Chess Game escrita por mainbxtch


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oii! Leiam as notas finais, por favor.



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Lady Camilla Beatrice Riverside era uma mulher de beleza divina e fortuna transbordante. Em toda a Europa, ela era reverenciada pelo seu nome e por seus dons pessoais, e todo esse louvor e respeito eram únicos e bem merecidos. Tendo nascido de uma família aristocrata britânica e se casado bem quando era jovem, a mulher tinha conseguido uma bela reputação. Ela era astuta e tinha as virtudes delicadas que qualquer verdadeira lady deveria ter, assim como um dom de autoridade. Assim, ela havia ultrapassado as expectativas de todos e ido muito longe em termos de escala social e riqueza.

Seu marido, o honrado senhor Mathew Riverside havia morrido alguns anos atrás de tuberculose e Lady Camilla nunca se casou novamente. Ela queria respeitar seu falecido esposo e não havia encontrado a necessidade de se prender à outro homem quando ela estava perfeitamente feliz e livre. (Era um fato de que o dom de fazer o que quisesse era concedido somente à homens e mulheres viúvxs de grande fortuna.) Então Camilla permaneceu com sua "solidão" e se divertiu. Além disso, ela tinha uma filha para alegrá-la e seria apenas um incômodo se um novo marido tentasse ajudá-la a moldar a menina. A tarefa de criar Sophie era o trabalho de Camilla e ela faria isso sem a ajuda de ninguém.

. . . Ou pelo menos era o que ela pensava. Conforme o tempo passava e a filha de Lady Camilla crescia, era evidente para a mulher que sua criança era anormal. No começo, Camilla pensara que as peculiaridades de sua filha se desvaneceriam com disciplina e tempo, mas agora que Sophie tinha atingido a idade de dezesseis anos, a mãe desapontada tinha de enfrentar os fatos. A garota era diferente; Um desastre absoluto. E nada que Camilla pudesse fazer mudaria isso.

Sophie tinha todas as matérias-primas, pois ela era bastante bonita (nada comparado à Camilla quando era jovem, mas ainda agradável aos olhos.) Ela sabia as maneiras e etiqueta da classe alta, e era a única herdeira de uma grande fortuna, mas apesar de todos estes benefícios a menina não tinha esperanças.

Quando Sophie entrava em um lugar ela não usava nenhum de seus talentos ou jogo de sedução como era esperado de uma moça tentando arranjar um marido. Em vez disso, ela caminhava para o canto mais próximo e ficava sozinha. Quando tinha que entreter cavalheiros ou damas, ela gaguejava e tentava desamparadamente sair dali até alguém mais iniciar outra conversa e ela ficar esquecida completamente. E em encontros sociais. . . Ah! Era horrível demais para compreender!

Sophie Riverside era uma ameaça e desgraça para o título de Lady, e Madame Camilla estava oficialmente sem paciência. 

Então, quando a mulher sem esperanças ouviu pela videira de um amigo que havia um jovem Lorde com um criado que poderia fazer o impossível, ela se jogou na oportunidade. O orgulho foi posto de lado e as orações esperançosas foram dadas de boa vontade. Os céus sabiam que Lady Camilla tentara consertar os modos desajeitados de sua filha sozinha; E os céus sabiam que ela havia falhado miseravelmente. Mas Lady Riverside não era de desistir; Então ela enviou uma mensagem ao Lorde em questão pedindo sua ajuda. Não importava o preço mas ela curaria sua criança desta maldita timidez e personalidade do diabo. Não importava como, sua filha iria se casar e seria feliz para sempre!

{o*0*0*0*o}

— Mestre, você tem certeza de que é isso que você quer?

— Tenho.

Sebastian Michaelis – o mordomo demoníaco – levantou os olhos da carta que estava segurando na mão enluvada, para olhar para o jovem de 15 anos que estava olhando pela janela.

— Isso parece uma tarefa bastante simples. . .

— Então por que você está tão relutante? – perguntou o jovem Ciel, o conde Phantomhive, com um sorriso de lado, seus belos olhos azuis nunca deixando os flocos de neve que se arrastavam na janela do escritório.

Sebastian ergueu uma sobrancelha. — Eu não sabia que você fazia atos de caridade para os vizinhos, jovem mestre.

— Não faço. – Ciel respondeu com uma voz ligeiramente fina devido à sua idade adolescente. O conde estava agora no auge de se tornar um homem, e isso mostrava em seus braços que se tornaram um pouco mais musculosos e em seu rosto que estava perdendo sua suavidade infantil com uma linha sólida na mandíbula e sobrancelha. — Mas ter alguém como Lady Riverside como aliada, sem dúvida, virá a calhar. Ela tem conexões que me faltam, e ela sempre paga suas dívidas quando os serviços adequados são prestados.

O mordomo demoníaco devolveu o sorriso de seu mestre e inclinou a cabeça para o lado. — Você nunca deixa de me surpreender, mesmo entre sua própria espécie você é um assassino.

Ciel riu enquanto pegava sua xícara de chá e pires, tomando um gole elegantemente. — Não me diga que não gosta dos métodos depois de todos esses anos, Sebastian? Afinal, você é um demônio.

— Estou bastante acostumado com seus métodos – respondeu o demônio sinceramente. — Mas os seres humanos são criaturas volúveis. . . Se eu tiver que desempenhar o meu papel corretamente, Mestre, a jovem Lady Riverside vai se apaixonar por mim,

Pelo jeito que a expressão de Ciel não mudou, Sebastian sabia que ele não achava que isso fosse um problema.

— Sim, ela vai.

O rosto de Sebastian permaneceu impassível, mas internamente ele estava curioso. — Isso não o incomoda, Mestre, ou deseja propositadamente quebrar o coração da jovem?

— O coração de Lady Sophie Riverside permanecerá intacto, e ela continuará a ser minha peça de xadrez por anos depois que este pequeno jogo acabar.

— Como, Mestre?

O único olho bom de Ciel brilhou divertidamente enquanto ele dizia, passando seu dedo indicador pela borda de sua xícara de chá — Você vai amá-la também, é claro.

{o*0*0*0*o}

Lady Camilla estava cheia de expectativas enquanto caminhava em direção ao quarto de Sophie, apesar de que por fora ela permanecesse uma delicada e graciosa dama. Não importava o que acontecesse, sempre tinha que manter uma boa aparência; Não havia exceções. Apesar de que hoje a mulher estivesse muito perto de quebrar sua própria regra e saltitar pelos corredores, pois o futuro parecia extremamente brilhante. Suas preces haviam sido atendidas, e o resultado seria melhor do que ela pensara ser originalmente possível!

Enquanto Lady Camilla continuava por seu caminho designado, ela mais uma vez olhou para a carta em sua mão com um olhar aliviado. A carta que recebera em resposta do Conde Phantomhive sobre o assunto de sua imutável filha tinha sido nada menos que um presente de Deus. E enquanto a mulher começou a relê-la pela décima vez desde que a abrira há quase um dia atrás, ela deixou um sorriso enfeitar seu rosto.

Minha cara Lady Riverside,

Fiquei muito angustiado ao ouvir sobre a situação de sua filha e sua própria frustração devido ao assunto. É injusto que ambos sofram, e felizmente agora posso informá-las de que sua súplica por ajuda não foi em vão. Depois de algumas horas pensando deliberadamente sobre a situação eu acredito que encontrei uma solução que será útil e produtiva para si e para a jovem Lady Riverside também.

A informação que tem sobre o meu servo está correta; Ele é muito capaz e pode realizar qualquer tarefa que lhe seja dada. Mas para seus propósitos particulares ele não seria útil. Embora você não deva se desesperar; Eu encontrei um cavalheiro alternativo que irá servir.

Este cavalheiro do qual falo é um Lorde que conheço bem, que está atualmente procurando se casar e se estabelecer. Ele tem procurado por uma jovem esposa por quase dois anos, embora nenhuma delas tenha se familiarizado ou conseguido capturar sua atenção. Ele deseja encontrar uma parceira diferente do resto, e sua filha parece alguém que ele gostaria de conhecer. Ele não quer uma jovem que se conforma ou mostra quaisquer traços estereotipados, então ele não será um que julgará rapidamente o nome Riverside devido à qualquer coisa que sua filha pode ou não dizer ou fazer. Ele é uma rede de segurança para você, madame, e eu acredito que o par é um casal que vale a pena ser explorado.

Eu posso ser testemunha de seu caráter e honra pessoal, bem como sua posição na sociedade e herança. Com sua licença, gostaria que você e sua filha viessem à minha mansão para encontrá-lo o mais cedo possível. Ele vai ficar comigo por algum tempo como meu convidado, e eu ficaria feliz se você passasse o fim de semana com a gente também. Se Lorde Michaelis é ou não digno dos padrões de minha senhora não poderá ser decidido ainda, mas não importa o resultado, nós estaremos muito satisfeitos com sua presença aqui na Mansão Phantomhive e espero ser útil para você.

Eu aguardo ansiosamente pela sua resposta. Espero que esteja em boa saúde e espírito,

~ O Conde de Phantomhive. 

Lady Camilla celebrou internamente quando terminou a carta e parou na frente do quarto de sua filha. Um criado que atuava como o tutor de Sophie com o intuito de corrigi-la havia sido maravilhoso, mas ter um cavalheiro que queria que sua esposa fosse diferente era mais do que ela poderia ter esperado! Embora o homem tivesse que ser testado completamente antes que qualquer decisão permanente pudesse ser feita, a mãe estava animada e estava mais esperançosa do que já esteve em um longo, longo tempo.

Batendo uma vez na porta de Sophie, a senhora mais velha entrou para encontrar sua filha que estava sentada em seu assento na janela com um livro na mão. Camilla aproximou-se, viu que era Shakespeare e lutou contra o desejo de revirar os olhos. Era incrível quantos poemas românticos e histórias Sophie poderia ler, e ainda ela não tinha nenhuma vontade de ter a coisa real para si. Pobrezinha, ela era uma criatura estranha. 

— Querida, saia daí, a carruagem está pronta e esperando por nós, é hora de partir.

Sophie não desviou o olhar de seu livro enquanto ela murmurava alguma coisa em voz baixa, e Camilla deu um passo mais perto.

— O que você disse?

— Eu não quero ir, mamãe. – disse Sophie mais alto desta vez, para que Camilla pudesse ouvir. — Você vai ter um tempo mais agradável na propriedade do Conde Phantomhive se eu não estiver presente, eu não poderei aborrecê-lo se eu não estiver com você. Não posso ficar aqui, e deixá-la passar umas férias relaxantes na minha ausência?

 — Este convite tão generoso só foi dado por sua causa, filha, por isso não há dúvida de que você vai ir.

— Mas eu vou envergonhá-la. – disse a moça suavemente — Como sempre faço. Apesar de minhas melhores intenções ou desejos mais profundos de deixá-la orgulhosa. . . Eu vou envergonhar você novamente.

Camilla sentiu seu coração apertar pela criança estranha, e sentou-se lentamente na borda do assento da janela. Com afeto maternal, a mulher pegou a mão de Sophie na sua e a apertou. Embora Lady Riverside estivesse frustrada com o quão diferente era sua filha, não havia dúvida de que ela amava Sophie.

— Você não me envergonha, Sophie – disse ela. — E eu deixaria você viver sua própria vida se estivesse em meu alcance. Mas neste mundo, uma mulher solteira é limitada. Mesmo com a fortuna que eu deixei para você, você seria incapaz de usá-la. Homens nos comandam e nós devemos ser peões até que tenhamos vivido o suficiente, ou crescido forte o suficiente para empurrá-los e ganharmos nossas asas.

Uma estranha emoção brilhou nos lindos olhos de Lady Camilla por um breve momento antes de voltar para seu eu regular. A transformação momentânea era estranha, mas não durou o suficiente para causar alarme, embora Sophie continuasse a se perguntar sobre isso.

— Case com um cavalheiro, tenha um filho, espere até ele morrer, então você nunca terá que ser incomodada pela sociedade novamente.

Sophie olhou para a mãe por um longo segundo antes de perguntar: — Mas e se o meu marido não morrer?

Camilla ficou em silêncio por um momento antes de um sorriso irromper em seu belo rosto e ela rir. — Isso seria um problema, não é? Bem, é para isso que você me tem. . . Vamos nos certificar de que você se case com alguém mais velho para que você não tenha que esperar muito tempo. . . O que acha, querida?

Para Sophie, isso não era muito confortante – ou para Camilla, que a verdade fosse dita –, mas a jovem sabia que não podia lutar contra isso. Sua mãe tinha razão. As mulheres tinham que montar uma estratégia para sobreviver e ela precisava arrumar seu tabuleiro de xadrez.

— Não muito velho, por favor – disse Sophie com um pequeno sorriso, fazendo com que Camilla se inclinasse e beijasse sua bochecha.

{o*0*0*0*o}

Sophie sempre viu o mundo de uma forma diferente daqueles ao seu redor. Mesmo quando era uma menina, sempre fora alguém que pensava pra fora da caixa, e isso na verdade nunca a incomodava. Ficar sozinha e observar e ouvir era muito melhor do que ser o foco das atenções; Alguém que nunca parava de fazer barulho. Isso era tudo o que as vozes em reuniões sociais pareciam ser a maior parte do tempo; Barulhos e gritos. Sons sem sentido que faziam as pessoas parecerem tolas. Se algo tinha necessidade em ser dito, então deveria ser declarado sem palavras em excesso. Mentir, ou pregar, ou gritar, ou lamentar era inútil. Não conseguiria realizar nada, nem fazia a mínima diferença quando se tratava da ação, então por que perder tempo?

Uma vez, anos atrás, Sophie tentara explicar isso à sua mãe quando a mesma a repreendera por não falar, e o resultado fora nada menos que um inferno. A ira de Camilla por causa da falta de sofisticação social de Sophie tinha sido algo que a jovem nunca esqueceria. Mas, apesar disso, sua opinião não mudara em nada. Ela odiava ser inútil, e isso era tudo o que a alta sociedade parecia capaz de fazer. Isso e a maldita fofoca. . .

Não que Sophie não apreciasse falar – ela muitas vezes achava prazer no dom de palavras habilmente tecidas. Mas a jovem estava cansada de pessoas matando a beleza do discurso em si. Eles sempre mentiram ou falsificaram seus propósitos, e isso a incomodava sem fim. Sophie podia facilmente ler aqueles que se apresentavam a ela, e os resultados normalmente deixavam muito a desejar. Assim, há muito tempo, ela deixou de tentar se conectar com os que a rodeavam. Qual era o propósito quando seria sempre uma charada?

Agora, enquanto Sophie entrava na mansão gigante ao lado de sua mãe, ela se preparava mentalmente. O que viria desta visita à Mansão Phantomhive seria momentos muito desconfortáveis e memórias que ela não queria ter. Mas ela havia prometido a sua mãe na carruagem que iria tentar, então assim ela faria. Embora suas tentativas sempre se tornassem resmungos e verdades desajeitadas que matavam a fluidez que sua mãe montava, ela não deixaria que isso a atrapalhasse.

Pelo modo como ela evitava cada tentativa de conexão social, Camilla pensara que sua filha odiava o contato humano, mas não era verdade. A menina desejava isso, mas há muito tempo desistiu da esperança de que ela conseguiria o tipo de contato que ela precisava. Assim, o jogo continuou, e Sophie se acostumou em ser o peão tímido em um tabuleiro cheio.

—  Agora, querida, lembre-se do que eu lhe disse –  Lady Camilla disse, enquanto eram levadas para a grande sala de jantar por uma empregada bastante trêmula, com óculos grandes.

— Sim, mamãe – disse Sophie enquanto a criada os conduzia até a grande mesa no centro da sala. Dois rapazes de casaco fino puxaram as cadeiras para as nobres mulheres e elas se sentaram.

Enquanto puxavam a cadeira de Sophie e Camilla, o jovem dos dois homens olhava para elas e a jovem Lady Riverside notava seus rostos. Ela sempre se lembrava dos rostos e se esforçava muito para catalogar as pessoas que conhecia, embora as observações quase sempre não fossem notadas pelo observado. Um homem era jovem com cabelos loiros e olhos felizes, e o outro era mais velho, louro mais escuro, e cheirava a tabaco. Eles não pareciam estar acostumados com as roupas que usavam por causa da maneira como se moviam, mas estavam tentando. Sophie deu-lhes um crédito silencioso por isso, já que ela nunca se sentiu confortável com roupas novas.

Bom pra eles, pensou ela, voltando mais uma vez sua atenção para a mãe. Lady Camilla estava completamente à vontade - ali era onde ela se destacava. Mostrar publicamente que era uma Lady era o que ela sabia fazer melhor, e ser uma Lady nascida em berço de ouro de renome era algo que vinha naturalmente à ela. Embora no fundo Camilla tivesse um coração bondoso, em momentos como esse, só a mulher rica e esnobe surgia. Sophie odiava o quão diferente sua mãe agia, mas há muito tempo aprendera que ela era incapaz de impedi-la de fazer isso.

Camilla voltou a cabeça, deliberadamente, para Sophie, mas, pelo brilho de seus olhos, a garota podia dizer que os dois servos do sexo masculino tinham que ouvir o que sua mãe iria dizer.

— Você acha que Lorde Phantomhive nos esqueceu, Sophie, ou ele acha divertido deixar seus convidados esperando?

A jovem viu que ambos os empregados trocaram olhares antes de o jovem falar alguma coisa, algo que fez com que Sophie se sentisse mal, pois ela sabia o que isso significaria.

— Desculpe, senhora – disse ele. — O jovem mestre está atrasado devido a negócios, tanto ele quanto Sebas— Lord Michaelis estão ocupados.

Lady Camilla virou-se imediatamente para olhar para o criado que falara. — Como se atreve a falar sem ser questionado? Insolência, absoluta insolência!

O jovem em questão parecia confuso. — Desculpe, senhora, eu não queria. . . 

— SILÊNCIO! – Camilla se afastou do criado. — Se os servos do Mestre Phantomhive sentem que são capazes de falar igualmente com seu Mestre, então eu não quero nada a ver com ele.

— Mamãe, por favor. – Sophie sussurrou com um movimento negativo da cabeça.

— Fique quieta, criança. – foi a resposta. — Eles não são dignos de falar conosco, são homens de classe baixa que estão aqui para fazer o que mandamos sem questionar ou duvidar, é o lugar deles e devem continuar assim.

Sophie discordou fortemente, mas ela sabia que não seria bom argumentar. Ela havia discutido sobre o tema com sua mãe inúmeras vezes, mas no final Camilla iria simplesmente declarar que ela era ingênua e pronto. Mas de alguma maneira. . . Desta vez era diferente. . . Desta vez não era um servo da família. . . Desta vez era um estranho que não tinha feito nada de errado.

— Mãe, você sempre fala sem ser perguntada. – ela disse com firmeza, embora sua voz ainda estava baixa. — Estes homens estão sob o comando do Lorde Phantomhive, e se o Conde acha que eles nos sirvam adequadamente devemos respeitar esse julgamento.

Os olhos de Lady Camilla se arregalaram diante da contradição - Sophie nunca falou assim em público - e franziu a testa.

— Querida-

— Não, mãe. – disse a moça antes de se dirigir ao criado que falara antes, apesar se Sophie não se sentir tão à vontade para conversar com as pessoas, fez uma exceção. . .

Respirou fundo e forçou-se a continuar. — Por favor, permita que o Lorde Phantomhive e o Lorde Michaelis saibam que estamos aqui, que estamos esperando e acredito que minha mãe está bastante ansiosa com a espera.

O jovem criado deu a Sophie um sorriso doce - ele parecia ser uma pessoa despreocupada e inocente. — Sim, senhora, vou avisar o mestre imediatamente!

— Isso não será necessário, Finny – disse uma nova voz da entrada da grande sala. — Você e Bardroy podem voltar para seus outros deveres.

As Riverside e os dois criados olharam para a porta para ver quem tinha entrado. Sophie nunca tinha encontrado o Lorde Phantomhive antes, mas ela tinha ouvido o suficiente de sua mãe para saber que ele era mais jovem em anos e tão esperto como uma raposa. Entre os dois cavalheiros que estavam orgulhosamente diante delas, era bastante óbvio qual deles não era o Conde Phantomhive. Embora ambos eram surpreendentes em sua própria maneira e bastante agradável para os olhos.

Ciel Phantomhive era menor em estatura do que o outro homem, embora sua presença fosse comandante e inspiradora. O que lhe faltava em altura, compensava em aparência e porte. Com apenas um olho bom brilhando sob um corte de cabelo azul acinzentado, ele olhou para os convidados e deu um aceno de boas-vindas. Ele usava belas roupas em um tom de azul e cinza que iam bem com seu tom de pele, e sapatos que faziam barulho quando andava. Mas foi o outro homem que chamou a atenção de Sophie.

{o*0*0*0*o}

Quando Sebastian Michaelis entrou na sala de jantar ao lado de Ciel, com o traje de um cavalheiro e com ordens restritas de agir como se seu contrato não existisse, o demônio apreciou o que estava acontecendo. Ele estava destinado a fazer o impossível - o que ocorria quase todos os dias para o demônio que virou mordomo. A jovem Lady Riverside era tímida e um pouco inclinada para o lado incômodo das coisas; Mas esses traços humanísticos eram fáceis de alterar se fosse dado o processo de abolição apropriado. A tarefa estabelecida por Ciel seria fácil para Sebastian completar, por isso ele caminhou com absoluta confiança e uma alegria permanente cintilou em seus olhos cor de vinho tinto.

Era bastante libertador andar pela casa sem agir como um escravo de seu mestre, e Sebastian gostava da liberdade de agir. Embora seu contrato ainda estivesse oficialmente em jogo, a servidão tinha sido colocada em espera até que o assunto de Sophie Riverside fosse resolvido. Dependendo da moça, a transformação poderia levar dois dias, talvez três se Sebastian cumprisse seu título. Quatro no mais longo. . . Ou pelo menos era o que o demônio tinha pensado antes de pôr seus olhos nela.

Ela era bonita para um ser humano, mas esta observação não era importante para Sebastian enquanto ele avançava junto com Ciel e cumprimentava adequadamente as senhoras em questão. Ele tinha visto sua parcela justa de humanos com traços físicos descritos como bonitos, e isso nunca significou muito para ele. A jovem dama Riverside não era uma exceção a essa regra. Embora o que ele visse no centro dela fosse inteiramente intrigante. Seu núcleo... Seu coração era magnífico! Apesar de que para qualquer outra pessoa, o que estava alojado dentro de Lady Sophie Riverside era francamente perturbador de se ver.

E quando Sebastian Michaelis se sentou na mesa de frente com ela, ele sorriu internamente. Esta tarefa demoraria muito mais do que dois ou três dias, mas não importava. Pois o demônio sabia que ele desfrutaria de cada segundo.


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Notas finais do capítulo

Essa foi uma ideia que surgiu faz um tempo, quando eu tava re-assistindo Kuroshitsuji. Eu tenho todos os capítulos escritos, exceto pela conclusão, mas acho que posso terminá-la em breve. Acho que a história vai ter cerca de 8 capítulos no total, mas veremos. Já que os capítulos já estão escritos planejo atualizar esta história rapidamente, então a espera para o próximo não vai ser muito longa.

Eu quis fazer essa história bem do meu jeito mesmo, mas acho que isso será divertido. Espero que vocês leitorxs adoráveis não se importem muito.

Como está a história até agora? Sebastian e Ciel tão muito ooc? Eu aceito críticas construtivas e dicas para melhoras!



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