Bebendo uma cerveja amanteigada enquanto ouvia a conversa patética de Crabble e Goyle, Draco Malfoy não poderia estar mais entediado. Mas ao ver Potter entrando pela porta da frente com seus dois amigos, Malfoy fingiu um riso forçado para acompanhar seus dois capangas, tanto que nem percebeu quando Harry derramou algo em sua caneca ao passar pelo Sonserino, cortesia dos gêmeos Weasley. Apenas um olhar para trás e uma careta feia vinda de ambos deu a Draco uma idéia para usar contra o outro; um presente que ganhara do seu professor favorito por misturar a melhor poção do amor da classe - segundo ele.

Chamou a garçonete e, enquanto lhe mostrava o destinatário, despejou o líquido da pequena garrafa em uma caneca que ela segurava em sua bandeja. Ela levou até Harry, dizendo ser de um admirador, e o garoto aceitou com inocência.
Ao mesmo tempo que ele bebericou de sua caneca, Draco bebeu um longo gole enquanto ambos se fuzilavam com o olhar. E então, inesperadamente, a cabeça dos dois pareceu girar e seus olhos se arregalaram para a primeira pessoa que viram. Eles levantaram das cadeiras de repente, chamando a atenção de todos no local. Draco acariciou a face do outro e se abraçaram calorosamente, e ambos Crabble e Goyle e Rony e Hermione não tinham a mínima idéia do que estava acontecendo, até Crabble segurar a pequena garrafa de Amortentia que antes estava jogada na mesa e Hermione notar um frasco aparecendo nas vestes de Harry que estavam jogadas no banco. Mas agora já era tarde.
Potter e Malfoy haviam sumido de vista.

Ambos foram encontrados mais tarde nos jardins de Hogwarts, abraçados debaixo de uma árvore como um casal apaixonado.

— Temos que fazer alguma coisa, Mione. - exclamou indignado Rony - Isso é nojento!

— Eu sei, eu sei. Mas não tem nada que podemos fazer a não ser esperar o efeito da poção passar. - Respondeu Hermione, impaciente.

— E quanto tempo isso dura?

— Dependendo do quão forte é a poção, até semanas...

Ron suspirou, achando que não aguentaria nem mais um dia.

Uma semana depois, na biblioteca, ambos estavam fazendo os deveres de casa de Poções quando Draco chegou, sentando-se ao lado de Harry e o abraçando pela cintura. Crabble e Goyle se sentaram no outro lado da mesa. Hermione os ignorou, e Rony revirou os olhos. Vez ou outra ouviam apelidinhos melosos e risadinhas vindo deles. Harry então se deu conta de uma coisa: eles ainda não haviam tido seu primeiro beijo. 

Ele segurou o rosto de Draco e o aproximou do seu, e quando estavam quase lá... ficaram de pé imediatamente, levantando suas varinhas.

— Mas que... — Potter nem teve tempo de pensar, Hermione e Rony já apontavam suas varinhas para Draco, Crabble e Goyle, que faziam o mesmo.

Malfoy arrumou suas vestes com arrogância e voltou a usar o mesmo olhar de ódio costumeiro, sentindo apenas nojo da situação. Harry lembrou-se de tudo que acontecera, e, atordoado, saiu da biblioteca em passos rápidos. Tudo parecia ter voltado ao normal.

Depois de um tempo, Harry começou a se fechar. Ele não comia muito, faltava aos treinos de quadribol e pouco conseguia dormir. E Malfoy não era diferente. Tornou-se mais agressivo, preferia ficar sozinho a ter a companhia dos dos capangas e não conseguia dormir. Ambos se evitavam nos corredores, refeitórios e salas de aula.

Rony não sabia o que estava acontecendo com o meu melhor amigo, nunca o vira assim antes e Potter não sabia explicar o que sentia.

Draco passava suas horas livres trancado em sua sala comunal com a cara nos livros para se distrair, e haviam grandes olheiras em seu rosto. Achava que estava ficando maluco. Até que um dia eles se esbarraram num corredor vazio.

Harry, acompanhado de Hermione e Rony, congelou em seu lugar assim que o viu, e Malfoy quase deu meia volta, mas o outro o chamou.

— Malfoy, espere! — Draco parou no lugar em que estava e apenas o ouviu — Nós precisamos conversar.

— Não tenho nada pra falar c...

— O que você fez comigo?

Ele se virou para Harry.

— Como? — Franziu a testa.

— Essa merda... ela ainda não passou! É melhor dar um jeito de me deixar normal de novo.

— Mas eu...

— Eu não consigo dormir, nem comer — Harry o interrompeu outra vez — E eu não paro de pensar em você, isso tá acabando comigo...

— Potter! - Exclamou, chamando sua atenção - Eu não fiz mais nada! O efeito da poção já passou. E se eu soubesse o que fazer, eu teria feito em mim, por que eu sinto a mesma coisa!

— Então, nós...

E nesse momento Crabble e Goyle entraram atrás de Draco, levantando suas varinhas para atacar, e Rony foi em direção a eles, pronto para dar um soco em Crabble.

— Ron! — Se esquivou em direção ao amigo pronto para ajudá-lo, mas foi puxado pela gola da camisa por Malfoy, que selou seus lábios nos de Harry e ambos entenderam que aquilo não era mais um efeito da Amortentia. E seria só o começo.