Be My Queen escrita por MidorimaNailss


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, feliz ano novo.
Segundamente, dedico essa história para as mellorines da minha vida, que me apoiam até hoje: Gabs, Bats, Jubs e Mel. Obrigada por sempre me incentivarem a escrever e por acreditarem em mim, seja como escritora ou como amiga.
Por último, mas não menos importante: faz muito tempo que não escrevo, no entanto, escrevi hoje. Escrevi por querer escrever. As palavras simplesmente saíram. Não revisei, não pensei. Apenas foi, apenas deixei fluir, sem pensar demais. Eu estava com saudades disso, de escrever. Espero que gostem mesmo assim.
Boa leitura ❤



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Estava chovendo bastante na ilha em que eles atracaram. Por isso, acabaram parando num bar qualquer, o qual se encontrava próximo do navio deles, tendo em vista que bastava caminhar um pouco e subir uma montanha para chegar ao local.

— Carne! Carne! Carne! — Gritava o capitão do bando. Eles já haviam feito os seus pedidos, mas ele não conseguia ficar quieto. A única maneira de calar a matraca dele era enfiando alguma comida na boca do moreno.

Felizmente, todos já estavam acostumados com a atitude do capitão. Nico Robin sorria. Franky, Usopp e Chopper achavam tudo aquilo muito engraçado. Brook fazia piadas de esqueleto. Sanji fumava o seu cigarro, enquanto carregava no rosto um semblante de impaciência – não se sabia se era por causa da demora ou por causa do Luffy. Zoro fingia não conhecer o bando. E Nami soltava suspiros de insatisfação.

Sim, a ruiva estava acostumada com tudo aquilo. No entanto, não conseguia tirar da cabeça os sonhos que andava tendo desde que visitaram a ilha chamada Cartão das Memórias. O que mais a deixava intrigada era o fato de ser sempre a mesma cena. Certo, não era só isso, mas também por envolver o Luffy, de uma maneira que nunca tinha passado pela cabeça dela.

Os pensamentos dela foram interrompidos com a chegada da comida. Todos ali estavam com fome, além de quererem descansar e curtir a companhia uns dos outros. Assim, ela apenas relaxou e se entregou ao momento, afinal, o clima estava ótimo e fazia tempo que todos não se reuniam em um lugar diferente, ou seja, em um lugar que não fosse o Sunny Go e que não estivesse recheado de conflitos.

Para a surpresa de todos, a comida estava maravilhosa e mais do que isso, logo estariam bebendo horrores. Ficava feliz por não ser a única que admirava uma boa bebida. Quer dizer, era só olhar para o rosto do Zoro que você poderia perceber a felicidade que ele sente no momento em que coloca um pouco de sakê no organismo. Gostava de poder compartilhar esse tipo de alegria com alguém.

— Delicioso! — Sim. O Luffy nunca podia fazer nada sem demonstrar o que sente, sem falar. Sem deixar bem claro. Aquilo era engraçado. Não havia muitas pessoas assim e talvez fosse justamente esse o charme do futuro Rei dos Piratas.

— Ei! Pega o que está no seu prato! — Esbravejou a ruiva, já protegendo o restante da comida.

— Deixa de ser egoísta, Nami! É só um pedaço! ­— Ela fechou a cara rapidamente e bebeu um pouco de sakê. Ele já estava no vigésimo prato de comida e ainda queria a dos outros, francamente!

— Com licença, vou ao banheiro! — Nico Robin se levantou delicadamente e se dirigiu aos fundos do bar. Depois de algum tempo, todos perceberam que ela não voltaria. Provavelmente, foi dar uma olhada na ilha. Havia parado de chover.

Zoro se levantou depois desse tempo, enquanto se espreguiçava.

— Vou dar um descanso por aí. — E foi embora.

Franky e Usopp saíram juntos de suas cadeiras. Falaram que também iam dar uma olhada na ilha, verificar se encontravam algumas ferramentas ou materiais diferentes para o Sunny Go. Aquilo fez os olhos do Chopper brilharem.

Assim, logo ele se levantou e foi correndo atrás dos dois. Gostava de acompanha-los, sempre faziam coisas diferentes e também o ajudavam a encontrar os remédios que ele precisava. Fora que com a altura do Franky, o Chopper não precisava pegar um banquinho ou pedir para algum estranho que pegasse algo na última prateleira. Vez ou outra ele reclamava de ter que fazer isso, principalmente por causa da timidez dele.

O próximo a sair foi Sanji. Segundo ele, queria fumar em paz. Mas a verdade é que iria atrás de algumas mulheres.

Por fim, Brook. Ele apenas foi embora. Não disse onde iria ou o que faria. Na verdade, ninguém tinha visto ele sair. É, as vezes ele dava medo. Era incrível como ele sumia e aparecia do nada, bem como conseguia surgir nas horas que o bando mais precisava. Certo, algumas vezes ele era inconveniente, quer dizer, quem é que sai perguntado se pode ver a calcinha dos outros?

Enquanto Nami pensava sobre isso, Luffy segurou na mão dela e disse:

— Corre! — A ruiva só conseguiu pensar “o quê?”, mas antes de dar conta já estava em pé e sendo puxada e guiada pelo moreno, enquanto ele segurava o chapéu dele com a outra mão para que não caísse. Ele não queria pagar a conta, então apenas levantou e saiu correndo. — Shi shi shi! Essa ilha é demais!

Bom, toda ilha era incrivelmente demais para ele, mas ela gostava dessa empolgação dele. Gostava também de como ela se sentia quando ele fazia esse tipo de coisa. E quando ela diz esse tipo de coisa, é justamente o estilo de vida dos piratas. Só que no caso em questão, o estilo do Luffy.

Liberdade. Segurar a mão dele enquanto foge e ri, querendo não ser pega a todo custo, mas ao mesmo tempo já sabendo que o pior não aconteceria, afinal, era o Luffy. O capitão dela. Tudo isso, todo esse conjunto... fazia com que ela se sentisse viva. Mas agora, nesse momento, também a fazia lembrar do sonho que andava tendo.

“Eu vou ser o Rei dos Piratas e você será a minha Rainha”

E então, depois dessas palavras, ele ajeitava uma mecha de cabelo dela, para logo em seguida colocar o chapéu dele sobre a cabeça dela. Após isso, ele se aproximava do rosto dela, com a sua mão segurando levemente o queixo da ruiva. Os olhos dele estavam fechados. E ele muito próximo. Prestes a beijá-la. Só que aí, ela acordava.

Nas primeiras vezes em que tivera esse sonho, ficara um tanto quanto preocupada, sendo que depois passou a ignorá-lo, pensando que não tinha como aquilo acontecer. Porém, a frequência dessa cena começou a irritá-la, pois parecia real. Estava começando a parecer provável na cabeça dela. Ela queria aquilo. Seria bom se acontecesse. Seria, não seria?

Luffy parou de correr abruptamente, fazendo com que Nami esbarrasse com tudo nas costas dele. Assim, os dois acabaram parando no chão. Nami com o rosto na bunda do moreno e o Luffy com o corpo na grama, virado de barriga para baixo.

— Nami! É isso que dá você beber tanto! — A ruiva logo se recompôs, mas não sem ajudá-lo a se levantar. — Por que você está vermelha?

— É você que não olha por onde anda! E ainda fica parando do nada! — Ela ignorou a pergunta do moreno. A verdade é que ela foi parar na bunda dele e não sabia ao certo o que pensar sobre aquilo. Num primeiro momento, pensou que era macia. E no segundo, simplesmente pensou “minha nossa, o que você está pensando?”. Resolveu fingir que nada disso aconteceu, foi apenas procurar um lugar para sentar. Felizmente, ele a acompanhou e sentou ao seu lado.

— Luffy, eu tenho tido uns sonhos estranhos. Desde que visitamos a ilha Cartão das Memórias. — Ele ergueu os braços e começou a falar:

— AAAAH! AQUELA ILHA É DEMAIS! Nami! Vamos para lá! — Ela deu um soco na cabeça dele, o que formou um galo. — POR QUE VOCÊ FEZ ISSO, NAMI?

— A gente acabou de sair de lá! — De qualquer maneira, aquela ilha era realmente espetacular. Num primeiro instante, parecia um lugar normal, porém, quando você passava a conhecê-la, descobria coisas extraordinárias. Sempre que pensava nisso, a primeira pessoa que aparecia na cabeça era a Nico Robin. Ela imaginava que era assim que a amiga se sentia quando via coisas novas, quando descobria coisas que ninguém mais havia descoberto.

Naquela ilha, o bando encontrou bolas de cristais que continham memórias, sonhos, sofrimentos. Enfim, tinha tudo que a pessoa queria lembrar ou então esquecer. Na ala do esquecimento, o clima era sombrio e as cenas que passavam nos cristais davam arrepios. Em contrapartida, a ala das lembranças agradáveis, dos sonhos, era simplesmente coberta por uma aura de esperança, de sensações boas. Estar naquela ilha foi como estar num museu, porém mil vezes mais fascinante, pois eram os cristais que formavam aquele lugar.

— Luffy, aquela ilha me fez pensar em algumas coisas. E uma delas eu quero perguntar a você: existe algo que você gostaria de esquecer? — O capitão olhou para ela incrédulo.

— Mas é claro que não, Nami! — Ele cobriu o rosto dele com o chapéu. — As pessoas que nós conhecemos, as viagens que nós fazemos, as coisas boas e as coisas ruins, tudo isso fez nós sermos o que somos agora! Eu não poderia esquecer nada da minha vida. Nunca. — Colocou o chapéu na cabeça novamente e a fitou. — Mas eu gostaria de criar novas lembranças. Com você. Com o bando. E com o Ace. Eu realmente gostaria.

Aquilo a deixou sem palavras e também sem gestos. Não sabia como, mas queria continuar a conversa. Não era sempre que tinha a oportunidade de ficar a sós com ele.

— Está tudo bem? — Ele começou a fazer caretas para ver se ela esboçava algum sorriso. Acabou recebendo outro soco na cabeça. — NAMI, PORQUE VOCÊ FAZ ISSO!

— Está. — Ignorou-o mais uma vez. — É só... no sonho que eu tenho tido, você diz: Eu serei o Rei dos Piratas e você será a minha Rainha. E eu não sei o que pensar disso. — Luffy começou a rir abertamente, enquanto Nami tentava disfarçar o constrangimento que estava sentindo. O rosto dela estava virado para o lado, não queria encará-lo. Como assim ela conta o que estava a deixando aflita e ele começa a rir? Era incrível como ele conseguia irritá-la.

De repente, ela sentiu um peso sobre a sua cabeça. Um peso que ela conhecia muito bem. O chapéu. Ele havia colocado o chapéu na cabeça dela. Esse gesto sempre fazia com que ela olhasse para ele. Dessa vez, não foi diferente, ela olhou para ele. Com intensidade. Com expectativa.

O sorriso largo dele. O jeito que estava agachado, encarando-a.

— Ei, Nami. Eu achei que isso fosse bastante óbvio. — Ele consertou a mecha do cabelo dela que havia caído em seu rosto. Deixou sua mão ali, segurando os fios ruivos. — Eu só divido o meu tesouro com você. Ninguém mais. — O rosto dele se aproximou do dela. — E eu não tenho como viver sem a minha navegadora. Ou então, eu me perderia. — Mais perto. — E eu preciso proteger aquilo que é importante para mim. — Os lábios dele nos dela.

Era incrível como ele conseguia irritá-la. E também fazê-la feliz.


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