— Bella! – Renée a chamou.

Bella a encarou. A amazona se moveu a passos largos até a filha. Então, parou por alguns instantes e abraçou tão forte como se a jovem fosse fugir se não a mantivesse em seus braços.

— Fico feliz que você tenha voltado – Renée soltou a filha. Ela sorria radiante de felicidade.

— Eu ainda não sei se eu quero ficar – Bella baixou a cabeça.

— Não vamos discutir isso agora – Renée passou a mão nos cabelos lisos da filha – Tenho novidades que você vai gostar.

***

Bella estava sentada num banco rústico feito de madeira, ela segurava um copo de barro nas mãos.

— Então quer dizer que depois de todos esses anos vocês vão falar sobre a verdade para todas as amazonas essa noite? – perguntou Bella incrédula.

— Sim! Você mesma queria que fossemos sinceras.

Renée sentou-se ao lado de Bella.

—  E vão contar sobre o continente também? – Bella levantou-se.

— Como... como você sabe sobre o continente?

Bella percebeu que havia cometido um erro. Ela não conseguia pensar numa desculpa plausível. A amazona virou-se aos poucos para encarar sua guardiã.

— Foi a Rosalie que te contou? – Renée ficou de pé.

Bella apenas balançou a cabeça.

— Sinto muito por não ter te contado antes. Qualquer dúvida que você tiver eu prometo que vou esclarecer – Renée deu um beijo na testa.

***

Bella trazia nas costas uma saca de arroz. A amazona colocou em cima da mesa de madeira que estava cheia de ervas como: boldo, camomila, hibisco. No momento Rosalie preparava um chá.

— Eu disse que queria a colheita do mês! – disse Rosalie avaliando que saca não estava cheia.

— Foi o que eu consegui por enquanto. Depois eu consigo mais.

— Eu espero.

Rosalie foi mancando até a mesa.

— Eu vou precisar de outro favor seu! – exclamou Bella.

— O estrangeiro se machucou de novo? – Rosalie sorriu.

— Não eu encontrei outros e preciso de ajuda para fazer um barco.

Rosalie fez uma cara de espanto. Parecia inacreditável o que amazona acabará de dizer.

— Tem algo que eu quero lhe mostrar!

Rosalie fez menção para que Bella a seguisse. Ela não explicou nada, apenas estava guiando o caminho. Elas chegaram ao pé de uma serra. O caminho era íngreme e estreito. A curandeira apresentava dificuldades para seguir o percurso, mas em nenhum momento pediu ajuda. Caminharam por mais ou menos 1 km até pararem.

— É  aqui!

As duas estavam paradas em frente uma pilha de entulho de madeira e pedras. Rosalie tirou alguns pedaços de madeira revelando assim um pequeno barco. Bella aproximou-se e tocou na embarcação.

— A quanto tempo isso está aqui? – perguntou Bella.

— A mais ou menos dez anos.

— Como isso veio parar aqui?

Rosalie sentou-se numa rocha.

— Há muito tempo um homem veio parar nessa ilha. Ele era o único sobrevivente da sua tripulação.

— Eu cheguei a ver esse homem na cabana com as outras amazonas.

— Minha mãe o encontrou na praia e assim como você ela escondeu ele das outras por medo. Os dois se apaixonaram e depois de um tempo apareceu as fraquezas, tonturas e a barriga começou a ficar visível ...

— Eu não estou entendendo!

— Tem um bom motivo por qual elas não contam de onde vem os bebês. Duas amazonas não podem ter filhos juntas.

Bella procurou absorver as informações.

— Você não terminou de contar o que aconteceu – Bella olhava para o chão.

— Acabaram descobrindo onde o homem estava. Trouxeram para aldeia. Algumas mulheres ficaram grávidas, mas o pior foi o que aconteceu com a Sam.

— O que aconteceu?

— Ela teve um menino, mas como você deve saber não há nenhum menino nesta ilha, tirando esses homens que você encontrou.

Bella ficou em silêncio. Ela não poderia acreditar que suas irmãs fariam algo de ruim para um bebê.

— Não, não, não... Você está mentindo. Elas não fariam algo horrível assim – Bella deu alguns passos para trás.

— Eu vi o bebê. Tinha cabelos ruivos que nem a mãe.

— Por que você está inventando isso?

— Por que eu inventaria uma história dessas? – Bella deu as costas – Eu não terminei de contar o que aconteceu com o homem. Ele foi enforcado depois do nascimento das crianças.

Bella virou-se para encarar Rosalie.

— O por quê desse ódio todo pelos homens?

— Guerras e fome são alguns dos motivos.

Os olhos de Bella estavam marejados.

— Só mais uma coisa – Rosalie se levantou – Você precisar da ajuda de pelo menos um desses homens para descer com a canoa até a praia. Eu não tenho condições de ajudar e nem você pode fazer isso sozinha.

— Eu vou dar um jeito!

***

Bella comia o mais rápido que podia as castanhas, o arroz e ave assada. Ela tinha que ajudar Edward a sair da ilha o quanto antes. Assim que terminou reuniu cordas de bambu, fações, pegou também castanhas e uma ave despenada. Renée acho tudo aquilo estranho.

— Para onde você está indo Bella?

— Eu preciso de um tempo para pensar!

— Você voltará?

— Sim!

Renée a abraçou e depois disso Bella saiu apressadamente. Nanny se aproximou.

— Renée, fica de olho nela! – pediu Nanny.

— Está certo! – Renée assentiu.

***

Bella chegou a choupana na praia, mas estava vazia. Provavelmente Edward estava nas margens do riacho. A amazona prendeu a corda de bambu no teto e suspendeu a ave depenada de cabeça para baixo, deixou o restante das coisas que tinha trazido no chão.

Renée observava a filha à uma distância de 100 metros e a seguiu riacho a cima até que a amazona sumiu de vista.

***

Edward estava deitado na grama perto das bananeiras. Ao som de passos se aproximando fez o forasteiro levantar-se abruptamente em dois segundos ele já estava de pé.

— Quem é?

Ao sair das sombras foi possível ver Bella.

— Por um instante pensei que fosse outra pessoa, não sei porque.

Bella foi ao encontro de Edward e o beijou.

— Oi – foi tudo que ele conseguiu pensar em dizer.

Bella o abraçou forte.

— Vou sentir a sua falta – Bella o apertou ainda mais.

Edward deslizou as suas mãos nas costas dela.

— Você pode vir conosco!

Bella se afastou.

— Eu não posso... não posso deixar tudo que eu conheço.

— Eu vou estar com você!

Bella virou-se de costas para Edward e deu dois passos se distanciando. Ele chegou perto e a tocou no ombro. O olhar dele parecia como uma súplica para que ela aceitasse a sua proposta. O forasteiro aproximou-se e a beijou. A amazona devolveu com intensidade.

Edward a ajudou a tirar o vestido. Bella alisou o corpo do forasteiro. Ele tirou as suas calças e ficou nu.  Os dois se deitaram na grama. Ele amaciou um dos seios da jovem com uma das mãos que deslizou até a coxa da jovem. Eles se beijavam intensamente.

Edward parou para olhar Bella nos olhos.

— O que foi? – perguntou Bella.

— Eu te amo! – vociferou Edward.

Ele voltou a beijar a jovem. Abriu as pernas de Bella e se posicionou no meio delas. A amazona sentiu um misto de sensações e seu corpo vibrava na mesma frequência dele. Tanto Edward quanto a amazona estavam ofegantes.

Uma lâmina ficou estendida perto do pescoço de Edward.

— Se levante agora! – disse Renée em tom de ameaça.