Pervertido de uma figa.

Mal troco duas palavras com ele e o ser já quer me agarrar.

—--- Ei ei ei! ---- empurro, ou tento né... O cara era bem mais forte que eu; isso tenho que admitir. ---- Já mudei de idéia; me solta cassete! Qual é o seu problema?

Parece ate que esta no cio.

Sai de cima de mim!

—--- Você tem que decidir o que você quer afinal. Raios. ---- ele bufa e vai para o quarto.

—--- Eu “já” sei o que quero. Viver feliz e em paz, superar o Dexter e namorar a Deedee.

—--- Dinovo esta Didi.

—--- É Deedee e sim. Novamente ela. Sempre ela. Eu gosto é dela aceite isso.

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Como é grosseiro.

Mas eu ainda ei de domar esta fera.

Ele volta a mexer no computador e é a minha vez de ir tomar um banho.

Fico pensando se ele disse aquilo por que me pegou... Eu não estava chorando tudo bem! Eu realmente estava com muita raiva. Morrendo de ódio para ser mais exato, não estava chorando como um bebezão de fraudas geriátricas. Eu realmente estava com raiva e muita, mas o meu corpo entende errado quando eu to com muita raiva e verte lagrimas. Já é normal. Você não conhece ninguém assim? Não da pra controlar e ainda da o maior mico. É muito irritante.

Mas em fim...

Eu fui tomar um banho e fiquei pensando nisso.

Ele teve pena de mim?

O grande ser do mal teve pena de mim?

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Os dias passaram e eu finalmente tive tranqüilidade.

Parece que a única coisa que eu tinha que fazer era dizer que ia namorar ele e ele me deixaria em paz.        Que coisa curiosa. Mas Sempre que ele tentava me agarrar ou beijar eu o espantava, e assim ele parou com esta graça. Mas se me lembro bem ele sempre foi assanhado.

=~^~ ºº~^~=

Naquela época eu ainda buscava um meio de curar esta minha falta de criatividade que me atazana ávida e tinha ido a praia para coletar informações.

Eu era muito jovem e quando vi Deedee com um louro “arrumadinho” logo me enchi de ciúmes e fui ate la. Mas como sempre ela me esnobou me expurrinhou e me fez de ridículo.

Sai de la com o orgulho ferido e disse que iria participar do concurso de surf; treinei muito e ate pus algumas armadilhas entre outras coisas.

Mas no dia do concurso quem participou foi ela e não ele.

Deedee era muito boa, mas não era aprova das minhas armadilhas e...

A verdade é que eu realmente quase me afoguei. Tinha exigido de mais do meu corpo esquio nas manobras e perdido a prancha para salvar Deedee.

Mas ele veio e me tirou da água.

Foi uma coisa legal, ele foi gentil educado.                    Ninguém tinha sido educado comigo.

Já estava tão acostumado a ser... sei lá. humilhado, enxotado, espurrinhado e ate maltratado que tomei isso como normal.

Mas ele não ele foi legal gentil e ate divertido.

Ficou ouvindo o que dizia e parecia interessado, ate mesmo quando contei como construí as coisas; foi a primeira vês que conversei com alguém. Aquilo foi... Não sei explicar. Marcou a minha vida.

Só lembro que voltei pra casa tão feliz que nem dormi.

Eu finalmente tinha um amigo, alguém que não era rude comigo ou me fazia sentir mal. Eu não queria ir embora nunca!

Mas ai...

—--- O kque! ---- dei o maior pulo da minha vida. ---- Por que fez isso? ---- ele tinha me beijado.

Estávamos no cais conversando sobre como eu tinha gostado de conhecer ele e que poderia vir o ver todas as férias já que tinha uma casa ali por perto, e também podíamos manter conta por telefone ou on-line, e ele do nada vem e me beija.

Me agarra assim sem mais nem menos.

—--- Eu... gosto de você. ---- ele demora um século pra olhar pra minha cara novamente mas responde. Responde bem baixinho de um modo que eu quase não ouço.

Eu pensei que tinha feito uma amigo.

Pensei que...

Mas ele...

—--- Mas eu não sou gay. ---- respondi sem pensar.

Tinha sido apenas um “selinho” coisa boba. Não era o meu primeiro, mas... Você consegue entender o que eu senti? Sim? Então me explica por que ate hoje eu não sei.

Tah ele gostava de mim. Mas não era o que eu esperava.

Eu só queria um amigo, alguém que gostasse da minha companhia que me entendesse e que não me tratasse mal. Por que era tão difícil isso existir sem segundas intenções?

Pela primeira vês senti vontade de chorar.

Senti meu rosto ficar quente.

Minha resposta a tudo sempre foi o ódio.

—--- Eu gosto mesmo de você. É inteligente, meigo e forte. ---- ele fala de um modo meigo e gentil e volta a se aproximar de mim.

Mas de que adiantava?

Ele tinha me traído.

Traído minha confiança, eu estava em choque. Fui agarrado pelo cara que disse ser meu amigo. Que me fez acreditar que eu podia ter amigos!

—--- Ninguém nunca gostou de mim... ---- acabei falando baixo para que ele não notasse que eu estava prestes a chorar.

Mas ele nem se da conta do que estava havendo comigo.

Só queria saber de me agarrar. ---- Eu gosto. ---- ele diz só isso e me agarra de novo.

Desde esta época ele já era bem mais forte que eu e eu não tinha como me defender, pra piorar estávamos no cais e como já estava ficando tarde não tinha ninguém ali para ver nada e me ajudar.

Eu não queria isso.

Será que é impossível alguém entender isso?

Não é só por que o cara gosta de mim que eu tenho que gostar dele do mesmo jeito.

~~ºº~~

Eu nunca consegui esquecer quilo.

O primeiro amigo que achei que tinha feito só queria me agarrar. Ele não estava nem ai para as coisas que eu disse, só estava agindo como os cara agem com uma garota que querem pegar.

Me senti tão mal que fui embora na mesma noite.

Nunca falei disso com os meus pais ou com ninguém.

Também nunca mais consegui confiar em ninguém.

Sempre ficava imaginando que a pessoa queria algo em troca. E geralmente estava certo: ou era ajuda com a matéria, ou coisas do gênero.

Então fiquei sozinho.

Era melhor.

Ninguém mais iria me magoar.

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Eu não sei por que mais a aura dele era sempre negra e sombria.

Eu sempre saia a tarde e conhecia muitas pessoas mas ele... Ele estava sempre sozinho, com aquela aura cinza e entristecida. Solitário. Espantava a todos.

—--- Nem tenta. ---- o Eduardo era muito engraçado, um nerd de se tirar o chapéu. Mas se você tentasse tirar o gorrinho dele. Vix o caldo entornava.

Mas era de longe o cara mais inteligente que eu conhecia. Bem... segundo né.

—--- O que foi? Que cara é esta? ---- não dava para esconder nada daquele par de olhos verdes, e eu me perguntava se o contaria meu problema ou não. Ele não parecia do tipo preconceituoso; parecia ate ser... Sabe? Como eu.

—--- Eu... eu vou te contar, mas se você contar pra alguém eu desminto e te mato. Ok?

—--- Tudo bem. ---- ele sorri com aqueles dentes tortos.

Mas estávamos no refeitório e eu temia que nossa conversa pudesse ser ouvida.

—--- Eu... Eu gosto muito de uma pessoa. ---- olho para Astronomof que estava em outra mesa a ler um livro tão seriamente que parecia não ver ninguém a sua volta. ---- Esta pessoa ate já aceitou sair comigo mas eu não sei como me aproximar. Eu não sei mesmo.

Ele para, olha para Astronomof e depois volta a me olhar.

Primeiro ele se espanta com a noticia, mas logo sorri amistoso como sempre.

—--- Meu caro amigo. Já pensou se “esta pessoa” só não teme as mas línguas?

—--- Com toda certeza não é isso. ---- me debruço sobre a mesa. ---- O problema é comigo eu sinto isso.

—--- Com sua licença. ---- ele se levanta daquele modo delicado e ainda sim atrapalhado que só ele tinha e vai ate Astronomof.

Lascou.

—--- Espera Dudu!

Juro que tentei impedir.

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Eu estava no meio de um perfeito raciocínio de uma nova tese completamente absorto pelas idéias que me inundavam ate que.

—--- Com licença meu caro. Teria um momento para conversarmos sobre um assunto de seu interesse?

Uma vos me tira do meio do meu pensamento.

Você pode imaginar a raiva que senti?

Não você não pode; porque isso não é algo que um ser humano possa sentir.

—--- M-me-me me me me me descu-cul culpe senhor. ---- e assim ele sai correndo todo torto.

Desgraçado.

Veio só pra me atrapalhar?

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Dudu correu tanto e ficou tão branco que achei mesmo que ele estava tendo um treco.

—--- Você esta bem?

—--- N-não. Não estou. ---- ele se apóia sobre a pia e lava o rosto. ---- O que você viu nele? É um demônio! Aquela cara... eu achei mesmo que ele fosse me matar ali mesmo.

O coitado tremia.

—--- Calma. Ele ladra mas não morde. O que ele disse?

—--- Ele não disse uma única palavra. Mas nem precisou. Ele é pior que uma Kanker. Ele é realmente do mau cara! Cuidado com ele. Fica longe dele.

Não deu para evitar rir um pouco.

Astronomof não me dava medo.

Eu fiquei e acalmei o Eduardo ate que sua namorada chega e... Nossa ela era muito gata. Com cabelos azuis e tudo, toda punk nada haver com ele e eu nem consegui disfarçar que achei que ele fosse gay. Ela riu. Era uma moça muito interessante e acabamos virando amigos também.

Como eu disse fazia amizade fácil.

Diferente dele...

Mas com tanta conversa e zoeiras perdi a hora da aula e acabei voltando para o quarto mais cedo; as vezes eu fazia isso e acabava esbarrando em Astronomof, o que dependia da lua ser algo legal ou não.

Mas neste dia...


Ele queria me tirar do serio.

Estava lá, largado na cama com um micro chortinho que tirar o fôlego com aquelas pernas lisinhas e macias dobradas sobre a cama e um livro grosso jogado no lado do rosto.

Perdi alguns segundo parado na porta olhando aquilo.

Ele tinha esta mania de ficar desfilando de chortinhos curtos quando estava calor e me matar do coração.

Era um desgraçado mesmo.

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Depois de perder minha concentração eu taquei o foda-se e fui devolver o livro.

Subi ate o quarto estava um calor desgraçado então troquei de roupas e me pus a estudar idiomas. Queria muito sair do pais no fim do curso e nunca mais voltar.

Motivo?

Tudo bem não voou exigir que você tenha sacado, já que eu é que sou um gênio e não você.

Com o meu curriculun eu podia cursar qualquer escola me me desse vontade mas porque esta? Por que um internato longe de todos que eu conheço? Bem vamos desenhar... Lá tinha o Dexter meu pior rival que se alegrava em destruir tudo que eu criava. Sim eu queria destruir o laboratório dele. Mas só porque ele destruiu o meu primeiro pocha! O garoto era uma peste... eu não podia fazer nada que já estava ele lá sendo uma praga dos infernos.

E os meus pais? Vix... vou começar pelo nome ri-di-cu-lo que eles me batizaram. E o fato que quererem viver no meio do mato e nem me dar uma educação descente. O que pelo menos foi bom por que eu mesmo pude me matricular e me dar o nome que quisesse e escapar do constrangimento novamente.
Ai também tem a minha irmã. Mas esta daí é um caso a parte...

E por ultimo... Deedee é claro.

Eu nunca escondi o que senti por ela, nunca fiz rodeios e nem mesmo era discreto nas tentativas de conquista-la.

Mas no ultimo ano...

Eu realmente não quero falar disso...

Resumindo eu estava estudando direto e você sabe que mesmo sendo um gênio e tudo mais uma hora cansa e se entedeia, afinal eu não fazia nada para me divertir.

Ai capotei e dormi.

Só acordei com aqueles olhos azuis sobre mim.

oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

Eu juro que eu só ia pegar o livro para ele dormir melhor, mas foi ai que notei que haviam marcas secas de lagrimas no seu rosto.

Por que ele estava chorando?