Eu, Você, o Mar e Ela escrita por Lia Salvatore


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo Amores
Quero desejar um ótimo e maravilhoso ano para vocês e que cada um possa conseguir alcança todos seus objetivos e realizar todos os seus sonhos.
Ano passado foi um ano muito difícil para mim, mesmo com todos os problemas eu conheci pessoas incríveis é que hoje tenho a alegria de dizer que são minhas amigas, ganhei mais leitores que são outras pessoas especiais na minha vida e que me motivam a continuar a escrever mais e mais, é por ultimo me dão motivação de continuar nessa vida que adora da varias reviravoltas.
Por isso muito obrigado a todos que fazem da minha vida mais feliz, é para agradecer o tanto que fazem por mim eu escrevi essa One com todo amor e carinho para você, para tentar retribuir o tanto que fazem por mim. Espero que gostem.
Boa Leitura



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Capítulo Único

Pov. Annabeth Chase

—Annabeth Chase você aceita Luke Castellan como seu legítimo esposo? -pergunta o padre para mim enquanto olho para Luke que segura minhas mãos, em frente toda a igreja e perante a Deus.

Olho nos olhos azuis de Luke e vejo que não é isso que eu quero e não é isso que ele quer também. Não posso fazer isso comigo mesma e nem com ele que está aqui se casando com uma mulher que não o ama como homem e nem ele ama como mulher. Luke sempre foi e sempre será o meu melhor amigo a quem eu confiaria minha vida, mas não é ele quem eu realmente amo, e nem eu sou a mulher que tem o seu coração. Respiro fundo e aperto suas mãos.

—Não. -digo firme com a minha decisão.

—Annabeth! –exclama minha mãe atrás de mim, mas não me viro para olhar para ela.

—Sinto muito mãe, mas eu não posso fazer isso comigo e nem com Luke. –digo e solto as mãos de Luke e me viro para ela que me olha espantada.

Esse casamento nunca foi uma escolha minha. Tudo começou há um ano e meio quando a minha irmã gêmea morreu em um acidente de carro, Luke estava no volante e os dois tinham acabado de sair da igreja matriz aqui de Nova York quando pararam em um sinal, e quando o mesmo abriu para Luke um carro desgovernado passou pelo sinal e bateu no lado do passageiro onde minha irmã Maya estava. Esse dia foi mais que terrível, pois além de descobrir que perdi minha irmã, uma das minhas melhores amigas, eu também soube que perdi minha sobrinha ou sobrinho. Todos ficaram arrasados com a morte da Maya, principalmente Luke, que ficou com começo de depressão e tentou se matar duas vezes querendo se encontrar com ela e o filho recém-descoberto.

Eu e Luke sempre fomos muito amigos, mas depois da morte da Maya ficamos muito mais próximos. Todos os dias eu ia visitar ele no hospital, pois ele quebrou a perna direita e o braço esquerdo e quase não foi ao enterro, mas nossos pais deram um jeito e ele pode se despedir da sua noiva, depois de ficar quase um mês no hospital internado ele foi para casa e todo dia eu ia visitar ele, conversávamos e eu o consolava quando o mesmo chorava se lembrando dos momentos em que teve com a Maya, mesmo querendo ser forte por ele às vezes eu chorava junto, não é fácil perde uma pessoa que você conhece desde o útero, que brincou com você a infância toda, compartilhava segredos ou fatos que acontecia e que ajudava com tudo que precisasse.

Maya Chase era uma cópia minha falo isso, pois fui à primeira á nascer e a isso irritava profundamente, por que eu fazia o papel de irmã mais velha. Desde pequenas éramos inseparáveis e ninguém conseguia diferenciar uma da outra, nem nossos pais (Atena e Frederick Chase) e nós fazíamos a festa tirando onda com a cara do povo. A gente é a mistura dos nossos pais, tínhamos os cabelos loiros do nosso pai com cachos nas pontas da nossa mãe, o rosto fino, boca carnuda do papai, nariz meio arrebitado e os olhos cinza da mamãe, ou seja, a cara do Sr. Frederick com alguns traços da dona Atena. Maya puxou mais a personalidade forte da mamãe, teimosa, mandona, alegre, inteligente e super de bem com a vida, assim como papai e eu.

—Maya, amor! O que está fazendo?-pergunta Luke com o olhar perdido e tenta pegar minhas mãos, mas não deixo.

Isso é loucura! E o pior é que ninguém vê. Luke começou a fantasiar Maya em mim á um ano atrás, não disse nada, pois pensei que seria apenas uma fase para poder conviver com a dor, mas quando me dei conta ele já estava na minha casa junto com nossos pais para um jantar, onde me pediu em casamento. Naquele momento fiquei sem chão, sempre tratei Luke como amigo e um irmão, nunca demonstrei nada a mais que isso.

“-Então Anna? Aceita ser minha esposa?-pergunta se ajoelhando em minha frente. Olho em volta vendo meus pais e os de Luke me encarando com certa expectativa.

Encaro minha mãe meio que pedindo ajuda, mas nada. Ela ficou muito abalada com a morte de Maya e às vezes me chama pensando na minha irmã. Entendo sua dor, até por que compartilho dela, mas vendo seu olhar sobre mim e Luke, percebo que pensa que sou Maya, assim como ele, minha mãe esta se iludindo para não sofrer.

—Eu...eu...-gaguejo sem saber o que dizer. Não o amo, e não quero me casar com alguém que só sinto carinho e amor de irmão. Sonho sim em se casar, mas com o homem que amo e a quem vou entregar meu coração.

—Diz logo que aceita filha! —diz minha mãe.

Olho para ela e a vejo com os mesmo olhos brilhantes de quando Luke pediu minha irmã em casamento. Olho em volta, os pais de Luke olham para mim com expectativa, ansiedade e apreensão, eles sabem o que eu sei. Luke está me vendo como Maya, está tentando força uma coisa que não dá, Maya morreu e ele não aceita e por isso quer me ver como ela para não sofrer a perda dela e minha mãe está indo pelo mesmo caminho.

Meu pai me olha aflito. Ele sabe o que está se passando com a minha mãe é já tentou falar com ela de que eu sou Annabeth e não minha irmão Maya, eu sou outra pessoa. Sei disso pelos gritos histéricos dela que escutei do meu quarto e no dia seguinte só confirmei pelo clima pesado entre os dois e o olhar desolado do meu pai que sempre sonhou em ver a felicidade das filhas e após a morte de Maya era o que mais queria para mim. Meu pai sempre nos apoiava em tudo, até nos dava besteira antes das refeições, ele era o nosso herói e depois do acidente eu me apaguei ainda mais a ele. Ele tem sido minha luz nesse mar de trevas e eu a dele, minha mãe se perdeu completamente e Luke foi junto.

—Eu..-não consigo dizer nada, Luke me olha meio entristecido e isso me corta o coração e quando vejo as palavras já saíram. —Eu aceito."

Me arrependi amargamente por ter falado aquelas duas palavras, elas me fizeram chegar a onde eu estou agora, mas ter dito aquilo teve um lado bom nisso tudo, o melhor para ser sincera.

"Falta três meses e meio para o meu casamento com Luke. Desde que aceitei essa loucura toda a minha mãe e a família de Luke começaram, ou melhor, deram continuidade ao casamento em que a noiva ia ser a minha irmã, eu era obrigada a ir em todos os bifes, casas, de festas e outros mil lugares para aprovar as coisas que ia ter no dia, ainda tinha o vestido, sapato, cabelo, unha e a maquiagem para escolher e isso tudo estava me sufocando. Não aguentava mais tudo isso, não era o meu sonho me casar com Luke, eu tenho vontade em me casar mais não assim, não com um homem que eu tenho como irmão.

Minha mãe a cada dia ficava mais entregue a loucura de que eu sou Maya, me trata como ela, até com mais carinho e fica no meu pé vinte quatro horas querendo saber como estou, com quem estou e o que to fazendo. Chega a ser sufocante e foi isso que aconteceu hoje, toda essa loucura me sufocou demais e se não saísse daquela loja de noivas o mais rápido possível poderia ter um treco facilmente. Como estamos no final do verão, peguei o primeiro táxi que vi e pedi que me levasse para a praia. Estava doida para sentir a areia entre meus dedos e o vento batendo no meu corpo me levando para um outro lugar, bem distante dos meus problemas e da minha vida nesse momento.

— Obrigado. -digo entregando o dinheiro ao taxista.

Saio do carro e corro para a área, mas não antes de tirar meus saltos. Conforme vou chegando perto da água o vento vem mais forte fazendo meus cabelos se soltarem do coque, ando até a água bater na metade da minha canela. Fechei meus olhos e fiquei numa bolha só minha e do mar, o som das ondas, a água gelada e o vento contra o meu corpo. Não sei quanto tempo se passou, mas o sol já começará a se por quando voltei a mim, olhei ao redor e a praia se encontrava vazia então fui para a areia seca e joguei os saltos e tudo o que eu tinha na areia, a minha roupa também e fiquei apenas de calcinha e sutiã, logo comecei a corre de volta para a água, quando ela bateu na metade das minhas coxas eu mergulhei na água que estava na temperatura ideal, nem tão fria e nem tão quente.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

Enquanto estou de baixo d'agua o mundo não existe, é apenas eu e o mar. Nada de problemas, nada casamento forçado, nada de familiares, nada de Luke, nada e apenas nada. Só o mar e eu. Me esqueço de tudo e me deixo ser levada pela correnteza, a agua por todo o meu corpo vai me levando para longe de tudo. O ar começa a se fazer necessário então me impulsiono para cima, mas quando vou bater as pernas para nadar para a superfície eles se prendem em varias algas, tento puxar desesperadamente, mas a situação só piora e varias outras algas se juntam nos meus pés até a metade da minha canela.

O desespero aumenta no meu ser. Começo a me debater. Levanto meu braços e só a ponta dos meus dedos saem para fora d’agua. Meus pulmões ardem pela falta de ar, a qualquer momento vou sucumbir, sinto isso. Minha vida começa a passa diante dos meus olhos, minha infância com Maya e meus pais, nossos passeios, brincadeiras, brigas, aniversário, nossa adolescência, os momentos no colégio, ela me contando o quanto ama Luke e que seu sonho e se casar com ele e forma uma família, sua felicidade quando ele a pediu em casamento num jantar em que ele e a família foram em nossa casa. Tudo o que vivi se passa e começo a deixa a água me invadi.

Meus pulmões ardem com a água, minha cabeça parece que vai explodir e o frio começa a se espalhar pelo meu corpo, paro de me debater e me deixo leva pelo destino. Não quero morrer, mas pelo menos não vou ter que casar com um homem que não amo e ainda vou rever minha irmã. Abro meus olhos pela última vez e vejo um...

Anjo?

Seria?

Tristão?

Deus grego?

Não sei.

Ele tem olhos verdes.

São lindos.

Meus pulmões não aguentam mais, minha cabeça vai explodir de dor. Fecho os meus olhos quando sinto ele se aproxima, me deixo ser levado pela escuridão.

Sinto lábios nos meus e logo uma massagem cardíaca sendo feita em mim, abro os olhos e me viro de lado vomitando a água do mar. Vomito tudo, não sei como o meu estomago não saiu junto, depois de um tempo volto a me deita na areia, cansada.

—Ei linda você está bem? —escuto uma voz rouca no meu ouvido e logo sinto uma mão no meu rosto. Abro os olhos e me deparo com um par de olhos verdes-mar.

Lindos.

Nunca tinha visto olhos assim. Me remexo e ele sai de cima de mim e me ajuda a me sentar.

—Como se sente? —pergunta fazendo carinho na minha bochecha me olhando preocupado. Olho para o mar e a lua cheia no horizonte, acho que estou bem, apenas enjoada. Nossa já é de noite.

—Só estou enjoada, mas estou bem. Você que me tirou da água? —respondo e pergunto me virando para ele que sorri e assente com a cabeça, se levanta e pega uma bolsa que está afastada e nesse momento que reparo no seu corpo.

A lua ilumina o seu corpo que parece ser bronzeado, ele é musculoso e muito forte, pelo menos aparenta, seus cabelos são pretos e desgrenhados, ele está sem camisa, apenas um short é o que veste. Ele pega a bolsa e algumas coisas na areia e volta, de frente consigo ver o seu peitoral junto com seus ombros largos e, é claro, o delírio de toda mulher, seu tanquinho definido com todos os gominhos a mostra. Não ligo muito para aparência, para mim a única beleza que realmente importa no ser humano e a de dentro, mas admito que esse homem que me salvou e realmente lindo.

—Toma, come e bebe isso, vai ajuda. —diz ele se sentando e tirando da mochila um recipiente com sanduiches e uma garrafa com suco. Meu estomago se contorce por dentro.

—Obrigado. —digo agradecida, pego o recipiente e a garrafa que me oferece e começo a comer. Como quieta apenas observando o mar e ela. A lua no seu esplendor, lá no alto iluminado a todos.

—Qual é o seu nome linda? —pergunta me fazendo lembrar que não estou sozinha.

Coro com o linda e agradeço por está de noite e não da para perceber o vermelho no meu rosto. Acho engraçado, a vida toda sempre fui elogiada por causa do meu rosto bonito, mas nunca me causou um efeito, mas com esse anjo que me salvou e diferente. Meu estomago se contrai, meu coração se acelera e me sinto com uma vergonha enorme junto com uma felicidade por ele me acha linda. Estranho. Nunca me senti assim.

—Annabeth e você anjo? —pergunto e dou mais uma mordida no meu sanduiche de peito de peru. Ele me olha divertido e dá uma pequena risada.

—Anjo? Meu nome é Perseu, mas me chame de Percy. —diz e passa a mão na minha boca limpando os farelos do pão.

Apesar da vergonha que sinto por parecer uma criança comendo eu senti um enorme desejo que fosse os lábios carnudos que estão a poucos centímetro de distancia de mim. Seu rosto quadrado e com uma fina sombra de barba que faz ter uma cara de homem com h maiúsculo. Um vento mais forte bate na gente e me faz voltar em mim, eu viro o rosto e bebe um pouco de suco.

—Sim, você me salvou e agradeço muito por isso. —digo depois de colocar as coisas na areia do meu lado e me viro para ele que me olha sem falar nada.

—Algum problema?- pergunto começando a ficar envergonhada. Percy mexe comigo, eu mal o conheço, mas ele mexe comigo por dentro e por fora.

—Nenhum, apenas estou admirando o corpo de uma linda mulher. —diz ele passando os olhos pelo meu corpo e parando nos meus olhos.

Meu Deus!

Agora que me lembrei que estou apenas de calcinha e sutiã. Que vergonha. Eu viro o rosto e olho para as coisa que ele trouxe e vejo minhas roupas. Um vento mais forte que vem do mar e me faz encolher tremendo com o frio.

—Toma. —diz pegando uma blusa moletom da mochila e me enrola nela.

—Obrigado. —digo e me encolho dentro da blusa enorme dele enquanto o observo guarda as coisas na mochila, inclusive minhas roupas. —Por que você está guardando minhas roupas?—pergunto me levantando enquanto ele veste uma blusa, não disse nada apenas coloca a mochila nas costas, pega a prancha de surf e coloca em baixo do braço e se abaixa para pegar os chinelos na mão livre.

—Por que eu estou acampando aqui perto e vou acender uma fogueira, vai se esquentar e se secar ai você se veste com elas, mas por enquanto me siga, Srta. —diz e começa a caminha em direção ao píer, então o taxista me trouxe para o Brooklyn.

—Por que está acampando aqui? —pergunto depois dele acender a fogueira.

O acampamento e bem organizado, tem uma barraca de tamanho médio de frente para o mar e cerca de dez metros do píer da praia de Brighton Beach, ele fez um buraco raso na areia e a circulou com pedras. Estamos sentados lado a lado em cima de uma toalha azul, assim como tudo que vi aqui, apesar da obsessão nada discreta pelo azul ele fez um ótimo trabalho.

—Tirando uns dias para me dedicar a minha paixão. —diz ele se apoiando nos cotovelos enquanto admira o mar a nossa frente, seus olhos brilham sob a lua cheia os deixando mais lindos. Balanço a cabeça afastando esses pensamentos.

—O mar?-pergunto o imitando. Já estou completamente seca, mas não tive coragem de tirar o moletom dele, seu cheiro me deixa relaxada e tranquila, por isso fechei o zíper para me cobrir e estou com ele até agora.

—O mar e a minha casa, mas também é por causa do surf, daqui a alguns meses vai ter um campeonato e estou treinado. Como estou de férias do trabalho resolvi acampar. —diz ele e viro o rosto encontrando seus olhos verdes.

São como o mar.

O mar me puxando para ele, para me perde na sua imensidão.

—Entendo. —digo meio confusa com tudo o que estou sentindo.

—E você? O que veio fazer aqui? Aposto que não veio se afogar. —brinca me fazendo soltar uma risada.

—Não, apenas vim esquecer dos problemas e não me deixei conta das algas e quando dei por mim já estavam presas nos meus pés. E por falar nisso, muito obrigado por salvar minha vida, Perseu. —digo grata me sentando virada para ele.

Apesar de ter pensando em me entregar a morte de braços abertos, Deus tinha outros planos para mim e a prova disso foi o anjo de olhos verdes que ele mandou para me salvar. Agora o que me resta e descobrir o porque dessa chance que ele me deu, o que ele reservou para o meu futuro.

—Não precisa agradecer Annabeth, só me prometa que ira tomar mais cuidado ao nadar. -diz se levantando e se sentando de frente para mim, seus olhos cravados nos meus.

—Prometo.

Nossos os olhos não se desgrudam, a madeira estrala conforme o fogo as consomem, o mar agitado ao nosso lado e a lua.

Ah a lua.

Tão brilhante, e nos banhando com sua luz fazendo o belo e sensual rosto do homem a minha frente fica mais visível para a minha admiração. Logo o meu deleite pelo meu anjo e interrompido por uma forte rajada de vento vindo do mar me faz encolher em seu moletom, sendo assim quebrando nosso contato visual onde ele me hipnotizava e me via por dentro.

—Eu já volto. -diz se levantando e entra na barraca.

O que está acontecendo comigo?

O que ele está fazendo comigo?

Logo ele volta e se senta ao meu lado, coloca um cobertor grosso ao seu lado.

—Eu só trouxe um é o único jeito é...-quando dou por mim já estou em seu colo. -Esse.

—Ham...obrigado.- digo sem jeito. Ele sorri de lado e me puxa para junto do seu peito depois nos enrola no coberto."

Naquele dia não rolou nada entre nos, nenhum beijo ou mão boba. Apesar de tudo o que ele me fez sentir, não aconteceu nada, eu me sai muito bem resistindo aos lábios carnudos e rosados dele e a minha perdição que são seus olhos. Nos conversamos até a um pouco mais da meia noite, onde nos falamos um pouco da nossas vidas um para o outro.

Perseu Jackson Olympus, vinte anos, faz aniversario daqui a dois meses e pouco no dia dezoito de agosto, é recém-formado em Harvard no curso de Biologia Marinha, começou a trabalhar na escola Goode High School onde estudou desde pequeno. Sua família e humilde, mas com os anos de trabalho de pescador de seu pai, Poseidon Olympus, e com o sucesso que o primeiro romance que sua mãe, Sally Jackson, vem fazendo, os dois abriram um pequeno restaurante, aqui no Brooklyn, mas fica ao sul na praia de Coney Island e quando tem tempo ajuda eles servindo as mesas ou na administração do lugar. Aos sábados ele dá aulas de surf para crianças e adolescentes, bem ao lado do restaurante da sua família, Po&lly, o começo do nome do seu pai e o final do nome de sua mãe. Mesmo tendo condições de comprar um apartamento no centro de Manhattan, ele prefere morar com os pais na casa de praia que fica perto do restaurante.

Perguntei o porque e ele me disse que só sairia da casa das pessoas da sua vida para morar com a mulher da sua vida e dona do seu coração, ela seria a única que o faria sair de baixo das azas dos pais e tira eles de baixo da sua. Fiquei muito surpresa com sua resposta e minha admiração por ele aumentou sem limites, e com isso pedi que ele me contasse mais sobre ele. Sorrindo ele me contou da sua infância jogando bola e pescando com o pai, sua adolescência cheia de livros com a mãe, que o ajudou muito com os estudos que o fez entrar em Harvard. Durante toda a nossa conversa ele me manteve em seu colo, não me deixou  sair em nenhum momento, não posso dizer que foi um sacrifício, ficar perto delem junto dele me trazia uma paz e uma felicidade imensa então eu apenas me aconcheguei nele e fiquei escutando sua historia.

Depois de me contar sua vida eu contei a minha, sobre minha infância, adolescência, a faculdade, o infeliz acidente e o atual momento, o meu casamento. Ele ouvia tudo calado e me abraçava forte quando eu não aguentava e desabava, quando parava continuava a fazer carinho em meu braço ou no meu rosto. Quando terminei tudo o sono já estava quase me vencendo, ele me pegou no colo e me levou para a barraca, onde me deitou em seu peito e nos cobriu.

Foi a partir daquele dia começamos a nos falar, por telefone ou pelo meio que mais gostamos. Na praia. Sempre que temos tempos vamos para o lugar onde nos conhecemos e ficamos conversando no mesmo lugar onde ele arma acampamento. O único problema e que aqueles sentimentos que ele despertou em mim quando nos conhecemos ainda existem e foram se tornando cada vez mais fortes e intensos, ainda mais na noite do meu aniversario.

Eram onze horas em ponto quando chego no Brooklyn, na praia, corro em direção ao píer. Meus pais junto com Luke armaram uma festa surpresa, eu adorei ver meus amigos e tudo mais, só que Luke ficava toda hora colado em mim, me chamava de Maya e falava para todos os convidados da sua historia com a minha irmã se referindo a mim e para piorar a minha mãe ajudava. Todos percebiam a loucura que eles estavam e me olhava com pena, quando Luke me beijava eu sentia vontade de vomitar, aquele circo todo estava me fazendo mal e assim que eu vi uma brecha para sair eu peguei o primeiro taxi que vi.

Peguei meu celular para ligar para Perseu, mas eu vi uma mensagem sua me pedindo para encontrar ele as nove horas no nosso lugar pois tinha uma surpresa para mim, me corta o coração ler isso. O dia todo eu dei atenção a minha família e Luke, e desde ontem que a gente não se falava, pedi para o motorista ir o mais rápido possível.

Cheguei perto e o acampamento já estava montado e ele estava sentando em enfrente a fogueira mexendo no fogo com um pedaço de madeira . Sua expressão estava triste e abatida me corta o coração. Ele está vestido em um terno azul com uma gravata vinho escuro e seus cabelos estão mais revoltados que nunca. Lindo. O meu anjo está lindo.

—Anjo eu sinto mui...-

—Não me chama assim, Annabeth. —diz ele com a voz neutra.

Paro a alguns passos dele.

Ele me chamou de Annabeth. Ele tá muito bravo e magoado.

Desde aquele dia ele me chama de Annie ou Linda e eu chamo ele de Perseu ou Anjo, são nomes carinhosos e que só agente chama um ao outro, mas pelo visto ele está muito chateado comigo. Eu sabia que seria difícil em alguns momentos a gente se encontrar por causa da loucura que é a minha vida com essa merda de casamento e meu aniversario, ele sabia disso também, mas nunca se importou e sempre ficava do meu lado. Olhando para os seus olhos levemente vermelho eu vejo que dessa vez eu magoei ele.

—Eu sinto muito mesmo, n...-ele larga o pedaço de pau na areia com força e se levanta vindo na minha direção pisando duro.

—Eu não quero saber, a única coisa que eu queria nesse dia era apenas levar a mulher que amo para jantar na porra do melhor restaurante da cidade, a fazer se divertir e comemorar os seus vinte e três anos de vida, depois trazer ela para acampar, dá o presente que passei uma semana procurando e para fechar a noite, declarar para ela o amor que sinto, mesmo ela tendo uma família louca junto com um noivo pirado que pensa que ela é sua noiva falecida. Só que nem ter a atenção dela eu posso ter, e agora percebo que o coração também. —diz ele furioso para mim, enquanto gesticulava nervoso.

Ele me ama.

Meu Deus.

Largo meus saltos pretos na areia de surpresa enquanto ele arregala os olhos por perceber o que acabou de dizer. Perseu passa a mão no rosto e sobe para o cabelo, os bagunçando mais ainda e se afasta indo em direção ao mar.

Começo a sorri em meio as lagrimas de felicidade que saem dos meus olhos e molham o meu rosto. Eu também o amo e muito, agora vejo. Tudo o que sinto desde o vi pela primeira vez, no mar, e que veio se ampliando até agora e amor e pelo que ele me falou, não fui a única a sentir tudo isso.

—Linda eu..eu...-diz ele quando paro em frente para ele que está olhando para a água do mar batendo em seus pais.

—Shiii, não diz nada Anjo, eu também te amo. —digo colocando meu dedo em seus lábios que se curvam em um sorriso gigante.

Solto um grito alto quando ele rodeia minha cintura e me levanta do chão e me gira. Passo meus braços ao redor do seu pescoço e puxo sua cabeça para a minha e selo nossos lábios em um selinho. Me sinto como uma mocinha de cinema, com as pernas curvadas para traz enquanto seu amado a roda na areia molhada, mas não me importo, eu o amo e ele me ama. Isso é tudo o que importa.

Foi o melhor presente que podia ter ganhando na minha vida, mesmo eu tendo amado o colar de coruja de prata que tinha uma foto nossa, a gente olhando um para o outro e sorrindo que nem idiotas, dentro, o melhor foi ter descoberto o que ele sentia por mim e eu ter falado o que sentia. Eu não me lembrava de nada, como sempre acontece quando estou com ele e foi assim que me entreguei ao meu Anjo. O ruim foi que no dia tive que voltar a realidade, foi difícil, mas eu prometi que eu ia dar um jeito de me livrar de tudo e ficar apenas com ele. Os dias foram se passando e eu não conseguia fazer Luke enxerga o quanto isso era loucura, o dia do nosso casamento se aproximava e eu não tinha como impedir isso para poder ficar com o homem que amo. O dia do aniversario do meu Anjo chegou e eu passei com ele o dia todo, dei uma desculpa para todos e fui para a casa dos Jackson.

Sally e Poseidon me conheceram uma semana depois do meu aniversario, eles me trataram como uma filha e eu os amei a primeira vista, então juntos nos fizemos uma pequena festa para o nosso surfista e chamamos os seus amigos. O dia foi se passando e todos depois de festejar muito e parabenizar Perseu pelos seus vinte e um aninhos foram indo embora, sobrando apenas Sally, Poseidon, Perseu e eu. Depois de arrumar tudo Sally e eu fomos para a sala e vimos Perseu igual a uma criança abrindo os presentes e Poseidon dando risada em sua poltrona, logo nos juntamos a ele, mas mesmo dando risada eu achava muito lindo o jeito crianção dele e por isso depois de abrir todos e me despedir do casal Jackson eu puxei meu Anjo para o nosso cantinho.

—Eu amo você. —diz ele fazendo carinho em minhas costas nuas.

Tínhamos acabado de fazer amor e estávamos deitados olhando a lua em seu esplendor no céu. Sim, fizemos amor em plena praia, mas como aqui fica deserto anoite e ninguém vem para esse canto aproveitamos muito. Eu não montei a barraca, apenas coloquei um colchão de ar de casal, fiz a fogueira, trouxe uma cesta cheia de comida e um monte de cobertores e travesseiros.

—Também amo você. —digo feliz, beijo seu peito e abraço sua cintura.

—Apenas Eu, Você, o Mar e Ela. —suspira ele feliz enquanto me aperta mais ainda contra ele.

—Ela? Como assim? —pergunto levantando a cabeça e apoiando ela em seu peito, enquanto olho em seus olhos verdes-mar que tanto amo.

—Sim. Eu, Você, o Mar e Ela, a lua. Ela sempre esteve presente nos nossos encontros, presenciando nossa historia. —diz ele me fazendo sorri boba que nem ele.

—Você é o meu Anjo. —digo passando a mão em seu rosto, na sua barba por fazer.

—E você é a minha vida. —diz e se põem em cima de mim.

—Fico feliz de saber disso, mas se o senhor me der licença gostaria de te dar meu presente. —digo sorrindo e dou um beijo na ponta do seu nariz o fazendo da risada e se deitar no colchão de novo.

—Não precisava Linda, você já e o meu presente. —diz ele assim que ele vê o relógio Rolex, sorrio e abro ele e mostro uma foto nossa, com ele me abraçando por trás e eu beijando sua bochecha.

—Obrigado Linda, eu amei. —diz ele colocando o relógio na caixa e o colocando na areia, depois se volta para mim e me empurra para o colchão sorrindo.

—Eu, Você, o Mar e Ela. —digo a frase que ele me falou no meu aniversario e que agora e a nossa frase.

Ele sorri e me beija na boca e depois todo o meu corpo, e no meio da praia e com a lua e o mar nos nós amamos de novo.

Pena que depois do seu aniversario tudo começou a desandar, uma semana depois anunciaram a data do campeonato e ele seria no mesmo dia do meu casamento com o Luke, dezoito de setembro. Perseu começou a treina todos os dias a tarde, de manhã ajudava no restaurante e quando chegava a noite ele estava exausto e por isso mantive contanto com ele apenas por telefone, bom isso e também porque minha mãe junto com organizadora do casamento não me deixavam só nem por um minuto. A cada dia que se passava a gente ia se falando cada vez menos até que pararmos.

 “O tempo foi se passando e quando vi faltava uma semana para o casamento é o campeonato. Eu não consegui convencer ninguém que isso é loucura, e o pior de tudo disso tudo sou eu, não consigo falar a verdade na cara de Luke, não depois dele falar que se mataria se “eu” não existisse. Eu não me perdoaria se Luke se matasse, mas também não posso me casar com um homem que não amo. Meu celular apita e vejo uma mensagem do meu Anjo me chamando para ir para o nosso cantinho, tomei um banho e me vesti. Chamei um taxi e fui para o Brooklyn, era oito e treze quando o taxi parou, paguei ao homem e corri para o píer.

—Oi. —digo assim que me separo de seus lábios, sorrio para ele que me mostra seus dentes brancos.

—Estava com saudades. —diz ele tirando uma mão da minha cintura e acaricia minha bochecha, fecho os olhos e deito o rosto em sua mão.

—Eu também. —digo e do nada ele tapa meus olhos com as mãos. —Ei!

—Calma, quero te mostrar uma coisa. —diz no meu ouvido enquanto caminho as cegas com ele atrás de mim, me guiando pela cintura com uma mão.

—Que lindo, amor. —digo encantada com a mesa de jantar postas para duas pessoas a luz de vela e mais a frente uma fogueira e atrás dela uma tenda. Me viro para ele e passo meus braços em seu pescoço. —Muito romântico. —digo sorrindo e dou-lhe um selinho, ele aperta seus braços em minha cintura.

—Ser romântico às vezes ajuda. -diz me olhando com seus intenso olhos verdes-mar.

—Onde pretende chegar com isso Sr. Jackson?-pergunto levantando uma sobrancelha.

—Meu objetivo Srta. Chase e apenas deixa muito feliz. Vou alimentar e depois te deixar exausta de tanto fazer amor comigo. —diz e pisca para mim antes de me pegar no colo e me leva para a mesa.

Depois de um jantar delicioso Perseu me levou para a tenda e lá mais uma vez fizemos a lua e o mar  de testemunha do nosso amor, entre caricias, gemidos e muitas juras de amor.

—Falta uma semana. —diz enquanto faço desenhos aleatórios em seu peito definido.

Suspiro e me apoio no meu braço para olha-lo melhor.

—Perseu eu estou pensando em uma saída para tudo isso, não quero me casar com um homem que não amo, muito menos sendo forçada pela minha mãe. —digo me lembrando da nossa conversa no meio da semana passada.

—Forçada pela sua mãe?-pergunta se sentando, me sento também e coloco o lençol em baixo dos braços para cobrir meus seios.

Fico olhando para ele sem saber se devo contar ou não.

—Annabeth é  melhor você me conta agora ou eu vou ter que descobrir por conta próprio com sua mãe? —pergunta me fazendo arregala os olhos.

—Ela sabe sobre você. —digo e ele me olha e faz sinal com a mão para mim continuar. —Ela também partilha da mesma loucura que Luke de achar que sou a Maya, só que ela me falou a alguns dias que descobriu sobre a gente e que se eu não me casar com Luke por sua causa ela iria me mandar para a Europa, trabalhar em uma das filias de arquitetura de lá. —digo e vejo seus olhos se entristecer.

—Eu... eu...-diz desorientado.

Me aproximo dele e me sento em seu colo, seguro sua cabeça em minhas mãos o fazendo olhar para mim.

—Não se preocupe Anjo, eu vou dar um jeito, você vai ver. Vamos ficar juntos, eu vou fazer de tudo, eu prometo. —digo para ele.

—A minha boca vale o preço? -perguntou receoso.

—Sua boca, seus olhos, seu nariz, seu rosto é você todo. Eu amo você, o meu coração e seu, então sim Perseu, você vale é muito. —digo e impuro para o colchão e o beijo.

Depois de fazermos amor de novo, nos dormimos abraçados e na manhã seguinte depois de nos vestirmos e arrumarmos tudo ele foi me leva para a pista para mim pegar um taxi.

—Você vai me ver domingo? —pergunta me olhando.

—Claro que eu vou, que horas vai ser? —pergunto passando meus braço pela sua cintura.

—As três horas e meia da tarde. —diz fazendo carinho nos meus braços.

Arregalo os olhos.

As três e meia da tarde?

—Não me diga que é...-

—Sim. —digo com pesar e ele se afasta de mim passando as mãos no cabelo.

Ele tá nervoso.

Começa a puxar os fios negros.

Ele tá MUITO nervoso.

—Se você não conseguir resolver isso? Se você se casar com o loiro? Eu to querendo ver uma maneira de você resolver isso, mas não tem Annabeth, não tem. —diz ele ainda de costas para mim.

Ele não pode está fazendo isso.

Penso enquanto lagrimas começa a descer pelo rosto.

—Eu amo você, mais que tudo e te perde eu não quero. —diz se virando e pegando meu rosto entre as mãos. Seus olhos estão vermelhos e cheio de lagrimas que ele não permite cair, diferente de mim que já forma rios no meu rosto.

—Perseu...-soluço não acreditando no que ele vai fazer.

—Amor, eu amo você mais que a mim mesmo, e não tem outro jeito de você renuncia a toda a sua vida por mim, se você não se casa com esse Luke vai perder o emprego no qual você ama muito, a sua mãe e o seu pais. Eu quero ver você feliz e não posso deixar você fazer esse sacrifício tão grande. Eu vou aguarda tudo o que a gente viveu...-

—Para. —peço não aguentando escutar mais nada, a dor no meu peito está me consumindo rapidamente e posso ceder a qualquer momento. Ele não pode fazer isso comigo.

—Vou me lembrar de tudo, quero que saiba que você a mulher da minha vida e a única que tem o meu coração. Eu te amo, minha linda.- diz com a testa na minha, seus olhos ainda mais vermelhos e cheios de lagrimas. Ele me dá um selinho e se afasta na mesma hora que um taxi para do meu lado

O pior daquele dia foi que eu nem pude me tranca no meu quarto e chorar o dia todo, eu tive que segurar as lagrimas e aguenta minha dor calada por causa que minha mãe me obrigou a ir conferir os últimos retoques no meu vestido, a decoração, o bufe e ensaia mais uma vez a entrada na igreja. De noite quando cheguei dessa farsa e loucura eu só tomei um banho e desabei na cama.

Não vou dizer que esse casamento foi a pior coisa da minha vida, foi em parte, mas se não fosse tudo isso eu não teria ido para a praia, não teria mergulhado no mar, não teria ficado presa nas algas e o principal, eu não teria conhecido meu anjo. O que dia que nos conhecemos foi perfeito, está com ele enquanto ele falava sobre ele e eu falava da minha vida, me fazia entrar num mundo só nosso, todos os problemas e todas as pessoas da terra, era apenas ele e eu.

Eu, Você, o Mar e Ela

Sim, éramos eu, ele, o mar e a lua. Nossas testemunhas, testemunhas do nosso amor, da nossa paixão e do nosso desejo um pelo outro. Nesse tempo que passamos juntos, que eu estive na vida dele, na vida dos seus pais eu vi que eu queria aquilo para mim, queria forma uma família com ele assim como Sally e Poseidon, eu almejava tanto isso com ele, mas a minha vida sempre tem que da reviravoltas. Até agora não acredito que minha mãe me ameaçou, a cada dia vejo que não tem mais jeito, meu pai também está ficando cansado com isso, mas assim eu ele não tem coragem e por isso eu nem contei para ele sobre tudo isso.

“Eu vou querer esse. —digo olhando o vestido tomara que caia que se molda no meu corpo até a cintura que é enfeitado com flores que vão diminuído quando chega no final da cintura, onde tem um cinto prateado que dá um charme, e o tecido cai elegantemente até o chão, sua cor e um branco misturado com um dourado bem claro. Eu pensei nele, no meu Anjo, quando o vi no manequim.

—Com licença, a senhora poderia me deixar a sós com a minha filha? —pergunta minha mãe entrando na sala, a senhora que ajeitava algumas coisas na cauda assente e sai as pressas. Olho a cara da minha mãe pelo enorme espelho a minha frente e entendo a pressa da senhora.

—Até quando você vai continuar com isso, Annabeth? —pergunta com as mãos na cintura.

Agora sou Annabeth?

Olho para ela pelo espelho e começo a alisar meu vestido.

—Continuar com o que, exatamente?

—Com o seu caso ridículo com o surfista. —diz cruzando os braços.

Arregalo os olhos e desço do banco vermelho, levanto o vestido com cuidado e vou para perto dela.

—Como você sabe sobre ele? —pergunto olhando no fundo dos seus olhos, idênticos aos meus, só que a loucura está presente neles.

—Eu só vou avisar uma vez. Se você ousar jogar fora esse casamento por causa desse surfista, eu juro que vou fazer de tudo, é você sabe que eu consigo tudo o que quero, então se algo der errado você vai ser transferida para uma das filias do escritório na Europa. —diz dura.

—Você...-

—Você não faz ideia do que sou capaz Annabeth. —diz e nesse momento vejo que minha mãe não existe mais, não a que eu conheci e que me criou junto com minha irmã.

—Você está louca, não enxerga que esse casamento é uma farsa? Uma farsa, uma ilusão sua e de Luke em que eu sou a Maya. Eu sou Annabeth, irmã gêmea dela, eu também sofro com a perda dela, mas eu estou viva Atena, eu Annabeth e não a Maya, era ela quem amava o Luke e não eu. A senhora não vê? —tento mais uma vez, ela ainda pode ver a loucura que está a tomando e que resultou nisso tudo.

Ela descruza os braços e me olha inexpressível por um longo tempo.

Vamos mamãe, eu sei que você ainda está ai dentro.

—Maya, por favor...-começa ela, mas eu apenas me viro e vou para traz do biombo tirar o vestido. Meus olhos estão alagados de lagrimas, não acredito que ela vai persistir nisso.

—Chama a costureira quando sair, por favor. —digo tentando controlar as lagrimas.

Choro abraçada a blusa do Perseu, o meu Perseu. Ainda guardo a blusa que ele me deu para me esquentar quando nos conhecemos, seu cheiro e um remédio para a minha dor, mas ai me lembro que ele me deixou para não me prejudicar, para que eu possa ficar aqui, ele só não entende que eu não posso e nem quero ficar nessa loucura que se tornou minha vida. Choro a noite toda e assim se seguiu até o grande dia.

—Maya Chase, o que pensa que está fazendo? –pergunta minha mãe, olho para ela que está muito nervosa e depois para o meu pai.

—Siga o seu coração, minha Annie, siga ele é seja feliz. –diz ele sorrindo para mim. Sorrio para ele.

—Obrigado pai, eu te amo. –digo para ele e me viro para o padre. –Não, eu não aceito. Me desculpa Luke, mas você quer se casar com a Maya Chase só que ela morreu e eu também sinto falta dela, mas eu sou a Annabeth e eu te amo como um amigo, é por isso que não posso fazer isso. –digo olhando em seus olhos azuis que olham tristes e desorientados, faço carinho em seu rosto e me viro para a igreja que olham atentamente para mim, pego a barra do meu vestido e corro para fora da igreja, corro para encontrar a minha felicidade.

—Para o campeonato de surf. –digo quando entro no taxi que passa na mesma hora que saio da igreja, onde minha mãe grita para mim voltar.

—Tem certeza? –pergunta vendo minhas vestes e o povo saindo atrás da minha mãe.

Ela não vai me impedir.

—Acelera logo. –digo para ele que pisa no acelerador.

—MAYA.- escuto o grito da minha mãe, mas não me importo mais.

—Pode acelerar moço. –digo sorrindo para ele.

—Você é muito louca menina. –diz o senhor assim que para em frente a Coney Island.

—Me diga senhor, corre atrás da pessoa que ama é loucura? –pergunto pagando a corrida.

—É, só quem é realmente louco por alguém que faz isso o que acabou de fazer, o rapaz que tem o seu coração tem muita sorte. Agora vá atrás da sua felicidade. –diz sorrindo para mim.

—Obrigado. –agradeço e saio do carro.

—Presente. –digo entregando para uma ruiva de olhos verdes que vejo indo para areia.

—Mas...-escuto ela dizer algo, mas eu já estou correndo em direção a multidão.

Corro na areia molhada, meu cabelo se desprende do penteado e bate contra o meu rosto, mas eu não ligo. Escuto a buzina e de longe vejo a multidão vibrar, paro um pouco e olho para o mar, os surfistas estão saindo da água, volto a correr.

—PERCY! PERCY! PERCY! PERCY! PERCY! PERCY! –gritam um monte de gente com o meu Anjo em cima delas, ele parece tão feliz e pelo visto foi o grande vencedor. Todos chama ele de Percy, mas prefiro Perseu pois apenas eu o chamo assim, eu e Sally, mas só quando ela está brava com ele, eu gosto pois sou a única tirando ela.

Paro distante de todos é fico observando todos parabenizar ele, seus amigos e fãs do esporte, até piranhas fora d’agua. Meu sangue ferve quando vejo algumas dela passando a mão no peito dele, que está exposto, pois ele só usa um short de lycra, eu disse para ele usar Long John, a roupa completa justamente para isso não acontecer. Passo a mão no rosto é decido que é melhor eu falar com ele outro dia, olho para ele uma ultima vez é vejo uma morena abraçando ele e tentando beija-lo.

Ah não, ele é meu, só meu.

—Com licença, o surfista e meu. –digo puxando ela pelo braço, não dou tempo para ninguém falar ou fazer nada, puxo Perseu para mim é o beijo.

—Uou! –exclama depois de nos separarmos de um beijo muito, muito caloroso. Encostamos nossas testas e ficamos sorrindo um para o até nossas respirações se regularizarem.

—Eu te amo muito, não vou deixar ninguém me separar de você. Nem você mesmo, então o senhor vai ter que me aturar até o fim da sua vida. –digo segurando seu rosto entre minhas mãos enquanto ele sorri para mim.

—Sendo assim. –diz e se separa de mim e vai para perto do seus pais. A multidão se afasta e forma um circulo a nossa volta, o sol está se pondo atrás de nos, ele pega algo com o pai que dá tapinhas em seu braço e sua mãe o beija no rosto antes dele volta para perto de mim.

—Em primeiro de tudo eu quero que me perdoe por ter deixado você ontem. –diz fazendo carinho no meu rosto. – Tudo o que eu mais quero é que você seja feliz, e pensei que se eu não tivesse mais na sua vida você conseguira isso...

—A minha felicidade é você, Perseu, eu larguei tudo por você e por mim, pois eu só serei feliz com você, quer prova maior que isso? –pergunto chorando emocionada com tudo isso, mas dou risada quando aponto para o meu vestido com a barra toda suja de areia molhada e seca. Ele ri também e coloco uma mexa do meu cabeço atrás da minha orelha.

—Não precisa, acredito em você.- diz sorrindo é se ajoelha na minha frente e pega uma das minhas mãos, a outra está na minha boca tentando abafar o soluço. Meu Deus! Aquilo é uma caixa de anel? – É por isso que tenho crença que você não vai fazer o mesmo comigo, eu pergunto para a mulher que tem meu coração, minha vida é tudo o que tenho se aceita se casar comigo? –ele solta minha mão rapidamente para abrir a caixa e pega de novo minha mão.

Os anéis são lindos, são de ouro, a dele é lisa e polida é a minha cravada de diamantes com um ligando o ouro das duas pontas nele. Perfeitos. A única coisa mais perfeita que os anéis é o homem maravilhoso que eu amo mais que tudo na vida, é está me pedindo em casamento. Ele me olha com expectativa, com seus olhos verdes-mar brilhando e seu sorriso branco de comercial digno da Colgate. Mesmo pegando um certo trauma de casamento eu mal posso esperar para o próximo.

—Mais é claro que aceito. –digo com um sorriso molhado. Ele sorri e tira o anel da caixa, mas quando vai colocar no meu dedo para.

—Você não vai fugir do nosso casamento, não é? –pergunta brincalhão e dou risada assim como as outras pessoas ao nosso redor.

—Claro que não, vou entrar na igreja, mas dessa vez o noivo é o homem que amo. Não tenho motivo para fugir. –digo para ele que sorri e desliza o anel no meu dedo, pego a sua aliança e coloco em seu dedo, depois o puxo e o beijo. Sorrio em meio ao beijo quando ele segura minha cintura e me gira no ar.

Alguns meses depois...

—Annabeth Chase você aceita Perseu Jackson como seu legítimo esposo? -pergunta o padre para mim.

Muitas coisas aconteceram até o dia de hoje. Algumas coisas que me entristece, como o internamento e tratamento para minha mãe, ela não aceitou ainda que sou a Annabeth e não a Maya e depois de um surto meu pai decidiu internar ela em uma clinica particular onde tem especialistas a ajudando, ela já saiu, está em casa com o meu pai cuidando dela. Hoje eles estão aqui no altar comigo, minha mãe não concorda ainda com meu casamento, mas pelo menos ela não deu nenhuma crise.

Outra coisa que me entristece e que Luke depois de entender, ele saiu do pais e não deu noticias até agora, apenas que está recomeçando a vida em algum pais na Europa. Fico triste que ele não queira muito contanto, principalmente, comigo, mas estou torcendo para que no futuro a gente possa voltar a ser melhores amigos.

Coisa boas que aconteceram foi que Percy falou em morarmos juntos num apartamento no centro de Manhattan, para que eu possa trabalhar a vontade no escritório de arquitetura, que meu pai tirou da minha mãe e passou para mim,  é me falou que ficaria perto da escola também, mas eu sei o quanto ele ama a praia e que sentiria saudades de ter os pais por perto junto com o mar e o restaurante. Então eu desenhei uma casa tipicamente americana na praia com uns metros de distancia da casa de Sally e Poseidon, mas com alguns metros e quartos a mais  e um pouco mais azul para nos dois, ficou pronta semana passada e nenhum de nos dois entramos lá, estamos morando no meu apartamento até hoje, vamos passar nossa noite de núpcias lá e amanhã vamos embarca para o Havaí.

Nesses meses que se passaram, Percy e eu, sim eu comecei a chamar ele assim, mas ainda o chamo de Perseu, aproveitamos muito, pois não tínhamos mais que nos esconder e limitar nosso tempo juntos por minha causa, é isso quer dizer que perdemos varias noites de sono fazendo amor no nosso apartamento e no nosso cantinho, assistindo nossos filmes e series favoritas comendo muita besteira, saímos para jantares românticos, no meio do trabalho ele me mandava flores, saímos para almoçar quando nossos horários batiam e essas coisas de casais. Ele só provou que é um verdadeiro príncipe, ou no meu caso, o meu Anjo. Esse ano que se passou foi o primeiro dele na escola, o que me deixou feliz por ele, todo o dia ele chegava dizendo sobre seus alunos e como eles eram inteligentes, apesar de seres bagunceiros as vezes, e assim como ele vai indo bem é já e considero um dos professores mais queridos dos alunos o escritório só vem crescendo desde que assumi a presidência e o comando dos arquitetos, resolvo com todos eles as obras e pedidos que recebemos.

Apesar de termos muitos trabalhos estamos conciliando bem, claro que sempre tem alguma briga, mas prometemos que nada e nenhuma briga boba iria nos separar, apesar de que já fiz ele dormi algumas noites no sofá algumas vezes. Meu pai conheceu o Percy e depois de uma saída de homens como diz ele, os dois chegaram em casa dando risada e se tratando como amigos de infância, eu achei super legal os dois se gostarem tanto, a única coisa que faltou foi minha mãe, mas com o tempo espero que ela o aceite.

Nesse tempo conheci alguns amigos do meu noivo, a família Di Angelo, Thalia e Nico junto com os gêmeos de olhos azuis, Thales e Salvador, que são umas fofuras, eles são a cara de Nico apenas com os olhos de Thalia e tem oito meses. Piper e Jason, irmão de Thalia também foram outros que conheci e são apenas namorados, mas pelo que Percy me contou logo teremos um novo casamento, Leo e Caly, Hazel e Frank, Will e Rachel a ruiva que dei meus saltos, sim foi muito engraçado nosso encontro.  Fiz novos amigos e conheci o meu amor da vida inteira, não a mais nada que eu possa querer, apenas preciso conta ao meu futuro marido uma coisa antes do sim.

Amor? –chama Percy estalando os dedos na minha frente.

—Ah sim, desculpa. –digo para ele que relaxa, mas me olha apreensivo. -Então antes disso eu...-digo fazendo todos arregalarem os olhos quando saio correndo, mas diferente do que todos pensam eu vou até minha melhor amiga, Lia, a esposa de Nico, ela está com Salvador no colo, dou um beijo nele e em Thales que está no colo de Nico, os dois vestindo um terninho preto cm pequenas gravatas azuis, lindos. Lia me entrega meu presentinho e volto correndo para o altar.

—Sim padre, eu aceito-o como meu esposo. –digo sorrindo quando entrego o embrulho pequeno para Percy e sorrio mais ainda quando ele abre e tira de dentro um par de sapatos de lã branco.

—Perseu Jackson você aceita Annabeth Chase como sua legítimo esposa? -pergunta o padre para Percy que nem olha para ele.

—Claro que aceito. –diz ele e se ajoelha na minha frente. –Vamos ter um filho? –pergunta passando as mãos na minha barriga, passo uma mão no seu cabelo e a outra por cima de uma das suas.

—Sim, logo vamos ter um filho ou filha para você ensinar a surfa nos sábados. –digo sorrindo sentindo as lagrimas molharem meu rosto.

—Vocês ouviram pessoal? –pergunta ele se levantando e olhando para todos os convidados que sorriem para nos. –Vamos ter um filho, seu padre nos declare logo marido e mulher para podermos comemorar? –fala se virando para o padre.

—Mas e as alianças rapaz? –pergunta ele e Percy apalpa o corpo todo, desesperado e logo encontra no bolso interno do paletó. Ele sorri para mim e abre a caixa e desliza, afobado, a aliança no meu dedo anelar direito e depois beija minha mão, faço o mesmo com a dele é o padre começa a falar novamente.

—Eu vos declaro marido e mulher...-Percy me puxa para um beijo quente, mas comportado a medida do possível por estarmos na igreja e na frente de muitas pessoas. –Deixa para lá, jovens. –resmunga o padre e nos separamos rindo.

Algumas horas depois...

—Pronta para uma vida ao meu lado? –pergunta Percy se colocando em cima de mim.

Depois de comemorar e curti muito nossa festa de casamento, pensei que iriamos para a nossa casa nova, mas meu Anjo me trouxe para o nosso acampamento, e nos amamos com a promessa de amor eterno.

—Mais que pronta. –falo sorrindo fazendo carinho em seu rosto que está um pouco áspero pela barba que está começando a crescer.

—Apenas Eu, Você, o Mar e Ela. –fala e no final aponta para a lua cheia que nos ilumina. –Ah e agora nosso pequeno baby. –diz deslizando para baixo até ficar perto da minha barriga é a beija.

—Sim, agora será que o papai babão poderia dar atenção a mãe do seu filho? –pergunto manhosa para ele.

—Sempre. –diz e volta para me beijar na boca e logo temos mais uma noite de amor, uma de muitas que teremos.


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Notas finais do capítulo

Annabeth na praia: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=214019293
Annabeth no dia do seu aniversario: http://www.polyvore.com/icy_winter_fashion/set?id=211001830
Perseu no dia do aniversario da Annie: https://secure.static.tumblr.com/e5eff4814d7e36cfb3971b76aaa22720/score4n/L0Bnqt52i/tumblr_static_tumblr_static_6oxv5uzdbzwg80css8owooo8w_640.jpg
Annabeth indo no encontro na praia: http://www.polyvore.com/romwe_grey_cardigan/set?id=212829939
Perseu esperando ela na praia: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/84/3e/58/843e5868d2ce1c3c3263145fbee48413.jpg
Vestido do casamento da Annie com o Luke: https://68.media.tumblr.com/92285a18ee3d54bce2be32aa90c05698/tumblr_ogxi8iJ7Ho1ueglx1o1_540.png
Alianças de noivado: http://www.noivasonline.com/figuras/ilustra_aliancas_noivado.jpg
Vestido de casamento da Annie com o Percy: https://imaginesecasar.files.wordpress.com/2013/03/tumblr_mdxm1upl8m1r5aoado1_500.jpeg
Terno do Percy: http://www.biggaypictureshow.com/bgps/wp-content/uploads/2015/04/logan-lerman.jpg
Alianças de casamento: https://www.dijior.com.br/admin/arquivos/eaf0b838c455b0266e06256b2e742480.png

Espero muito que tenham gostado da One, é comentem se quiserem que eu faça outro mais para frente.
Com a One eu espero ter retribuído, pelo menos um pouquinho, do tanto que fazem por mim. Muito obrigado mesmo a cada um é a minha amiga Manda que escolheu as alianças, obrigado Manda, e por ultimo, mas não menos importante, ao meu amigo Ivo que fez essa capa que eu amei muito, muito obrigado mesmo.
Perfis de alguns amigos que você devem visitar se quiserem ler fanfic’s maravilhosas.
https://spiritfanfics.com/perfil/natichase
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Beijocas é até breve❤❤



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