Entrei para dentro e subi para me instalar em meu novo quarto. Coloquei minhas roupas no armário, encima da cama eu pus minhas pelúcias, dispus alguns pôsteres nas paredes e fiz um mural para minhas fotos, botei meu Puff Azul em forma de golfinho no canto do quarto. Depois coloquei meu pijama azul bebê! Por fim, fui para o banho e depois desci para o jantar.

— Oi filha, como foi seu dia?

— Bem mãe, foi legal, eu encontrei o Castiel.

— Castiel? - Ela perguntou.

— Não se lembra dele? Era nosso vizinho até por volta dos meus 11 anos, eu acho.

— Ah sim, meu pequeno Cassy.

— Ele mesmo.

— Você não gostava dele?

— Não, mãe! - senti minhas bochechas queimarem - Ele sempre foi meu amigo.

Ela riu.

Venha jantar, seu pai foi buscar uma pizza. Como se esperasse por essa deixa, meu pai entrou na cozinha carregando uma pizza.

— O jantar está servido! – falou.

— Vegetariana? – perguntei.

— Claro - ele respondeu.

Já fazia tempo que eu era vegetariana, me recusava a comer carne, não parecia certo comer um ser que outrora estivera vivo. Depois do jantar, fui para o meu quarto, me joguei no meu puff de golfinho e fiz meus deveres. Quando terminei já eram quase onze horas, arrumei meu material e dormi.Mergulhei em um sono profundo e sem sonhos. Acordei no dia seguinte com o toque do despertador.

— Já está na hora? - perguntei para mim mesma antes de levantar e ir em direção ao banheiro.

Tomei um banho de água fria para acordar e me troquei, coloquei uma blusa cinza caída no ombro esquerdo, uma calça preta e um tênis de corrida. Prendi meu cabelo em uma trança e saí do banheiro. Comi meu café da manhã rapidamente e fui para o colégio.

Encontrei Nathaniel assim que entrei na escola. Ele estava no corredor resolvendo algumas coisas com a diretora que não parecia estar de bom humor. Logo após uma conversa acalorada eu pude observar a senhora caminhar apressadamente rumo à sala dos professores.

— Olá, Ocean! – ele disse assim que me viu. - Oi... tem algo errado? – perguntei enquanto observava a diretora se afastar.

— Alguns problemas com um certo aluno – respondeu.

— Ah... – eu não sabia exatamente o que dizer – isso tem a ver com a folha de ausência que o Castiel teve que assinar?

— Um pouco, há um tempo a situação dele não está boa.

— E o que isso quer dizer? – perguntei preocupada.

— Talvez ele seja expulso.

— O quê?Por quê?

— Digamos que ele tenha estourado o limite de faltas.

— E você não pode fazer nada?

— Bem... – ele fez uma expressão constrangida.

— Entendi. Vocês não se gostam – cruzei os braços.

— Ele já prejudicou muitos alunos. Não creio que ele seja uma boa influência para os colegas.

— E tirá-lo da escola, claro, é a melhor forma de resolver isso – ironizei.

— Você realmente gosta dele - ele comentou.

— É meu amigo. Deve haver alguma alternativa...

— E há – Nath franziu o cenho e colocou a mão em seu rosto.

— Você o ajudará? – eu o olhei. O rapaz loiro estava claramente incomodado

— Bem, eu poderia... – respondeu.

— Sim? – fiz uma pausa – Sei que não gosta dele...

— Eu não seria um bom representante se não ajudasse – ele sorriu.

— Obrigada! – sem perceber, eu lhe abracei durante o agradecimento.

— Oh! – eu vi suas bochechas corarem – Não é nada.

— É sim – me afastei envergonhada depois de perceber o que acabara de fazer.

— Bom, vamos para a aula?

— Sim, sim – eu disse um pouco desajeitada.

Seguimos em direção à sala de aula B. Mal tinha percebido o tempo passar quando ouvi o sinal para o intervalo tocar. Eu pretendia chamar Cassy para comermos juntos quando o representante de turma surgiu do meu lado:

— Será que podíamos conversar no intervalo? – ele perguntou.

— Claro.

— Eu não acho que seria uma boa ideia – Castiel se virou da cadeira à minha frente repentinamente.

— Cassy... – comecei.

— Podemos falar só por um segundo? – ele me puxou para um canto antes que eu respondesse – Não é uma boa ideia se aproximar desse idiota – disse quando paramos nos fundos do cômodo.

— Só por que vocês tiveram uma briguinha por causa de uma garota? Ele foi super gentil comigo quando cheguei.

— Você...

— Sim?

— Só não diga depois que eu não avisei – disse antes de sair.

Nathaniel me aguardava ao lado da minha carteira com uma expressão gentil. Eu peguei minhas coisas e eu o segui pelos corredores da escola.

— Aonde vamos comer? – perguntei.

— Aguarde e verá.

Ele me levou até um cômodo ao lado da sala dos professores.

— Essa é a sala de reunião - falou destrancando a porta.

— Sala de reunião? – perguntei.

— Somente usada para reuniões e, graças a meu cargo, para uma sala de estudos também.

—Estou pensando em virar representante de turma - falei me sentando em uma mesa.

Ele riu e foi até um pequeno freezer, pegou duas garrafas d’agua e se sentou ao meu lado após me entregar uma delas.

— Então...– comecei - o que você gostaria de me falar?

— Bom, eu resolvi ajudar o Castiel, porém vou precisar de sua ajuda.

— Continue.

— Ele tem mais uma chance, porém não pode faltar a mais nenhuma aula, se ele fizer isso, será automaticamente expulso.

— Certo então quer que eu vire babá do meu melhor amigo rebelde, é isso?

— Bem, você pediu minha ajuda, eu estou dando os termos, se não quiser ele será expulso.

— Tudo bem – o sinal tocou assim que eu aceitei minha nova missão - Vamos? – perguntei me levantando.

— Ocean, antes de ir quero lhe pedir uma coisa

— Sim, o que é? – pergunto olhando para ele.

— Bem é que – ele me encara – deixe para lá não é importante.

— Ok... –não fazia ideia do que poderia dizer.

— Vamos então?

— Claro.

Fomos juntos em direção à sala de química. Chegando lá, a professora nos dividiu em duplas, Nathaniel ficou com a Melody e eu fiquei com Dake. Fui para a minha bancada, e logo em seguida vi o rapaz loiro se aproximar:

— Parece que hoje é seu dia de sorte, gata! – ele disse.

— Se você for tão bom em química quanto em cortejar as garotas, talvez.

Dake sorriu e se aproximou repentinamente de mim. Antes que eu reagisse sua mão estava acariciando levemente meu rosto, ele encarou os meus olhos por instantes que pareceram demorar uma eternidade antes de retornar para a sua antiga posição.

— Eu tenho certeza de que essa será uma ótima aula – garantiu.

Consegui ouvir um grunhido de raiva na bancada ao lado, quando me virei Debrah estava me olhando com um olhar assassino. Onde eu fui me meter?