Universe escrita por Esthellar


Capítulo 1
I thought you were a constellation


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoal! Como cês têm passado? Espero que muito que bem, viu? :B
Voltei com mais uma outra fanfic desse ship, porque SoonChan is love, SoonChan is life. E, como sou muito Dino biased mesmo, resolvi escrever sobre uma coisa que eu gosto muito nele (e o Soonyoung também, nesta história) e que quase não dá para ver nas fotos (por causa do whitewash e da maquiagem): as pintinhas em seu rosto. Sério, é a coisa mais amor EVER :'))
Enfimmm, comentários à parte, espero que vocês realmente gostem!
Boa leitura ♥

MÚSICA: Venus - Sleeping At Last



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U N I V E R S E

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Havia começado de repente, como naqueles dias de sol em que chove sem aviso. Não tinha certeza do momento exato – e, talvez, nem houvesse um momento exato, mas uma sucessão de pequenas situações –, porém, um dia, Soonyoung percebeu que havia começado a se sentir estranho toda vez que olhava para seu pupilo, Lee Chan.

Primeiro, achou que estivesse doente. Checava a temperatura da testa com o dorso da mão toda vez que seus olhos pousavam sobre o mais novo, porque, incrivelmente, sempre sentia o rosto esquentar ao vê-lo, as bochechas corarem, as orelhas arderem. Era involuntário e aquilo já o estava deixando preocupado. Seria algo sério? Estaria à beira da morte? Não poderia partir sem ter colocado em prática todas as milhares de coreografias que havia planejado!

Mas, se tinha algo que Soonyoung conseguia achar ainda pior que o aumento de temperatura, era, sem sombra de dúvidas, a palpitação que sentia toda bendita vez que Lee Chan sorria para ele, com seus olhos praticamente se fechando em duas formas de lua crescente. Não sabia o que lhe acontecia: era só fitá-lo e o coração acelerava numa velocidade alarmante, como se fosse sair pela boca. Quando o pequeno tocava-lhe o braço, para perguntar algo relacionado à coreografia que estavam criando, ou quando o abraçava, assim, de supetão, como se sempre fizessem isso – e realmente faziam, assim como também faziam com os outros membros, mas Soonyoung estava preocupado demais com aqueles braços esguios envolvendo sua cintura para conseguir juntar uma linha de raciocínio correta –, ele achava que poderia explodir ali mesmo.

Ah, definitivamente estava doente. Não era possível! Todos aqueles “sintomas” eram claramente os de alguém muito doente, certo? Ninguém ficava daquela forma, a menos que estivesse apaixonado.

Oh.

Oh.

Oh.

Então, como numa epifania, de repente, ele percebeu, enquanto olhava para Chan do outro lado da sala, que esboçava sua mais melodiosa gargalhada ao ver as caretas que Hansol fazia: não estava doente. Na verdade, não passava nem perto disso, nunca tinha estado tão bem.

Soonyoung, que apesar de cantar músicas sobre o amor jamais havia pensado que encontraria alguém que o completasse totalmente e o fizesse sentir borboletas no estômago, naquele momento, conseguiu entender tudo. No fundo, bem no fundo, havia se apaixonado por Chan há muito tempo… mas era como se o estivesse vendo pela primeira vez.

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O céu à noite costumava dominar minha imaginação

Agora, eu movo os discos cuidadosamente

Depois de um tempo, pensei que nunca te encontraria

Convenci a mim mesmo que nunca te encontraria

Quando, de repente, eu vi você

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Era estranho, muito estranho, e Soonyoung não conseguia dormir. Não podia se concentrar nas danças, nas músicas, em nada. Seokmin o havia perguntado o que estava acontecendo, o porquê de ele parecer tão cansado e distante, mas o mais velho não sabia nem colocar em palavras o que estava sentindo. Passava a mão exasperado pelo rosto e olhava para seu melhor amigo com o cenho franzido, a expressão sofrida, como se tentasse fazer com que ele compreendesse a situação sem necessariamente falar nada, mas era em vão. Então, bufava em desespero, porque ninguém entendia a gravidade daquilo tudo.

Soonyoung estava ficando louco, isso era certo. Ele havia nutrido sentimentos por Lee Chan! De todas as pessoas do mundo, Lee Chan, seu dongsaeng e maknae do grupo! E, ao se dar conta disso, era como se ele tivesse se tornado alguém totalmente diferente aos seus olhos, porque não conseguia pensar em mais nada a não ser em como havia deixado aquilo acontecer.

E em como Chan parecia tão bonito enquanto dava tudo de si numa coreografia que ele mesmo havia criado, com o suor escorrendo por sua têmpora, passando por sua maçã do rosto protuberante, criando caminho por seu maxilar bem definido e...

Droga.

Soonyoung bateu a testa na mesa à sua frente.

Estava na famigerada fase de negação, tentando tirar da cabeça que tinha muito mais que uma simples amizade pelo outro dançarino. Mas, toda vez que olhava para ele, sentia que estava se tornando cada vez mais difícil rejeitar aquele sentimento.

À noite, enquanto todos descansavam tranquilos no dormitório, Soonyoung mantinha-se acordado a observar a lua, juntamente das pequeninas luzes não muito distantes das estrelas, pela vidraça da janela de um quarto que nem mesmo era o seu, já que os membros, às vezes, dormiam nos aposentos uns dos outros.

Então, olhando para o lado, via o semblante sereno de Chan, que o havia acompanhado até o quarto de Seokmin, suspirando com os lábios entreabertos e parecendo sonhar com algo bom. Não podia deixar de notar todos os sinais que existiam na face do menino, dispostos de tal forma que era impossível não associá-los com as estrelas do céu que outrora fitava. Era como se houvesse uma constelação em seu rosto, e ele tinha vontade de correr seus dedos por ali, ligando cada ponto, cada estrela, até que um desenho fosse formado e astrônomos e astrólogos pudessem discutir a respeito.

Soonyoung, na verdade, havia se apaixonado por uma galáxia inteira.

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No começo, pensei que você fosse uma constelação

Fiz um mapa das suas estrelas e, então, tive uma revelação:

Você é tão bonito quanto infinito

Você é o universo em que eu estou perdidamente dentro

Um astrônomo nos meus melhores dias

Quando jogo fora todas as minhas medições

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Percebendo que não tinha mais volta, o líder da Performance Unit se deu por vencido. Não estava doente nem louco, apesar de seu coração bater acelerado quando seus olhos se encontravam com os de Chan sem querer.

Era a forma como ele sorria tão abertamente e parecia tão genuinamente feliz quando alguém lhe elogiava. Era a maneira como dançava, colocando força e delicadeza, ao mesmo tempo, em cada movimento, bailando como se sua vida dependesse daquilo. Era o olhar penetrante que fazia toda vez que executava um passo mais intenso, e como sua expressão se modificava, em uma fração de segundos, para outra completamente diferente, mais suave. Era o brilho em seu olhar, a cada vez que pisava num palco ou tablado. Era a forma peculiar como arrumava os fios de seus cabelos, nunca com as pontas dos dedos, mas sempre com as palmas das mãos. Era sua risada, capaz de iluminar uma cidade inteira.

Era Lee Chan, por quem ele tinha se apaixonado, em toda a glória que um corpo pequeno como aquele poderia abrigar. E Soonyoung havia descoberto que cada vez mais gostava daquilo tudo.

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Como um telescópio

Eu te puxarei para tão perto

Até que não haja nenhum espaço entre nós

E de repente, eu te vejo

De repente, eu te vejo

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Então, num dia como outro qualquer, enquanto o grupo estava num pequeno hiato de descanso (ou, como Jeonghan costumava chamar: “uma pausa para o trabalho interno sem que a gente necessariamente descanse”), no alto do terraço do prédio da Pledis, Soonyoung contou para Chan o que sentia por ele. Suas mãos suavam, seus dedos tamborilavam sobre o moletom de sua calça e sua cabeça parecia girar, enquanto Chan o fitava com os olhos arregalados e a boca semiaberta em surpresa, a lua como única testemunha daquele acontecimento. Então, o mais novo olhou para baixo, para os lados, para tudo, menos para os olhos de Soonyoung, como se procurasse uma resposta para aquela confissão, que nem mesmo ele possuía.

Ao vê-lo ali, tão perdido, tão confuso, Soonyoung se deu conta de que o menino à sua frente, o mesmo que parecia sempre tão confiante e maduro – mais até do que si mesmo –, ainda era, de fato, apenas um menino e ele não poderia exigir nada de seu jovem coração. Tinha vontade de abraçá-lo e protegê-lo de todo o mal, mas sabia que se o fizesse, estaria apenas piorando a situação.

Então, como que tentando contornar o que havia dito, o mais velho soltou uma sonora gargalhada, que ele esperava ter soado verdadeira, e disse que tudo não passava de uma brincadeira, que não era para ele se preocupar. Chan fitou-o longamente com uma expressão indecifrável e, após um tempo, assentiu, entrando no prédio com a cabeça baixa, seguido por Soonyoung.

A partir daquela noite, apesar de Chan ter parecido entender o que o outro havia dito, as coisas mudaram entre os dois. Toda vez que Soonyoung olhava para seu pupilo, ele parecia distante, perdido em outro mundo, e sua risada já não podia ser escutada há algum tempo. Ele apenas sorria, assim, meio de canto, quando algum membro dizia algo engraçado, mas era um sorriso que não chegava aos seus olhos. Durante os ensaios, ele parecia estar sempre imerso em seus próprios pensamentos e Soonyoung notara o quão cansado ele aparentava estar, mesmo com o grupo tomando um período de recesso dos treinos mais puxados.

O mais velho não entendia o que estava se passando. Será que Chan estava com raiva dele por causa da suposta brincadeira (que era a mais pura verdade) que havia feito? Será que havia se sentido ofendido ou até mesmo enojado por causa daquela confissão, por vê-lo apenas como um irmão? Será que Chan o odiava? Céus, ele nem mesmo conseguia conversar com o menino, uma vez que ele parecia estar sempre correndo para algum lugar que Soonyoung desconhecia.

— O que eu devo fazer? – ele murmurava para o nada de tempos em tempos, torcendo para que as estrelas do céu, que costumava fitar, dessem-lhe uma resposta.

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Eu era um bilhão de pedacinhos

Até você me dar foco

Astronomia ao contrário

Fui eu quem foi descoberto

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Até que, depois de muito penar, o líder da Performance Unit finalmente entendeu o que estava acontecendo. Um dia, indo para a sala de treino num horário em que ele não costumava frequentar, encontrou Chan, muito concentrado, dançando à frente do espelho. Ele estava tão focado, que nem notou a presença do mais velho ali e continuou dançando, dando tudo de si em cada movimento.

A música que Chan havia escolhido era lenta e instrumental, com algumas batidas que, ao mesmo tempo, garantiam toda a força que a canção tentava transparecer, o que fazia sua dança parecer sublime. Seus passos, apesar de precisos, eram executados com tanta delicadeza, que Soonyoung não pôde evitar o arrepio que subia-lhe a espinha.

Seria uma mentira se o mais velho dali dissesse que jamais tinha visto uma coreografia feita inteiramente por Chan, já que era sempre para ele que o pequeno contava suas ideias, mas era a primeira vez que o via daquela forma, movimentando seu corpo com tamanha sutileza, como se cada gesto contasse uma história, como se ele estivesse tentando dizer infinitas coisas sem realmente proferir nenhuma palavra. Soonyoung não sabia ao certo se era por causa da canção escolhida, da coreografia tão bonita ou de toda a performance num geral, mas, num determinado momento, sentiu um bolo na garganta e os olhos arderem, assim, sem mais nem menos. Era um misto de alegria e orgulho que nem mesmo ele conseguia colocar em palavras, mas tudo aquilo que estava presenciando era tão carregado de emoção, que ele não podia controlar seus sentimentos.

Ele amava aquele garoto. Muito mais do que uma paixão rápida, muito mais do que um “gostar como irmão”, ele o amava. E, pela primeira vez em muito tempo, não estava confuso com aquilo.

Então, a música foi gradualmente se tornando mais e mais lenta, assim como o corpo de Chan que, ao final da canção, havia se deitado sobre o piso de madeira, como se estivesse findando junto com as últimas batidas que ecoavam pela sala. Quando a música finalmente terminou, ele se sentou, ainda respirando arfante, perdido em seus pensamentos. Foi somente no momento em que ouviu alguém batendo palmas perto dele, que se deu conta de que não estava sozinho e uma mistura de vergonha e desespero tomou conta de suas feições.

— H-Hyung? O que você está fazendo aqui? – ele perguntou, com suas bochechas ficando cada vez mais coradas.

— Eu só vim aqui pegar uma coisa, mas você estava dançando e não percebeu a minha presença, então, decidi não te chamar. – Soonyoung sorriu, caminhando até ele. – Mas, agora, acho que foi a melhor decisão que eu já tomei.

Chan não sabia onde enfiar o rosto. De todas as pessoas do mundo, Soonyoung era a que ele menos queria que visse aquela coreografia, não enquanto ela não estivesse totalmente pronta, mas ao notar o quanto seus olhos brilhavam e o quão radiante ele parecia estar, não pôde controlar a velocidade com que seu coração começara a bater.

— Você gostou? – o menino perguntou,  levantando-se do chão, a insegurança pairando em sua voz.

— Eu amei, de verdade – Soonyoung respondeu. – Você vai precisar me ensinar essa coreografia depois, viu? – Chan soltou uma gargalhada baixa.

Ambos, então, entraram num silêncio confortável, enquanto olhavam um para o outro, como se estivessem num transe. Soonyoung queria correr seus dedos pelo rosto de Chan, passar a mão por entre seus cabelos molhados de suor, puxá-lo para mais perto, mas sabia que não podia. Apesar de toda aquela tensão existente entre os dois, apesar de toda a admiração que Chan tinha por ele, sabia que não passava disso. Que o sentimento que nutria pelo mais novo era e sempre seria unilateral.

Dando-se conta desse fato, uma onda de repentina tristeza tomou-lhe de repente, fazendo com que Soonyoung quebrasse a mirada e passasse a olhar para o chão. Mas, quando estava pronto para pigarrear e falar alguma coisa, qualquer coisa, ouviu o garoto à sua frente dizer algo que ele jamais esperaria escutar.

— Era para você – Chan disse, ao que Soonyoung deve ter parecido muito confuso, porque ele continou –, a coreografia, no caso. Eu fiz a coreografia para mostrar para você.

O mais velho não conseguia dizer nada, por mais que tentasse. Abria e fechava a boca em vão, como um peixe fora d’água, mas sem conseguir formular nenhuma pergunta ou resposta decente. Por que Chan faria uma coreografia para ele? O mais novo seguiu o movimento anterior de Soonyoung e passou a olhar para o piso abaixo deles. Então, tomou um longo suspiro e, voltando a fitá-lo, teve certeza de que aquele era o momento certo.

“É agora ou nunca.”

— Eu acho que… Eu acho que também gosto de você, hyung. Mas não como eu gosto dos outros membros, sabe? – Ele suspirou novamente. – Eu… Eu gosto de você da mesma forma que você gosta de mim. E eu fiz essa coreografia como uma forma de te dizer isso.

Soonyoung começou a sentir a cabeça girar, assim como havia sentido quando se declarou para o menino que se encontrava a um braço de distância de si.

— Como…? – Foi a única coisa que ele conseguiu dizer, enquanto Chan esboçava aquele sorriso que sempre fora capaz de fazê-lo querer desmaiar a qualquer momento.

— Você não sabe mentir, hyung. Eu sempre soube que o que você me disse naquela noite não era uma brincadeira – ele falou, deixando que seu sorriso sumisse aos poucos –, mas foi por isso, também, que eu me afastei. Porque eu estava muito confuso.

Soonyoung, sentindo o coração bater extremamente acelerado, deu alguns passos para frente e segurou as pequenas mãos de Chan entre as suas, notando o quanto o menino tremia, assim como ele.

— Desculpe por ter feito você se sentir assim – ele disse, entrelaçando seus dedos. – Eu tinha planejado te dizer aquilo muitas vezes, eu juro. – Chan riu. – Mas, na hora, acabei agindo por impulso.

— E quando é que você não age por impulso, não é mesmo? – Chan comentou e os dois riram. – Naquele dia eu nem consegui dormir, para falar a verdade. Eu sempre achei que você me visse apenas como um irmão e que, você sabe... gostasse de garotas. – Soonyoung sorriu.

— Eu também achava, até começar a gostar de você. – Ele passou o polegar sobre o dorso da mão de Chan. – Na verdade, eu pensava a mesma coisa a seu respeito. Acho que, por isso, acabei não dizendo nada por tanto tempo. – Soonyoung abaixou um pouco os olhos, mas Chan pendeu a cabeça para seguir seu olhar, sorrindo em resposta.

Eu também achava, até começar a gostar de você. — Imitou o mais novo, fazendo com que ambos rissem. – Parece que nós dois nos enganamos, ? – Ele deu uma pequena pausa, fitando suas mãos unidas. – Mas você gosta de mim há tanto tempo assim, hyung?

“Você não faz nem ideia.”

— Você não faz nem ideia – Soonyoung repetiu o que acabara de pensar, porque, naquele momento, havia decidido que nada mais o pararia, dali para frente.

Os dois voltaram a se fitar com a mesma intensidade de outrora, mas, dessa vez, com apenas uma pequena distância que os separava. Sentindo a necessidade de falar ainda mais baixo, como se aquele momento fosse secreto demais para que alguém ouvisse, Soonyoung murmurou o nome do menino, enquanto apertava ainda mais suas mãos.

— Chan… 

— Hm?

— Eu posso te beijar?

Não levou nem um segundo até que Chan abrisse o seu sorriso mais bonito, aquele em que ele quase fechava os olhos e que Soonyoung tanto sentira falta, e até que o mais velho tomasse seu rosto com ambas as mãos e finalmente selasse seus lábios de maneira sôfrega, fazendo com que Chan desse alguns passos para trás, por causa do impacto.

Ah, como ele havia esperado por aquele momento. Como ele havia sonhado com o dia em que poderia beijar Chan sem medo de nada, tendo certeza de que seus sentimentos eram recíprocos. E, ali, enquanto acariciava a nuca do menino e permitia-se afogar cada vez mais em seu beijo, era como se tudo fizesse sentido de repente. Como se todas as estrelas do rosto de Lee Chan brilhassem com mais força, como se o céu de sua boca fosse o único que ele quisesse realmente explorar.

Soonyoung não precisava de mais nada, definitivamente. Ele poderia passar todos os seus dias apenas beijando-o e deixando que ele o beijasse em retorno, com a mesma intensidade. Ele poderia passar o resto de sua vida sentindo os lábios quentes do mais novo descendo pela linha de seu maxilar até seu pescoço, como se ele fosse um expert naquele assunto. Ele poderia ficar apenas no meio de seu abraço, unindo cada centímetro de seus corpos, até que o mundo acabasse e os dois se tornassem poeira estelar.

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Como um telescópio

Eu te puxarei para tão perto

Até que não haja nenhum espaço entre nós

E de repente, eu te vejo

De repente, eu te vejo

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Havia começado de repente, como naqueles dias de chuva em que faz sol sem aviso. Não tinha certeza do momento exato – e, talvez, nem houvesse um momento exato, mas uma sucessão de pequenas situações –, porém, um dia, Soonyoung percebeu que não conseguiria passar um dia sequer longe de seu pupilo, Lee Chan. Depois de muito tempo, ele havia finalmente entendido o que era o amor que ele tanto cantava em suas canções, porque, pela primeira vez, conseguia senti-lo, também.

Deitado em sua cama, ele olhava para o céu estrelado através da janela, como sempre fazia, e suspirava em contentamento, enquanto os cílios de Chan roçavam na pele de sua bochecha, como se fossem as asas de uma borboleta, e a respiração serena do menino ia de encontro com a curva de seu pescoço. Soonyoung, por sua vez, desenhava figuras abstratas com as pontas dos dedos por debaixo da camisa de Chan, numa forma de acarinhá-lo.

Havia algo grandioso lá fora e disso ele tinha certeza. Às vezes, Soonyoung costumava pensar no quão pequeno era, diante da imensidão do universo que os esperava a diante. Mas, ali, tendo sobre si uma das pessoas que mais amava na vida e com o coração cheio de um sentimento que ele nem sabia explicar, tinha certeza que possuía o mesmo universo em seus braços, que sorria adormecido, com estrelas desenhadas milimetricamente ao longo de seu rosto. As estrelas mais brilhantes que Soonyoung já havia pousado os olhos e as quais ele nunca se cansaria de admirar. Nunca.

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F I N


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Notas finais do capítulo

E aí, gostou? Se sim, por favor, deixe um comentário para eu saber! E se não, deixe também, para que eu possa melhorar da próxima vez.
Obrigada por ter lido até aqui!
Ah, se você ficou curiosa(o) sobre qual música o Chan dançou na performance que fez pro Soonyoung, ela se chama "Uranus" e também é do Sleeping At Last (desculpa, gente, eu gosto muito dessa banda e panfleto mesmo aaaaa).
Acho que é isso. Nos vemos na próxima, gente! Hasta la vista! ♥



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