Heart of light in the black night escrita por Skye


Capítulo 6
Capítulo 6 - "I'll make you fly"




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720754/chapter/6

Marlene POV:

— Isso tudo foi combinado? – não pude evitar fazer essa pergunta.

— Eu juro por tudo que não. – Sirius disse sincero, rindo do comentário, como se aquela fosse uma ótima ideia na qual ele sequer pensara. – Como disse meu amigo, James Potter, nada é por acaso. – ele cessou a risada em um sorriso. – Você gostaria de voar um pouco?

— Voar?! – questionei.

— Seria divertido. – Sirius afirmou. – Vamos lá, são meus últimos minutos de aniversário.

— Acho que você bebeu demais. – falei.

— Eu discordo. – ele disse. – Não espero que você acredite em mim, mas um dia eu posso beber demais na sua frente e então você vai saber que estou falando a verdade.

— Isso quase fez sentido. – admiti. – Mas não, obrigada, você é suficientemente irritante sóbrio.

— Você realmente se irrita tanto comigo? – perguntou.

— Depende do dia. – respondi.

— Hoje? – questionou.

— Nem tanto. – fui sincera.

— Então aceita o meu convite, vai ser divertido. – ele insistiu.

— Seria perigoso voarmos, vai ser fácil sermos vistos. – eu disse.

— O céu está muito escuro, não tem como sermos vistos, mesmo com seus olhos refletindo perfeitamente a luz da lua. – parte de mim corou com aquele comentário, por sorte o céu realmente estava escura e seria impossível perceber, ainda que estivéssemos próximos ao fogo. – Além de que, sempre acredito na ideia de que estamos muito mais seguros no céu do que na terra.

— Essa é uma boa teoria. – concordei.

— Posso interpretar isso como um sim? – Sirius perguntou, fitando-me com os olhos.

— Você é maluco. – falei.

— Por você? Sim, a cada dia mais. – uma mistura de sorriso e risada simultaneamente ecoou de mim, era inacreditável escutar aquelas palavras vindas da boca dele. – Vou buscar minha vassoura, volto em um minuto. – e, como se tudo não fosse inesperado o suficiente, ele depositou um rápido beijo em meu rosto antes de sair correndo em direção ao local onde guardávamos as vassouras.

Sirius POV:  

Busquei minha vassoura na velocidade da luz, ou até mais rápido do que isso, se fosse possível. A vontade de voar viera de repente, e, quando vi, já estava sugerindo a ideia a Marlene. Queria que ela acreditasse que realmente podíamos nos divertir juntos, além da habitual diversão diária a qual vivíamos replicando um ao outro.

— Eu ou você na frente? – perguntei assim que a encontrei novamente, ela já me esperava de pé.

— Confesso que eu me sentiria mais segura guiando a vassoura, mas como é seu aniversário, talvez seja justo que você o faça. – sorri ao ouvir o comentário dela, montando a vassoura em seguida.

— Você pode confiar em mim. – falei ainda sorrindo, olhando diretamente nos olhos de Marlene. Segundos depois, ela subiu na vassoura atrás de mim, abraçando meu corpo por trás na sequência. Com um impulso cuidadoso, levantei voo.

A sensação era quase indescritível. Voar para mim sempre fora sinônimo de liberdade, e, ter os braços de Marlene McKinnon envolta de meu corpo em junção ao frio que tomava conta daquela noite, tornava tudo ainda mais incrível. Voei a maior parte do tempo pelos arredores da floresta, mas arrisquei algumas idas até as partes de trás do castelo. Olhava para trás de vez em quando, para encontrar uma sorridente Marlene, com os cabelos loiros ao vento e os olhos fechados, como se apenas curtisse aquele momento, sem colocar seus pensamentos em qualquer outra coisa.

Não tinha como adivinhar quanto tempo se passara, mas assim que minha criatividade para criar rotas de voo teve um fim, aterrissei com calma em uma das mais altas torres de arquibancada no campo. Esperei Marlene descer da vassoura para só então fazer o mesmo.

— Você tinha razão, foi divertido. – ela disse, sentando-se no último banco possível.

— Eu sou divertido. – falei pousando a vassoura no chão e indo ao encontro de Marlene, permitindo-me sentar ao lado dela. Notei que seu corpo estava consideravelmente gelado e lembrei que ela não usava muito mais do que a jaqueta de couro. – Está com frio?

— Um pouco. – ela admitiu. Eu estava prestes a tirar meu casaco e oferece-lo, mas ela me impediu. – Não precisa fazer isso.

— Então fica mais perto. – pedi. Os olhos dela penetraram profundamente os meus antes de realizar qualquer movimento. Alguns segundos depois, porém, ela moveu o corpo para perto do meu e eu a envolvi em meus braços. – Melhor?

— Melhor. – Marlene concordou, apoiando sua cabeça na região entre meu ombro e tórax. Não existia nada de que eu pudesse reclamar no mundo naquele momento. – Isso tudo vai ter que acabar em algum momento, Black.

— Isso o que? – perguntei, enquanto observava o céu estrelado.

— Essa tensão esquisita entre nós dois. – ela respondeu. – Todas essas implicâncias e provocações.

— Eu sei de um ótimo jeito para acabarmos com todos esses pequenos problemas. – falei.

— Muito cuidado com o que você irá acrescentar a esse comentário. – alertou, com um leve tom de brincadeira escondido no fundo de sua voz. – Palavras erradas nesse caso podem acabar com todas as possibilidades.

— Quais possibilidades? – perguntei.

— Toda e qualquer possibilidade. – ela respondeu.

— Então existe uma possibilidade. – confirmei, sorrindo.

— Não foi exatamente o que eu disse. – Marlene retrucou.

— Às vezes, não importa se é verdade, desde que acreditar na ideia nos traga força e faça bem. – eu falei, confiante e determinado. – Eu acredito na possibilidade.

— Qual possibilidade? – ela perguntou.

— A de convencer você do fato de que eu realmente venho gostando de verdade de uma garota que conheci melhor há pouco tempo. – disse, dirigindo meu olhar para ela.

— Sabe, você tem dito coisas bastante legais e inteligentes ultimamente, não posso negar que estou impressionada. – Marlene observava o céu enquanto falava. Um silêncio seguiu o comentário dela.

— Sabia que o meu nome, Sirius, significa a estrela mais brilhante no céu noturno? – contei, dividindo meu olhar entre ela e o céu.

— Jura? – Marlene quis confirmar. – É um significado muito interessante.

— É bonito. – concordei. – Mas não acho que signifique tanta coisa assim. – admiti. – Até porque, mesmo que exista uma estrela mais brilhante do que qualquer outra coisa lá no céu, a única coisa que vem sendo capaz de conquistar minha atenção no último mês é você. – ela riu do comentário.

— Não seja bobo, Black. – Marlene disse, finalmente dirigindo seu olhar ao meu.

— Tarde demais. – falei. O comentário fez com que eu lembrasse de verificar as horas, e, coincidentemente, meu relógio de pulso indicava exatamente meia-noite. – Meia-noite em ponto.

— Significa que seu aniversário chegou ao fim. – ela falou. Com o rosto frente ao meu, estávamos extremamente próximos, mais do que em qualquer outra ocasião.

— Mas meu presente continua aqui. – eu disse, diminuindo o tom de voz. Os olhos de Marlene sorrateiramente se desviaram dos meus e pousaram em meus lábios, não era possível que ela não desejasse aquilo. Assim que ela direcionou seu olhar de volta a mim, senti a mesma sensação que sentira em Hogsmeade, ao mesmo tempo capaz e incapaz de tudo, mas, naquele momento, eu era capaz, não podia aguentar sequer mais um segundo sem beijar aqueles lábios.

Marlene POV:

Nem mesmo minha forte união de mente e coração, quase inatingível, fora capaz de permanecer firme com o último comentário de Sirius. Seus olhos escuros e penetrantes também não foram de muita ajuda para que eu resistisse, meu corpo não aguentaria mais, eu precisava sentir a boca dele sobre a minha. Ignorando qualquer sentimento contrário e um milhão de receios, não impedi então que ele finalmente acabasse com a distância que nos separava naquele início de madrugada.

O primeiro toque de lábios foi inexplicável, como se em um segundo toda a tensão acumulada sumisse e fosse substituída pela melhor sensação do mundo. As mãos de Sirius rapidamente foram parar em minha cintura e as minhas se prenderam por trás de sua nuca, de forma que me permitia brincar livremente com seu cabelo bagunçado. Os movimentos que, inicialmente eram calmos, aos poucos tornaram-se cada vez mais agitados e vorazes, deixando claro o quanto nós dois desejávamos aquilo há muito tempo e na mesma intensidade. Quando vi, já estava sentada por cima dele, minhas pernas entrelaçadas em volta de seu corpo e minhas mãos ainda passeando por seu cabelo. Os dedos de Sirius passeavam por minhas costas e cintura, causando os mais prazerosos arrepios possíveis, ele fazia jus a sua reputação. Nossas línguas batalhavam, explorando cada canto disponível e garantindo que nenhum segundo daquele beijo fosse desperdiçado. Poderia ter criado mil e uma expectativas sobre aquele momento, mas nenhuma imaginação seria capaz de ser comparada à realidade do que eu sentia. Os movimentos de Sirius eram precisos e seguros, fazendo com que meu coração acelerasse em resposta. Se dependesse da nossa vontade, aquele beijo duraria centenas de horas, mas infelizmente a necessidade de oxigênio era maior do que qualquer outra coisa. Tomei a liberdade de morder levemente o lábio inferior dele antes de finalmente nos desvencilharmos, provavelmente tão ofegantes quanto realizados.

Sirius ainda selou nossos lábios algumas vezes em sequência antes de enfim pausarmos aquilo. Eu continuava por cima dele, penteando seu cabelo com minhas unhas enquanto ele me fitava com seu rosto erguido e seus braços envolviam meu corpo, garantindo nossa proximidade. Permanecemos um tempo apenas daquela maneira, em silêncio, observando um ao outro e trocando delicados toques carinhosos.

— Gosto quando você me chama de Sirius. – ele disse de repente. Eu ri do comentário inesperado.

— Algum motivo especial? – perguntei.

— Você. – respondeu em tom divertido, mas demonstrando certa sinceridade. Não contive um sorriso.

— Alguma explicação além dessa? – voltei a perguntar.

— Não sei, eu só gosto. – falou. – É como se você me conhecesse.

— Talvez eu conheça. – falei.

— Talvez. – ele concordou. – Eu gosto dessa ideia.

— Então podemos acreditar nela. – eu disse, fazendo com que ele sorrisse.

— Você é realmente fantástica. – Sirius disse. Selei nossos lábios em resposta ao comentário dele, causando um novo sorriso em seu rosto. – Acho que vou tentar dizer isso mais vezes. – ri das palavras dele.

— Idiota. – brinquei, gerando a risada dele também. – Surpreendentemente, não está mais tão frio aqui. – comentei em seguida, transformando sua risada em mais um sorriso.

— Significa que podemos ficar aqui mais um pouco? – Sirius perguntou, em uma mistura de esperança e animação.

— Só mais um pouco. – respondi. – Temos aula amanhã.

Sirius POV:

As aulas da manhã seguinte pareciam mais distantes do que qualquer outra coisa naquele momento. Marlene voltara a se sentar ao meu lado assim que concordamos em ficar mais um pouco ali, era claro que nenhum de nós dois queria ir embora, mesmo com as consequências que sofreríamos no dia seguinte.

Eu poderia ter tido quantas experiências de beijo fossem, mas eu sabia que jamais havia sentido algo tão bom e inexplicável quanto a sensação que os lábios de Marlene McKinnon transmitiram. Seu beijo era tão feroz quanto sua personalidade e isso era tão incrível quanto seus olhos e sua expressão firme e determinada de sempre. Se eu já suspeitava de que estava começando a ficar louco por aquela garota, agora tinha toda a certeza do mundo. Ela realmente era como uma fonte de luz em meio a escuridão, um imã indecifrável que atraía todas as minhas vulnerabilidades.

Quando decidimos que seria prudente voltar ao Salão Comunal e dormir as horas que restavam daquela noite, o relógio já indicava pouco mais de uma hora da manhã. O risco de andar pelo castelo nesse horário era gigantesco, mas eu já estava acostumado e Marlene era igualmente boa naquilo. Discretamente e sem causar qualquer prejuízo, alcançamos a torre da Grifinória em alguns minutos e rapidamente repetimos a senha para entrar no Salão Comunal, que se encontrava completamente vazio e silencioso. Antes que Marlene pudesse subir para o dormitório das garotas, segurei seu braço com cuidado e a trouxe para perto de mim, apoiando minhas mãos sobre sua cintura em seguida.

— Obrigado pelo melhor presente de aniversário possível. – eu sussurrei, mantendo meus olhos fixos no dela.

— Não precisa agradecer por isso. – ela garantiu no mesmo tom, não contendo um sorriso no rosto.

— Nos vemos amanhã? – perguntei, retribuindo o sorriso.

— Acho que não teríamos a opção do contrário. – Marlene respondeu.

— Eu não optaria pelo contrário. – falei.

— Nem eu. – ela concordou, garantindo que meu sorriso permanecesse erguido. – Boa noite, Black. – desejou em um habitual tom provocativo. Beijei os lábios dela pela última vez naquela noite, não quis correr o risco de dormir sem senti-los novamente. A sensação fora mais uma vez inexplicavelmente boa.

Depois, dirigimo-nos finalmente para nossos respectivos dormitórios. Poderia afirmar sem dúvida alguma que aquele havia sido meu melhor aniversário até o momento. Mesmo com diversos pensamentos na cabeça, não foi difícil dormir tranquilo. Amanhã seria um novo dia e eu estava tão animado quanto ansioso; seria provavelmente o primeiro dia em que Marlene McKinnon e eu não precisaríamos nos provocar repetidamente para sobreviver 24 horas na mesma escola.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Heart of light in the black night" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.