Descendants 2 escrita por America Jackson Potter


Capítulo 25
Loose Ends




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Eu quero mudar. E isso começa com eu fazendo o que é certo.

— Ally Kingsleigh

...

O grupo já havia descido quem iria para Ilha com Ben, quem ficaria no Museu e quem iria para a escola. No caminho, cada filho de herói teria que avisar seus pais sobre o que iria acontecer.

A mente de Isabelle sabia que nada iria impedir o ataque dos vilões e por isso precisava tentar achar seu Cetro, o verdadeiro Cetro. Havia discutido com Uma e ambas haviam percebido que o caderno de Úrsula estava certo. E Izzy iria tentar achar seu reino esquecido pela entrada que Kaya havia descoberto bem no início do ano que todos concordaram em enterrar o assunto.

— Onde você vai? — Max perguntou seguindo a garota para fora da casa.

— Fazer minha parte.

— O Museu é para o outro lado — o garoto disse. Izzy suspirou fundo e se aproximou.

— É complicado.

— O que?

— Tudo! — Max tomou o rosto da ruiva em suas mãos. Encarou os olhos castanhos que estavam brilhando. — Desculpe, mas não dá para explicar.

— Já cansei de você fugindo de mim — o menino sussurrou antes de juntar os lábios. Aquilo tomou de surpresa Isabelle, tinha que ser forte, não podia ceder... dane-se, ela pensou. Agarrou a nuca de Max e aprofundou o beijo, talvez desaparecesse para sempre e precisava ser pelo menos uma vez feliz.

Os dois se separaram e ficaram se encarando em silêncio. Nenhum dos dois sabia o que dizer. E nesse tempo, Isabelle recuperou seus pensamentos e saiu correndo para a floresta, esperando que Max demorasse a processar o que estava acontecendo.

...

Charles corria por Auradon Prep. para tentar achar a diretora, só que acabou encontrando outra pessoa.

Ally estava debaixo do vão de uma das escadas chorando. Aquela era uma das cenas que não se via todo dia – pelo menos não em público. O garoto não podia deixar uma amiga sozinha chorando, por mais que insuportável, mimada e arrogante Ally seja, eles ainda eram amigos.

— O que foi? — Charles perguntou assim que sentou ao lado da loira. Ally grunhiu, mas não respondeu nada. — Ei, o que aconteceu, Ally?

— Nada, estou bem — a menina fungou alto e limpou o rosto em um dos braços.

— Qual é Ally. Você está chorando e nem se deu o trabalho de ir para o quarto. — Charles esbarrou seu ombro no da garota de leve e sorriu. — Sou seu amigo, pode me falar das coisas. Posso não ser a Rose ou a Ariana, mas vou te escutar.

— Não é nada — Ally tentou sorrir. — É coisa boba.

— Então por que está chorando? — Charles passou o dedo pela bochecha de Ally, fazendo-a encara-lo. — Se me contar, te conto uma coisa minha. Qualquer coisa.

— Como você ficou quando soube que foi adotado? — Ally perguntou limpando o nariz. Charles riu fraco e limpou as pequenas lágrimas que ainda desciam.

— Primeiro me conta o que aconteceu. — O garoto falou, a menina balançou a cabeça de leve e suspirou.

— Você não sabe como é se sentir excluída de tudo, saber que as pessoas falam mal de você pelas costas. Isso tudo eu sabia, só que... — Ally fechou os olhos com força e ele a abraçou, reconfortando-a. Ela sorriu contra o peito dele, mas depois encarou e continuou a falar — O que aconteceu com a Mal, com a Isabelle fez as coisas piorarem. E... não queria ser assim, não queria ser a malvada o tempo todo, não queria ser egoísta, só queria que as pessoas prestassem atenção em mim, que gostassem de mim...

— Posso não saber como realmente se sente, mas sei quase como — Charles falou limpando mais algumas lágrimas de escorriam. — Foi quase assim que senti quando minha mãe me contou e foi muito estranho.

— E aconteceu depois?

— Minha relação com minha mãe continuou, tive que lidar com o fato, mas não foi sozinho. Eu tive meus amigos naquela hora. — Charles sorriu fraco. — Assim como você tem. Só que no momento, todos estão ocupados e isso me lembra que eu preciso achar a Fada Madrinha.

— Eu vou com você — a loira disse se levantando.

— Não precisa, se você quiser.

— Eu quero mudar. E isso começa com eu fazendo o que é certo.

...

Evie, Carlos, Jay, Lonnie e Ben já estavam andando pela Ilha dos Perdidos a procura de Mal. Os garotos da Ilha iam na frente, tomando cuidado para não esbarrar em quem não devia, que no caso, seria os pais deles.

— Só não falem com ninguém, não esbarrem em ninguém e não olhem para ninguém — Evie falou assim que apareceram na feira. Havia várias pessoas zanzando por todos os lados.

— Quem você está procurando? — Carlos perguntou olhando por cima da multidão.

— Qualquer pessoa que possamos conversar — Um homem de alto com cabelos negros como a noite chamou a atenção de Evie, que sorriu consigo mesma. Virando-se para seus amigos, ela disse: — Que tal passarmos no Penhores Wolf?

— Não temos tempo para comprinhas, Evie — Jay falou revirando os olhos.

— E não temos tempo de revirar toda a Ilha de cabeça para baixo para achar a Mal. — A menina retrucou colocando as mãos na cintura. — E se tem alguém que sabe de tudo, é o Wolf.

— Enão vamos. — Ben disse. — Para onde?

Carlos apontou para a direção e eles seguiram. Alguém esbarrou no grupo, fazendo Ben tropeçar. Era um truque clássico que Jay conhecia bem, e não tinha tempo para fazer alguma coisa.

— Perdão, não vi vocês — o garoto disse passando a mão pelo ombro de Ben que se recompunha do tropeço. Lonnie estreitou os olhos e levou a mão até a bainha da calça para pegar a espada.

— Da próxima vez, não pegue nada nosso, Wolf — Jay falou reconhecendo o garoto.

— Uh, não sabia que vocês estavam na Ilha. O que devemos a honra? — Bryan sorriu debochado.

— Devolva a carteira — Carlos disse revirando os olhos, o mais alto resmungou e entregou o objeto para o dono. — Agora, é mal de Wolf, ou só seu pai sabe o que acontece aqui?

— O que estão querendo? — Bryan perguntou.

— Localização de uma pessoa — Evie deu um passo à frente.

— Estão falando com a pessoa errada então. Daiana está no salão, acho que vocês sabem onde é, né?

— Você sabe se alguma coisa está acontecendo aqui? — Ben perguntou.

— Está falando de Malévola de volta? Não, não sei de nada — o garoto sorriu e deu de ombros saindo dali.

Carlos revirou os olhos e o grupo seguiu para o salão. Evie entrou no imóvel, e o cheiro de tinta de cabelo barata inundou suas narinas.

— Daiana, me lembre de te dar tintas novas, porque ninguém merece esse cheiro — a garota revirou os olhos procurando a menina no salão.

— Aqui atrás — Daiana gritou e a de azul seguiu o som.

Evie teve uma surpresa ao ver sua melhor amiga sentada ali com o cabelo roxo de novo e suas antigas roupas.

— O que você está fazendo aqui?! Ficamos preocupados — a de azul foi abraçar Mal.

— Oi, Evie — Mal sorriu e abraçou a amiga. — Só veio você?

— Não, os meninos e a Lonnie estão ali atrás. E precisamos conversar, não sei quanto tempo a gente tem até a barreira estourar feito uma bolinha de sabão.

— Do que você está falando? — Daiana e Mal perguntaram juntas.

— Longa história, prometo contar a vocês os detalhes, mas primeiro precisamos de um pedido de casamento... — Evie sorriu torto.

— Como assim? — Mal ergueu uma sobrancelha. Evie suspirou fundo e chamou o Ben.

Mal pediu para que todos saíssem para que o namorado conversassem direito. Estava assustada com o que ouvira de sua amiga, meio impressionada também. Não sabia direito o que estava acontecendo e Benjamin contou tudo o que estava acontecendo.

— Basicamente é isso — o rei sorriu fraco. — Não é a única nervosa aqui — Ben tomou as mãos da namorada e entrelaçou seus dedos. — e eu preciso que você seja sincera. Então?

— Isso é...

— Louco? Eu sei disso. Arriscado? Também sei disso. — Mal riu e depositou um beijo na testa do namorado.

— Ia dizer estranho.

— Isso também serve. — Ben sorriu. — Sei que temos só um ano de namoro, e que isso é precipitado. Mas não ache que estou fazendo isso por pressão, eu ia te pedir de qualquer jeito, só não sabia como. Enfim, sei que não é o melhor lugar para isso, estava mais imaginando no lugar que tivemos nosso primeiro encontro, e estou enrolando, desculpa — o menino riu fraco fazendo Mal balançar a cabeça rindo, ela iria falar, mas ele continuou — Escute mais um pouco: estou me embaralhando porque não sei mesmo como fazer isso, e sinto que meu discurso está péssimo.

— Benjamin, para — Mal sorriu.

— Eu não sei mesmo como falar isso, porque você me faz sentir coisas diferentes, e eu me sinto diferente quando estou com você, um diferente muito bom. E isso acontece porque eu te amo. E estou pronto para passar o resto da minha vida com você. A questão é: você está pronta? — Ben se ajoelhou e Mal o seguiu para o chão, arrancando um riso do rei, e tirou uma pequena caixa do bolço, lá dentro estava um anel encrustado de pequenas pedrinhas brilhantes com um diamante bem no meio. — Mal Bertha, você aceita se casar comigo?

Mal estava sem reação. Não acreditava que aquilo estava acontecendo de verdade. Talvez a antiga Mal torcia para aquilo nunca acontecer, só que a nova Mal não via a hora do pedido chegar. Tinha certeza que amava o garoto, não tinha mais dúvida. A menina abriu a boca para falar, mas as palavras haviam sumido e começou a rir juntando os lábios com os de Ben.

Quando se separaram, Mal respirou fundo e disse:

— Eu aceito, Rei Benjamin Florian Beast.

...

Isabelle estava quase no lago quando o Cheshire apareceu em sua frente.

— Você não pode fazer isso, não agora — o mais velho falou segurando a garota. — Não sabe o que vai acontecer se você for embora.

— Eu preciso. Preciso do meu cetro se quero derrotar Malévola. — Izzy disse entre dentes se afastando do gato.

— Vai desistir de seus amigos? — O homem perguntou. — Vai desistir do garoto? Porque se pular, estará fazendo isso.

— Quem te mandou aqui? Minha mãe? — Isabelle ergueu uma sobrancelha. — Diga a ela que me dará ordens quando a barreira ser derrubada, porque sei que isso vai acontecer.

— Como se ela se importasse com você — Cheshire disse dando espaço para a garota. Aquilo era golpe baixo, ambos tinham noção, mas mesmo que uma parte de Isabelle implorasse para não ouvi-lo, a outra parte que estava fervendo em fúria agiu.

— Me conte algo que eu não saiba! — Esbravejou a ruiva.

— Sua mãe nunca se importou com você. Ela não me pediu para te vigiar, para te impedir de sair da escola, ela estava e está pouco se lixando para você.

Isabelle se sentiu tonta. Sabia que aquilo era verdade, mas se recusava em acreditar. Tampou os ouvidos e continuou andando, só que Cheshire foi atrás.

— Não sabe o que está em jogo, Isabelle. Você vai morrer e a única chance de acabar com o que irá acontecer, junto.

— CALE SUA BOCA — a menina gritou.

— É a verdade, menina. Se pular no lago, vai morrer e Malévola vai reinar para sempre.

— Eu sou Isabelle Carmim de Copas, filha primogênita do Rei e Rainha de Copas, regentes do País das Maravilhas. — Isabelle disse entre dentes. — Você é apenas o gato que ri, que não se importa com ninguém nem com a própria filha. Porque se importasse, iria me ajudar, não me atrasar.

— Acha que irá salvar todos? Você é a única com poder o bastante para deter qualquer um aqui.

Isabelle deu as costas para o mais velho e continuou a andar. Havia chegado no rio, ficou observando-o. A correnteza era forte e se não fosse aquele rio, iria morrer. Fechou os olhos e se preparava mentalmente para aquilo, só que a voz de Max a impediu.

Max estava ali com Cheshire. A ruiva estreitou os olhos para o mais velho e se virou para Max.

— Saia daqui! Não sei o que ele te falou, mas é mentira. Cheshire é manipulador, e sabe-se lá se ele não é aliado de Malévola.

— Não diga bobagens, vossa majestade. — O gato disse.

— Ainda não sou sua majestade. Mas pretendo ser em pouco tempo.

— Izzy, pare. O País das Maravilhas sumiu junto com o Cetro. — Max se aproximou.

— Ah, dois tolos que ficam dizendo mentiras por aí — Cheshire balançou a cabeça. — Garoto Hatter, nossa terra apenas foi esquecida junto com todos que estavam nela. E Isabelle, você é a rainha e a única que pode traze-lo de volta. Só que não agora.

— Por quê? Para ver Auradon queimar nas mãos de Malévola?

Isabelle não esperou o gato responder, pulou no rio e afundou. Max, desesperado, pulou atrás da garota.

— Burros! — O gato de Cheshire gritou revirando os olhos e desapareceu.

Poucos segundos depois, a Ilha dos Perdidos foi envolvida por uma névoa verde e logo depois a barreira estourou, a gargalhada de Malévola soou por toda Auradon.

Mal agarrou a mão de Ben, torcendo para aquilo ser apenas um sonho, só que o que todos mais temiam era real. O pesadelo de ver todos os vilões em Auradon era real e estava aos poucos acontecendo. 

Os garotos que estavam no Museu nem perceberam quando Malévola entrou e pegou seu cetro e a varinha da Fada Madrinha. E depois disso, foi questão de poucas horas para que todos os vilões chegassem à Ilha.

E o primeiro lugar que atacaram foi o Castelo de Adam. Tiraram os dois monarcas e quem mais estivesse no castelo que se recusava a se curvar para Malévola e jogaram no calabouço. Ben não conseguiu impedir aquilo e foi separado de Mal. As horas mais felizes de Mal se tornou em suas piores.

Havia poucas que os vilões estavam espalhando o caos, não haviam tomado todo o reino, porém. Os garotos da Ilha não conseguiram fazer muita coisa para impedir os ataques, não conseguiam dizer não a seus pais. Mas estavam torcendo para que Isabelle encontrasse o Cetro das Maravilhas para poder parar tudo, já que aquilo era a última esperança de todos.


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Notas finais do capítulo

Várias emoções neste capítulo, vamos recapitular as principais:
— beijo Max+Izzy (finalmente);
— Ally se mostrando uma verdadeira humana suportável ♥ ;
— Charles é adotado (acho que ninguém esperava isso);
— Bal vive lindamente ♥ ;
— Cheshire jogando algumas verdades;
— E Max e Izzy se jogando no rio.

Me contem qual dos listados mais chocou/amou nos comentários!

E isso me lembra que faltam mais ou menos 5 capítulos (4 capítulos + Epílogo),
e (se vcs quiserem) cenas extras, curiosidades sobre a fic, árvore genealógica...

Bem, é isso, espero que tenham gostado ♥



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