P.O.V. Emily.

Eu estava limpando a loja vazia como sempre quando vejo aquela figura.

—Você. Certo. O que você quer?

—O que está fazendo?

—Trabalhando. Bom, tentando trabalhar.

—Porque tentando?

—Porque eu não tenho clientes. Ninguém quer comprar instrumentos ou ter aulas.

—Eu gostaria de ter aulas.

—De que?

—O que você ensina?

—Piano e canto.

—Então me ensine.

—Sabe que tem que pagar pelas aulas certo?

—Imaginei que sim.

P.O.V. Titus.

Ela era sempre simpática, receptiva, feliz. As mulheres dos outros planetas sempre assustadas, apavoradas.

—Parece-me que você não é como nenhuma outra mulher. Você é guerreira.

—Sou. Acho que eu sou.

—Acha?

—Eu não gosto de rótulos. E por mais que eu odeie admitir eu sou igual a minha mãe. Teimosa, cheia de opinião, barulhenta, animada. E você, o que você tem da sua mãe?

—Eu acho que nada.

—Ah, qual é? Isso não é verdade. Você tem que ter alguma coisa da sua mãe em você.

—Ela era uma ótima dançarina e eu sou bom de dança.

—Veremos.

—Veremos?

—É.

Ela se colocou a centímetros de mim, colocou a mão no meu ombro, minha mão na sua cintura.

—O que está fazendo?

—Testando suas habilidades como dançarino.

Ela estalou os dedos e a música começou a tocar.

—Me conduza.

Começamos a dançar e nem se quer notamos formar uma multidão em volta da loja.

Quando acabou todo mundo aplaudiu.

—Caramba!

—Vocês arrasam.

—Obrigado. Vejo você no baile mascarede?

—Claro.

—Você tem um terno?

—Tenho.

—Então só precisa arrumar uma máscara.

—Eu arranjarei, mas se o baile é de máscaras, como saberei quem é você?

—Eu me farei notar. Relaxe.

—Mal posso esperar.

—Tome. O convite, você vai precisar se quiser entrar.