Troublesome Games escrita por KazeHime


Capítulo 1
Partida Única


Notas iniciais do capítulo

Fanfic de presente do Amigo Secreto (entregue aos 44 do segundo tempo) do grupo ShikaTema BR. ♥
Eu tirei~~ a Carol Costa, YAAAAAAY ~joga confete. q
Espero que aprecie. ♥



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— Cheque Mate. – Você está indo bem, mas ainda falta muito, garoto.

Shikadai bufou, irritado. Aquela era a quinta derrota seguinte no shogi  naquele dia. Tudo bem que tinha todo o potencial pra ganhar de seu pai em estratégias naquele jogo, mas por hora, era algo distante de acontecer.

Naquele jogo.

Analisando a situação dessa forma, sua mente pareceu se iluminar. E provavelmente ficou nítido em sua face quando sua irritação deu lugar àquele olhar confiante, carregado de superioridade – que Shikamaru bem sabia de onde o pequeno havia herdado.

Seu pai jogava shogi há anos, desde que tinha a sua idade, portanto, ganhar dele ali estava fora de cogitação. Mas e se jogassem...

—Revanche! – declarou, fazendo com que seu pai soltasse um suspiro cansado. Lá iam eles, novamente...  – No “O Ninja Estrategista III” – concluiu.

Certo, aquilo o surpreendera um pouco.

O Ninja Estrategista III” era o terceiro jogo da franquia “O Ninja Estrategista” para os novos consoles— jogos virtuais que surgiram com a evolução do mundo ninja –, os quais seu filho era viciado.

Provavelmente não seria problema para si aquele jogo. Confiava plenamente em sua capacidade de análise; – do contrário não teria as responsabilidades que tem – lendo o manual, e sabendo os comandos do jogo, se sairia bem.

 

 

Era um melhor de três.

 

Shikadai venceu a primeira partida.

— Parece que o jogo virou, não é, velho? –Provocou, certo de que tinha a aposta ganha. Ah, aquele traço de personalidade com certeza não era herança sua. – Faltam mais duas para o mais novo melhor estrategista dessa vila ser nomeado.

 

 

No sofá ao lado, Temari já não aguentava mais.

Era seu dia descanso, após uma longa missão diplomática. Estava mentalmente exausta.

Mas seu marido e seu filho estavam há horas em frente a televisão, jogando aquele jogo barulhento, com uma música de fundo que se tornara irritante ao extremo na última hora por sua constante repetição.

— Game Over. – Shikamaru declarou, preguiçosamente, ao vencer as duas partidas seguintes daquele jogo. Talvez sua paz houvesse chegado.

—Mas é meu território! Como é possível que você me vença? – Se deixasse por conta do filho, talvez não tivesse paz naquele final de tarde.

Ambos haviam passado o dia jogando juntos. O que tinha começado apenas como uma partida de shogi silenciosa e amistosa entre pai e filho, havia se tornado uma competição. Shikadai era bem inteligente, mas também não gostava de perder. O que os levara para a atual situação.

— Agora eu vou dormir e... – Shikamaru começou, sendo interrompido pela esposa.

— Não vai, não. O seu Hokage disse pra avisar que passasse lá no fim da tarde. – o viu levantar a sobrancelha numa expressão confusa – não esperava ser chamado naquele dia –, mas sem contestar.

— E, Shikadai, - o filho estava emburrado por ter perdido no próprio jogo – desligue isso, deu por hoje.

— Mas eu ia...! –pensou em contestar, mas não podia discutir com aquele olhar de sua mãe – Só por que não sabe jogar. – resmungou baixo, mas não o suficiente para não ser ouvido.

— O que disse? Pode repetir? – Temari perguntou; sua voz soando no mínimo intimidadora. Enquanto isso, Shikamaru deixava a casa, silenciosamente, como o fujão número um que foi um dia, deixando para que os dois se resolvessem sozinhos. Seu filho tinha provocado a pessoa errada, deveria ter consciência disso.

— Você não sabe jogar, mãe. – respirou fundo, repetindo. Sabia que se calar seria pior pra si.

— Ah, eu não sei? – ninguém a subestimava, nunca. – Melhor de três. Agora.

  

 

— Tadaima. – Shikamaru se pronunciou, com uma voz arrastada, sem ouvir uma resposta ao entrar em casa. Só não esperava se deparar com a cena que encontrou quando chegou à sala.

O cômodo, assim como quase todo o resto da casa estava com as luzes apagadas, iluminado apenas pela luz da televisão. Temari estava sentada no sofá, com os pés sobre o estofado, com um joystick nas mãos. A expressão dela era um misto de concentração, determinação e indignação.

— T-Temari? – perguntou, confuso.

— Ah, você chegou. – constatou, desviando sua atenção por alguns segundos da tela, após algumas horas – Demorou.

— O Naruto tinha uma papelada de outras vilas pra analisar e precisava de ajuda. – Entendam como fazer o trabalho quase todo sozinho. – Cadê o Shikadai?

— Dormindo. – sua atenção tinha voltado para o jogo.

— E você está jogando sem ele? – o marido ainda tentava entender a situação, embora uma hipótese se passasse por sua cabeça.

— Quando aquele garoto nasceu, eu há muito fazia missões rank S. – Shikamaru teve sua suposição confirmada na primeira frase. Ela havia perdido para o garoto – Já tinha ganhado muito de você no shogi. – Ele deixou um sorriso mínimo ao se lembrar de algumas vitórias conquistadas por sua amada. Não que ela não fosse suficientemente inteligente para ganhar uma partida, mas ela jogava sujo consigo às vezes. Fazendo insinuações, dizendo frases de duplo sentido ao movimentar as peças... Se lembrava que várias vezes ele entregou o jogo só pra acabarem logo com aquilo. – Isso não vai ficar assim. – Shikamaru foi trazido de volta de seus devaneios pelo monólogo da esposa – Eu vou descobrir todos os comandos desse jogo e aí ele vai vem quem não sabe jogar.

Shikamaru sentou-se ao lado dela, se mantendo em silêncio por um longo momento, prestando atenção em como ela estava enquanto presa em seu objetivo interno e naquela realidade virtual. Analisou como os dedos apertavam os botões do controle e, céus, ela tinha mãos tão bonitas; como os olhos ficavam semicerrados devido à concentração; como ela mordia os lábios, nervosa, ao tempo que seus dedinhos do pé sobre o estofado se apertavam.

Tantos anos, mas ainda se pegava encantado por cada pedacinho dela.

— Você bem que podia me ajudar, não é? Venceu ele mais cedo. – mais uma vez fora tirado de seus pensamentos, com alguma fala direcionada realmente para si dessa vez.

— Hm, Eu poderia... – começou – Mas o que eu ganho em troca? – aquele tom rouco combinado àquele indiscreto sorrisinho lateral deixavam claras as intenções dele. Desviando o olhar da tela mais uma vez, ela se aproximou, até que seus lábios estivessem a milímetros de distância, o encarando com aquela imensidão verde escura, pela falta de iluminação do local. Um sorrisinho lateral também adornava os lábios dela agora. Porém, seu significado era diferente do outro.

— Shikamaru... – ela disse, calma, levando sua palma sobre o rosto do marido, acariciando brevemente ali; mas logo sua expressão mudou drasticamente. – Se não vai ajudar, não atrapalhe. – Concluiu, se afastando e voltando à posição inicial.

— Yare, okay... – levantou se espreguiçando, e caminhou até o quarto que dividiam. Ela não sairia dalí tão cedo. Parou por um instante na porta do quarto, se voltando para a esposa antes de entrar. – As estratégias dele são mais simples do que parecem. O jogo é mais simples do que parece. – jogou aquela informação, entrando no cômodo.

Ela sorriu. Ainda que aquilo não parecesse de grande ajuda, era mais que o suficiente para si.

 

  

— Então, quem é que não sabe jogar agora? – Temari declarou na manhã seguinte, encarando o filho com aquela expressão convencida após ensinar uma lição ao seu garoto: Nunca subestimá-la. Em âmbito nenhum.

Ela possuía olheiras profundas – resultado de uma noite inteira em claro, jogando e compreendendo o game— mas estava satisfeita com o resultado daquela revanche.

— Não é possível. Vocês dois! – Shikadai bufava, inconformado por ter perdido para os dois adultos que nem sequer jogavam vídeo-games com alguma frequência como ele. – Vou querer revanche! Contra os dois.

Shikamaru sentia que, agora, seu inferno particular havia começado. Lidar com um dos dois no ápice da competitividade já era cansativo; com os dois, era pior. Principalmente pelo fato de que sabia que não conseguiria escapar dessa competição.

Só lhe restava aceitar e, talvez, entregar alguns jogos. Só talvez, porque apesar da preguiça, ainda sentia algum espírito competitivo dentro de si. Possívelmente, resultado da convivência com aqueles dois.


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Notas finais do capítulo

Mana, eu não coloquei outros casais, fiz uma historinha bem família mesmo (tu disse que ama família Nara q); não sei se isso é bem comédia, mas eu tentei fazer algo assim.
Não cresci muito o Shikadai, como tu pediu. ~joga uns -11 anos pra ele. (?)
Coloquei um momento quase romance ShikaTema, só quase mesmo, Temari tava bem pistola por ter perdido. q

Espero não ter estragado a personalidade de ninguém (medo de uma vida) e, principalmente, que você tenha gostado, Carol. ♥

Feliz final de ano. ♥