A Ascensão dos Herdeiros - REESCREVENDO escrita por Cat Winter


Capítulo 2
Uchiha


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu estou reescrevendo a história, mas ainda não terminei. Até agora eu reescrevi o primeiro capítulo e escrevi esse que é totalmente novo. Eu ainda vou reescrever os outros dois, mas a ideia geral provavelmente vai continuar a mesma então não se preocupem. Só queria deixar claro que para o melhor aproveitamento da fic, eu indico vcs relerem o primeiro capítulo. De qualquer forma, espero que gostem, eu tive umas ideias novas e quero colocar tudo aqui direitinho para explorarmos esse universo NaruSaku o melhor possível! Aproveitem e comentem! Obrigada!



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21 de abril

Vila de Harari 

Karin sabia que Sasuke, por mais durão que tentasse parecer, podia ter um coração muito mole. Ou melhor, estava se permitindo tal coisa agora. Depois de tudo que passou, com a morte de seu clã e a morte de seu irmão, a guerra e todas as suas consequências, as lições que Naruto insistentemente tentou ensiná-lo pareciam ter finalmente ter alcançado o íntimo do último Uchiha. E ele se permitia ser vulnerável e carinhoso com certas pessoas. 

—Ora, ora, ora, se não é o herdeiro Uchiha cantando uma canção de ninar?

Sasuke virou em sua direção e um sorriso gentil tomou seus lábios. 

—Apenas cumprindo ordens. - Ele respondeu, lançando o olhar para três figuras encolhidas na cama. -E eu não sou mais o herdeiro Uchiha. 

Karin sorriu, ele certamente não era.

Não mais o herdeiro, e nem mais o último. 

Não depois de três filhos. 

—Mamãe, eu sou o herdeiro Uchiha agora.- A vozinha fina porém determinada da filha mais velha do casal se fez presente e os dois voltaram sua atenção para ela. 

Sinon Uchiha. Primogênita do casal. Tinha vindo ao mundo dois anos antes, seguida quase imediatamente por seu irmão gêmeo, Yusuke. De acordo com a tradição, Yusuke como primeiro herdeiro masculino da linhagem, seria responsável pelo clã e ganharia o título de líder quando chegasse a maior idade. Contudo, Sinon tinha chegado ao mundo primeiro, e Sasuke não concordava com a ideia de que algo como gênero fosse impedir sua filha, herdeira legítima, de comandar seu clã. 

Então, mesmo tendo uma aparência um pouco diferente dos clássicos cabelos negros e olhos ônix dos Uchiha, com os cabelos vermelhos brilhantes prova indubtável de sua herança Uzumaki, Sinon ganhou seu título, e desde muito nova foi preparada para herdar tudo que o clã Uchiha representava, e a responsabilidade de reconstruí-lo com a honra e dignidade que Sasuke havia perdido. Os olhos ônix eram prova suficiente que seu sharingan chegaria no momento certo. Yusuke e Keisuke, no entanto, podiam ser considerados cópias fiéis de Sasuke. Com os mesmos olhos e cabelos negros, algumas feições eram pertencetes a sua mãe, como os olhos de Yusuke e o formato do rosto de Keisuke, mas o resto? O resto era tudo Sasuke. 

—Sim, a princesa Uchiha . - Disse Sasuke beijando-a na testa. Ele se levantou, com a intenção de acompanhar a esposa até seu quarto, mas foi impedido. 

—Papa, papa! - Yusuke chamou. 

—Sim, Yusuke?

—Como você e mama se conheceram? 

Karin e Sasuke se entreolharam. Era a primeira vez que um de seus filhos lhe fazia aquela pergunta. Era natural que eles quisessem saber de onde vinha a união de seus pais, mas a pergunta não deixou de os pegar de surpresa. Olhando para sua família naquele momento, seu marido ao lado de seus três filhos, Sinon e Yusuke, e o caçula, Keisuke, de apenas um ano de idade, e sua enorme barriga indicando que logo logo o quarto se juntaria a eles, ela pensou no tanto que tiveram que sofrer para alcançar aquela felicidade. 

E como explicar uma história daquelas para uma criança? 

—Nós nos conhecemos… Na minha antiga vila, Konoha… - Começou Sasuke, e Karin ficou surpresa ao vê-lo se referir a Konoha como “sua vila.” Sorrindo, ela ajeitou os óculos e decidiu continuar. 

—Estávamos fazendo o Exame Chunnin. - Disse ela. - Para chegarmos no segundo nível ninja. Um teste muito difícil… Fomos jogados numa floresta perigosa, e eu acabei dando de cara com uma besta! 

Ela jogou as mãos para cima e deixou a voz mais aguda para fazer efeito. Sinon levou as mãos ao rosto e Yusuke arregalou os olhos. 

—Mas seu pai apareceu bem no momento certo para me salvar. - Ela acrescentou com um sorriso e as crianças pareceram aliviadas. Sasuke também estava sorrindo, chegou mais perto e pegou o pequeno Keisuke em seus braços, o bebê dormia profundamente, e mal notou o fato de ter sido tirado da cama. 

—Nossa, papa! Você salvou a mama de um monstro quando vocês se conheceram?! -Perguntou Yusuke com os olhos brilhando, quase subindo em cima do pai. Sasuke afirmou com a cabeça. 

Quando o conheceu, Karin apaixonou-se pelo jovem Uchiha quase imediatamente. Sasuke salvara a sua vida num ato de altruísmo que poderia ter terminado com a sua própria, lhe presentou com o sorriso mais belo que havia visto. E seu chakra… O chakra dele era maravilhoso, e Karin sentiu uma onda eletrizante e rejuvenescedora passar por si quando ele a ajudou a levantar. 

—Ele derrotou o monstro, me ajudou a levantar, como um verdadeiro cavalheiro… - Continuou a ruiva lançando um sorrisinho ao marido. - E se despediu. 

Sinon pareceu confusa. 

—Ele foi embora? 

Karin assentiu com a cabeça. 

Com a ajuda e o sorriso, o moreno misterioso se despediu, deixando-a praticamente paralisada no meio da floresta. Ela o seguiu até os amigos, o loirinho escandaloso e a menina de cabelos rosados. Com eles seu salvador tinha uma postura um pouco diferente, mais rígida do que tinha demonstrado com ela. E, esperançosa, Karin imaginou que talvez ele tivesse enxergado em si algo que não tinha visto em mais ninguém. Algo que valesse a pena. 

Algo que, essencialmente, ninguém tinha visto nela em um longo tempo, desde a morte de seus pais: valor. 

Não houve outra alternativa senão se apaixonar por ele.

—Sabe, filha. Eu e ele estávamos em times diferentes, ele teve que voltar para o time dele e eu para o meu para continuarmos o teste. E, infelizmente passamos algum tempo sem nos ver… 

No entanto, para a infelicidade da garota, seus caminhos não se cruzaram novamente por um longo tempo. Ela voltou para Orochimaru e prosseguiu com suas ordens, e dele não soube mais. 

—Vocês se separam? - Questionou Yusuke, preocupado. 

—Por apenas algum tempo… E então nos encontramos de novo… -Disse Sasuke.  

Até que, tempos depois, ela o reconheceu no esconderijo de seu mestre.

E juntos estavam novamente. 

Ele não pareceu reconhecê-la, porém, como Karin futuramente descobriria, Sasuke podia ser muito bom em esconder o que realmente sentia, e fingir jamais ter visto a ruiva podia ser apenas sua forma de manter a promessa de cortar laços com seu passado. Talvez fosse difícil para ele, talvez o lembrasse do menino loirinho escandalosa e da garota de cabelos rosados que deixara para trás e que, provavelmente, jamais veria de novo. 

—Nós dois acabamos com o mesmo professor… - Sasuke explicou, tentando simplificar a verdade de uma forma que seus filhos não ficassem traumatizados. Não era exatamente o que tinha acontecido, mas era melhor do que dizer que ele e Karin tinham entrado para a mesma gangue depois dele ter traído sua vila. 

—Sim, e viramos colegas de equipe. -Acrescentou a ruiva. 

—Ficamos três anos juntos e eu me apaixonei por sua mãe ali. - Confessou o Uchiha. Foi a vez de Karin arregalar os olhos vermelhos e encarar o marido. Mesmo depois de tantos anos juntos, ele nunca tinha dito isso a ela. Ela sempre pensou que aqueles anos ao lado de Orochimaru tinham sido inúteis nesse sentido, que ela só tinha sido uma presença irritante que ele fora obrigado a suportar. 

Yusuke e Sinon chegaram mais perto. 

—Verdade?!- Perguntaram em uníssono. Sasuke fez o sinal de silêncio para que os filhos falassem mais baixo e balançou Keisuke nos braços para fazer o bebê se tranquilizar, uma vez que o barulho tinha o incomodado. 

—Verdade. 

O caminho a seguir ao lado de Orochimaru era um solitário, ela bem sabia. Eles só podiam contar consigo mesmos.

Algo em Sasuke Uchiha a incomodou, no entanto. Algo tinha mudado nele, seu chakra não estava exatamente igual. Parecia… Sujo de alguma maneira. Conduto, Karin se convenceu a deixar isso de lado. Ela nunca se enganava ao julgar o chakra de alguém, e mesmo que o brilho que tivesse visto no menino Uchiha estivesse um pouco empoeirado, ainda estava lá, ela tinha certeza. E afinal, como poderia não estar? Depois de descobrir sobre o massacre da família do moreno, e tudo que seu irmão lhe causara, toda a dor e sofrimento, não podia ficar surpresa que houvesse ódio e vingança emanando dele. Ela o entendia. Sabia como era ter tudo arrancado de si. 

Mas ela o ajudaria! Sim. Assim como ele tinha feito por ela. E assim que tivesse sua família vingada, aquele peso enorme retirado de suas costas, ele voltaria a ser como era. Karin tinha certeza. E isso só a fez encontrar-se ainda mais motivada para ajudar o Uchiha. Ela queria desesperadamente trazer aquele sorriso de volta ao seu rosto, queria que aquele chakra brilhante a tomasse mais uma vez, queria que pelo menos um deles tivesse seus traumas de infância resolvidos. 

Karin jamais poderia trazer a justiça as pessoas que tinham destruído sua vida. Usado-a como um objeto. Acabado com sua inocência. 

Mas poderia fazê-lo por Sasuke. 

—Eu vi que ela era corajosa, determinada, extremamente talentosa e muito leal… E não consegui evitar não me apaixonar por ela. 

As crianças fizeram um “own” coletivo. E Karin tinha um sorriso enorme no rosto. 

—Mas eu era muito teimoso… Muito imaturo, não queria admitir meus sentimentos. Então sua mãe nem ficou sabendo. 

—Papa! Não acredito que você fez isso!- Yusuke fez um bico e Sinon parecia completamente chocada. 

Karin sorriu para ele, um pouco triste. Ela não tinha ideia que os sentimentos que sentia pelo moreno eram recíprocos naquela época. Sasuke parecia considerá-la estritamente uma amiga, e apenas. Mas no fundo ela sabia que, mesmo que ela soubesse, não fazia muita diferença. Talvez, ela tivesse apenas sofrido mais. Pois Sasuke estava vivendo o momento mais complicado e turbulento de sua vida, e teria sido impossível os dois ficarem juntos. 

E talvez seu plano tivesse funcionado. Talvez ela tivesse sido capaz de curá-lo com seu amor se a morte de Itachi não tivesse sido uma abertura de problemas ao invés do fim deles. A morte do Uchiha mais velho revelou verdades ainda mais perturbadoras sobre o passado do clã, sobre o passado de Konoha e virou o mundo de Sasuke de cabeça para baixo mais uma vez. 

Algo se quebrou em Sasuke naquele momento. E pela primeira vez Karin se deparou com uma ferida que não tinha a menor ideia de como consertar. 

Pior, não sabia se sequer era capaz de fazê-lo . 

E pensou que talvez fosse muito tarde. 

—Então nós brigamos, ela ficou em Konoha e eu saí pelo mundo...

O pensamento não durou muito, contudo. Cega de amor ela não conseguiu aceitar a verdade. E ela continuou a segui-lo. 

E então veio a traição. 

E ele a deixou-a para morrer. 

Houve a guerra, ela foi presa, foi julgada, e mesmo sem se sentir merecedora de qualquer perdão, Karin foi absolvida pois, aparentemente, o herói de guerra e lenda Naruto Uzumaki era seu primo. 

—Porque você deixou mama para trás? - Perguntou o garotinho. 

—Eu… Estava passando por um momento difícil... - Enquanto Sasuke tentava explicar com cuidado o que o levara a tomar aquela decisão, Karin se lembrava do que tinha se passado com ela naquele meio tempo em que estiveram separados. 

Tudo estava acontecendo muito rápido e a ruiva mal soube lidar com toda a afeição que esse praticamente estranho estava direcionando-a. Ela nem sabia que era uma Uzumaki pra início de conversa. Não sabia quem era. 

Era Karin. 

Só Karin. 

O clã Uzumaki era famoso e honrado, ela ficou sabendo. 

Seus pais, durante os cinco anos de vida em que pôde conviver com eles, eram civis humildes. Não tinham nenhuma participação na vida shinobi e não pareciam ter interesse em tal. Pensando racionalmente, era muito possível que seus pais fossem Uzumaki, e que ela tivesse sido uma Uzumaki a vida inteira sem saber. Era muito nova quando morreram, mal chegou a aprender seus nomes, era uma possibilidade compreensível que tivesse sido registrada como Uzumaki e apenas não se lembrasse, não tivesse idade o bastante para se lembrar…

Quando foi liberada do hospital para julgamento, porém, as provas eram irrefutáveis. Seu DNA tinha encontrado um par compatível na database de Konoha e era ninguém menos que Naruto Uzumaki. Foi um processo estranho de adaptação, Karin jamais tinha sido tão bem tratada na vida, desde a morte de seus pais, e não sabia como reagir. Ninguém queria nada com ela a não ser pelo que ela podia oferecer em troca. E de repente tinha esse garoto querendo saber sobre sua vida, convidando-a para morar em sua casa (o que ela relutantemente aceitou) e lidar com suas despesas (o que ela recusou). 

Karin acabou se mudando para o pequeno apartamento de Naruto, que se desculpou continuamente pela bagunça e pelo pouco espaço que ele seria capaz de prover a ela. Mas Karin não se importava, o loiro estava se esforçando tanto para fazê-la sentir em casa… 

A adaptação demorou um pouco, claro, e mesmo depois de tantos anos terem se passado ela não conseguia esquecer que, na verdade, quando primeiramente ficou sabendo de Naruto, pensou em usá-lo para escapar da cadeia. Nunca tinha tido família nada vida, se de repente um primo aparecia, nada melhor do que colocá-lo para uso certo? Era muito constrangedor pensar em suas intenções egoístas agora que o conhecia bem, que o amava e o considerava família, mas se recusava a esquecer. Aquela lembrança era um lembrete para si mesma, para que nunca esquecesse de valorizá-lo. 

Passou-se um ano, e Karin estava bem ajustada em Konoha. Ela tinha conseguido um emprego como uma das enfermeiras no hospital central de Konoha. Apesar de suas habilidades, ela tinha aprendido um pouco sobre medicina ao longos dos anos e estava ansiosa para utilizar esses talentos ao invés de ter pessoas mordendo sua pele o tempo todo. Sakura Haruno era sua superior, e Karin aprendeu a se dar bem com ela, apesar das ameaças que sofreu da rosada quando primeiramente chegou no hospital. Não muito surpreendentemente, Naruto tinha sido o responsável por sua contratação, sendo um favor pessoal que Sakura estava fazendo por ele e consequentemente, por ela. Karin ainda se lembrava claramente de como a conversa com Sakura havia acontecido. A rosada esperou Naruto sair do recinto e de repente seu chakra que até então irradiava cordialidade se tornou frio e violento, ela olhou Karin com frieza e disse que “Naruto nunca teve família, então imagino que ele tenha dado todo o amor do mundo pra você numa bandeja, e nem deve estar esperando que você retribua. Eu não quero me meter na relação de vocês dois, mas se você magoar o Naruto de qualquer forma, eu vou acabar com você.”

 Karin arregalou os olhos, e Sakura voltou a sorrir docemente e então apresentou a ruiva a todo o hospital como se nada tivesse acontecido. 

Mesmo com seu novo emprego, continuava dividindo um apartamento com Naruto, mas agora pagava metade do aluguel e tinha conseguido ensinar ao garoto uma ou duas coisas sobre organização e cozinha, especialmente como preparar pratos que não fossem rámen. Estava estudando os antigos pergaminhos sobre o clã Uzumaki, tentando achar alguma forma de usar seus poderes ser ter estranhos em cima de si o tempo todo. A vida estava boa e o futuro parecia promissor. 

E então, Sasuke retornou. 

—Mas vocês voltaram a se encontrar depois da briga, né? 

Karin riu com o nervosismo da filha. 

—Claro que sim. - Ela garantiu. - Sasuke voltou para Konoha dois anos depois e nós nos reencontramos. 

Estando um ano fora, o último Uchiha não sabia que Karin estava atualmente morando com Naruto. E quando bateu na porta do apartamento do loiro, esperando encontrá-lo, deu de cara com a ruiva e ficou imediatamente sem palavras. Karin recuperou sua compostura com mais rapidez, apesar do choque conseguiu explicar que ela e o Uzumaki tinham se descoberto primos e desde então estavam dividindo apartamento. No entanto, ela apostava que a situação mudaria em breve pois Sakura e Naruto provavelmente mudariam para um apartamento conjunto em breve e… 

E então ele riu. 

Sasuke Uchiha riu genuinamente em sua presença e disse: 

“Até que enfim aqueles dois estão juntos.”

—Nós fizemos as pazes e voltamos a ser amigos. 

E os dois voltaram a se falar. 

Sasuke permaneceu em Konoha por dois anos e, claro, um pedido de desculpas por tudo que tinha feito a ruiva foi feito eventualmente. O Uchiha chegou a se curvar diante dela e admitir o quão esteve errado e o quanto se arrependia de suas ações, o quanto ela merecia melhor. Karin aceitou suas desculpas, dizendo que entendia como ele se sentia. Todo aquele ódio que estava dentro dele… Ela também possuía, e sabia como era difícil não se perder dentro dele. Sasuke perguntou como ela tinha conseguido e Karin parou um pouco para pensar. 

Ela então disse que, quando estava se sentindo vulnerável e sozinha, se perguntando se tinham tomado as decisões certas e qual era seu destino, encontrou Sasuke! Que viu seu valor, a salvou e fez com que ela ganhasse novamente esperança de um futuro melhor, mesmo que no momento estivesse meio que presa nas garras de um mestre controlador… Enquanto isso, quando Sasuke estava se sentindo vulnerável e se perguntando sobre seu destino, encontrou Orochimaru. 

Quando foi pega de surpresa pela traição de Sasuke, Karin encontrou Naruto. 

Enquanto isso, quando Sasuke matou Itachi, ficou sabendo de todos os podres de Konoha, o equivalente a uma traição, encontrou Madara. 

Sasuke balançou a cabeça, tinha tido Naruto, Sakura e Kakashi ao seu lado e mesmo assim foi atrás de Orochimaru, de forças nefastas. A lição que ele tinha finalmente aprendido com a guerra e a perda de seu braço não poderia ter sido aprendida de outra forma. Parecia que tragédia estava em seu sangue. 

—E então, um dia seu pai confessou seus sentimentos… 

Com Sasuke de volta a vila, Naruto estava focando suas energias, em seu tempo livre que não estava treinando para ser Hokage, em integrá-lo de volta ao círculo de amigos. Sasuke estava, quando conseguia escapar de Naruto e seus muitos planos sociais, estava focando suas energias em reconstruir o distrito Uchiha. 

Em uma dessas ocasiões, Karin foi visitá-lo e notou o quanto ele parecia cansado. A partir daí, passou a levar um lanche para o moreno sempre que ficava sabendo que ele estava se dedicando às construções. Acabou que esse favor virou um ritual e em uma das tarde que acabavam passando juntos - Karin passou a chegar um pouco mais cedo para simplesmente bater papo com o último Uchiha - Sasuke casualmente sentou ao lado da ruiva e começou a relembrar algumas de suas antigas batalhas. Mais casualmente ainda, como se estivesse falando de pão, Sasuke Uchiha disse que ao despertar o poder de parar amaterasu para salvar Karin, aquilo tinha sido mais importante do que ela poderia imaginar… Pois primeiro de tudo, parar amaterasu era considerado impossível e ele literalmente fez o impossível para salvar a vida dela. Em segundo lugar, despertar novos poderes para salvar alguém era um sinal do amor extremo de um Uchiha. Ele arriscou a vida dele e de toda a equipe, embora houvesse uma chance de que ele não fosse capaz de realmente parar as chamas apenas por ela.

Karin teria cuspido sua bebida caso estivesse bebendo alguma coisa. Lá estava ele, Sasuke Uchiha, confessando seus sentimentos por ela como havia sonhado tantas vezes. Depois do choque inicial, ela reagiu da única forma que um Uzumaki pode reagir à pessoa que amam se declarando: 

Pulou em cima do último Uchiha e tascou-lhe um beijo que ele jamais esqueceria. A partir dali, algo que sempre esteve crescendo entre eles pareceu finalmente tomar forma. 

—E então… Ficamos juntos. E passamos a viajar juntos quando seu pai decidiu deixar Konoha pela terceira vez. 

—E aqui estamos até hoje. - Disse Sasuke beijando a esposa. 

Sinon e Yusuke pareceram satisfeitos com o fim da história e deitaram, prontos para dormir. Sasuke colocou o bebê no berço e se juntou a esposa no quarto. 

—Eles estão crescendo tão rápido… - Disse Karin fazendo um biquinho. -Esse daqui nem sequer saiu e eu aposto que vamos piscar os olhos e vai ser a vez dele perguntar como ficamos juntos. 

—Essa curiosidade vem do lado Uzumaki da família… 

Karin riu. 

—Não comente isso alto, toda vez que Sinon ouve que algo é muito “Uzumaki” ela imediatamente quer fazer o oposto! 

—Nossa filha realmente é um gênio. 

—Sasuke! 

—Estou brincando! 

O tom dele não indicava brincadeira alguma. 

—Ela realmente quer ser a perfeita herdeira Uchiha. - A ruiva suspirou.  -Eles amam muito você, Sasuke. 

O patriarca Uchiha sorriu. 

—Eles são o meu bem mais precioso… Junto com você é claro. 

Karin sorriu, e beijou carinhosamente o marido. Ela colocou a cabeça em seu peito e Sasuke começou a brincar com seu cabelo, coisas típicas da vida doméstica dos Uchiha. 

—Você pretende visitar Konoha logo? Toda essa história me lembrou que faz tempo que não passamos por lá… 

—Sim… O pirralho do Naruto deve estar crescido a essa altura. Ele poderia ter arranjado um padrinho melhor que eu, mas é claro Naruto insistiu… 

—Deixa só ele descobrir que você teve mais dois filhos sem dizer nada a ele… 

O moreno suspirou, sem querer pensar no escândalo que os melhores amigos fariam ao descobrir aquela informação que casualmente não tinha mencionado em nenhuma das cartas que escrevia para eles de tempos em tempos. Sasuke era muito desconfiado e tinha medo de suas mensagens estarem sendo interceptadas. Muita gente ainda não tinha perdoado a família Uchiha e os via como inimigos. Por isso, qualquer informação minimamente pessoal sobre ele, sua esposa, ou seus filhos, o moreno fazia questão de dar ao vivo. Na última vez que ele e Karin estiveram em Konoha, para o nascimento do primogênito de Sakura e Naruto, Karin já estava grávida, então os outros membros do time 7 tinham noção de que, pelo menos, havia um novo Uchiha correndo pelo mundo. 

Porém aquele um Uchiha na verdade eram dois, já que Karin teve gêmeos em sua primeira gravidez. E um ano depois veio Keisuke, e podendo vir agora a qualquer momento, o quarto herdeiro Uchiha. Da próxima vez que visitassem Konoha (e em tais ocasiões eles sempre ficavam lotados na casa de Sakura e Naruto, por insistência do casal) eles chegariam trazendo quatro filhos ao invés de um. 

—Deixa só Sakura descobrir que você confiou outra pessoa para trazer seus filhos ao mundo. 

Karin e Sakura tinham se tornado muito boas amigas com o passar dos anos, o que tinha sido facilitado enormemente pela relação de Sasuke e Naruto. Mas mesmo que seus maridos não fossem intimamente ligados, às duas moças tinham muito em comum e acabariam tendo se tornado amigas de qualquer forma. Karin e Sasuke tinham deixado Konoha logo após o nascimento de Shinachiku Uzumaki, e dois meses antes do nascimento de seus primeiros filhos. Sakura, ansiosa por fazer o parto da amiga, fez eles prometerem que o próximo Uchiha chegaria ao mundo por suas mãos. 

Sasuke e Karin tinham falhado na promessa. 

—A essa altura eu imagino que a filha deles já tenha nascido. - Comentou a ruiva. 

Ao contrário de Sasuke, Naruto e Sakura mandavam cartas enormes e frequentemente acompanhadas de fotos. Em sua última carta, tinham mencionado que sua segunda filha chegaria ao mundo a qualquer momento e que esperavam a presença do casal Uchiha em Konoha o mais rápido possível. 

—Temos que ir visitá-los… - Concordou Sasuke. Karin sabia que seu marido gostava muito de visitar a antiga vila e rever os amigos, mas também estava ciente que no fundo Sasuke estava ansioso para mostrar ao loiro que estava DOIS filhos a frente dele. Algo sobre uma aposta boba que eles tinham feito, meio brincando, sobre quem conseguiria repopular o clã primeiro. - Talvez… Talvez seja a hora de voltarmos para Konoha de vez… Murmurou Sasuke. 

Já faziam quatro anos que o casal Uchiha não residia em Konoha. Na verdade, logo depois de seu casamento, os dois partiram em viagens que faziam parte da intenção de Sasuke de pagar de volta com gentileza todos os seus erros. Eles andavam de vila em vila, descobrindo o mundo, sendo abrigados por estranhos gentis, e ajudando como podiam. Essa vila em específico, a vila de Harari, em que eles estavam no momento, tinham sofrido com uma destruição profunda devido a um terremoto. E grande parte das construções tinha sido destruída, Karin e Sasuke estavam ajudando a reconstruí-la, e assim que a tarefa chegasse ao fim, partiriam para próxima vila. A casa que eles estavam dormindo no momento, não era verdadeiramente deles, e sim um favor que estavam sendo cedidos como agradecimento por toda sua ajuda. 

—Mesmo? 

O moreno assentiu. 

—Acho que sim. 

Sasuke sempre disse que as viagens eram algo temporário, e que mais cedo ou mais tarde eles voltariam definitivamente para Konoha para criar seus filhos, estabelecer o clã e repopular o distrito Uchiha. Karin nunca o pressionou sobre quando esse dia finalmente chegaria. Respeitava o tempo do marido, e gostava das viagens. Mas tinha que admitir que estava ficando cada vez mais difícil à medida que o número de filhos aumentava. Cuidar de crianças pequenas já era difícil o suficiente em circunstâncias normais, mas na estrada era pior ainda. Sem falar que eles nunca tinham tempo para descansar. Sem falar que aquele não era o tipo de ambiente ideal para se criar os filhos ao longo tempor. Crianças precisavam de um ambiente estável, em que pudessem se integrar com a comunidade e fazer amigos, era parte importante do processo de socialização. E, claro, logo Sinon e Yusuke estariam na idade de começar seus estudos ninja. Mudar-se definitivamente para Konoha não parecia uma má ideia. 

A conversa continuou, até que ambos pegaram no sono e logo estavam dormindo tranquilamente. 

A tranquilidade não durou, no entanto. 

.

.

.

Karin acordou no meio da noite sentindo que algo estava errado. E como seu sexto sentido raramente falhava ela teve que se levantar para chegar seus filhos. 

Com os passos rápidos, ou o mais rápido que uma moça grávida de nove meses pode alcançar, ela correu até o quarto dos meninos e abriu a porta. 

Pânico total preencheu o coração da ruiva ao perceber que a cama estava vazia, assim como o berço de seu bebê, e seus três filhos não estavam em lugar nenhum. 

—SASUKE!


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