Elena começava a acordar. Seus olhos abriam um pouco e fechavam novamente, a visão estava embaçada ainda. Logo percebeu que estava sendo carregada, mas por quem? Não demorou muito para ela se tocar e olhou para a cima tampando a luz que entrava pela janela para poder enxergar.

- Finalmente acordou dorminhoca – Ele dava um sorriso.
- Por que está me carregando? Me coloca no chão, por favor Damon – Imediatamente foi colocada no chão. Ajeitou a roupa e colocou o cabelo atrás da orelha e ficou o olhando.
- Eu fui para a cozinha pegar uma bebida e a encontrei estirada no chão... Dormindo. O que fazia no chão dormindo? – Ele a olhava com uma cara de sarro.
- Ai meu deus. Eu nem percebi. Devo ter ficado pensando na cozinha e adormeci – Passava a mão pelo cabelo.
- Seus pensamentos estão meio longes ultimamente. Quer conversar sobre algo? – Se apoiou no corrimão da escada.
- E desde quando você se importa com as pessoas? – Elena cruzava os braços, voltando-se para ele.
- E quem disse que me importo com as pessoas? Eu me importo com você – Damon esticava a mão para tocar no cabelo de Elena, mas ela se afastou um pouco.
- Eu estou bem... Vou ver se Stefan precisa de algo – Ela virou as pressas em direção do quarto de Stefan.
- Ele não está em casa, saiu de manhã cedo e nem se quer percebeu que você ainda estava aqui.
- Ele... Vou ligar pra ele...
- O celular dele está no quarto, Elena. Tente o quanto quiser...
- Para onde ele foi? – Agora ela se voltava para ele novamente.
- Não faço a mínima idéia... Mas não gostaria de sair para almoçar? – Damon abriu um sorriso tão sedutor e cativante, que era impossível ela recusar.
- Não sei não, Damon... As coisas estão meio esquisitas por aqui e...
- Ah, por favor! É só um almoço.
- Tá bom... Mas com uma condição! – Elena sorria novamente agora.
- E qual seria?
- Você vai deixar eu escolher! – Ela já estava até empolgada demais.
- Sem problemas. Vou pegar as chaves e meu casaco, vá se arrumar – Damon descia as escadas, enquanto Elena ia para o quarto e banheiro se arrumar.

Só mais alguns minutos de espera e Elena já estava pronta. Se arrumou até que rápido. Ela escolheu almoçar num restaurante japonês que ficava alguns quilômetros fora de Mystic Falls, não era longe. Damon abriu a porta do carro para Elena entrar, ela sorria e agradecia. Ela não sabia se achava isso estranho demais ou bom demais. No caminho todo até o restaurante, eles foram escutando música, eles cantavam, dançavam e se divertiam dentro do carro. Elena passou a pensar que nunca teve momentos assim com Stefan e que isso era realmente divertido. Elena estava realmente muito confusa em relação a Damon.

- Realmente estranho o Stefan ter sumido e não dar notícias nem nada...
- Não se preocupe, ele vai dar sinal de vida – Ele sorria para ela – Parece que chegamos!
- Você vai adorar esse lugar!
 – Damon estacionava o carro e logo em seguida que parou, abriu a porta para Elena sair com direito a segurar a mão e tudo.

Os pratos eram meio caros, mas Damon não parecia se importar com isso. Ele olhava para Elena, como se nunca tivesse a visto na vida. Ele a explorava com o olhar, apreciava o seu cheiro, venerava sua boca e era seduzido pelo seu olhar. Ora ora, quem diria. Damon apaixonado por Elena.

- Não recebeu mais nenhuma notícia de Katherine? – Elena perguntou e colocou um pedaço de Sushi na boca.
- Nada... Eu desisti dela. Percebi que não valia a pena – Ele remexia a comida no prato sem nem tocar.
- Hm... Depois daquele surgimento da Isabel, eu não consegui achá-la para conversarmos. O que vocês conversaram naquele dia?
- Não quero falar disso agora, não é hora nem local apropriado... Elena, eu acho que... – Damon pegou a mão de Elena e a segurava. Elena o olhava, insegura.
- Elena!
- Mas não é possível... – Damon gritava sussurrando, soltou imediatamente a mão de Elena e se virou para Stefan com um sorriso forçado de raiva.
- Aonde você estava!? Procurei você a manhã inteira! Damon disse que... – Stefan olhou para Damon imediatamente - ... Deixa pra lá. Importante é que você está bem.
- Damon disse que você saiu de manhã cedo e deixou o celular. Aonde você estava? – Elena se levantava e Damon revirava os olhos.
- Eu realmente sai, para te procurar... Não sabia que você ainda estava em casa. Mas como eu disse, o que importa é que você está bem – Ele pegava na mão dela.
- Sim, eu estou bem. Me desculpe, qualquer coisa – Elena sorria, ainda tentando entender o que aconteceu.
- Magina, não foi sua culpa – Stefan deu um selinho em Elena, olhando de canto para Damon.

Damon subia as escadas as pressas, enquanto Elena e Stefan ainda estavam entrando na casa.

- Damon! Preciso conversar com você – Stefan gritava em direção a escada e se voltou para Elena – Eu preciso conversar com ele, pode me esperar lá em cima?
- Mas é claro – Elena deu um selinho em Stefan e subiu a escada no mesmo instante que Damon descia, houve uma troca de olhares tensa, mas nada demais.
- Diga, irmãozinho! – Damon abria seu sorriso de sempre.
- Acho que precisamos conversar sério.
- O que há de errado? – Damon fazia cara de desinteressado.
- Não se faça de idiota. Você mentiu para Elena falando que eu havia saído, sendo que você me disse que ela tinha ido para a casa dela e de repente eu descubro que ela não está em lugar algum da cidade. E ainda encontro você num almoço com ela, segurando a mão da minha namorada. Acho que você me deve uma explicação – Damon coçava a testa.
- Olha... Eu só queria almoçar com ela...
- E tem que mentir para nós dois pra isso? Só pra isso? Sinto muito, Damon. Sua desculpa não é válida.
- Bom se você não quer acreditar... – Damon lhe deu as costas.

Stefan não pensou duas vezes e puxou Damon pelo braço e o jogou do outro lado da sala. Os móveis daquela casa, não sei como, mas ainda estavam inteiros. Damon caiu emcima de uma vidraçaria que agora estava totalmente estilhaçada.

- Fique longe da Elena, Damon! Está avisado – Stefan desapareceu, indo para seu quarto.

Damon levantava do chão, tirando alguns cacos de vidro da pele. Estava furioso. Sua pele e seus olhos nunca ficaram tão feios como agora. Suas veias saltavam e seus dentes estavam mais afiados do que nunca. Podia ver-se a fúria transbordando pelo seus olhos. Seu rosto estava tão vermelho que parecia que ia explodir.

- STEFAN! – Foi o berro mais alto e longo que Damon dara na sua vida.