Logo após muitas tentativas de pegar no sono, finalmente ele chega e eu durmo igual uma pedra.

                05 de fevereiro quarta-feira

                Acordei já no horário de costume da minha nova rotina, tomei um banho, coloquei minha roupa e tomei meu café da manhã. Peguei minha mochila, e meu fichário e fui-me em direção ao Colégio. O caminho não era muito longo, mas tinha muitos morros, o que me dava um pouco de cansaço e preguiça.

                Chegando ao colégio, não sabia se a Ana já havia entrado, então fui direto para meu armário, dei uma organizada no meu cabelo, peguei os materiais necessários e fui para a minha classe. Entrei na sala e fui para a minha respectiva cadeira, e Ana não havia chegado ainda. Sentei-me, coloquei os meus livros e meu fichário sobre a mesa, deixando-o aberto na respectiva matéria, a qual era Química.

                Quando menos esperava, Fernando entra na sala. Meu coração dispara, minha pele começa a ficar fria, surge um brilho no meu olhar. Ele olha para mim, dá um sorriso, e tento agir normalmente acenando. 

                 "Ele parece estar vindo em minha direção, vou tentar não agir com nervosismo."-pensei.

                _ Olá Luise, tudo bem com você?_ Perguntou-me com um sorriso.

                _É, bem sim... E você?? _ Respondi com uma voz tímida.

                _ Estou bem também. Então depois agente conversa mais..._ Disse ele, com um tom romântico na voz.

                E ele foi para sua respectiva cadeira. O seu perfume ainda ficou pela região, já que era uma fragrância bem marcante e saliente. O professor entra na sala. Parece-me que a Ana ou irá perder o primeiro horário, ou ela estará ausente na aula de hoje.

                O professor passou uma revisão, fez um teste-surpresa da matéria dos anos passados. No segundo horário, Ana chegou e pegou minhas folhas do fichário para copiar a matéria perdida, ela alegou que o escolar dela havia atrasado.

               No segundo  e no terceiro horário tivemos dois horários seguidos de historia. Eu mal conseguia prestar atenção na professora, já que historia é a matéria que mais me dá sono. Eu olhava para Fernando, e ficava imaginando muitas coisas... Depois de alguns minutos, eu desenhei um coração com um “F” dentro, que logo era "F" de Fernando.

               _ Esse “f” significa o que amiga? Fernandinho, é?*risos _ Disse Ana, virando para trás, num tom baixo e com um pouco de deboche.

               _Nossa, que susto poxa! Estou aqui eu bem concentrada, e você vem e me vira assim do nada é? Qualquer hora você pode me fazer pagar um mico, dando pulos e gritos._ Falei seriamente com a testa franzida.

               _*risos... Mas, afinal, esse “F” no coração é de Fernando? *risos_ Falou ela olhando para mim, tentando me provocar.

               _É sim. *risadinha. _respondi, humorada.

                _Pois é, eu sempre soube mesmo. *risadinha. Mas, é me conta colega, o que vocês conversaram ontem? _perguntou-me.

                _Aaah, muitas coisas, nem dá pra falar assim em um minuto, depois eu te conto com calma. _ Disse a ela.

                Olhei em direção ao quadro negro, e ele estava cheio de matéria

                “Está vendo Luise, isso que dar ficar conversando na sala de aula!”- pensei.

                Ana virou-se para frente, e nós duas começamos a copiar rapidamente. Antes que a professora apagasse o quadro. 

PÉEEEEEEEEEEEEEM... (sinal para recreio)

                _Amiga, se você não se importar, eu tenho que fazer uma pesquisa para minha prima na blibioteca, mas você não precisa ficar lá comigo, é bom que você aproveita para conhecer mais pessoas por esse colégio_Disse Ana levantando-se e organizando alguns papeis, que me parecia ser para a sua pesquisa.

                _Beleza amiga, eu entendo, amanhã nós passamos o recreio juntas, tá?_Disse com um sorriso de lado.

                Como estava sozinha nessa imensidão de colégio, até perdi a fome. Fui para a arquibancada onde havia sentado ontem, só que hoje não tinha jogo. Quando menos esperava, aquela mesma mão macia havia me tocava novamente ao ombro, e aquela fragrância que me deixa abismada, estava no ar. Meu coração voltou a disparar, e eu pensei comigo: “será que é o destino?”.

                _Oi Luise. Será que posso passar o recreio com você? Pelo jeito não temos companhia para o intervalo de hoje... _ Disse Fernando olhando para mim, com a voz mais linda do mundo.

                _Pode sim. Disse colocando o cabelo atrás da orelha, tentando disfarçar a timidez.

                _A nossa conversa de ontem, me agradou bastante._ Ele falou olhando no fundo dos meus olhos, daquela forma romântica.

                _Serio? Quer dizer, a mim também... _Falei, tentando arrumar o erro que quase cometi.

                _Que bom, acho que á nos cabe um bom destino de amizade. _Disse ele pegando na minha mão, e dando um sorriso.

                _E verdade... pensei comigo: "amizade, poxa? Pensava em algo mais.”

                Ele fazia carinho na minha mão, olhava para o nada e parecia estar viajando, minha mão começou a suar, sentindo o calor que sentia ao meu corpo apenas pelo fato de estar ao lado dele. Quando tudo parecia perfeito... O seu amigo Henrique (que a Ana acha agradável) chama ele com um gesto e um sorriso.

                _ Se importa?_ perguntou-me olhando nos meus olhos e soltando minha mão.

                _Claro que não. Pode ir... _respondi vendo ele se levantar.

                E depois disso, senti um aperto no coração, parecia-me que ele estava em braços de outra. Mas acho isso meio difícil de acontecer, pelo menos em minha opinião. Mas tenho que me lembrar da fala da Ana, não me posso ser iludida. Estou começando a pensar, que uma paixão pode brotar apenas em alguns dias. Mas com ele sinto como se já conhecesse ele à anos, isso me dá até um frio na barriga.

PÉEEEEEEEEEM ... ( sinal do recreio)

                Depois disso nada mais de interessante aconteceu, tive os dois últimos horários, escrevi em um papel contando o que aconteceu no recreio para a Ana, e aproveitei e escrevi sobre a nossa conversa de ontem á noite.

                Fui embora para a minha casa ao término da aula, não deu nem para entra na internet com tantos deveres que os professores passaram. Dormi mais cedo para poder dormir mais um pouquinho e não ficar com tanto sono.