promessa! – disse Gon, avançando para Killua.

—Minhas desculpas – soletrou Killua, avançando em direção a ele também. Ele não recuaria, não quando era Gon, não quando Gon o devia. – Agora.

—Eu não posso pedir desculpas, mas... posso te dar um presente! – exclamou Gon, arregalando diante da ideia. – Porque melhores amigos dão presente um para o outro mesmo quando não tem motivos – disse Gon, rapidamente.

—Você acha que não tem motivos...

—Especialmente quando tem motivos. Eles não se desculpam, mas...

E Gon o beijou

Gon estava tão perto, tão perto, tão perto quanto nunca esteve, que Killua sentiu a respiração dele no seu rosto – rápida, quente, ofegante – e depois nos seus lábios. Na sua boca.

Gon que parecia tremer e corar, e mordiscar os lábios – e Killua não pode desviar os olhos quando o via fazendo isso, embora soubesse que deveria – e depois – oh, e depois – aqueles lábios estavam nos seus.

Gon estava beijando-o.

E Killua beijou-o de volta.

Não foi um grande beijo, não teve nada além de lábios se tocando, mas... Killua sentiu seu coração acelerando, batendo muito mais rápido do que o normal, algo que era errado principalmente para um assassino.
Killua nunca se sentiu tão certo.

—Mas melhores amigos agradecem – suspirou Gon, quando eles se separaram. – Melhores amigos agradecem ao outro por serem melhores amigos e por continuarem juntos, apesar de tudo.

—E-eu... – gaguejou Killua, tão vermelho que Gon achou-o fofo. – E-eu acho que isso não é o suficiente.

Gon prendeu a respiração quando viu Killua – Killua que sempre era tão adorável e agora mais do que nunca – inclinando-se para frente, completando o pouco espaço entre eles, sem nunca desviar o olhar do dele, porque Killua o olhava com tanta confiança e amor, tão fragilizado, mas ao mesmo tempo mais forte do que nunca, que Gon sentiu-se... Completo.

Tinha valido a pena. Perder seu nen, lutar com Pitou, estar perto da morte... Tudo isso tinha valido a pena por este instante, por aquela expressão. Gon faria tudo de novo se isso significasse vê-la.

Gon fez tudo de novo quando fechou os olhos ao tocar aqueles lábios, suspirando – ou gemendo, ou provando, não fazia diferença – quando a boca de Killua abriu a sua e deslizou algo para dentro. Tudo valia à pena enquanto Gon tivesse Killua ao seu lado.

—Melhores amigos se beijam? – interrompeu Alluka, nem tentando esconder o sorriso das bochechas rosadas que doíam. – Porque isso parece algo que um casal faria.

Surpresos, ambos se separaram. Corados, tímidos e nunca tão felizes quanto antes. Tinha valido a pena.

—Apenas os melhores amigos mais especiais – respondeu Gon, enquanto Killua corava de vergonha.

Alluka sorriu mais ainda, sentindo-se quente, segura e amada. E acrescentou mais uma coisa a lista de melhores amigos: eles se amam.


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Notas finais do capítulo

Aceito opiniões a qualquer momento!