Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 42
Missing Link - (Epílogo - Capítulo Final)


Notas iniciais do capítulo

Lá vamos nós!



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E enquanto lutava entre a decisão do correto vs. o mais desejável, Claire tremia uma mão agitada e firme sobre o caco de vidro, empunhando o mesmo em dias e vindas que decidiram o destino de Paul que por sua vez, mantinha-se no chão feito uma vítima, ainda com um dos braços erguidos frente o rosto numa fútil tentativa de se proteger de um possível golpe.

Indefeso e destruído, que delícia era vê-lo assim, segundo Claire. Foi tudo uma armadilha desde o início, inclusive a situação atual. O Desgraçado estava se mantendo vivo por causa das "Boas Maneiras" impostas pelo nosso mundo e nossa lei, ainda que ele mesmo havia quebrado todas elas. Mas antes que ela pudesse tomar o impulso final de seu anseio, ligada ao assassino acovardado no asfalto sem ver o mundo ao seu redor, um susto como de costume a pegou de surpresa fazendo-a estremecer procurando pelo que a interrompia: O Som agudo, repetitivo e insuportável de uma sirene que surgiu do nada a 10 metros a frente, seguido por uma derrapada de um freio intenso.

Luzes azuis e vermelhas piscavam do teto do carro que chegara com manchas de sangue no capô e para-choque, assim como para-brisas trincado e pintado de vermelho no centro junto aos trincos profundos. Ambas as portas se abriram ao mesmo tempo e de um lado surgiu Reese, a segurança do Campus portanto espanto em suas feições, parando ao lado do veículo ao se recusar seguir a garota que saltou do banco do passageiro, Kirstin.

Batendo a porta do carro em extrema ansiedade, a Universitária caminhou ao encontro da Diaba em preocupação:

— Claire! Oh, Meu Deus, você está bem?!
— Fique longe dela! - Aconselhou a voz masculina gritante ao fundo, que puxou a atenção de Kirstin no mesmo instante. Um sorriso imenso se fez em seu rosto ao perceber que seu novo namorado, Edward, estava a poucos metros são e salvo de braços esticados apontando para Claire indicando um "Mantenha distância". Mesmo sobre a óbvia tensão em seus olhos, a menina não resistiu e tratou de correr em sua direção, passando direto por Claire.

— Edward! - Abriu os braços em sua disparada segurando as lágrimas que ameaçavam cair, batendo contra seu corpo ao ser recebida num abraço forte e aliviador.
— Amor! - Exclamou ele ao apertá-la contra seu peito, segurando-a firme pelas costas e afagando seus cabelos. Mas não desviou o olhar do objetivo, mesmo com Kirstin nos braços ainda se mantinha fixado na visão que agora tinha por cima dos ombros da garota que o segurou com carinho.
— Estou tão feliz que você está bem!! - Choramingou ela pressionando o rosto contra seu ombro. - Nunca mais me deixe pra trás, por favor!
— Calma, calma... Ainda não acabou.
— O quê? - Afastou o rosto de seu torso limpando os olhos puxando os lábios em agonia.
— A Claire pegou ele... Olha lá. - Apontou.

Kirstin se virou ainda com os braços em volta do amado, observando Ripley e sua presença estática sobre o jovem caído no chão que implorava em silêncio para não morrer.

— Caramba... - Se impressionou com a cena. - Ela vai?...
— Espero que não.
— Eu sei que não a conheço tão bem quanto você, mas acho que ela vai sim, Edward. Por quê você não segura ela?
— Porque dou valor a minha vida.
— Mas alguém tem que fazer alguma coisa!
— Ela vai. Agora a decisão é dela, Kirstin... Não posso me meter.

— Claire! - Chamou Reese, séria e intensa. A menina subiu o olhar até a moça parada ainda ao lado da viatura, sem se mover ou agir. - Me escuta por pelo menos um segundo. Eu sei que você passou por um inferno. Eu estava lá, lembra? E mesmo não aprovando várias de suas ações, como quando você deu uma de vaca louca e quase me enfocou na viatura naquela noite em que estava desesperada indo atrás de um garoto, lembra? Olha, eu entendo. De verdade, eu te entendo. Sei porque você fez o que fez e sei que na hora tudo parece ser uma boa ideia. Mas o que você está prestes a fazer não vai mudar as coisas! Larga esse vidro e vamos esperar a polícia, eu já chamei pelo rádio assim que saí de Pendleton.... - Vendo que a garota não respondia e muito menos esboçava reação, Reese tentou mais uma vez. - Claire?! Não siga o exemplo daquela maluca, ali. Você está me ouvindo?

— Por quê tem sangue no para-brisas? - Perguntou Edward, fitando a namorada com estranheza.

A mocinha desviou o olhar meio cabisbaixa:

— Foi um acidente...
— Que acidente?
— Claire! - O Grito da mulher surgiu novamente, atraindo enfim a atenção de Ripley:

— Ele tem que morrer!
— Não, não tem! É aí que você se engana! Larga esse vidro, garota, e vamos resolver isso do jeito que deve ser resolvido.
— Eu não aguento mais ver gente morrer, e não vou suportar se esse filho da puta sair vivo!
— O que vai acontecer com ele é pior que a Morte, Claire. Você tem esse poder em suas mãos, mas não estou falando dessa coisa pontuda que você quer enfiar no branquelo.
— O que eu faço, então Reese?

A resposta veio em forma de um ruído grave e cortante de uma hélice vinda dos céus. Para Claire, a presença da aeronave foi uma surpresa, dado ao fato de que mal conseguia ouvir ou prestar atenção no ambiente em sua volta por conta de sua mira irada. Mas foi o holofote que desceu sobre sua cabeça e o som ainda mais alto das hélices de um helicóptero sobre sua cabeça que a tiraram do "Transe" mortal. Uma voz emergiu de um alto falante acima, ordenando:

— Aqui é a Polícia de Pendleton County. Largue a arma! A Área está para ser cercada, senhorita, largue a arma agora!

Erguendo a cabeça sob a forte luz, comprimiu os olhos por conta da intensidade do holofote. Relutante, observou por alguns segundos o objeto que pairava sobre sua cabeça fazendo um vento forte que descia até si.

— Largue a arma imediatamente! - Ordenou a voz novamente.

Claire chorou de ódio e decepção sob o aviso, tremendo os lábios no início de um choro enojado. E quando se entregou finalmente às lagrimas, jogou o caco de vidro no chão em fúria e levou ambas as mãos aos céus, em sinal de rendição.

A Cirene de outras viaturas já ecoavam pela estrada a medida que se aproximavam de ambos os sentidos, podia senti-las chegando. A Diaba tomou um tempo para fitar Reese, que portava a clássica expressão de "Sinto muito" e que igualmente, levantou as mãos assim como ela.

O Casal Edward e Kirstin se desgrudaram ao fazer o mesmo, ainda que um ao lado do outro sendo atingidos pelo vento causado pelo Helicóptero que começava a se tornar uma mera sombra sob o céu que já escurecia com o Sol fraco ao fundo, se despedindo.

Uma armadilha. Um jogo de gato e rato perfeito. As vítimas de Pendleton foram meros pedaços de queijo usados para atrair o verdadeiro rato: Claire. Fazendo parecer que as escolhas das vítimas eram aleatórias, o assassino de Pendleton, Paul Westwood enganaria Ripley ao fazê-la pensar (Caso desconfiasse) Que ela não era o verdadeiro alvo dos crimes. E Paul, conhecendo já algum tempo o comportamento egoísta da menina, acreditou que ela não se importaria com quem não estivesse em seu círculo da amizades e jamais se arriscaria a tentar entrar numa história perigosa que não fosse sua. Para seu azar, estava errado. Obviamente que, após o envolvimento inevitável de Claire com as vítimas, o assassino teve de se conformar com o conhecimento dela sobre a situação, tendo de tramar uma armadilha para fazê-la acreditar que estava apenas ajudando jovens indefesos quando na verdade, estava entrando na boca do leão.

Uma garota suicida, um carro e um caminhão capotados. Quatro sobreviventes e 13 vítimas fatais. Os assassinatos de Pendleton College tiveram seu clímax.

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DELEGACIA DE PENDLETON COUNTY, OHIO - 21:00

Sem fraturas relevantes ou ferimentos graves, Paul se encontrava algemado a uma mesa de metal numa sala cinzenta e sem janelas. A boca parecia ter batom por conta do forte vermelho impregnado por conta do sangue seco em seus lábios. O pescoço ainda portava as marcas dos dedos que quase o estrangularam. Mantinha as mãos juntas apoiadas sobre a mesa remexendo de leve os pulsos envoltos com as algemas, cabisbaixo e calado. Braços de manchas roxas e ombros desequilibrados por conta de um deslocamento leve, entortavam sua postura ao estar sentado numa cadeira de plástico. Portando melancolia com o rosto inchado após lágrimas de crocodilo, sentindo-se e literalmente sendo, um derrotado.

Por trás do grande espelho à sua frente, um homem o assistia. Alto, de quase 1,80 e aparência jovial. Barba rala e bem feita, terno preto e cabelos castanho escuro de fios finos bem penteados com um topete em perfeita harmonia. Segurava sobre as mãos uma pasta aberta com um dossiê, do qual começara ler apressadamente já parecendo saber de cor a apresentação do documento. Seu nome é Andrew Trambler, 35 anos e agente da divisão de Homicídios do FBI.

Enquanto repassava as palavras lidas entre sussurros, uma outra oficial de aparência bem mais jovem, uma moça loira e quase de sua mesma altura, posicionada de braços cruzados perante ele, alternava sua visão entre o vidro exibindo o jovem na sala ao lado e o Parceiro entretido com o documento:

— Então esse é o assassino de Pendleton?
— Difícil de acreditar, não? - Respondeu sem tirar os olhos das páginas.

Ela riu, incrédula:

— Está me dizendo que um garoto com menos de 70kg de notas exemplares, nadador e uma estrela do curso de Jornalismo é um assassino Mascarado imparável quando ninguém está olhando? Essa é dureza...
— Dureza. - Concordou sem ânimo, folheando a última página e fechando a pasta rapidamente. - Beth, - A encarou de queixo empinado.
— Sim?
— Mande chamar a testemunha.
— Ripley?
— É, a esquentadinha.
— Agora, isso sim é dureza... - Bateu continência em sarcasmo antes de lhe dar as costas. - Boa sorte com ela... - Arqueou as sobrancelhas dando de ombros.

No corredor, Claire e Reese encontravam-se sentadas uma ao lado da outra num banco de espera. Ao lado, havia um filtro d'água do qual a segurança opunha um copo abaixo da torneira de plástico, enchendo-o até a beira. Claire segurava os joelhos olhando pro nada, inexpressiva até para quem segurava tanto ódio. Sob um gole alto e grande que Reese deu ao se refrescar, a menina a fitou em desgosto. Não sentia sede nem fome. Apenas o desejo por vingança e justiça.

A mulher suspirou após entornar o copo inteiro, limpando a boca com a mão no final ao fitá-la de volta com uma cara de "O que foi?"

Claire não puxou conversa, retornou a olhar para o nada respirando fundo tentando inutilmente manter a calma. Até que a segurança quebrou o silêncio:

— Já aconteceu, sabia?
— O quê? - Retrucou sem muito interesse.
— Essa coisa... Essas mortes... No Campus. Eu estava lá.
— Que legal. - Respondeu Irônica.
— Não sabia?
— De que importa? Você vai me contar, não vai?
— Foi em 1998...
— Ai, meu Deus...
— Eu era segurança em Pendleton na época.
— Eu já ouvi essa história. Acreditava ser mero boato até pouco tempo atrás.
— Ah, então você conhece...
— A "Lenda Urbana" de Pendleton? Quem não conhece.
— Lenda Urbana é a minha bunda, garota. Era a semana que antecedia uma excursão que aconteceria num sábado. Os alunos teriam folga naquele período, mesmo os que não participassem do passeio. Tinha gente indo pra casa a semana toda, aproveitando as pequenas "Férias". Foi por isso que ninguém deu falta de alguns estudantes. "Ela deve ter ido embora", "Ele deve estar num motel com alguma vagabunda". Quem dera... Como fomos idiotas. Numa noite, logo na anterior à excursão, eu estava fazendo minha ronda quando passei com a viatura em frente ao prédio Stone Hall.
— Meu dormitório?
— Sim... Não era tão grande quanto você conhece hoje. Era bem menor. Era uma área abandonada, a propósito. Estava inativo já a muitos anos. Ninguém entrava lá, mas eu vi luzes passando entre as tábuas das janelas. Parei a viatura cheia de raiva e desci do carro pronta pra arrancar pelos cabelos os moleques que deviam estar fazendo algum tipo de orgia lá dentro, pensando que não seriam pegos porque o colégio estava vazio. Eu chamei, gritei e ninguém respondeu. Percebi que a porta estava entre aberta, arrombada... Eu entrei. Segui escada acima. Estava tudo empoeirado, com ratos aqui e ali e algumas velas acessas. Vou te falar, fiquei com medo. Segui as luzes das velas até o andar de cima e vi que a luz vinha mais forte de um dos quartos. A porta estava escancarada então eu chamei de novo, fiz ameaças mas ninguém respondeu. Eu senti que tinha alguma coisa muito errada ali. Então peguei minha pistola e entrei com muito cuidado. E bem ali, naquele chão sujo e vazio... Eu vi. Eram uns oito, talvez nove corpos ensanguentados.. Colocados um do lado do outro enfileirados no chão. O Cheiro era terrível... Alguns deles já estavam mortos a dias, se quer saber. Um deles inclusive era alguém que você provavelmente conheceu como Professor Matt, coitado.
— Nossa, o Professor? Chocada estou.
— É... Muita coisa maluca aconteceu de lá pra cá. E esse foi o maior susto que já levei na minha vida. Passei muito mal e quase tive um treco. Saí correndo em Pânico pra fora do quarto quando de repente, dou de frente com alguém no corredor.
— Quem era?! - Demonstrou imenso interesse e choque.
— Eu não sei. Estava usando um.. Casaco.
— Casaco?
— É, um desses casacos de inverno. Fazia frio naquele dia. Estava com a touca do agasalho por cima da cabeça e uma touca preta cobrindo todo o rosto. Olhar pra aquilo, ela como olhar pra uma figura sem rosto. Eu mal consegui terminar de tomar o meu susto e seja quem for, levantou um machado enorme e me atingiu.
— Você ficou muito ferida, Reese?
— Não... Ele, ou seja quem for apenas... Bateu na minha cabeça com ele, acho que não queria de fato me acertar com a lâmina, Foi a parte achatada do ferro que me atingiu. Eu caí desacordada ali mesmo e no dia seguinte, o Heitor Dean Addams me encontrou. O lugar já estava enfestado de polícia e já estavam me colocando numa maca.
— Espera, não foi uma garota que matou todo mundo? Pelo menos foi o que eu ouvi.
— Agora, isso é a Lenda Urbana, menina. A Verdade... É que ninguém sabe. Nunca ficamos sabendo quem matou ou porquê. As matrículas caíram depois disso. Vários estudantes pediram transferência e eu fui na mídia, botei a boca no trombone e então o Dean Addams.. Me demitiu. Eu o processei é claro, o desgraçado estava tentando manter a história fora da mídia pra salvar a faculdade. Que cafajeste... Trabalhei como segurança em outra universidade até que o processo finalmente saísse. Eu venci a causa depois de mais de um ano de briga da justiça e acordos. Addams se aposentou e eu retornei a Pendleton como Chefe de Segurança, meu salário quase dobrou mas isso não foi o suficiente. A história sobre o que aconteceu ainda estava apagada... Esquecida e quem a contava, passava a diante como puro boato. Foi aí que nasceu a Lenda Urbana de Pendleton.
— Caramba...
— É. E no ano passado, Stone Hall terminou de ser reformada e aumentou de tamanho. Recebeu alunos novos, você... E então as mortes apareceram de novo. Claro que eu fiquei desconfiada e o Matt também, chegamos a conversar brevemente sobre o assunto, mas ele estava mais interessado em ajudar um aluno.. Kenny.
— Tadinho do Kenny, gente...
— É, uma tragédia. Bem, ele não me ouviu e olha só o que aconteceu com ele.
— Não sabia disso.
— Tanta coisa que você não sabe, Claire. Eu até cheguei a achar que o assassino tinha voltado pra mais uma rodada...
— Mas não é. Sua história é macabra, Reese. Mas não tem nada a ver com a minha, sinto muito.
— Ou tem?
— Eu já não sei mais de nada.
— Só digo que, ou isso é uma coincidência das bravas... Ou pode existir alguma ligação.
— Eu acho que não tem ligação. Talvez o Paul só tenha se sentido mais atraído a matar em Pendleton por causa dessa história. Talvez ele tenha apenas usado a Lenda de Pendleton como inspiração. Não é a toa que planejou seu ataque final naquela noite em Stanley Hall, comigo e com a galera que morava lá.
— Pode ter razão. Mas acho que nunca teremos certeza, não é?
— Quem sabe...

O Som de um salto alto se aproximou no corredor, atraindo a atenção das duas, que ao se virarem deram de cara com uma mulher loira, alta e de terno feminino preto. A mesma parou diante de ambas e as analisou de cima a baixo de maneira quase invasiva, mas ficou claro que seu interesse era na Diaba:

— Ahm... Ripley?
— Presente. - Levantou o indicador, em deboche.
— O Detetive Trambler quer falar com você.

Bufou revirando os olhos:

— Lá vem... - Se levantou em desânimo. - Boa Sorte, Reese. - Virou-se a ela estendendo a mão, da qual a segurança pegou com muito carinho. Com um sorrisinho carente, Claire proferiu: - Muito obrigada, Reese. Você foi incrível. Salvou minha vida, salvou a todos nós. Talvez nenhum de nós tivesse sobrevivido a aquela noite se não fosse você. E me desculpe por tudo o que eu te fiz.. Não sei se um dia você poderá me perdoar.
— Claire, Não se preocupe. Você é completamente doida e precisa de tratamento rápido. Mas... Fique sabendo que isso é que te deixou estar aqui de pé agora. Te considero uma heroína.
— Awn, Reese...
— Vai lá antes que eu comece a chorar, garota! - Ordenou de pálpebras frágeis.
— Ai... Obrigada!
— De nada, agora some da minha frente, branquela louca!


Ela não conteve o riso, aquiesceu e deu as costas com um aperto no peito. O que seria de Reese agora?


— Então, vamos recapitular... - Pigarreou Detetive Andrew ao dar Play no gravador sobre a mesa de metal.

Claire se encontrava sentada do outro lado em sua frente, com sua cara de deboche e exausta por já ter contado a história toda duas vezes. Abriu a boca em um suspiro cansado:

— Ah, fala sério, vou ter que passar por tudo isso de novo?
— Só o final, se não se importa. Ainda não ficou muito claro suas intenções no fim de tudo isso.
— Tá. Foi o seguinte, eu reuni aqueles que eu achei que eram os alvos do assassino. Tive uma boa conversa com todos eles no meu dormitório e avisei sobre o modo como o assassino agia, dei avisos, mandei tomarem cuidado afinal, eu já passei por isso antes. E alguns me ouviram, outros não. Então eu, conhecendo as regras do Slasher e eu sei que isso parece um absurdo sem fim..

Ele concordou balançando a cabeça:

— Enfim, eu sabia que o assassino precisaria de um "Ato final" pra se revelar, senão ele iria sumir para sempre assim como o antigo assassino de Pendleton. O Heitor acabou tendo que fechar o Campus e as aulas foram canceladas depois que, e isso eu só fiquei sabendo, depois que supostamente os restos da Minnie foram servidos no jantar. Bem, todo mundo ia embora do Campus e eu não queria perder o assassino de vista para sempre. Então propus para que nós ficássemos todos juntos no Campus porque desse jeito, o assassino não resistiria e viria atrás de nós. Éramos um monte contra um... Quer dizer, possíveis dois mas eu não sabia que eram três. Enfim, achei que tínhamos mais chances de pegar o desgraçado estando juntos. E eles concordaram, se esconderam em seus quartos e ficaram lá me esperando. Mas, o assassino apareceu antes da hora, já começou me perseguindo.... Foi um caos. Aí, eles começaram a morrer, sabe? Um por um, foram sendo massacrados. Ai gente, que pena da Rachel... Só que então a Reese chegou e nos ajudou como podia. Porém, quando estávamos prestes a pegá-lo, a polícia chegou. O Mascarado sumiu e depois aconteceu tudo o que você já sabe.
— Ok, Claire.. Isso não está ajudando.
— Como assim "Não está ajudando?" Do que mais você precisa?!
— De sinceridade. Sei que não está contando algo pra mim.
— Ah, qual é.
— Quer ser processada pelo estado? Omitir informação numa investigação policial é crime.
— E Daí?
— Me ajude a te ajudar.
— Ah, não. Pode parar com essas frases prontas do Law & Order. Se você quer saber o que tem no fim do poço, eu te conto. Mas pare com esse jogo de manipulação.
— Ótimo. Então comece por Ashville. O que você sabe?
— Eu sei que Juliett era uma filha da puta, vaca, vagabunda, mentirosa, falsa, psicopata, invejosa, maníaca, desgraçada e que o Edward esmagou a cabeça dela. Mas não antes dela dar uma de vilão de Scooby-Doo e contar pra mim todo seu plano do mal, porque a coitada achou que eu morreria mesmo então era como contar pra uma parede. Azar o seu, vadia! Espero que esteja apodrecendo no inferno!
— E o "Plano do Mal" era?...
— Juliett disse ter montado uma rede pra psicóticos como ela. Que tinha gente de tudo quanto era lugar seguindo o que ela dizia, que cada um ia aparecer por aí vestido de Ghostface fazendo um massacre.
— Certo, e o que me diz sobre Paul Westwood nessa história?
— Além dele ser doente mental?
— Além disso.
— Bem, eu suspeito que ele era um dos seguidores da Juliett. Que tava morrendo de dor de cotovelo por eu ainda estar viva e ela não, e que armou tudo isso pra tentar me matar. Só que eu fui mais esperta, óbvio. Por quê? O que ele te disse?
— Nada que nós já não saibamos. Só queria ter certeza se você sabia. Mas não posso te entregar tudo, sabe como é... Confidencial.
— Ah.. E não vai me contar?
— É Confidencial.
— Ah, claro. Só eu que faço fofoca, então?
— Basicamente.
— Que bobagem!
— Claire, não vamos perder o foco, ok?
— Tanto faz.
— Me diga, o que sabia sobre a Detetive Evelyn Stockard?
— Não muito. Eu acho que nunca a vi pessoalmente. Nunca conversamos. Eu só sei dela através do Edward, na verdade.
— Sim, eu já falei com Edward Graim.
— Então por que está me perguntando?
— Toda informação é útil, e dessa vez eu preciso te colocar a par da situação porque talvez... Eu tenha que te dar um aviso.
— Me dá esse aviso logo antes que eu tenha um treco.
— Primeiro, parabéns por não ter matado o garoto.
— Que isso, faço o bem sem ver a quem. - Respondeu cínica.
— Claro... Ahm...
— Sentiu o cheiro do meu deboche?
— De longe, mas isso não vem ao caso. O que estou tentando dizer é que, eu fui o responsável por parte das pós-investigações em Ashville. Evelyn trabalhou comigo antes de tirar férias e ir até lá para "Visitar" um velho amigo.
— Olha só.. Que mundo pequeno. Eu costumo dizer que mundo cabe dentro do meu cu.
— Olhe o linguajar, por favor..
— Foi mal.
— Enfim, depois que você e seus amigos saíram daquela mansão e a identidade dos supostos assassinos foi revelada...
— Hey, "Suposta" não! Foram Steve e Juliett que mataram todo mundo sim!
— Calma, eu chego lá. O problema com essa questão do Steve e da Juliett vem por um fato que foi apresentado em um de seus depoimentos finais em Ashville. - Neste momento, Andrew abriu uma pasta revelando uma página já marcada. - Aqui está. - Pousou o indicador sobre as palavras. - Segundo o que você contou à polícia de Ashville, e essas foram suas palavras exatas.. "Eu estava em casa no telefone com o filho da.... - Pigarreou.
— Da puta, pode falar... Sou contra a censura, Detetive.

Constrangido, ele prosseguiu com a palavra:

— "...Da puta.. E.. Ouvi barulhos vindos do andar de cima. Sabia que ele estava dentro da casa."
— Sim, deu uma de "Quando um estranho chama" pra cima de mim.
— Certo, e depois "Eu subi as escadas e ali, a porta do quarto dos meus pais se abriu e a figura mascarada caiu em cima de mim. Consegui empurrá-lo escada a baixo. Fui até ele"... Isso, sem se certificar se ele estava vivo, mas ok... "Fui até ele e cravei a faca em seu peito. Quando tirei a máscara, era o Xerife Nicholas embaixo da fantasia. Ele já parecia morto, com o pescoço quebrado". Agora, Claire... Este seu depoimento é incrível e é graças a ele que estamos aqui. E é graças a ele também que o caso de Ashville nunca foi fechado.
— Eu não sabia disso, achei que já era um caso encerrado.
— Não, não... Pelo contrário. Isso aqui não deixou ele ser fechado.
— Não estou entendendo, Detetive.
— É Simples. Você disse, assim como Edward Graim, Amelie Brody, Martin Patterson e Edward Keaton que os autores dos crimes eram Juliett Dawson e Steven Willis.
— Certo.
— Mas, isso aqui não bate.
— Como assim??
— Veja. Juliett estava comprometida por conta de uma flechada "Acidental" por parte de Steve, segundo os depoimentos que você deu, ele não teve intenção de acertá-la, foi por engano.
— Sim
— Ela ficou no hospital por alguns dias e depois de ser liberada ficou comprometida a uma cadeira de rodas.
— Isso não impediu a vadia de tentar me matar.
— Mas ainda sim ela estava limitada, não?
— Sim, sim...
— Ok, mas Steve, não.
— É... Onde quer chegar? Eu to ficando nervosa.
— Claire, sabemos que o Xerife foi morto antes de ser arremessado contra você. O Legista afirmou que ele já havia falecido a pelo menos duas horas antes da queda. E você não viu ninguém entrando na sua casa?
— Não. Ele entrou pela janela.
— Pelo andar de cima?
— É!
— Difícil de acreditar, não?
— Eu estou dizendo a verdade. Foi assim que aconteceu.
— Tudo bem, estou chegando lá. Não estou duvidando de você, só quero que acompanhe meu raciocínio.
— Tá... To acompanhando.
— O Assassino, provavelmente Steve, teve então que escalar até chegar na janela do quarto dos seus pais no segundo andar, e fez isso levando um cadáver pesado de um homem mais velho do que ele? Sem contar que ele, um garoto de 17 anos conseguiu dominar e matar um Chefe de Polícia treinado?
— O Xerife era um incompetente. E Eram dois assassinos.
— É, Mas Juliett jamais conseguiria ajudá-lo nisso. Pois ela estava debilitada.

Os olhos da Diaba se arregalaram, enquanto suas mãos se apertaram com força sobre a mesa:

— Oh, meu Deus... Você não está me dizendo que...
— Claire.... Havia mais um assassino em Ashville.

Uma pausa mórbida se deu entre os dois, sob os altos suspiros de ansiedade de Ripley. Andrew continuou:

— Alguém matou Jill Hardesty e não foi Juliett, como foi levada a acreditar. A Cena do crime e testemunho das crianças de quem ela cuidava apontam outras evidências. Steve não a matou, segundo o que você disse sobre ele ter confessado todos os crimes, exceto este. Inclusive, a morte da Jill foi o que o levou a sua vingança contra você e suas amigas, ele a culpava pela morte dela, não?

— É, mas foi a Juliett quem matou a Jill, ela mesma me contou.

— Temo que não, evidências apontam outra coisa. Voltando ao incidente na sua casa, Ele jamais conseguiria levar o cadáver do Xerife Nicholas até seu segundo andar pelo lado de fora da casa. Isso, junto com outras evidências confidenciais das quais não tenho permissão para relatar agora e inclusive, preciso do seu total sigilo sobre essas informações que te dei, apontam a autoria de uma terceira pessoa nos assassinatos em Ashville. E Você é uma garota de sorte... Porque Paul Westwood é a nossa melhor pista para achar o assassino que falta. Você, Claire... Sem saber, acabou nos dando as pistas que precisávamos. E vamos precisar de você mais uma vez. O Caso de Ashville terá continuidade, e temos o nosso melhor informante sentado na sala ao lado, algemado. Está pronta?

(Adicionar tilha sonora - Link nas notas finais) 

E Foi com sua expressão de completo choque e paralisada, que Claire respirou fundo e engoliu seco. Sem palavras. Sem ação. Sem GRITOS... 


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Notas finais do capítulo

Olha a musiquinha pra encerrar! - https://www.youtube.com/watch?v=EWOYkis7D2c&index=15&list=PL_N8x5erGS8WcDwgtsAmVAOAwRmfqmXFo&t=0s

AAAAAAAAAA ACABOOOU. É isso galera, espero que tenham gostado. Vejo vocês em "SCREAM - SURVIVAL 3" - A Conclusão épica da trilogia! Obrigado meus amores!!! AMO VOCÊS!

Créditos especiais

— Louise Christine - Criadora da personagem "Rachel"
— Amanda Cardoso - Criadora da personagem Kirstin



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