Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 42
O maior golpe




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Após o camento, as coisas ao invés de melhorarem, pioraram. Eu estava cada vez mais pálida e sentia dores muito fortes na barriga além dos enjoos. Eu fazia de tudo para não acordar Voldemort quando a dor me atacava de madrugada porque eu sabia que ele andava muito ocupado e cansado com a guerra que ele estava começando, mas à vezes era inevitável.

Sempre quando eu o acordava, ele tentava fazer algo pra me acalmar, chamava a Weasley aos gritos ou simplesmente me abraçava e acariciava a minha barriga. No geral, ele era um fofo, exceto quando pedia para eu abortar se a dor continuasse.

Eu já havia falado diversas vezes pra dormirmos em quartos separados até os gêmeos nascerem, mas ele se recusou terminantemente.

Alguns meses depois, eu descobri que teríamos um casal. Nada me fez mais feliz porque era o que eu queria e eles já tinham os nomes escolhidos, mas Voldemort não gostou muito porque queria dois homens para ajudá-lo a liderar. É óbvio que eu revirei os olhos quando ele disse isso.

Com muita dificuldade, consegui chegar ao sexto mês de gravidez e foi aí que eu senti a dor mais forte que eu tive na vida. Eu tentei segurar ao máximo para não acordar o meu marido que dormia ao lado, mas não consegui conter um grito. Era uma dor parecida com a utilizada para fazer horcrux, mas dez vezes pior.

Voldemort acordou assustado e tentou falar comigo, mas tudo o que eu conseguia fazer era gemer e chorar, então ele foi buscar a Weasley aos gritos, sem se importar de estar só de cueca e a bruxa entrou meio desorientada no quarto.

— Salve-a sua imprestável, ou você morrerá junto com a sua família desprezível! – ele gritou, já sacando a varinha.

— Senhor, me a-ajude a tirar o edre-dredom debaixo dela pra eu examiná-la me-melhor. – a medbruxa pediu aterrorizada com a ameaça dele.

— Use a varinha, sua inútil! – ele disse gesticulando a varinha suavemente e fazendo edredom sair de cima de mim. Senti a dor aumentar mais ainda e eu gritei mais alto.

— Não po-pode mexer com magia, prin-principalmente o se-senhor. Tem magia das tre-trevas envolvida. O senhor é um bruxo das trevas. Não aumente a energia que en-envolve a gravidez dela... – ela repreendeu Voldemort e ele se aproximou de mim.

Então eu senti um líquido escorrer pelas minhas pernas e quando eu fui ver o que era, quase gritei ao ver que a tonalidade dele era negra.

— O que é isso? Ordeno que me responda! – Voldemort exigiu. Magda Weasley ficou estatística observando – Crucio! – ele apontou para Magda e a senhora começou a se contorcer no chão. Ele só parou quando eu fiz um sinal com a mão para que ele não a atacasse mais.

Com muita dificuldade, ela se levantou do chão e tentou explicar.

— Se os livros estiverem certos, eu sinto muito senhora. – Magda disse pra mim com os olhos marejados. A dor que eu sentia sumiu, mas ela foi tomada pelo desespero. Eu voltei a chorar compulsivamente. – Tenho que examiná-la. Vamos levá-la para o quarto que tem os equipamentos e sem magia!

Voldemort não questionou, apenas me pegou no colo e me levou até a cama que se encontrava no quarto, e a medbruxa começou a me examinar. Ela usava uma varinha diferente para isso, então ela nos deu o parecer.

— Senhora, eu sinto muito... mas a menina está diferente. Os batimentos dela... ela não responde a mais nenhum estímulo, parece um corpo sem alma. O menino continua bem. – ela falou e eu voltei a chorar alto. Aqueles eram os sintomas que os livros descreviam quando a alma abandonava o corpo do bebê.

— Voldemort, me ajuda! Salve a nossa menininha, faz ela voltar a vida, por favor! É tudo culpa minha, culpa minha! – eu dizia aos soluços e ele apenas me abraçava em silêncio, sem saber o que fazer.

— Não é sua culpa, senhora. Ao que parece, a magia que a envolve atacou os bebês. É como se a menina se sacrificasse para que o outro saísse ileso já que que ele não aparenta ter nenhum arranhão. Ele ainda está saudável...

— Se eu não tivesse feito... se eu não tivesse feito... ela ainda estaria aqui – eu tive que me conter para não falar de horcruxes perto dela – minha menina! Salvou o irmão quando eu deveria tê-la protegido. O que será de mim, Voldemort?

— Vamos tentar ter outra menina no futuro se você faz tanta questão. Se não tiver mais nada a fazer aqui, saia! – ele se dirigiu furioso a medbruxa e ela saiu quase que correndo do quarto, então ele suavizou o tom de voz – Você vai ficar bem. Pense pelo lado positivo, ainda tem um vivo!

— Você não se importa, não é? Não sei nem o porquê de estar aqui. Você não ama os nossos filhos, nem sequer me ama, por isso ela morreu. Faltou o seu amor. – eu o acusei, quantas vezes implorei pra ele fazer um carinho na minha barriga ou tentar falar com os bebês como eu fazia? Ele apenas me olhou sério após eu acusá-lo. Em outra época, ele explodiria comigo e terminaria em uma briga feia, mas agora ele só me olhou inexpressivamente, fazendo eu me arrepender.. – Me perdoe, eu não deveria dizer essas coisas...

— Eu não saí da cama pra ser atacado desse jeito! Eu nunca enganei você, sempre mostrei o que eu era e ainda sim você quis filhos comigo. Não me culpe se você não consegue levar uma gravidez até o fim. – Ele cuspiu aquelas palavras em mim e eu voltei a chorar muito antes de voltar a falar.

— Você tem razão, e eu não quero mais viver... vou te contar onde está a minha horcrux, aí você a destrói quando o nosso filho nascer e se ele nascer, você me mata e cuida do nosso Millard ou entrega ele aos meus pais... – eu pedi e ele me olhou com raiva.

— Claire... eu não sabia que você era tão fraca. É irônico que quisesse dar o nome da minha mãe a ela e agora estar querendo fazer a mesma coisa que a maldita fez: morrer. Por causa disso, eu cresci sozinho em um orfanato. É isso que você quer para o seu filho? Eu a mato se você quiser muito isso, mas não pense que eu vou cuidar desse garoto porque se você não o quer, por que eu deveria? – ele me perguntou e eu senti aquelas palavras como uma maldição cruciatus lançada diversas vezes.

— Eu não quero viver com isso. Nossa filha morta... – eu retruquei e ele voltou a me abraçar.

— E eu não quero ficar sem você. – Ele respondeu e eu o abracei forte. Aquilo foi o suficiente para eu afastar meus pensamentos suicidas. Eu viveria por ele e por meu filho, então o deixei me guiar de volta para o nosso quarto, e quando deitamos na cama, ele me abraçou, trazendo uma calma que eu jamais imaginei que fosse sentir um dia. Por incrível que pareça, eu dormi nos braços dele.

No dia seguinte, Magda nos disse que não poderia mexer em mim para retirar a minha filha morta, o que significava que eu teria que carregá-la até o dia do parto, e só então eu poderia enterrá-la.

A enfermeira me garantiu que mantê-la ali não faria mal ao Millard já que ela já havia se deparado com casos que um dos gêmeos morria e precisava permanecer na barriga da mãe, e isso nunca prejudicou o outro bebê. 

Meu maior medo agora era o de perder Millard também, e isso fez com que eu chorasse o tempo todo, me deixando mais fraca.

Voldemort sempre tentou me acalmar, dizendo palavras bonitas, apesar de soarem falsas na boca dele, e sempre me abraçou, mas de alguma forma, eu achava que ele era o culpado de tudo, por não nos amar. É óbvio que eu não dizia isso a ele, mas ele parecia perceber. Então ele pediu a ajuda dos nossos amigos e eles me visitavam constantemente. 

Apesar de eu estar rodeada de pessoas, eu nunca me senti tão sozinha, exceto quando eu lia as cartas de conforto que Dumbledore me mandava. Ele era o único que parecia entender a minha dor já que ele me revelou em uma das nossas correspondências que ele havia perdido uma irmã de nome Ariana. Ele disse que nunca msis foi o mesmo após a perda dela, e eu sentia que eu também nunca mais seria a mesma.

Voldemort, depois de um tempo, parou de tentar me acalmar. Acho que ele se acostumou a ter uma esposa chorona e me deixou de lado, trocando poucas palavras comigo. Eu voltei a tocar no assunto sobre eu ir dormir em outro quarto até o nascimento do nosso filho, e por incrivel que pareça, dessa vez ele não se opôs.

Agora eu mal o via, às vezes ficava dias sem vê-lo, e eu começava a me sentir vazia e com medo de perdê-lo, mas ao mesmo tempo eu não queria fazer nada para evitar. 

Eu já não sabia mais em que pé andava os planos dele, não sabia mais quando as reuniões aconteciam e nem que horas ele chegava em casa. Dumbledore dizia que ele só estava me dando espaço já que com toda essa situação, eu relaxei na oclumência deixando a minha mente livre o suficiente para ele perceber que eu o acusava.

A única parte boa é que eu não tive mais dores como aquelas e Magda me garantia que Millard gozava de boa saúde. A Weasley também estava sendo muito querida comigo agora que Voldemort já não estava mais perto o suficiente para ameaçá-la.

 Então, a enfermeira me enchia de histórias de superação que ela acompanhou no hospital para ver se eu começava a reagir, afinal, dali a pouco tempo, um garotinho lindo iria precisar de mim.

Nada faria eu esquecer que perdi uma filha, mas as histórias de Magda estavam começando a me devolver a alegria e a vontade de viver. 

Comecei a ficar mais animada com a chegada do meu filho, e eu mal podia esperar para olhar o rostinho dele. Eu esperava muito que ele se parecesse com o pai na aparência, mas que fosse bondoso e justo.

Pensar nisso me deu coragem para ir procurar Voldemort e tentar me reaproximar dele. Encontrei-o na biblioteca, debruçado sobre alguns papeis e mapas. Ele parecia tão concentrado que eu tinha pena de interrompê-lo. Eu já ia voltando para o quarto quando ele me chamou.

— Algo importante a dizer? – ele perguntou sem tirar os olhos dos papeis.

— Sim. Estou voltando hoje para o nosso quarto, e eu quero também me desculpar por ter sido tão egoísta com você nos últimos dois meses. Foquei tanto na minha dor que esqueci do marido maravilhoso que eu tenho em casa. Eu amo muito você, Voldemort, sempre amei e sempre amarei. – Eu respondi e já ia sair, mas parei ao vê-lo se levantar e se aproximar de mim.

Não resisti quando senti o toque dos lábios dele sobre os meus e o beijei com toda a intensidade e com todo o amor que eu sentia por ele. Então ele me soltou, voltou para os papéis dele e eu fui para o nosso quarto.

Dias depois, eu estava prestes a completar nove meses de gestação quando senti vontade de comer uns doces no beco diagonal. Fazia muito tempo que eu não saía, então decidi ir sozinha até lá até porque eu não aguentava mais ficar dentro de casa.

Despistei Magda e os elfos e aparatei até o Beco Diagonal. Era bom ver a luz do dia de novo. Eu não estava arrumada, nem nada, pelo contrário: havia engordado 15 kg e vestia vestes velha e largas para não apertar a minha barriga. Pela primeira vez, eu não me importava com a aparência, eu só queria comer doces.

O fato da minha barriga estar enorme fazia eu caminhar com dificuldade até a loja que eu queria. Quando eu ia entrar, senti alguém segurar levemente o meu braço. Aquele toque só podia pertencer a Lestrange.

— Claire! O que está fazendo aqui sozinha? Não é muito seguro andar por aí quando se está grávida... – ele me repreendeu.

— É uma longa história... mas por que não me faz companhia? Apesar de que não quero causar problemas a você e sua esposa... – eu comecei e ele sacudiu os ombros como se dissesse que resolveria isso depois.

Pedimos um pudim e uma torta de chocolate, cada um. Contei a ele sobre a perda da minha filha, e ele começou a me confortar. Depois, começamos a falar de coisas mais felizes. Percebi que eu e Lestrange ainda tínhamos o mesmo humor, o que resultou em muitas risadas.

— Você não mudou nada. – ele disse – Continua encantadora. Até grávida é linda...

— Estou gorda, pare de ser gentil. – eu disse dando um sutil fora..

— Não, é sério. Eu tentei te odiar muito, mas eu nunca consegui. Você sempre vai conseguir parar o meu mundo de alguma forma... acho que nunca vou esquecer você. Posso ter uma vida feliz ao lado de alguém como tenho com Olívia, mas o meu coração sempre vai pertencer a você. – ele confessou e eu arregalei os olhos.

Era hora de partir. Me despedi dele que pareceu meio decepcionado, mas quando me levantei, senti as minhas pernas ficarem muito molhadas. Todos me olhavam estranho, inclusive ele. Então eu percebi: minha bolsa havia estourado. Eu precisava de um hospital. Comecei a me desesperar por medo de perder meu outro filho, mas Lestrange se levantou rápido, segurou o meu braço e aparatou comigo até o ST. Mungus. Ele conseguiu fazer com que me atendessem rápido porque eu só sabia chorar e pedir para que nada acontecesse ao meu Millard.

Lestrange entrou comigo na sala de parto, quando era Voldemort quem deveria estar lá, embora eu soubesse que ele nunca iria, nem se pudesse. Lestrange segurou a minha mão e eu quase morri de tanta força que fiz para expulsar meu filho de minha barriga.

Quase me desesperei quando não escutei o choro dele, mas Lestrange me garantiu que ele estava vivo. Pedi para Lestrange avisar meus pais, Rachel e a minha casa, e assim que ele o fez, implorei para ele ir embora porque eu não queria que Voldemort tivesse motivos para fazer mal a ele ou a família dele. Embora contrariado, ele se foi.

Meu maior pesadelo não se realizou, e ao contrário disso, eu havia ganhado mais uma razão para viver.


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