Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 14
Uma dor pior que ressaca e confirmo que ele é desequilibrado




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Acordei em um lugar diferente, mas ao mesmo tempo muito familiar. Meu corpo doía, mas eu não estava na ala hospitalar. Estarei eu em casa? Demorei um tempo para assimilar, então eu senti aquele cheiro e todos os acontecimentos da noite passada me vieram à tona: eu fui torturada até perder os sentidos pelo homem que eu amo ou que eu acho que amo. Ele sente raiva de mim, o que seria compreensível se eu não estivesse deitada na cama dele agora. Como vim parar aqui?

Tentei me sentar, mas a dor era tão grande que não consegui, então eu senti ele se aproximar. Fechei os olhos como se aquilo fosse me proteger, mas então senti o dorso da mão dele acariciar suavemente o meu rosto. Eu não podia estar mais confusa.

— Como está? – ouvi sua voz monótona perguntar, apesar de eu conseguir perceber um “quê” de preocupação no tom que ele usava para se dirigir a mim.

— Como você acha que eu estou? Quase me torturou até a loucura! Me sinto fraca e com medo de você, quero sair daqui. – eu respondi e ele suspirou sem parar com as carícias – isso tem que parar! – completei.

— Sei que passei do limite, mas eu estava com raiva, bêbado e com ciúmes. – ele disse essa última palavra em quase um sussurro e eu a guardei bem porque provavelmente seria a última vez que eu o escutaria dizer que sentia ciúmes de mim.

— Eu também passei dos limites xingando os seus pais, mas isso não justifica que você me torture até que eu perca os sentidos! Droga, Riddle, isso tem que parar! – eu disse me exaltando, mas logo me acalmando ao sentir aquele olhar fixo em mim. Um olhar que expressava arrependimento, talvez?

— É a minha maneira de reagir... – ele começou, mas eu o cortei

— Então vá reagir assim com outra pessoa porque eu cansei! Acredito em segundas oportunidades e não em terceiras, agora me tire daqui. – eu pedi e ele continuou imóvel me olhando

— Volte a dormir. – ele disse – hoje é domingo. Vai precisar descansar para se recuperar.

Eu queria, mais uma vez, contrariá-lo, mas eu estava tão cansada que assim que fechei os olhos, entrei em um sono profundo.
Acordei não sei depois de quanto tempo, mas eu me sentia melhor, mais leve. Enfim, pude me sentar na cama, e quando o fiz, encontrei-o sentado em uma cadeira lendo, talvez algo relacionado a magia das trevas. Quando eu ia falar, ele o fez na minha frente.

— Melhor? – ele perguntou me olhando intensamente e eu fiz que sim com a cabeça – Presumi que acordaria por agora, então peguei um lanche pra você. – ele continuou apontando para uma bandeja que se encontrava no criado mudo ao lado da cama.

Eu estava faminta, então não recusei o lanche, mas eu iria embora assim que eu terminasse.

— Tudo bem você ir, mas quero conversar antes. – ele respondeu me fazendo ter a certeza de que ele estava na minha mente agora. Eu quis xingá-lo, mas não ia mais gastar energias com ele porque ele não merecia.

Assim que terminei de comer e comecei a me levantar já me sentindo melhor, eu perguntei:

— Que horas são?

— são quatro e quinze... da tarde. – ele respondeu mecanicamente

— Nossa, eu passei o dia todo dormindo? Preciso voltar! Druella deve estar preocupada. – eu disse enquanto me levantava – te agradeço por cuidar de mim mesmo sabendo que só fez isso pra eu não parar na enfermaria e te entregar?

— Agradeça se achar que deve, mas antes de ir, quero falar com você. – ele disse se levantando da cadeira que estava e se sentando na beirada da cama, me puxando para fazer o mesmo.

— Não tenho o que falar com você. Sobre as reuniões, se eu não puder mais frequentar, eu vou entender, mas fique bem seguro que eu não vou revelar a ninguém porque como eu disse, eu sou a favor do extermínio dos sangues ruins.

— Sobre as reuniões... já disse que uma vez dentro, nunca poderá sair. – ele disse fazendo uma pausa com o irritante tom controlado na voz – quero saber o que há entre você e Malfoy.

— Tanto faz, e entre eu e Malfoy não há nada além de uma linda amizade – eu respondi – e por que te interessa?

— Curiosidade. Ontem não pareciam só amigos. – ele disse arqueando as sobrancelhas, céus, ele estava com ciúmes. 

— Não interessa o que parecia, mas o que você tem na cabeça por me torturar e depois cuidar de mim? Se decida sobre o que quer.

— Já disse meus motivos para o meu excesso. Nunca gostei de vê-la perto de outro homem que não fosse eu e mantenho a minha opinião. Você disse que gostava de mim, vamos namorar então. – ele falou me pegando de surpresa e me fazendo gargalhar gostosamente. Ele crispou os lábios.

— Quer namorar só pra não me ver perto de outros homens? Se você já é possessivo sem termos nada, imagina se eu aceitar a me envolver com você? Na próxima você me mata e eu gosto de viver, então minha resposta é não. – eu respondi decidida, embora estivesse surpresa e até lisonjeada. Eu seria a primeira namorada dele e ele era o cara mais bonito e inteligente de Hogwarts. Sempre imaginei que eu acabaria com um homem assim, mas ele é muito desequilibrado, então não serve.

Ao ouvir a minha resposta, ele deu um longo suspiro.

— Então como ficamos agora? – ele perguntou baixinho e monótono.

— Ficamos do jeito que estamos: cada um no seu cantinho, mas sem a parte da pegação. Riddle, eu não sou saco de pancadas de ninguém, ainda mais de  um homem ou melhor, garoto porque homem você não é. Não passa de um moleque. – eu terminei e me levantei da cama. Eu podia sentir que ele se irritara com as minhas últimas palavras, mas eu não ligava.

Ele não impediu que eu saísse pela porta e confesso que uma leve tontura me abateu quando eu saí. Procurei ficar perto das paredes para me apoiar durante o trajeto até a sala comunal, mas quando eu estava próximo a ela, fui socorrida por Lestrange.

— Parece que a cada festa, você dorme em um lugar diferente... – ele disse me olhando meio preocupado – o que aconteceu?

— Mal estar pela bebida. – menti – eu dormi na sala precisa mesmo.

— Entendo... – ele respondeu e eu não tive a certeza se ele acreditou ou não. – se apoie em mim! – ele pediu e eu não pensei duas vezes.

Lestrange me levou até a sala comunal da Sonserina e me largou no nosso sofá favorito. No começo, ele não sabia muito o que dizer ou como começar um assunto.

— Você e Malfoy... – ele começou – quer dizer, vocês já namoraram, ele é boa pinta, e eu entendo.

— Merlin, não! – eu protestei – Continuamos os mesmos amigos de sempre. O que aconteceu ontem foi um erro. Ele é noivo.

— Era noivo. Terminou hoje de manhã. Acho que ele vai tentar algo com você. Ele me disse porque sabe que  eu gosto de você, e depois, somos amigos... – Lestrange disse com um olhar triste.

— Ele meteu os pés pelas mãos então. Não quero nada com ele. Les... você é oclumente, não é? – perguntei porque lembrei que ele havia comentado uma vez que estava estudando oclumência.

— Não sou não. Eu estava até treinando, mas a falta de tempo e de ânimo me fizeram parar. – respondeu Lestrange.

— Podemos estudar juntos! Quero muito aprender! Fico imaginando o quanto ficamos vulneráveis! Não só pelo Riddle, mas para qualquer pessoa... – Eu disse embora a minha intenção era aprender para me proteger dele.

— Assim eu volto a me animar – ele disse abrindo um sorriso lindo. Quando começamos? – ele perguntou.

— Agora, se quiser! Quanto antes melhor! – eu respondi me levantando do sofá, ainda meio tonta. – Biblioteca então?

— Mas você não está bem... – ele disse preocupado.

— Mas eu estou com você. – eu retruquei sorrindo e ele pegou a minha mão, beijou-a e se levantou.

No caminho para biblioteca, encontramos Eileen e Druella, mas fiz questão de cumprimentar só Druella. Eileen me olhou com culpa, mas eu a ignorei.

O restante do domingo eu passei trancada com o Lestrange estudando oclumência. Copiamos alguns exercícios para fazermos antes de dormir e lemos vários artigos sobre o assunto para entendermos melhor a técnica. Lestrange era uma companhia tão agradável que fez a hora voar, então comecei a me questionar se valeria à pena ficar com o Riddle e abrir mão disso. Cheguei a conclusão de que não valeria e que o que eu sentia por ele passaria logo.

Fui com esse pensamento para o salão principal quando deu a hora de jantar e para a minha surpresa, Riddle não estava lá.


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