O cenário pós-guerra era de assombrar, mas os corvos não se assustavam fácil, o céu era tomado por nuvens, era o sinal, o banquete estava servido.

O céu negro era complementado por penas, que flutuava em meio a recente guerra, agora formada apenas por pássaros, que disputavam uns com os outros pela refeição que os corpos, ainda quentes, ofereciam.

Odin observava entristecido a derrota de um povo que possuia sua bênção, mas sabia que atitudes tinham que ser tomadas, para que algo muito maior pudesse acontecer.

Observou por semanas, observou corpos se tornarem apenas ossos, e observou estes mesmos ossos afundarem na lama fresca, em poucos meses o cenário pós-guerra se desfez, mas os corvos continuavam ali, por ordem de Odin, observando a única coisa que restará da guerra, um único corpo.

Os corvos sabiam tudo sobre ela e estavam apenas aguardando a menina despertar, ainda estava viva quando os corvos começaram a comer o seu corpo, aos poucos eles desistiram, Odin ficava furioso com aqueles que insistiam em tentar, depois de um tempo eles apenas observavam o corpo se recuperar dos ferimentos, os causados pela guerra e pelos corvos.

O esperado dia tinha chegado, o céu ficava negro novamente, mas não pelas nuvens, o Sol estava mais radiante do que nunca, mas sim pelos corvos curiosos pela volta da abençoada de Odin.

A garota estava em meio ao jardim formado onde anteriormente corpos foram enterrados de forma natural, o corpo nú de bruços era tampado por penas que caiam dos corvos.

O silêncio se instalou na campina, nenhum grasnar era ouvido.

Uma voz estalou como um trovão dizendo "Levanta-te"
Sendo assim, o inesperado aconteceu, o levantar não foi da menina, mas sim das asas que saiam comos navalhas de suas costas, espalhando sangue e penas.

Os corvos grasnaram de felicidade, voando ao redor da garota.

Uma nova era tinha se iniciado.