Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 6
That's The Sound Of The Police


Notas iniciais do capítulo

O Ataque na Zeta Beta marcou uma nova onda de terror. A noite de pavor marcou a universidade Pendleton, de um modo onde todos os que ainda respiram, são suspeitos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720571/chapter/6

A música tocava alto embora nenhum vizinho reclamasse. O preço que se paga por ter uma fraternidade na rua é que os compradores em potencial ficam menos interessados na propriedade, fazendo com que a casa da DKY seja uma das únicas três casas habitadas naquela rua. O jardim da frente, enfestado de jovens que conversavam alto, riam de modo histérico segurando seus copos de bebida eram só mais um dia na vida daquelas pessoas, exaustas, irritadas que aproveitavam a única hora de folga do dia depois de ter o cérebro fritado por 5 horas seguidas numa sala de aula e uma condenação de horas extras à biblioteca. Claire se via no meio daquela baderna, sozinha e sem entender os motivos de tantos sorrisos e conversas fiadas que se estendiam entre arrotos e beijoqueiros de plantão, procurando lugares mais reservados para a pegação. Bufava de braços cruzados na varanda da frente, volta e meia levando um empurrão de ombro "Sem querer" daquele povo que passava as pressas de um lado para o outro, subindo e descendo os degraus da varanda como se fosse um esporte. Sentia que seus dias de glória como Diaba haviam acabado. Nem mesmo a saia curta, o salto e o decote atraíam olhares. Claire era só uma irritadinha parada na frente da casa atrapalhando a passagem de quem tentava se divertir, isso, olhando de fora. Seu olhar ia além daquele jardim deplorável de pervertidos, procurando por Edward que, para variar, estava atrasado, Embora sua visão constantemente bloqueada por bêbados escandalosos que passavam na frente a cada 5 segundos, ela fazia de tudo para procurar esticando o pescoço. A merda da ideia da festa foi dele, mas o aviso, é claro, veio dela. Claire Ripley não leva desaforo para casa, e muito menos aceita estar errada. Talvez sua previsão de um possível massacre na DKY durante a festinha havia saído pela culatra. E isso a aborrecia profundamente. Poderia estar deitada descansando, mas não, estava ali feito uma besta quase implorando para que alguém fosse esfaqueado, assim ao menos.. teria credibilidade. Para os menos acostumados, este tipo de linha de pensamento assusta. Mas Ripley, está é pouco se lixando. Apertava os braços com raiva:

—Edward... cadê você, caralho?... -Olhava em volta, para o final da rua, para o céu.. qualquer direção possível e impossível que fizesse o amigo aparecer do nada em sua frente. Não aguentava esperar. E para uma garota sem paciência como sempre foi, 30 segundos de atraso já merecem um tapa de presente. Não se sentia mais Sexy, batia os pés de leve no piso por conta da ansiedade percebendo o quanto seus tornozelos doíam com aquele salto.

Ajeitando a jaqueta, com o rosto confiante e um sorriso babaca de quem se sentia andando por um tapete vermelho, Daniel seguia seu caminho até a porta da casa, passando pelo jardim feito o "Todo poderoso", convencido de que olhares intermináveis se lançavam contra ele. Coitado, se ele ao menos soubesse que ninguém percebia sua existência... Claire, a poucos metros reconheceu o imbecil que ainda não havia se tocado que era só mais um na multidão, arregalando de leve os olhos, revirando-os logo em seguida "Meu pai, lá vem..". Abaixou a cabeça tentando não ser notada, e em uma decisão drástica virou-se de costas, ficando de frente à porta.

—Claire!
—Merda... -Sussurrou a si mesma. Porém, continuou parada fingindo que não era com ela. "Ele não me viu, não sou eu aqui".
—Claire! -A Mão lhe tocou o ombro.
—Puta que pariu... -Tornou-se a ele exibindo um falso sorriso que não durou, logo sendo substituído por sua cara de tédio de antes. -Oi, Dan.
—E Aí?! Não sabia que você ia vir! -Ele abriu os braços celebrando o encontro, e Claire, por outro lado queria tudo, menos ser notada conversando com ele. Não é porque ele é um amigo de Edward que ela também tenha que aturar o garoto, mas, em contrapartida, ele é até divertido.. ás vezes... pensando bem.. raramente.
—É, eu não ia vir.
—Então por quê está aqui?
—Não é da sua conta.
—Mesmo se eu te pegar uma cerveja?
—Está vendo isso? -Disse ela colocando as mãos frente ao rosto. -Eu tenho mãos, sei me virar sozinha, obrigada.
—Ok! -Daniel não mostrava nenhum constrangimento. Pelo contrário, jamais perdia a pose sorridente e eufórica. O piadista inconveniente de forma alguma percebia que estava incomodando. -Está bonita... -A Secou de cima a baixo.

Claire olhou para si mesma, lançando um olhar desagradável ao rapaz:

—Que isso? Dá licença.
—Ah, qual é. Por que tá largada aqui na varanda, sozinha?

Era notável. Claire agora sabia que sua solidão no meio social era visível, até mesmo para um idiota. Isso a abalou... mas o foco em seu objetivo e sua vontade de querer estar certa a fizeram esconder a tristeza. Não só Daniel, mas como ela também era apenas só mais uma na multidão, e isso era inaceitável. Pigarreou cortando o assunto imediatamente:

—Então.. cadê o Edward? -Perguntou olhando as unhas, fingindo não estar ligando para nada.
—Eu não sei.. não o vi.
—Então você é amigo dele, e não viu ele?
—E você é a melhor amiga dele.. e não sabe onde ele está?
—Vai se foder. Mas então, sabe ou não onde ele está?!
—Não!
—Ah, então você é inútil pra mim. -Deu as costas à Daniel seguindo pela varanda da frente, indo em direção à um trio de garotas que conversavam jogando os cabelos de um lado para o outro, perfeitas Barbies com a inteligência de uma porta. A Diaba mirou em seu alvo: A Garrafa de Champanhe que uma delas segurava sem nem ao menos beber. As três, entretidas em sua conversa banal, foram surpreendidas por um braço avulso que passou por cima da cabeça de uma delas, uma ruiva, Distraída que pareceu só acordar para a vida quando a garrafa em sua mão desapareceu, abduzida rapidamente. A garota desentendida, olhava para sua mão vazia completamente desconectada da situação enquanto suas companheiras se entreolhavam sem ter visto ou percebido o que acontecera diante de seus olhos preguiçosos. Claire girou feito uma bailarina deixando as otárias para trás, portando a garrafa em mãos dando um gole sedento e generoso feito um membro dos Alcoólicos Anônimos, descendo os degraus da varanda, seguindo em frente sem nenhum remorso, com um olhar indiferente e prestes a bocejar. Parou para respirar após o gole, ainda de boca aberta tentando recuperar o fôlego, quando um arroto se deu. Um verdadeiro Tiranossauro Rex havia saído de dentro de Ripley, que em expressão descontente, disse a si mesma:

—Essa não... eu sou um deles...
—-----------------------------------------------------------------------------------------

—Kirstin! -Edward bateu na porta, de onde a garota apavorada mantinha distância completamente em choque. Suas mãos só desgrudaram de seu rosto ao ouvir a voz dele. Com um suspiro eufórico de alívio, percebeu que ele estava ali..

—Ai meu Deus!

Correu até a porta quase se atirando contra a mesma dando uma pancada:

—Ed!! Me tira daqui...
—Tá trancada?!
—Tô, alguém me prendeu aqui, pelo amor de Deus me tira daqui.
—Se afasta!
—Ok!.. .

Se afastou desesperada, finalmente estaria a salvo. Nunca mais queria olhar para aquelas paredes, para aquela casa.. tudo que a lembrasse Zeta Beta seria amaldiçoado pelo resto de sua vida. A Nerd Fã de terror se via na mesma situação dos personagens que assistia e não estava nada feliz com isso.

—Pronta?
—Vai logo!

(Sprackt!) -A porta foi arrombada num estrondo só em que Edward a chutou com todas as suas forças. Palhaço do jeito que era, fez até parecer fácil, tomando a pose de um herói de ação mesmo que despercebido de tal fato:

—Graças à Deus!! -Kirstin correu em disparada envolvendo seus braços no rapaz, que não teve outra escolha a não ser acolhê-la após ser atingido por ela. Tendo a cabeça daquela garota deitada em cima de seu ombro aos prantos derramando uma cachoeira de lágrimas, ele não teve opção a não ser oferecer uma segurança falsa. Seu papel na situação pedia por isso, embora ele nunca teve esse tipo de instinto dentro de si. Sua mão, quase que sozinha, ia de encontro aos cabelos de Kirstin, acariciando-a de leve:

—Calma... Está tudo bem... (Que merda? Desde quando está tudo bem?)
—Eu sei.. ainda bem que você veio...
—Oh... -(E Não é que funciona? Caralho...) -Ainda bem que está segura.
—Estou segura agora. Por favor, me tire daqui.
—Ok, Ok.. vamos...

Edward não fazia ideia do que estava se metendo. Não sabia se devia carregá-la até a porta, escoltá-la, pegar na sua mão... eram muitas opções e nenhuma parecia a certa. Percebeu que nunca tinha sido bom com garotas. Além do papo, Edward Graim nunca tinha parado para pensar sobre como agir com uma mulher, ainda mais uma que acabou de escapar de ser assassinada.

—Ahm... segura minha mão... -Disse ele, de modo quase robótico, esperançoso de que seu comando desse certo. Senão, saberia ainda menos o que fazer.

No mesmo momento, Kirstin apertou a mão dele com força. Sua respiração tensa começou a se dissipar, mostrando que se sentia mais calma, e claro, protegida.
—------------------------------------------------------------------------------

Ainda estava lá. Desta vez, de cabeça baixa segurando o celular na altura da barriga, vendo a última mensagem de Edward: "Tô indo buscar a Kirstin", com a resposta de Claire logo abaixo: "Quem é essa? O.o". Claro que ela não se lembraria da pobre garota que insultou de graça hoje de manhã. Afinal, por que Claire se lembraria?. A mensagem, não mais respondida por Ed a deixava à beira da loucura. Dando pequenos e lentos passos para frente sem ver por onde ia, Claire seguia pelo jardim da frente com os olhos grudados na tela, se afastando da música alta aos poucos e dos risos e gritos à sua volta chegando a calçada sem perceber. Era como se tudo ao seu redor estivesse mudo... não tinha mais noção do ambiente à sua volta e tudo não passava de ruídos aleatórios distantes que não a interessavam nem um pouco. Com o celular em uma mão e a garrafa de champanhe na outra, a Morena diabólica se sentia menos que nada. Cansou de ficar encarando aquela tela sem resposta. Tinha que agir, agora!

—Ai saco...

Levantou o celular, colocando-o próximo a boca. Com um clique, iniciou uma mensagem de áudio:

—Edward, porra... onde você está?! Caralho, já estou aqui te esperando a tanto tempo que minha teta já está começando a fossilizar!
—Claire.. está tudo bem?...

Ela se virou ao ouvir seu nome. Daniel surgiu vagarosamente. Ela nem havia percebido que ele estava ali, até agora.

—Nossa, desse jeito vou ter que pedir uma ordem de restrição. O que você está fazendo?
—Você não parece nada legal. Vim ver como você está.
—Como se você se importasse.
—Qual é, desabafa. O que há de errado?
—Já ouviu o termo "Stalker?"...
—Já ouviu o termo "Carência?"...

A Palavra a atingiu como uma flecha. Era óbvio assim?! Constrangida, não respondeu. Engoliu seco guardando o celular no bolso:

—Não enche meu saco.

Aparentemente avoada, fazendo uma verdadeira viagem mental, ela fechou rápido o zíper da jaqueta, cobrindo a visão de seu decote, votando-se para a Rua, onde observou a calmaria preocupante da vizinhança. Nenhuma outra casa tinha luzes acessas. A Rua parecia abandonada e esquecida no mundo, assim como ela que olhava a noite em desespero, seus olhos não encontravam nada interessante para ver, e nem ao menos sabiam fingir. O som de um tênis raspando na calçada se deu bem próximo. Alguém acabara de ficar parado ao seu lado. Era Daniel, ainda, na mesma posição de Claire, embora ela nem tenha se importado de virar para ver quem era.

—Não é só você que parece não se encaixar aqui. -Disse ele em tom calmo e levemente desapontado.

Claire revirou os olhos discretamente, (Só faltava essa, levando esporro moral de um zé ninguém). -Então vai lá mudar isso, Daniel. Quero ficar aqui de boa.
—Você pode mudar isso também. O que te impede de ir lá e puxar conversa com uma bêbada? Segurar os cabelos dela quando for vomitar?... Fazer amizade...

Ela lhe respondeu com um olhar cínico e desagradável:

—Meus amigos estão mortos. E essas pessoas logo poderão estar também. De que adianta se apegar?...

Daniel levou um baque, que se mostrou de forma espantosa em sua expressão, fitando Claire de cima a baixo em curiosidade:

—Do que você está falando?

Ela desviou seu olhar do garoto, mirando num ponto distante no fim da rua só para não ter de encará-lo, quando a aparente resposta veio por si só.

—Disso....

Uma viatura vinha em disparada, com as sirenes ligadas piscando em modo de emergência. O Carro não tinha respeito algum por sinalizações ou com o tempo em si. Foi possível ver que havia outras. Logo atrás, uma... duas... três.. quatro viaturas passaram como vultos bem na frente de Claire e Daniel, que mal conseguiram piscar diante dos veículos apressados que os deixaram para trás, velozes, virando a esquerda pouco mais à frente, derrapando na curva de modo estratégico em uma sequência perfeita enquanto desapareciam após a manobra com o som das sirenes ficando um pouco mais baixa a medida que se afastavam. Não era possível vê-las agora, apenas os flashes de luz que se sobressaía por cima das casas indicavam que elas seguiam por aquela rua próxima.

—Oh meu Deus... Edward.... -O mundo parou naquele segundo. Claire descruzou os braços tomando fôlego enquanto a garrafa de champanhe despencou por entre seus dedos, atingindo o chão num "Splatter" em milhares de cacos de vidro minúsculos se misturando com a espuma e as gotas de champanhe. Sem hesitar, seus joelhos já se lançaram para frente, os braços já estavam em ritmo acelerado de impulso indo e voltando.. indo e voltando... Claire Ripley se colocou a correr como nunca sob os estalos que seu salto dava no asfalto. A morena atravessou a rua num piscar de olhos, fazendo uma nova rota em sua corrida ao seguir a calçada por alguns poucos metros. De salto, ela não perdia por um minuto o equilíbrio, nem a rajada de adrenalina que consumiu seu corpo. Não percebeu que Daniel corria contigo, tentando acompanhar a incrível corrida de Ripley, que virou à esquerda seguindo o fluxo por onde entraram as viaturas, fazendo sua curva ao mesmo tempo que um caminhão do corpo de bombeiros derrapou na travessa indo naquela mesma direção, ao mesmo tempo em que eles, com sua sirene ainda mais alta de alerta sendo ouvida a dezenas de metros de distância. Iluminada constantemente pelas luzes vermelhas e azuis que piscavam na corrida contra a morte naquela rua de sobrados, Ela sabia que estava enfim de volta em casa... de volta.. ao seu próprio filme de terror...
—--------------------------------------------------------------------------

Ele a tinha grudada sem si. Edward, com um braço passado por cima do ombro de Kirstin, a conduzia vagarosamente em frente pelo corredor, colocando o rosto da menina contra seu peito, impedindo-a de olhar para qualquer coisa, mantendo sua mão em cima dos olhos da menina, como se ela mesma não estivesse fechando-os com toda a força. Ela fincava as unhas em sua camiseta com os braços em volta dele, apertando cada vez com mais força conforme se moviam. Ele, sendo seu Guia mantinha sua visão voltada para o chão, prestando atenção nos passos de Kirstin para que ela não tropeçasse sobre os seus pés que volta e meia se intercalavam na caminhada de tão grudados que os dois estavam. Se virando um pouco um pouco, Edward mudou seus passos, andando de lado. Consequentemente colocando Kirstin na mesma posição, lado a lado, porém, ela agora se mantinha à frente dele involuntariamente, quase que sendo levemente empurrada a continuar indo para o lado ainda tendo os olhos cobertos.

—Edward.. o que foi? -Disse trêmula.

Ele não respondeu de imediato. O Fato de ter feito tal gentil manobra não foi à toa, não pelo simples fato de andar de lado, mas sim porque o ângulo o deixaria de frente com a porta arreganhada do banheiro, de onde uma mancha vermelha líquida se escorregava pelo piso lentamente, chegando na divisa ente o cômodo e o corredor. Aquele sangue de cor viva era algo que Ed pensou que jamais iria ver de novo. E muito menos desse jeito, onde graças a grande lâmpada, conseguia ver seu próprio reflexo e o de Kirstin naquele pequeno rio vermelho que ameaçava encontrar seus pés durante sua caminhada tensa. O medo se refletiu no que seria em breve uma grande poça de sangue, transmitindo o que mais o garoto temia. Não havia acabado...

—Não olhe... -Disse apertando-a ainda mais contra si.
—O que é?... -Perguntou em tom choroso, expressando uma curiosidade que não deveria de forma alguma se saciada.
—Nada... -Sua reposta sutil foi rápida e óbvia, altamente indicando que estava vendo um cadáver. Um dos defeitos de Edward que ainda permanecia intacto, é sua extrema inocência na sinceridade. Além de mentir muito mal, disfarçava muito mal. E Com essa resposta tonta é que ele matinha os olhos terrivelmente arregalados, passando de frente ao banheiro onde conseguiu ver em tremendo choque, uma garota caída com o rosto voltado para o chão, estendida no piso de braços e pernas abertos rodeada de sangue. Notou como suas calças estavam abaixadas, amassadas na altura dos tornozelos, e um mal cheiro que ia além de um cadáver. A Visão horrível chamava atenção por detalhes morbidamente inesquecíveis. Um machado sujo de vermelho caído próximo a garota, e sua cabeça, rachada no meio de onde era possível notar pelotas de uma massa rosada amontoada em pequenos pedaços aparentemente moles, que se exibiam na fissura de seu crânio. Haviam mais pedaços daquela massa grudados entre os fios de cabelo, que, soberbamente encharcados de sangue se dividiam devido a enorme abertura... era o horror em sua mais pura forma. Edward prendeu a respiração acelerando o passo, forçando Kirstin a fazer o mesmo quase empurrando-a, quando uma lágrima desceu por sua bochecha. Era ódio e medo que lhe visitavam, e destruíam. Mas nem isso foi sutil, pois a medida que seu coração acelerou em pavor e choque, Kirstin, com o ouvido ainda grudado em seu peito, sentiu as vibrações através da camisa do garoto, proferindo baixinho e desesperada:

—Oh Meu Deus... Oh meu Deus...
—Shh!! Não olhe! -Continuou rápido até que a imagem daquele banheiro desaparecesse, ficando para trás.
—------------------------------------------------------------------

Seus pés tocavam os degraus com cuidado, com Kirstin finalmente abrindo os olhos aos poucos e ainda sim, sem desgrudar a mão do corredor.

—Edward, eu estou morta de medo!
—Tudo bem... já estamos chegando... -Disse enquanto a conduzia para baixo.
—Não precisa me segurar, estou bem...
—Mesmo?
—Sim...
—Ok.. -Meio sem jeito, retirou seu braço que estava em volta da garota, se apoiando no corrimão do outro lado. Sentindo que seu corpo estava endurecido por permanecer na posição antiga durante o recente o trajeto, Ed esticou bem as pernas dando uma pequena sacudia nos ombros afim de se soltar, respirando fundo:

—Não acredito que isso está acontecendo de novo...

Kirstin o fitou sabendo exatamente do que ele estava falando, e se lembrou que havia soltado pelo telefone seu conhecimento sobre situação do garoto, mas decidiu ficar quieta. Isso era um assunto para se resolver depois. Apenas fez sinal positivo com a cabeça, tornando a descer os degraus de forma mais rápida, mirando seus olhos na porta da frente, que estava tão perto.. mas ao mesmo tempo parecia tão longe. Mal via a hora de estar fora daquela casa.

Edward pisou no degrau seguinte, sentindo algo macio sob seus pés. Parou no exato momento, retirando o sapato de cima para ver no que havia pisado, e era melhor não ter feito isso... Jogada naquele degrau, ela parecia estar olhando diretamente para ele, como se fosse uma velha amiga dizendo um "Olá". Os respingos de sangue ainda eram nítidos e pareciam frescos.. era a máscara. A Maldita máscara que o assombrou nos últimos 12 meses. A Marca da soal de seu sapato foi carimbada naquele rosto branco como a morte, distorcido e repugnante. Não havia dúvidas, Claire estava certa... havia um Fantasma em Pendleton. Engoliu seco apressando os passos, tentando não pensar mais naquela máscara bizarra por mais nenhum segundo, embora que a tarefa fosse impossível, não precisava transparecer em seu rosto seu desespero interno.

—Vem logo, Kirstin. -A pegou pela mão fazendo-a se apressar. Ela o acompanhou na hora ao sentir seu braços endo puxado para frente.
—Ed, o que foi?
—Vamos sair daqui logo, anda!

Ele havia subido as escadas tão depressa quando entrou, e correu feito louco chamando por Kirstin no corredor do andar de cima, que nem tinha percebido a máscara ali, e muito menos a visão horrenda que o banheiro apresentava. A Casa da Zeta Beta era agora como um trem fantasma para Edward. E para evitar mais surpresas desagradáveis, a melhor opção era correr de uma vez.

Passaram pelo Hall de entrada as pressas após chegas ao pé da escada. Kirstin não dizia uma palavra enquanto aquela mão suada e fria de Edward a puxava com força. Nem pestanejou, deixou-se levar pela pressa induzida pelo medo. Cambaleou em alguns passos finais ao chegar à porta, tamanha era a força que o menino a puxava. Edward Graim meteu a mão na maçaneta daquela porta numa rapidez assustadora, desejando mais do que tudo ver logo a rua. Foi quando a porta se abriu e seus olhos foram atingidos por um forte clarão de luz branca, com outras ao redor vermelhas e azuis que piscaram freneticamente e uma voz que gritou por um alto falante em tom de comando:

—Parados!!!

O susto lhes arrancou gritos imediatos:

—Ah!!
—Ai!!!

Os dois levantaram as mãos acima da cabeça num pulo repentino, paralisando na entrada da casa, onde um verdadeiro circo se instalou. Lanternas, vindas de todas as direções estavam apontadas para eles, mirando em seus rostos e tórax. Espremiam os olhos por conta do incômodo que a luz causava, mas sem coragem o suficiente de tampar o rosto com as mãos. Ficaram imóveis na dúvida óbvia: "Estamos salvos? Ou ferrados?".

Ao menos uma dúzia de oficiais da polícia estavam de prontidão em sua volta, posicionados no jardim apontando suas pistolas e lanternas ao mesmo tempo para a dupla de Universitários, guardando atrás de si mesmos, uma multidão de curiosos que se agrupou do outro lado da rua como se estivessem num show de Rock. Gritos e vaias se deram no momento em que os dois surgiram pela porta, e olhos tortos começaram a se mostrar... Expressões de choque, e descrença preenchiam os rostos dos estudantes curiosos. Cochichavam entre si. Edward E Kirstin seriam vistos como suspeitos? Ou sobreviventes?
—----------------------------------------------------------------------

 

Todo o perímetro em volta da casa foi isolada. Um oficial já se prontificava desenrolando a fita amarela com os dizeres "Police Line - Do Not Cross/ Keep Out", a medida que caminhava pela calçada estendendo a faixa, os olhares se tornavam mais curiosos. Quatro viaturas estacionadas estrategicamente faziam um círculo em frente à casa da Zeta Beta, o caminhão de bombeiros estava fora do círculo, parado mais a frente no lado esquerdo da residência, dividindo o que sobrou da rua com uma ambulância, onde Edward e Kirstin se mantinham sentados na parte de trás, ficando visíveis para todos. Pareciam tristes a abatidos, com Kirstin ficando com a cabeça deitada no ombro do menino. Essa era a visão de Claire, que estendia a cabeça por cima dos ombros dos que estavam em sua frente.

—Caralho, Ed.. por que você não me ouviu?! -Disse a si mesma fazendo sinal negativo com a cabeça.

incrível como a rua ficou lotada rápido. Toda a festa da DKY havia migrado para a fachada sangrenta que agora era a Zeta Beta. Os flashes de fotos surgiram como relâmpagos assim que a primeira maca surgiu pela porta. Os sussurros descontrolados vieram de uma vez, especulações e palavras medrosas tomaram conta da atmosfera. Não se ouvia nem os próprios pensamentos. A Visão era de dois paramédicos, uma de cada lado da maca, empurrando-a com cuidado pela varanda da frente. Coberto por um lençol, o corpo ainda não identificado pelos curiosos amontoados, vinha acompanhado de uma enorme mancha vermelha de onde pela silhueta, parecia ser o topo da cabeça.

—Oh Meu Deus...
—Alguém morreu!
—Quem foi?!
—O que aconteceu?
—Não acredito, uma ZB está morta!
—Quem seria capaz disso?

Claire fez um bico de satisfação, com a expressão de "Bitch" tomando conta de seu ser. Cruzou os braços em pose de quem contemplava uma vitória. Sentiu seus braços e a parte de trás do pescoço se arrepiarem enquanto tentava esconder o sorriso de "Yes" que ameaçava transparecer. Não queria parecer feliz com a situação, isso causaria imensos problemas. Não que ela estava feliz de verdade, mas Claire Ripley amava apenas uma coisa além de si mesma: Saber que está certa. Isso seria capaz de lhe proporcionar orgasmos mentais por longas horas. Isso, e é claro, vingança.

—Claire! -Uma voz masculina lhe chamou ao pé do ouvido.

Virando-se ao sentir uma boca próxima a sua orelha, ela deu de cara com Evan, o loiro que passou o dia de luto por Carl, e que por sua vez, era totalmente contra a "Festa" de memorial na DKY. Ele não parecia assustado, e muito menos feliz. Seus olhos estavam desapontados e perdidos. Ripley esperava ver aquele sorriso lindo que ele tinha, mas não foi dessa vez. Evan não atraía apenas Claire por sua beleza da qual ela babava de longe quase todos os dias. Mas sua bondade e simpatia a faziam tratá-lo bem sempre, o que é muito raro se tratando de Claire. Haviam se tornado bons colegas. Ele ainda a incentivou a entrar para o time de Futebol feminino da universidade, coisa que ela jamais faria anteriormente. Os dois mantinham trocas de conversas amigáveis e muito carisma transparecia entre eles em dias normais, mesmo que Claire as vezes o insultava secretamente pelas costas, ela não possuía forças para falar absurdos na frente do loiro. Não sabia a razão.. mas isso acontecia...

—Oi, baby... o que faz aqui?
—E tinha outro lugar pra eu ir?
—Nem me fale.
—Não vi você lá na festa.
—Nem entrei, fiquei do lado de fora.
—E eu só fiquei uns 10 minutos.. não aguentei, decidi passar o resto da noite trancado no meu quarto, fingindo que a festa não estava acontecendo.
—Podia ter me mandado mensagem então, adoraria brincar de "Faz de conta" com você. -Disse debochada, ao mesmo tempo em que fingia um tom sexy.
—Vi você pela janela. Correndo...
—Ah.. e aí? Acha que estou em forma?


Ele esboçou uma risadinha curta e discreta, não respondendo a tal pergunta.

—O que aconteceu? Outro "Assalto/ acidente"? -Perguntou, desviando o olhar dela, observando a casa.
—Uhum.... -Proferiu com o lábios grudados sinalizando um sim.
—E... alguém se machucou?
—A pergunta devia ser "Quem virou presunto" isso sim.
—O quê?! -Mostrou espanto.
—Evan.. você não sabe de nada... ainda. E aconselho a você ficar bem longe dessa confusão.
—Claire... sabe de alguma coisa que eu não sei?
—Bem... eu já vivi coisas que você não viveu, isso responde sua pergunta?
—Ashville.. você me contou.
—Yes, baby.
—Mas o que tem isso tem a ver?
—Tudo.

Evan balançou a cabeça para os lados, desentendido.

—Olha... faça o que fizer, me promete uma coisa? -Ela mordeu os lábios, olhando para baixo um pouco sem graça.
—Diga..
—Não atenda o telefone a menos que seja eu ou Edward ligando. Não fique sozinho em algum lugar em hipótese alguma, principalmente à noite...
—Claire, está me assustando...
—Ainda vai cumprir a promessa?!
—Por que tenho que prometer isso?
—Evan... tem um assassino a solta! -Sussurrou com raiva.
—Eu meio que já sabia...
—Então.. vai tomar cuidado, não vai?
—E você?
—Eu? Não se preocupe comigo. "Final Girls" não costumam cair como moscas.
—"Final" o quê?
—Alá! -Exclamou apontando para um homem que saía de dentro da casa, uniformizado de azul, com a palavra "Legista" estampada no peito, o sujeito caminhou para fora do sobrado cabisbaixo, carregando um saco plástico que continha a máscara fantasmagórica dentro.
—Eita! -Evan arregalou os olhos, girando seu rosto, fitando Claire.
—Eu disse... Tudo a ver Evan... tudo a ver.
—Será que Gigi está bem?
—Eu não sei, espero que sim, embora as chances sejam pequenas.
—Por favor, não fala isso... eu preciso ver ela.. -Sua voz saiu gaga e de modo urgente. Foi estranho o modo como ele entrou em estado de alerta tão rápido. -Preciso saber se ela está bem. -O Garoto deu as costas à diaba retirando-se por entre a multidão. -Até mais!
—Evan!
—Depois falo com você, Claire!! -Gritou sem nem olhar para trás.
—Onde você vai?!

O Loiro desapareceu atrás de um bando de garotas e garotos bêbados que não conseguiam se controlar em manter suas bocas com hálito de pinga fechadas, balbuciando coisas inúteis reclamando do empurrão dado por Evan, que abriu caminho rápido naquele mar de estudantes.

—Aff... a gente fala "Não faz isso, toma cuidado" pro infeliz dar no pé sozinho na primeira oportunidade. Na próxima é mais fácil eu dizer "Vá com Deus, ele está te esperando mesmo". -Revirou os olhos, nervosa.
—Credo, que mórbido. -Alguém disse bem do seu lado direito.


Virando-se para dar uma reposta curta e grossa, Claire se espantou ao ver que Daniel permanecia grudado ao seu lado. Só Deus sabe a quanto tempo o garoto estava lá.

—Ai, assombração! Sai de retro!
—Hahaha... Calma princesa.
—A quanto tempo está aqui?
—Desde que chegamos aqui.
—Se Mais uma vez que você ficar grudado em mim assim, pra aparecer de fininho, eu chamo meu advogado, to avisando garoto!
—Estressada.
—Sou!
—Claire, olha... vou ser franco. Nunca fiz nada para te prejudicar, por que você está me tratando assim?
—Assim como? -Perguntou sarcástica.
—Assim!
—Aff, besta.. Não aguenta?
—Suas brincadeiras as vezes são meio ofensivas, sabia?
—Acredite, não estou brincando.
—Só quis dar um apoio.. sei lá, você parecia triste. É crime tentar fazer amizade?
—Me diz uma coisa...
—O quê?
—Você chegou na festa aquela hora não foi?
—Foi.
—Hum... quanto tempo levamos pra correr da DKY até aqui?
—Uns cinco minutos.. no máximo.. por quê?
—Por nada. -Deu de ombros ficando séria.
—Sério, me conta.
—Por que vou contar algo pra alguém que não sei se posso confiar?
—Como assim? Ficou louca? O que eu fiz?
—Não sei... me diz você.
—Nossa.. você é incrível. Consegue arrumar conflito até nessas horas. -Respondeu ofendido.

Ela retrucou com um sorriso exagerado mostrando os dentes, piscando de modo cartunesco posicionando a mão embaixo do queixo, como se fosse uma modelo num retrato. Sua mais pura resposta de sarcasmo, foi entendida com sucesso por Daniel, que, mesmo parecendo chateado, arqueou as sobrancelhas como se não se importasse.

—Então tá... não vai precisar pedir ordem de restrição. -O Garoto se retirou em sinal de desistência sem mais palavras deixando Claire para trás, que a propósito, nem se importou em vê-lo partir.

—Cada uma... -Bufou olhando fixamente para a casa. Claire nunca se importou em ser adorada ou odiada. Estava concentrada demais em seus pensamentos para se preocupar com quem quer fosse além dela e de Ed. Não importa quem fosse lhe dirigir a palavra, suas suspeitas cairiam como uma bomba em cima de qualquer sujeito. Uma coisa que aprendeu é que numa situação dessas, não se pode confiar em ninguém. Após o que houve com Juliett, a suposta "Aleijada" que levantou da cadeira de rodas para matar, isso a fez questionar tudo sobre as pessoas. Aparências não perigosas, e mesmo sendo estúpida em algumas ocasiões, ela sabia que isso a mostrava como era verdadeira, até mesmo com estranhos. Claire seguia a simples linha de raciocínio de "Enquanto eu for a mesma, sabem que podem confiar em mim". E isso a fazia olhar para as pessoas do mesmo modo. Qualquer mudança de comportamento que percebia nas pessoas durante esses 12 meses em que tentou superar o trauma do assassinatos, a Diaba simplesmente se afastava. Não mantinha laços, e hoje essa é a principal razão de ter poucas pessoas em sua vida. E sua confiança, lealdade e carinho, só podiam ser servidas a quem realmente merecesse. A Garota antes popular de colegial, hoje é mais exclusiva. E Mesmo a solidão batendo de tempos em tempos, ao menos ela sabe que está segura. Mas isso mudou... o horrendo assassinato que acabara de acontecer na casa da ZETA BETA virou seu mundo de cabeça para baixo. As suas duas opções eram: Se aproximar de todos, conquistar a confiança da galera para manipulá-los afim de descobrir quem é o novo assassino. Ou se afastar de todos, fazer de si uma barreira impenetrável, uma sobrevivente sem limites que escaparia mais uma vez nesta nova onda de ataques. Ambas as opções eram tentadoras, mas Claire apenas deixava passar a terceira possibilidade, que poderia ser tão recompensadora e ao mesmo tempo tão perigosa quanto as outras. A opção certa. Fazer o fácil é de dar água na boca, mas fazer o que é certo é uma questão mais complicada. Complicada demais para entrar na cabeça da Diaba neste momento, que fervia em planos e estratégias.


Mais ao fundo na multidão, o trio Quinn, Rachel e Minnie se mantinham paradas uma ao lado da outra, encostadas na parede de uma casa. Rachel mascava um chiclete aparentemente entediada, enrolava o cabelo no dedo olhando com desdenho todo aquele reboliço. Minnie, com a cabeça um pouco torta, lutava para se manter parada desde que a embriaguez lhe dificultava. Seu olhar vago e desorientado era acompanhado de um sorriso idiota que denunciava seu péssimo estado. Mas o copo que segurava, não hesitava em encontrar sua boca de 20 em 20 segundos. A Cada gole, a careta que a menina fazia ficava pior, mas Sabe Deus porque, ela não parava de beber. Quinn, cansada de ficar em pé, apoiou um pé na parede suspirando de ansiedade. A Festa estava ótima, as músicas que gostava estavam tocando uma atrás da outra, já tinha beijado pelo menos 5 garotos diferentes, e já estava de olho no 6º quando sua farra foi interrompida por essa desgraça desnecessária. Mesmo assim, Quinn não era uma garota insensível, e sabia muito bem da gravidade da situação. Só não sabia se teria saco ou disposição no dia seguinte para fazer algum protesto caso Rachel tivesse a "Brilhante" ideia. E Rachel, por sua vez, puxava papo:

—Não sei o que é pior. Essas pessoas bestas que se amontoam para ver isso, ou aquela garota...
—Que garota? -Quinn perguntou curiosa.
—Aquela lá... -Rachel lançou o nariz para frente, levando a visão de Quinn para Claire, que saía de braços cruzados do meio da muvuca, em passos rápidos e de nariz empinado se recusando a perceber que aquelas três garotas existiam. Ou melhor, se recusando a deixá-las saber que ela tinha conhecimento de sua existência. A Diaba passou direto por elas atraindo os olhares das três conforme seus sapatos caríssimos ecoavam na calçada. Rachel esperou para que ela estivesse um pouco distante, e tornou a falar: -Qualquer dia desses ainda vou me desentender feio com essa aí. Não me segurem.
—Por quê? -Quinn riu, finalmente colocando um sorriso no rosto.
—Você não vê o jeito dela? Como ela é no campo de futebol? A Filha da puta não passa a bola pra ninguém! Eu até saí do time dela, cruzes. Agora ela pegou mania de fazer a "Capetada".
—Capetada?! Hahaha, o que é isso?
—Isso, minha querida amiga, é quando Claire fica irritada durante o jogo e chuta bola com força. O problema, é que ela só faz isso quando tem um jogador do time adversário vindo na direção dela para interceptá-la.. e sabe o que ela faz?
—O quê?! Haha.. -Quinn tentava segurar a risada para não rir da amiga.
—Ela chuta aquela merda com toda a força.. e por pura "coincidência", acerta no nariz da pessoa que está vindo bloqueá-la. Vê se pode?!
—E o juiz não faz nada?
—Ha! Até parece. Ninguém aqui tem respeito por esportes femininos.. aquele juiz só está lá para ver as nossas pernas. Quando ela faz isso o homem só falta morrer de rir.. nem apitar o idiota apita. Os meninos estão apelidando esse golpe dela de "Capetada". "Fulano levou uma capetada" aí já sabem que a Claire coisa ruim chutou a a bola na cara de alguém.
—Por isso você usou aquela faixa horrível no nariz duas semanas atrás?!

Rachel abaixou a cabeça:

—Prefiro não comentar.
—Hahahhaha!!! Sabia!
—To falando... qualquer hora vou perder o controle com essa garota. Fica só vendo... ainda vou mandar uma surpresinha pra ela.. ah se vou...
—Grrraahh!! -Um arroto de proporções catastróficas saiu de Minnie, que avoada na conversa, nem se importou com a magnitude do que acabara de fazer.
—Credo!
—Nojenta!
—Que foi?... -Perguntou inocente e de olhos caídos.
—Ai, Minnie... -Rachel riu tampando a boca. -Qualquer dia você ainda me mata de rir.

(Vrrrmmm... Vrrrmm) -O Som de algo vibrando se fez no bolso da calça de Quinn, que atenta devido ao tédio, retirou na hora o aparelho celular, desbloqueando a tela.

—Quem é? -Rachel perguntou, inclinando-se para tentar ver a tela do celular.
—Eu não sei... -Quinn respondeu clicando na tela. -Número privado.
—Deve ser algum presidiário que vai passar um trote dizendo que sequestrou sua filha.
—Eu nem tenho filha.
—Exatamente... nossa, ficou burra de repente?
—Idiota... Não, é mensagem...
—E o que diz?
—Estranho.
—Fala, mulher!

Quinn aproximou o rosto da tela, lendo em voz alta:

—"Qual seu filme de terror favorito?"
—Ãh?... -Rachel comentou.
—Né! Quem será que mandou isso? -Quinn se pôs a digitar "Quem é? O.o ?" e clicou em "Enviar".
—Que brincadeira de mau gosto.

(Vrrrmm Vrrmm)

—Aí! Respondeu!
—E o que diz?!
—Não "Diz" nada.. é uma foto...
—Do quê?
—Tá carregando..

Logo, o olhar curioso de Quinn se transformou em choque, a garota se estremeceu puxando o ar rapidamente de olhos bem abertos. A Foto, de Cath desmaiada num sofá onde ao lado no chão, estava o corpo ensanguentado de Ashley vinha com a legenda: "Por que as farei viver nele :) ".

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Peço desculpas por qualquer demora mas é que agora estou trabalhando haha. Mas um capítulo por semana sempre vai ter, isso podem ter certeza! Mas se eu conseguir escrever mais que um, ótimo! Muito obrigado por acompanhar, por favor, comente o que achou! Até a próxima galera!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scream - Survival 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.