Hospedando uma sereia. escrita por Gabii Vidal


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora ♥ Mas está entregue! Espero que gostem.



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—Boa tarde.—A mulher fez uma cara que deixou a entender que não éramos bem-vindos no momento, mas sua expressão suavizou completamente quando melodia começou a falar com aquela voz.

—Senhora, eu me chamo Melodia, e eu quero me matricular nessa escola agora mesmo. —Seu tom era decidido, e ela não tirou em momento algum os olhos dos da secretária—Por favor.

Não foi difícil fazer com que ela fosse aceita, um charme no ali, uma piscadinha aqui e pronto! Até mesmo o diretor compareceu...Só tem uma coisa errada nisso tudo, ela agora é minha prima.

Me joguei no chão assim que saímos da escola. Se antes eu tinha dúvidas essa garota veio para confirmar: Eu sou um idiota completo. Como eu pude concordar com isso?!

Melodia se sentou ao meu lado de forma delicada e colocou ao mão no meu ombro, sorrindo muito.

—Você não é idiota, é apenas gentil!—Ela tentou me reconfortar, mas foi mais assustador que reconfortante.

—Como sabia o que eu estava pensando? Você lê mentes?!—Eu me afastei um pouco dela e comecei a pensar em coisas banais.

—Não exatamente.—Ela seguia com aquele sorriso aparentemente indestrutível. —Só consigo escutar um pensamento quando ele se repete muitas vezes e faz com que a pessoa se magoe ou se machuque! Então, eu posso ajudá-la.

—Por que faria isso?—Baixei a cabeça.

—Porque é minha função, no cardume, minha responsabilidade era manter a felicidade e bem estar mental de todos...Cada sereia nasce com um dom, esse é o meu.

—Apenas você tem esse dom?

—Minha mãe também tinha...Mas ela faleceu. —Seus olhos passaram de lilás para cinza tempestade. —Meus filhos também terão esse dom, é de família.

—Entendo...Mas quem mantém o seu bem estar mental e a sua felicidade?

—Ninguém. —Ela sorriu—Eu não preciso disso! Sou o ser mais feliz de todos! Sempre me disseram isso!

Seus olhos voltaram a ser lilases e eu acrescentei bipolar a lista da personalidade de Melodia.

—Melô, você precisar conhecer algo.

—O que?—Ela precisa preocupada e seus punhos se fecharam.

—Sorvete. —Falei sério, fazendo com que ela se assustasse —Algo exclusivo aqui na terra.

—Não!—Ela lacrimejou—Sorvete não! Achei que fossemos amigos!

Comecei a rir da cara dela que chorava desesperada.

—Não, Melodia! Sorvete é bom, é de comer. —Ela olhou para mim e enxugou as lágrimas.

—Mentiroso, meu pai me disse para não confiar nos humanos! Eu não quero comer esse tal sorvete.

Rolei os olhos e a abracei, molhando minha roupa com suas lágrimas. Caramba, que menina hidratada.

—Não estou mentindo! Se for mentira, você pode me bater, ok?

Ela me encarou de forma que eu vi uma faísca em seus olhos.

—Bater é sem graça, eu prefiro humanos no espeto.

Dei um salto para trás, agarrei um pedaço tosco de galho e apontei para ela, que começou a rir.

—Estou só brincando, criança!—Ela enxugava as lágrimas dos cantos dos olhos. —Sou vegetariana!

Baixei o meu poderoso galho, relutante. Mas o mantive na mão.

—Existem sereias vegetarianas?

—Não. -Ela sorriu —Existe apenas a sereia vegetariana, minhas colegas já teriam te devorado, sem dúvidas.

—Bom saber, me lembre de não ir em nenhuma festa sua.—Brinquei e ela levantou uma sobrancelha.

—Não se preocupe. Só te deixariam entrar se fosse para servir de aperitivo. —Ela sorriu e eu senti vontade de vomitar ao imaginar a cena.

—Melodia.—Ela me olhou e fez um sinal para que continuasse —Me faz um favor: Cala a boca.

—Me faz um favor também, Leonardo: Se joga no mar.  —Ela sorria vitoriosa como se isso tivesse sido uma grande tirada.

—Desculpe te decepcionar, peixinha, mas aqui na terra isso é algo extremamente comum.

—Para você não é mais. —Ela falou séria—Então, a não ser que queira morrer, não entre no mar de forma alguma.

—O que eu fiz dessa vez? Não me lembro de ter irritado o oceano.

Ela deu um sorriso de lado e segurou minhas mãos.

—Você fez isso quando me abrigou, agora o oceano é seu inimigo! Divertido, né?

Eu poderia dizer que ela estava brincando, mas ela realmente parecia ter aquilo como seu conceito de diversão.

—Obrigada por me avisar. —Eu disse irônico e ela deu uma piscadinha

—Antes tarde do que nunca. —Segurei ela pela mão e a puxei até a sorveteria.

Normalmente esse seria um dia muito frio para tomar sorvete, mas resolvi abrir uma exceção para a gripe.

A pequena venda estava aberta, fornecendo os seus variados 5 sabores.

Ajudei Melodia a subir o degrau, coisa para a qual ela aparentemente não havia desenvolvido habilidade.

—Onde está o sorvete? —Ela se colocou atrás de mim e eu a puxei para o meu lado novamente.

—Você realmente não confia em mim! —Apontei para os potes dentro do freezer —Isso é sorvete.

—Deixe-me experimentar logo, quero acabar com essa aflição!

Peguei um pote e comecei a servir os sabores que ela provavelmente gostaria: Morango e baunilha, não é bom inventar demais.

Paguei a moça e coloquei o pode na frente dela.

Estávamos apenas nos dois na sorveteria, e eu agradeci  isso quando ela pegou o pote e virou o sorvete como se fosse bebida.

Instantes depois seus olhos se arregalaram e e eu achei que ela havia adorado, mas quando ela colocou as duas mãos na cabeça e pressionou os lábios eu vi que ela havia apenas congelado o cérebro.

Esperei mais um pouco para que ela voltasse ao normal, e quando o fez me encarou com um olhar desesperado.

—Viu?! Sorvete é ruim!—Ela colocou sua unha sobre a minha jugular, mas logo depois afastou seu dedo e cruzou os braços —Não gostei.

—Também, você tomou errado.—Peguei o pote onde estava o sorvete. Não havia nada...Aquela garota tinha um cabo no lugar da garganta? —Você usa a colher para comer!

—Ahhh sim!—Ela sorriu para mim, parecendo esclarecida —O que é uma colher?

Bati minha cabeça na mesa, não era possível que eu aguentasse aquilo por muito mais tempo sem ficar louco.

—Não é nada, vamos voltar para casa! —Ela deu de ombros e se levantou, mas conseguiu ir apenas até o degrau e depois olhou para mim sorrindo tímida.

Revirei os olhos e me aproximei dela. A peguei pela cintura com as duas mãos e a coloquei mais a frente, a uns cinco centímetros do degrau.

Ela não se deu nem ao trabalho de agradecer. Apenas girou e foi embora, marchando em  direção ao meu doce cubículo flutuante. Onde com sorte, meu tio não estaria me esperando

Aperta essa estrelinha aqui abaixo, obrigada ♥

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Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam ♥



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