Wherever I Go escrita por Elizabeth Stark


Capítulo 1
The birds that fly over our days


Notas iniciais do capítulo

Foi incrivelmente relaxante e confortável de escrever, por isso já valeu a pena pra mim.
A música escolhida dessa SongFic foi Wherever I go - John Mayer, minha preferida de uns bons tempos para cá ♥.



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Em um lugar muito profundo e secreto de sua mente, Rony as vezes se perguntava, talvez, se entrasse para o time da Grifinória, Hermione prestasse mais atenção nele.  Isso geralmente surgia a tona quando a via perder totalmente a compostura, despejando xingamentos a Sonserina, quando torcia euforicamente por Harry nas partidas de Quadribol.

Imaginava tolamente as bochechas coradas dela, os cabelos esvoaçando nas arquibancadas enquanto gritava seu nome. No fim de suas fantasias, comemoravam juntos na sala comunal com longos beijos.

 

***

Wherever I go,
        Whatever I do,
I wonder where I am in my relationship to you.

 

Hermione odiava com todas as suas forças as fofocas do banheiro feminino. Por ter dois melhores amigos homens, esse tipo de futilidade não era comum em sua vida. Não conseguia se interessar em uma variedade inacreditável de produtos para os cabelos quando havia três pilhas de deveres em seu dormitório do próximo semestre. Muito menos se estava atrasada ou não em dar seu primeiro beijo.

Se Rony fosse um garoto menos orgulhoso e inseguro em relação a tudo praticamente, as coisas poderiam ser diferentes em um nível astronômico. Essa era sua realidade e não havia muito o que fazer. Era o tipo de conversa que duvidava muito que suas colegas entendessem, já que estavam sempre preocupadas em disputar atenção dos garotos da Corvinal.

Porém, quando pensava em Krum, devia admitir que era muito mais fácil lidar com o ego dele mesmo sendo um jogador internacional de Quadribol. Conversavam muito pouco e as vezes era bom mudar de companhia, ao menos uma que prestasse atenção ao que ela dizia, para variar.

Ele era calmo e inteligente mesmo que suas conversas não dessem abertura para isso ser provado sempre. O idioma ficava entre eles da mesma forma que outras milhares de questões desconfortáveis ficavam entre ela e Rony. 

Hermione se questionava se algum dia teria um relacionamento saudável e simples com algum garoto. 

Suspirou e quando deu por si, sentiu que estava pronta e madura o suficiente para beijar Krum. Tinha se decidido.

Estavam sozinhos no pátio de entrada, dois dias antes do baile de inverno. Uma ventania cortante rodava pelo ar quando Hermione sentiu os lábios e a barba dele roçarem em seu rosto. Ouviu os sapatos dele esmagarem a neve quando ele se aproximou mais um passo, contornando seu rosto com as mãos. 

Krum sabia beijar muito bem. Mas não fez nenhuma borboleta levantar voo em seu estômago.

Rony, entretanto, era capaz apenas de olhar alguns segundos para ela e criar uma relva inteira de pássaros. 

*** 

Rony se revirava inquieto nos cobertores ao pensar na facilidade com que Harry e Gina se envolviam com outras pessoas, ao passo que ele nem falava com outras garotas, se não Hermione. Isso foi se tornando um incomodo crescente, com situações extremamente desconfortáveis até que se viu nos braços de Lilá Brown. Na verdade, nunca parara para pensar nas qualidades dela ou porque se mantinha na relação. Ela simplesmente estava lá.

Depois que a novidade dos beijos e as brigas ciumentas com Hermione esfriaram, não conseguia visualizar um plano maior junto com Lilá. 

Viu-se caminhando em direção a ela nervoso e inseguro para terminar o namoro e quando sentiu a leveza em seus ombros quando disse o que realmente pensava, manteve-se firme e decidido. 

Algum dia sentiria uma coragem bombeando suas veias e seguraria Hermione junto de si, diria coisas que sempre quis dizer, mas que nunca pareceram certas. Sentiria os cabelos castanhos nas mãos, e a sensação de que ela era sua e sempre fora.

Onde quer que fosse seria feliz de ter isso.

***

Ocasionalmente, quando sua cabeça estava clara e leve, Hermione se perguntava se algum dia perdoaria Rony pelo que fizera. Abandonar os amigos no momento mais crucial que já viveram, com uma crise de ciúmes doentia, apontando a varinha para Harry.

Talvez ele gostasse de saber que quase foram mortos pela cobra em Godric´s Hollow. Que ela chorava sempre e sentia uma dor em seu peito, do tamanho de um passarinho, sobrevoar todos os seus dias. Desejava superar esses sentimentos com um tom frio e distante, exatamente da forma que Rony levara suas ações.

Mas era impossível quando passava longas e abundantes horas sem nada para fazer, com imensas preocupações - inclusive com a vida dele- apenas esperando que ela e Harry não fossem achados por Voldemort.

 

Quando voltou para os amigos, muitos sentimentos e esclarecimentos arrombaram o peito de Rony, mas um se elevou diante dos outros com uma clareza assustadora: o quanto não só queria, mas precisava de Harry e Hermione para se manter são. Tanto em momentos decisivos como nos mais banais possíveis. Da pior maneira possível, sentiu na pele uma solidão escura que nunca lhe fora familiar antes.

***

Wherever you go,
        Wherever you are,
I watch your laugh play out in pictures from afar

 

Enquanto arriscava a vida com a mesma facilidade que a mão de Rony escapava da sua, Hermione se perguntava se morreria antes de dizer sete anos de sentimentos enclausurados a ele.

Enquanto via em cada corredor um Comensal da Morte diferente pronto para matar, lamentava que seria ou agora ou nunca. Jamais imaginara o fim de seus autos e baixos com Rony dessa forma...

Então ele comentou algo sobre elfos domésticos e ela riu por dentro, sabendo que o tinha treinado bem todos esses anos.

O primeiro beijo que dera em Rony foi como o primeiro beijo de todos os seres dos planetas. Foi a maior junção de primeiras vezes que já pensou. Lembrou que suas mãos estavam sujas das presas do basilisco, a calça rasgada na lateral, seu cabelo era um fator que não queria pensar de forma nenhuma, mas quando ele a levantou do chão, tudo pareceu se remediar em um simples momento brilhante.

Fora rápido. Sem pensar. Sem estudar.

Um estrondo foi ouvido no fim do corredor e enquanto sua audição aos poucos voltava, ruídos de feitiços e paredes se despedaçando foi captado por seu cérebro.

Até que  sentiu os pés de volta ao chão, seu primeiro vislumbre depois dos olhos de Rony quando abriu os seus próprios, foi o céu estrelado através da janela do castelo.

Harry fez o favor de os lembrar que, afinal, estavam no meio de uma batalha. 

Pegou a mão de Rony, e com um último adeus as estrelas naquela noite, voltou a correr.

 


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