Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 24
Procuro por um relógio e encontro o que eu não devia




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Meus dias de casada estavam sendo ótimos, tanto que eu nem senti tanta falta de ter uma lua de mel assim.

Após uma noite daquelas com o meu marido, eu estava deitada em nossa cama só de camisola olhando o Lestrange se arrumar para ir para o trabalho no Ministério.

Ele estava fazendo graduação em leis da magia para subir de posto e estava fascinado com isso. Nunca pensei que ele se tornaria alguém viciado em trabalho, mas lá estava ele: dando o nó na gravata de um terno fino e fabuloso que ele estava usando e conferindo a aparência no espelho. Ele gostava de andar impecável e  isso só o deixava mais lindo.

— Amor, vou precisar de um favor seu. – ele começou após passar um pouco de um perfume maravilhoso que eu havia comprado pra ele na Itália – meu chefe fará aniversário daqui a três semanas e eu quero causar uma boa impressão. Ele é colecionador de coisas antigas e valiosas e eu queria dar um presente único pra ele. Queria que visse isso pra mim. É hoje que começam as suas aulas de especialização em finanças, não é?

— Vou comprar o melhor presente para você causar a melhor impressão possível! Mas sabe se ele tem preferência por alguma coisa? – eu perguntei para facilitar o processo – eu tenho aula mais tarde, vou passar no centro de Londres após a aula para começar a ver isso de uma vez. Sei de uma loja fabulosa que vende essas coisas.

— Obrigado, você vai me ajudar muito. Sei que ele gosta muito de relógios, se você achar algo nesse sentido... – ele pediu e em seguida se virou de frente pra mim – como estou?

— Ótimo. Começarei pelos relógios. Você está mais do que gostoso! Podia matar o trabalho hoje e passar o dia inteiro na cama comigo... – eu disse o olhando com malícia e ele sorriu.

— À noite estarei de volta e poderemos fazer o que você quiser. Estou em suas mãos, como sempre estive. – ele respondeu enquanto se aproximava de mim para se despedir com um beijo apaixonado – Bom primeiro dia de aula.

— Podemos pedir uma pizza então e depois assistimos algum filme, não sei. – eu respondi após beijá-lo nos lábios – bom trabalho pra você também. – eu respondi e ele saiu, aparatando quando chegou no quintal.

Não sei se já mencionei, mas escolhi morar com o Lestrange num lugar próximo à praia porque no fins de semana, quando ele não trabalhava, acordávamos e tomávamos café na varanda, depois transávamos ao som das ondas até ficarmos cansados para qualquer coisa é voltarmos a dormir.  Era excitante e divertido.

Desde que me casei fiquei umas três semanas junto ao nosso elfo doméstico decorando a casa do jeito que eu queria.

Lestrange gostava de tudo o que eu fazia, apesar de eu achar que ele só dizia isso porque não queria ter trabalho com aquilo.

Meus pais e meu irmão Teodore sempre vinham me visitar ao final da tarde, porque Teo sentia muito a minha falta e queria conversar sobre Hogwarts. Ele entraria na escola no próximo ano, mas agora com meus estudos começando, eles não poderiam mais vir aqui com tanta frequência e isso era ruim porque eu já estava acostumada a ficar em casa só recebendo atenção do meu marido, dos meus pais e amigos.

Depois de muito enrolar preguiçosa na cama, decidi levantar e me aprontar pra aula que eu teria dali a uma hora. Como não seria possível trabalhar no Gringotes da França, eu trabalharia no de Londres mesmo, no beco diagonal. As aula também seriam ali e eu seria ensinada por duendes, o que era engraçado porque eles não passavam de criaturas inferiores aos bruxos. Acho que ensinar finanças a nós era o ponto alto da existência deles.

Após me aprontar, escrevi uma carta para Rachel para que ela fosse comigo procurar o presente para o patrão do Les. Rachel decidiu ser medbruxa e estaria estudando quando a minha carta chegasse. 

Apesar de Druella ser a minha melhor amiga, ela havia se tornado insuportável depois que se casou porque agora ela só queria viver para agradar Cygnus e reclamar de ainda não ter conseguido engravidar. Não demoraria muito pra ele se cansar dela e arrumar uma amante porque homem não gosta de mulher que não se reiventa.

Assustei-me ao perceber a quantidade de pessoas que também desejavam graduar em finanças, inclusive alguns sangues ruins que estudaram em Hogwarts comigo. Manti distância deles e desejei atacá-los com algum feitiço das trevas que Riddle havia me ensinado na escola, mas como eu não podia fazer isso, só fiquei mesmo quieta na minha.

Após a aula, encontrei com Rachel na porta do curso. Ela havia recebido a minha carta pedindo socorro e veio me prestar ajuda.

— Vamos então? – ela me perguntou sorridente e desaparatanos no centro de Londres para ir até a tal loja – conheci um rapaz lá no Cabeça de Javali ontem! Obrigada por me indicar Hogsmeade, além de ser uma boa vila, acho que encontrei o amor dá minha vida, quer dizer não rolou nada entre a gente, mas conversamos bastante! Ele é lindo, Claire!
— Ah, é? – perguntei enquanto procurávamos a loja – e qual é o nome dele? Como ele era?

— Sebastian! Não lembro o sobrenome, mas o nome dele é Sebastian. Conversamos quase a noite toda! Ele é inteligente, interessante, tem os olhos e os cabelos negros um pouco grandes, até um pouco abaixo da orelha, mas não é desleixado, pelo contrário, é muito elegante! Ele usava um terno e bebia sozinho! Queria vê-lo de novo! – ela diz sonhadora.

— Bom, é só você ir mais vezes ao Cabeça do Javali, então você o reencontrará, mas nunca faça nenhuma refeição lá, só vá para beber! – eu disse me lembrando do almoço horrível que comi lá com o Les no ano passado.

— Você deve conhecê-lo! Ele não deve ter mais de vinte anos e estudou em Hogwarts! – ela disse e eu fiz uma busca no meu subconsciente, mas não encontrei ninguém com esse nome, a não ser que ele seja um sangue ruim, então para não desanimá-la, eu disse que me lembrava vagamente de alguém com esse nome.

Quando encontramos a loja, vimos que olhando por fora, ela parecia um prédio em ruínas, mas por dentro era espaçosa e cheia de coisas. Rachel e eu ficamos muito tempo olhando as prateleiras e escolhendo coisas para comprarmos antes de irmos até o balcão.

— Se muito não me engano, a senhora é Madame Lestrange. – disse um senhor que se encontrava atrás do balcão que deveria ser o dono da loja. Ele fez uma profunda reverência e beijou a minha mão quando a ofereci em cumprimento – quanta honra em tê-la em minha loja. Em que posso lhe ser útil? Perguntou o velho.

— Ãhm... bom, estou atrás de alguma antiguidade valiosa. Quero um relógio que tenha um grande valor histórico. Um relógio ou algo parecido, ou qualquer coisa que carregue a tradição bruxa. Quero presentear um colecionador. – eu digo.

— Relógios notáveis, não terei aqui no momento... mas tenho uma tapeçaria que pertenceu ao famoso Paracelso, o alquimista. É uma peça única por apenas 10 mil galeões. Também tenho um cinzeiro que pertenceu ao proprio Lufkin... esse custa 8 mil galeões...

— Fantástico! Mas nada parecido com um relógio? Meu marido insistiu que fosse um relógio... – citei Lestrange porque faria o velho oferecer algo melhor. Rachel assistia a cena com um olhar divertido.

— Havia um relógio. Pertenceu a Merlin e possui a marca dele, mas infelizmente não o temos aqui... – ele disse derrotado

— Que pena... será que eu ainda o consigo? – eu pergunto

— Talvez na Borgin & Burkes... o jovem que agora trabalha lá o comprou em nome do Burke... – o velho disse e meu coração disparou. Só podia ser ele.

— Bom, acho que verei o sr. Burke então... mas pra eu não sair de mãos vazias, gostei daquela mesa de centro rústica ali. Vou levá-la. Mil e quinhentos galeões, não é verdade? – eu perguntei rabiscando um cheque, deixando o dono da loja satisfeito. – entregue no meu endereço. Muito obrigada. – eu disse me despedindo e Rachel me acompanhou.

— Essa Borgin não sei o quê é a loja que o seu ex gostosão trabalha, não é? Que o Dolohov falou na Dinamarca? – Rachel perguntou e eu achei incrível essa capacidade dela de armazenar informações.

— Essa mesma! – eu disse – mas estou nervosa, eu não queria revê-lo. Senti meu coração disparar só de pensar que ele esteve naquela loja ali comprando o relógio e que eu posso encontrá-lo na Borgin & Burkes a hora que eu quiser além de ele trabalhar bem pertinho do Gringotes.

— Bom, seu marido quer o relógio, não quer? Vai ter que ir lá. Eu acho que não tem nada de mais, além do que vai ser bom pra você ver se vai sentir algo ou não... – disse Rachel e até que fazia sentido. Eu só iria ver o relógio, mais nada.

— É que estou com medo de reacender o que eu sentia por ele. Estou tão bem e feliz com o Les... mas você está certa, não vai ser nada de mais e talvez seja o senhor Burke que me atenda. – eu disse – você vem comigo, não vem?

— Ah não, isso é algo pra você resolver sozinha, entende? Mas não me poupe os detalhes depois. – disse Rachel.

— Tudo bem, então até amanhã? – pergunto

— Até amanhã. – ela responde e desaparata.

Tento respirar fundo e fico durante alguns segundos encarando o nada, até que eu consigo tomar a coragem necessária e desaparato rumo ao Beco Diagonal.

Confesso que cheguei meio trêmula ao Beco Diagonal e confesso que eu nunca tinha ido em direção à Travessa do Tranco porque eu achava aquele lugar assustador, e eu me arrependi amargamente por isso porque agora eu teria que procurar a loja já que não era seguro eu pedir informação pra ninguém ali, então coloquei meus óculos escuros e andei em direção àquele lugar assustador.

Todos os prédios e estabelecimentos ali eram macabros. Haviam poções venenosas sendo exibidas nas vitrines, cabeças de criaturas horripilantes em estado de putrefação, sem falar nas pessoas esquisitas que circulavam por ali é que fediam a cadáveres em decomposição.

Então eu a vi: uma loja até bonitinha comparado às outras daquele lugar: a Borgin & Burkes. Respirei fundo e entrei.

A loja estava vazia exceto por um senhor que conversava com outro que eu julgava ser o Borgin ou o Burke e por um rapaz debruçado do lado de dentro do balcão, conversando e sorrindo para um garotinho que não deveria ter mais de 8 anos de idade.

Levou alguns segundos para que eu pudesse reconhecê-lo porque os seus cabelos estavam um pouco mais longos que da época da escola, apesar de ele ainda continuar sendo o mais lindo de todos os homens que já tinha visto, e olha que eu rodei o mundo todo! Senti vontade de voltar correndo pela porta, mas eu precisava encarar os meus fantasmas, então decidi ficar.

— Tom Riddle! – Eu o chamei e o meu coração disparou na hora. Senti as minhas pernas bambearem e a minha visão embassar quando ele levantou o rosto para me olhar com o mesmo olhar inexpressivo de sempre.

Então ele esboçou um quase sorriso.


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