Rua Lillgston escrita por SmileLove


Capítulo 6
Festa na Faculdade: Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaa ❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720931/chapter/6

Quando eu era pequena sempre quis ter um animal de estimação, mas minha mãe nunca deixou. Uma vez tentei criar um Hamster em baixo da minha cama, e outra vez uma lagartixa no armário. Nunca deu certo, todas as vezes minha mãe descobria e se livrava de qualquer que fosse o bicho.

Hoje, estou feliz da vida em saber que tenho um gatinho, ele está sentado em cima do sofá,  lotando o mesmo de pelos e ela não pode fazer nada! Por que a casa é minha. Além do fato de ela não estar aqui para ver.

A Tevê estava ligada, passando Bob esponja. O gato, que a minutos atrás eu decidi chamar de Toff, estava sentado no meu colo, em cima do sofá.

Me levantei para pegar mais uma cartela de chocolate branco, quando a campainha tocou. Era feriado, então eu estava em casa. A hora eu não fazia idéia de qual era, mas sabia que já era de noite pela escuridao lá fora. Apertei a maçaneta da porta e a abri, dando de cara com uma Marina estilosa de vestido e batom rosa florescente.

O vestido era a sua cara. Um tomara - que - caia cheio de babados coloridos e apertado nos seios. Nos pés uma sapatilha vermelha escrita " Hey, Brother!" na frente.

Não entendi nada.

— Err....Oi, mari! - sorri, tentando entender se tinha marcado de sair ou algo do tipo. Não, não tinha marcado. - O que está fazendo aqui? Não que eu não goste da sua companhia, mas não entendi onde vai assim......

Ela ergueu as sombrancelhas. Depois, me olhou de cima a baixo revirou os olhos, empurrando meu corpo pra dentro e fechando a porta.

— Sério que você esqueceu, pamonha? - olhou o apartamento, logo depois voltando seus olhos pra mim.

Neguei com a cabeça. Marina se sentou no meu sofá, pegando Toff no colo e riu.

— Hoje é o dia da festa, sua estranha! Não acredito que esqueceu! - fez carinho no gato, que miou em resposta - Todo mundo está falando disso a semanas! Vai ser supervisionada pelo Carlos!!! E você sabe como o cara é doido, bizarro e Liberal!

Soltei um " Ahhh", me lembrando do dia que Bumer anunciou a festa na faculdade.

— Verdade! - entrei em pânico. Tinha me esquecido completamente dessa festa. -Ah, Meu deus!

Arregalei os olhos. Marina se levantou, inquieta.

—  O que? Não me diga que não tem o que vestir, por favor!

A olhei de canto, negando.

— Não, Marina! - revirei os olhos, rindo.-  Já sei o que vestir. - Fui para o quarto, com ela atrás - Só lembrei que minhas roupas vão combinar direitinho com as minhas botas pretas. Já faz uns anos que não uso.

Entrei no banheiro com a minha roupa em mãos. Sai de lá com um short, uma blusa e as botas de cano curto, que vinham no calcanhar.

— Você virou mendiga? Por que tá usando isso? - Marina me olhou indignada enquanto fuçava em alguma coisa na minha estante. - Você não vai usar isso, não! Põe um vestido, garota!

Tirei minha caixinha de brincos da sua mão - essa era a coisa que ela fuçava-

— Não, mari. Eu nem vou ficar lá muito tempo, não tem necessidade.

Ela deu de ombros, desistindo de pegar a caixinha das minhas mãos e abrindo uma das gavetas da cômoda.

— Tudo bem, então. - fechou a gaveta, abrindo a porta do quarto. - Vamos?

Assenti, pegando um brinco e colocando no caminho.

— Vamos.

       ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●

Quando cheguei na faculdade, o lugar estava irreconhecível. Alguns estudantes, a maioria que morava nos alojamentos do lugar, já estavam bêbados e vomitando em tudo que viam pela frente. Tudo mesmo. Tinha cheiro de bebida no ar, mas nada menos se esperava de Carlos Lenister.

O campus estava infestado de universitários felizes do primeiro ano que se achavam os Reis do mundo por terem praticamente acabado de virarem maior de idade. Por sorte eu já estava no terceiro ano, mesmo tendo dezenove. Faço aniversário no final do ano, em novembro.

Marina e eu entramos no pátio, e lá estava mais cheio ainda. O barulho das vozes e conversas ao mesmo tempo era horrível. Depois de um tempo, parou, ficando tudo em completo silêncio. Só percebi o motivo quando Carlos se aproximou e posicionou- se em cima do palco, falando ao microfone:

— Olá, meninos e meninas! - Sorriu, mostrando os dentes perfeitos - QUEM AÍ TA ANIMADO PRA BOTAR PRA QUEBRAR NESSA FESTA? - gritou. Os alunos explodiram em gritaria, assobios e aplausos. - Eu tambem tô.....- sorriu de lado, e algumas meninas que estavam ao meu lado soltaram um suspiro. Fiz uma careta. - O diretor Bumer me deixou responsável pela festa, então ele não vai estar aqui hoje. Nem ele, nem qualquer outro inspetor ou professor. Porém, Bumer deixou as seguintes palavras: - limpou a garganta- Queridos alunos e alunas, peço humildemente que se comportem e não tenham nenhum ato inadequado. Como: Beber, ter relações sexuais, tirar a poupa ou dizer palavras perjurativas. - ele parou por um instante, olhando a reação de todos, depois sorriu. Um sorriso típico de Carlos Lenister. - Masss......Queridos e queridas, Bumer não esta aqui, está? - negou, respondendo a própria pergunta com as sombrancelhas erguidas - Por isso, o que vale é o meu discurso: Queridos alunos e alunas, peço humildemente que não se comportem e soltem a ousadia dentro de vocês! Fazendo coisas como: Beber, ter relações sexuais, tirar a roupa ou dizer palavras perjurativas. - sorriu, divertido. Os alunos gritaram e pularam como um bando de loucos. - ENTÃO VAMOS COMEÇAR, CAMBADA! - Agarrou o microfone - VOCÊS ESTAM PRONTAS, CRIANÇAS? - fez uma brincadeira com a música do Bob esponja, que eu já sabia de cor.

Os universitários gritaram em resposta:

— ESTAMOS, CAPITÃO!

— EU NÃO OUVI DIREITOOOOOO! - Carlos gritou, a plenos pulmões. O povo foi a loucura.

— ESTAMOS CAPITÃOO! - gritaram mais alto ainda. Estava perdida naquele monte de gente e achava ter ficado surda.

—ENTÃO VAMOS COMEÇAR A FESTAAAA! - tirou a camisa, jogando nas universitárias. Pegou o microfone uma última vez. - Que a zueira esteja sempre com vocês. - desejou, para depois se jogar no meio dos adolescentes - nem - tão - adolescentes- assim!

Sai daquele meio de gente suada o mais rápido que consegui, ficando tonta. Procurei Marina com os olhos, mas percebi que já tinha a perdido de vista.

Resolvi que precisava de ar e fui para fora, no campus. No meio do caminho, algum ser de Deus passou por mim curvado e praticamente vomitou nos meus sapatos.

— Ei! - gritei em reprovação, com uma careta de nojo.

Ele só limpou o vômito da boca e saiu em direção ao bar, sem nem ao menos olhar pra mim.

Bufei, indo para o banheiro dessa vez. Depois de lavar meus sapatos na torneira e secar com papel higiênico, os coloquei de volta nos pés e sai, indo pro campus. Iria achar Marina e ir embora.

Quando cheguei, olhei toda a área cheia de grama e a quadra, mas ela não estava lá.

Em algum momento dessa minha aventura: " A procura de Marina", eu presenciei uma briga horrível entre duas garotas. Uma delas jogou seu All Star laranja na outra, mas acertou meu queixo. De todos os queixos que tinham lá, ela acertou o meu.

Acho que joguei cocô de pombo na cruz, só pode.

Depois de colocar gelo no meu queixo, finamente achei Marina. De um jeito nada- agradável.

A garota estava em cima de umas das mesas do lugar, com várias pessoas em volta. A maioria garotos. Seu vestido estava todo amassado, o cabelo desgrenhado, o batom borrado até na testa e ainda tinha uma garrafa de alguma bebida colorida nas mãos.

Arregalei os olhos.

— Marina! - gritei, ela me olhou e sorriu, bêbada. - O que está fazendo, sua louca?

Me assustei quando ela soltou uma gargalhada que mais parecia o grito de uma galinha sendo enforcada.

— MAINHA! - Gritou, e achei que aquilo era uma forma de me chamar de " Mãe". - Que saudade que eu tava de ocê! Cê trouxe meu periquito roxo? - Gritou com a voz embolada, fazendo as pessoas ao redor rirem.

— O que? - gritei em resposta, confusa. - Desce daí!

Ela negou, bebendo mais um gole da bebida.

— Sai daqui, MAINHA! Me deixa ser feliz.....Eu sou um sapo que voa livre na água! - mostrou a língua.

Eu mereço!

Abri a boca pra me pronunciar, quando ela gritou:

— QUEM AÍ QUER VER UM STREP TEASI?

Os garotos foram a loucura. Marina começou a levantar o vestido, mas eu pulei em cima da mesa igual uma ninja e comecei a tira - lá de lá.

— Que pena.....- Falei, quando puxei ela de lá de cima. - Vocês não vão ver....- e a tirei de lá.

Arrastei a menina para o mini bar que improvisaram no lugar da mini cantina. Ela abriu um sorriso Feliz, mas o mesmo se apagou quando fiz o pedido ao garoto do Bar:

— Duas águas, por favor.

Ela bufou.

— Ahhh não.......Eu quero cerveja! - afundou a testa no balcão.

— Não, mari. - respondi, passando a mão pelo rosto. - Não.....

— Então vodka! - levantou a cabeça e me olhou, com um sorriso esperançoso. Quando viu meu olhar de reprovação, se irritou.

— Ah, qual é! Para de ser idosa, Lia! Aproveita! Parece minha mãe... - amarrou a cara. - Não que você tenha que se suicidar de tanto beber, mas aproveitar a juventude de vez em quando não mata, não! Que chata...Eu ein...

Aquilo me atingiu de algum jeito. Fazia mais ou menos um ano que eu não colocava uma dose de nada alcoólico na boca ou ia em alguma festa. Só tinha bebido duas vezes na vida, e nunca vou dizer que foi ruim.

— Quer saber? - falei, atraindo seu olhar. - Dane - se!

Aquilo não era nem de longe certo. Mas eu precisava muito de um pouco de adrenalina - Não que eu não tivesse isso ultimamente-

Pedi ao garoto do Bar duas vodkas e uma cerveja pra Mari, ela já tinha bebido de mais. Bebi os dois copinhos. A bebida desceu queimando pela garganta. Fiquei um tempo sentindo o álcool na minha boca e encarando o nada. Quando voltei meu olhar para o lado, Marina não estava mais lá.
Fiz uma cara de choro, afundado a cabeça na mesa enquanto sentia o álcool fazer efeito.

— Ahh não......merda!

E então começa: " A procura de Marina: O retorno"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rua Lillgston" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.