Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle
Meus dias de casada estavam sendo ótimos, tanto que eu nem senti tanta falta de ter uma lua de mel assim.
Após uma noite daquelas com o meu marido, eu estava deitada em nossa cama só de camisola olhando o Lestrange se arrumar para ir para o trabalho no Ministério.
Ele estava fazendo graduação em leis da magia para subir de posto e estava fascinado com isso. Nunca pensei que ele se tornaria alguém viciado em trabalho, mas lá estava ele: dando o nó na gravata de um terno fino e fabuloso que ele estava usando e conferindo a aparência no espelho. Ele gostava de andar impecável e isso só o deixava mais lindo.
— Amor, vou precisar de um favor seu. – ele começou após passar um pouco de um perfume maravilhoso que eu havia comprado pra ele na Itália – meu chefe fará aniversário daqui a três semanas e eu quero causar uma boa impressão. Ele é colecionador de coisas antigas e valiosas e eu queria dar um presente único pra ele. Queria que visse isso pra mim. É hoje que começam as suas aulas de especialização em finanças, não é?
— Vou comprar o melhor presente para você causar a melhor impressão possível! Mas sabe se ele tem preferência por alguma coisa? – eu perguntei para facilitar o processo – eu tenho aula mais tarde, vou passar no centro de Londres após a aula para começar a ver isso de uma vez. Sei de uma loja fabulosa que vende essas coisas.
— Obrigado, você vai me ajudar muito. Sei que ele gosta muito de relógios, se você achar algo nesse sentido... – ele pediu e em seguida se virou de frente pra mim – como estou?
— Ótimo. Começarei pelos relógios. Você está mais do que gostoso! Podia matar o trabalho hoje e passar o dia inteiro na cama comigo... – eu disse o olhando com malícia e ele sorriu.
— À noite estarei de volta e poderemos fazer o que você quiser. Estou em suas mãos, como sempre estive. – ele respondeu enquanto se aproximava de mim para se despedir com um beijo apaixonado – Bom primeiro dia de aula.
— Podemos pedir uma pizza então e depois assistimos algum filme, não sei. – eu respondi após beijá-lo nos lábios – bom trabalho pra você também. – eu respondi e ele saiu, aparatando quando chegou no quintal.
Não sei se já mencionei, mas escolhi morar com o Lestrange num lugar próximo à praia porque no fins de semana, quando ele não trabalhava, acordávamos e tomávamos café na varanda, depois transávamos ao som das ondas até ficarmos cansados para qualquer coisa é voltarmos a dormir. Era excitante e divertido.
Desde que me casei fiquei umas três semanas junto ao nosso elfo doméstico decorando a casa do jeito que eu queria.
Lestrange gostava de tudo o que eu fazia, apesar de eu achar que ele só dizia isso porque não queria ter trabalho com aquilo.
Meus pais e meu irmão Teodore sempre vinham me visitar ao final da tarde, porque Teo sentia muito a minha falta e queria conversar sobre Hogwarts. Ele entraria na escola no próximo ano, mas agora com meus estudos começando, eles não poderiam mais vir aqui com tanta frequência e isso era ruim porque eu já estava acostumada a ficar em casa só recebendo atenção do meu marido, dos meus pais e amigos.
Depois de muito enrolar preguiçosa na cama, decidi levantar e me aprontar pra aula que eu teria dali a uma hora. Como não seria possível trabalhar no Gringotes da França, eu trabalharia no de Londres mesmo, no beco diagonal. As aula também seriam ali e eu seria ensinada por duendes, o que era engraçado porque eles não passavam de criaturas inferiores aos bruxos. Acho que ensinar finanças a nós era o ponto alto da existência deles.
Após me aprontar, escrevi uma carta para Rachel para que ela fosse comigo procurar o presente para o patrão do Les. Rachel decidiu ser medbruxa e estaria estudando quando a minha carta chegasse.
Apesar de Druella ser a minha melhor amiga, ela havia se tornado insuportável depois que se casou porque agora ela só queria viver para agradar Cygnus e reclamar de ainda não ter conseguido engravidar. Não demoraria muito pra ele se cansar dela e arrumar uma amante porque homem não gosta de mulher que não se reiventa.
Assustei-me ao perceber a quantidade de pessoas que também desejavam graduar em finanças, inclusive alguns sangues ruins que estudaram em Hogwarts comigo. Manti distância deles e desejei atacá-los com algum feitiço das trevas que Riddle havia me ensinado na escola, mas como eu não podia fazer isso, só fiquei mesmo quieta na minha.
Após a aula, encontrei com Rachel na porta do curso. Ela havia recebido a minha carta pedindo socorro e veio me prestar ajuda.
— Vamos então? – ela me perguntou sorridente e desaparatanos no centro de Londres para ir até a tal loja – conheci um rapaz lá no Cabeça de Javali ontem! Obrigada por me indicar Hogsmeade, além de ser uma boa vila, acho que encontrei o amor dá minha vida, quer dizer não rolou nada entre a gente, mas conversamos bastante! Ele é lindo, Claire!
— Ah, é? – perguntei enquanto procurávamos a loja – e qual é o nome dele? Como ele era?
— Sebastian! Não lembro o sobrenome, mas o nome dele é Sebastian. Conversamos quase a noite toda! Ele é inteligente, interessante, tem os olhos e os cabelos negros um pouco grandes, até um pouco abaixo da orelha, mas não é desleixado, pelo contrário, é muito elegante! Ele usava um terno e bebia sozinho! Queria vê-lo de novo! – ela diz sonhadora.
— Bom, é só você ir mais vezes ao Cabeça do Javali, então você o reencontrará, mas nunca faça nenhuma refeição lá, só vá para beber! – eu disse me lembrando do almoço horrível que comi lá com o Les no ano passado.
— Você deve conhecê-lo! Ele não deve ter mais de vinte anos e estudou em Hogwarts! – ela disse e eu fiz uma busca no meu subconsciente, mas não encontrei ninguém com esse nome, a não ser que ele seja um sangue ruim, então para não desanimá-la, eu disse que me lembrava vagamente de alguém com esse nome.
Quando encontramos a loja, vimos que olhando por fora, ela parecia um prédio em ruínas, mas por dentro era espaçosa e cheia de coisas. Rachel e eu ficamos muito tempo olhando as prateleiras e escolhendo coisas para comprarmos antes de irmos até o balcão.
— Se muito não me engano, a senhora é Madame Lestrange. – disse um senhor que se encontrava atrás do balcão que deveria ser o dono da loja. Ele fez uma profunda reverência e beijou a minha mão quando a ofereci em cumprimento – quanta honra em tê-la em minha loja. Em que posso lhe ser útil? Perguntou o velho.
— Ãhm... bom, estou atrás de alguma antiguidade valiosa. Quero um relógio que tenha um grande valor histórico. Um relógio ou algo parecido, ou qualquer coisa que carregue a tradição bruxa. Quero presentear um colecionador. – eu digo.
— Relógios notáveis, não terei aqui no momento... mas tenho uma tapeçaria que pertenceu ao famoso Paracelso, o alquimista. É uma peça única por apenas 10 mil galeões. Também tenho um cinzeiro que pertenceu ao proprio Lufkin... esse custa 8 mil galeões...
— Fantástico! Mas nada parecido com um relógio? Meu marido insistiu que fosse um relógio... – citei Lestrange porque faria o velho oferecer algo melhor. Rachel assistia a cena com um olhar divertido.
— Havia um relógio. Pertenceu a Merlin e possui a marca dele, mas infelizmente não o temos aqui... – ele disse derrotado
— Que pena... será que eu ainda o consigo? – eu pergunto
— Talvez na Borgin & Burkes... o jovem que agora trabalha lá o comprou em nome do Burke... – o velho disse e meu coração disparou. Só podia ser ele.
— Bom, acho que verei o sr. Burke então... mas pra eu não sair de mãos vazias, gostei daquela mesa de centro rústica ali. Vou levá-la. Mil e quinhentos galeões, não é verdade? – eu perguntei rabiscando um cheque, deixando o dono da loja satisfeito. – entregue no meu endereço. Muito obrigada. – eu disse me despedindo e Rachel me acompanhou.
— Essa Borgin não sei o quê é a loja que o seu ex gostosão trabalha, não é? Que o Dolohov falou na Dinamarca? – Rachel perguntou e eu achei incrível essa capacidade dela de armazenar informações.
— Essa mesma! – eu disse – mas estou nervosa, eu não queria revê-lo. Senti meu coração disparar só de pensar que ele esteve naquela loja ali comprando o relógio e que eu posso encontrá-lo na Borgin & Burkes a hora que eu quiser além de ele trabalhar bem pertinho do Gringotes.
— Bom, seu marido quer o relógio, não quer? Vai ter que ir lá. Eu acho que não tem nada de mais, além do que vai ser bom pra você ver se vai sentir algo ou não... – disse Rachel e até que fazia sentido. Eu só iria ver o relógio, mais nada.
— É que estou com medo de reacender o que eu sentia por ele. Estou tão bem e feliz com o Les... mas você está certa, não vai ser nada de mais e talvez seja o senhor Burke que me atenda. – eu disse – você vem comigo, não vem?
— Ah não, isso é algo pra você resolver sozinha, entende? Mas não me poupe os detalhes depois. – disse Rachel.
— Tudo bem, então até amanhã? – pergunto
— Até amanhã. – ela responde e desaparata.
Tento respirar fundo e fico durante alguns segundos encarando o nada, até que eu consigo tomar a coragem necessária e desaparato rumo ao Beco Diagonal.
Confesso que cheguei meio trêmula ao Beco Diagonal e confesso que eu nunca tinha ido em direção à Travessa do Tranco porque eu achava aquele lugar assustador, e eu me arrependi amargamente por isso porque agora eu teria que procurar a loja já que não era seguro eu pedir informação pra ninguém ali, então coloquei meus óculos escuros e andei em direção àquele lugar assustador.
Todos os prédios e estabelecimentos ali eram macabros. Haviam poções venenosas sendo exibidas nas vitrines, cabeças de criaturas horripilantes em estado de putrefação, sem falar nas pessoas esquisitas que circulavam por ali é que fediam a cadáveres em decomposição.
Então eu a vi: uma loja até bonitinha comparado às outras daquele lugar: a Borgin & Burkes. Respirei fundo e entrei.
A loja estava vazia exceto por um senhor que conversava com outro que eu julgava ser o Borgin ou o Burke e por um rapaz debruçado do lado de dentro do balcão, conversando e sorrindo para um garotinho que não deveria ter mais de 8 anos de idade.
Levou alguns segundos para que eu pudesse reconhecê-lo porque os seus cabelos estavam um pouco mais longos que da época da escola, apesar de ele ainda continuar sendo o mais lindo de todos os homens que já tinha visto, e olha que eu rodei o mundo todo! Senti vontade de voltar correndo pela porta, mas eu precisava encarar os meus fantasmas, então decidi ficar.
— Tom Riddle! – Eu o chamei e o meu coração disparou na hora. Senti as minhas pernas bambearem e a minha visão embassar quando ele levantou o rosto para me olhar com o mesmo olhar inexpressivo de sempre.
Então ele esboçou um quase sorriso.
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