A Avaradora de Londres escrita por Wizarding World Stories do Rod, Rod Real


Capítulo 1
A Bruxa Ruiva




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A AVARADORA DE LONDRES (Capítulo Único)

—Há muitos anos atrás, aqui na Grã Bretanha, num vilarejo localizado onde um dia iria se tornar a King's Cross de Londres, viveu uma bruxa muito poderosa.

—Há quanto tempo, mamãe?

—Tempo o suficiente para ter sido a primeira pessoa a ter utilizado o Chapéu Seletor.

—O quanto poderosa essa bruxa era?

—Ela era muito poderosa. Muito... Poderosa o suficiente para ser uma Avaradora.

—E o que é uma Avaradora?

—Ah, uma Avaradora. Um Avarador é aquele que não precisa de Varinha Mágica. Que pode usar feitiços com as mãos.

—Uau! E pra que casa ela foi escolhida?

—Ah, foi uma escolha difícil para o Chapéu. Nós sabemos a casa para qual ela foi selecionada, mas ela tinha as qualidades e os defeitos de todas as quatro casas. Mas sabemos que ela foi escolhida para...

 

 

—... GRIFINÓRIA! - berrou o Chapéu Seletor para todos que estivessem no Grande Salão pudessem escutar.

A mesa da Grifinória, que ostentava mais de cinquenta alunos e possuía uma longa toalha de mesa vermelha com barras douradas, prorrompeu em gritos de alegria, palmas superanimadas e assovios. Lufa-Lufa e Corvinal também aplaudiram, mas Sonserina estava séria, como se acabasse de perder a Taça das Casas em último lugar. Não era pra menos. A garota era de uma nobre família de Sangue-Puro. Perder Ginger Weasley para a Grifinória era algo realmente perturbador para a casa das serpentes.

Além de Sangue-Puro, ela também era Avaradora, e isso também era uma perda grande para os sonserinos. Os Avaradores são estremamente raros na Grã Bretanha. Na verdade, é algo quase exclusivo da África. A África é o único lugar que tem mais de 50.000 bruxos avaradores, até porque lá eles não fabricam varinhas. Todos são avaradores. Ao contrário do resto do mundo, onde é impossível encontrar um país com mais de 5 Avaradores.

Bem... Ginger foi uma garota muito boa e doce. Sempre rodeada de amigos. Mas havia um porém. Ela não gostava muito que as pessoas mexessem com ela. E isso era uma coisa que a maioria dos seus colegas fazia quando ela se aproximava. "Avaradora! Rá! Isso não existe!" "Mentirosa, ela nem deve ser Avaradora nada!" "Se fosse uma Avaradora, por que ela levaria consigo uma varinha?" "Ela quer se achar só porque é uma Sangue-Puro."

Isso nunca acabava bem. Em suma, a maioria das pessoas que mexiam com ela acabavam penduradas de ponta cabeça no ar ou estuporadas em qualquer canto do castelo.

Apesar de boa, ela era facilmente irritável. Mas tudo piorou quando aconteceu aquele fatídico dia.

Era o último mês de aula. Ginger estava no quarto ano. Era o centro das atenções e tinha um grupo. Aliás, fazia parte de um. Era o grupo que tinha as garotas mais populares da escola. E elas usavam Ginger como um Escudo. Mas não apenas um escudo. Também era a Espada. Era o Protego e o Expelliarmus. A Defesa e o Ataque. Mas ela não sabia que suas amigas a tratavam assim. Ela realmente acreditava que elas eram suas amigas de verdade. E foi coisa mais idiota que ela fez. Aconteceu mais ou menos assim...

—Vocês não se cansam de usar a Ginger pra intimidar todo mundo da escola? - disse Luanah Wolf, irmã do ex-namorado de Ginger (Nicholas Wolf), para o grupo que passava com a ruiva pelos corredores intimidando os colegas.

—O que você quer dizer com isso, Luh? - Ginger, inocente e pura, ficou encabulada com o que a ex-cunhada dissera

—Não é nada, Ginger! - disse Ingrid Ignatius, líder do grupo - Essa garota quer mexer com sua cabeça e fazer você achar que estamos te usando. Mate-a.

—O q-quê?! - gritou Ginger.

Ingrid nunca fora tão longe. Nunca ordenara matar alguém assim, à sangue frio. Não fazia o tipo dela. Ou fazia? Bem, ela já tinha se mostrado capaz de tudo para conseguir intimidar os colegas, para ser popular.

—Não farei isso. - Ginger disse, sem nenhum tipo de dúvida. Ela não mataria por Ingrid.

—Mas que petulância! - Ingrid falou, totalmente surpresa. - Sem mim o que você é, sua... Sua estranha? Me obedeça! Eu sou sua líder

—NÃO! - e, de repente, Ginger se virou hostil para Ingrid e, com suas mãos, conjurou uma ventania, um vendaval com o feitiço Ventus e jogou Ingrid, sua trupe e quem mais estivesse no caminho a metros e metros de distância girando no ar com a ventania.

Se Ingrid e suas amigas sobreviveram ou não, Ginger nunca soube. Isso porque no mesmo momento ela fugiu da escola, utilizando o Ventus para voar.

Muitos anos se passaram. Ginger tinha agora seus mais de 30 anos. Foragida, porque matou alguns bruxos que deram a localidade dela para o Conselho dos Bruxos, que estava tentando encontrá-la para descobrir o que aconteceu para ela fugir da escola e deixar um caos no lugar.

Mais de uma década se passou. Ginger estava muito diferente. Depois de descobrir que quase todos que a conheciam queriam se aproveitar do Dom dela, ela ficou muito irritada. E a bondade, a inocência, a pureza dela foram corrompidas. Ela agora era uma garota maligna. Nem um pouco inocente. Criminosa. Foragida. Toda aquela bondade foi destruída.

Mesmo sua aparência havia mudado. Antes ruiva usou a magia para tornar-se morena. Seu curto Chanel deu lugar a longos cabelos lisos. Com Transfiguração, fez seus olhos verdes tornarem-se Brancos. A pele empalidecera e ela estava magra. Não usava roupas de trapos, pois o povo a temia e dava-lhe o que ela pedia. Robes e orbes novas estavam dentro de sua bolsa. Em nada parecia com os nobres Weasley, que a deserdaram logo após os eventos da escola.

Porém, certo dia, quando ela visitou um pequeno povoado, uma pessoa resolveu que não ia se submeter aos caprichos da criminosa. E alguns de seus vizinhos resolveram apoiar esse pensamento.

Todos formaram uma rebelião contra a Bruxa Ginger. Correram atrás dela com foices, ancinhos e varinhas em mãos. Alguns utilizavam magia para que tudo o que tivesse lâminas afiadas voasse na direção de Ginger. Mas, de repente, ela parou de correr.

Todo mundo ficou muito confuso com o ato da bruxa. O que ela pretendia?

—Não sei porque estou fugindo, quando, na verdade, quem deveria estar fugindo eram vocês. Nunca. Mais. Ousem. Me. DESAFIAR!

A visão de Ginger ficou turva de repente. Seus olhos brilharam e, de suas mãos, jorraram labaredas, como se fosse um mar de fogo. E as chamas tomaram conta do povoado. Os bruxos que caçavam Ginger foram incendiados. Sua carne se desgrudava dos ossos. Seus olhos derretiam. Seus pulmões se enchiam de fumaça e sangue. Seus órgãos caiam do corpo por buracos que o fogo criava. Suas almas fugiram dos corpos para que não sentissem mais dor. Com a dor de serem queimados magicamente, eles realmente almejavam algo tão doce quanto a morte.

Preparada para fugir, percebeu que uma mulher aparecera atrás dela. Provavelmente desaparatara. Mas estava numa parte onde não oferecia perigo de ser incendiada.

—Ginger Weasley? A Avaradora Ruiva? Venha comigo!

A mulher segurou Ginger pelo braço e desaparatou do lugar. Quando aparatou no destino certo, percebeu onde estava. Ela não via aquele vilarejo há muitos anos. Era Hogsmeade.

Olhou pra mulher que a sequestrara. Era uma mulher muito suja. O cabelo desgrenhado. As roupas rasgadas. Os olhos vidrados, lembravam os olhos de um lobo faminto e bravo.

—Sabe o quão difícil é se aproximar de você sem ser morta ou algo do tipo? Faz anos que estou te caçando, Weasley! - a garota disse. Sua voz era rouca, como se fosse um cachorro rosnando.

—Você é do Conselho dos Bruxos? Veio me prender? E por que me trouxe pra Hogsmeade? Tem um tipo de Sela de Segurança Máxima aqui?

—Você não lembra né? Claro... Passaram tantos anos... Lembra do Nicholas?

—S... sim... Foi o único amor da minha vida... Me trocou pela Isabella! Devia tê-los matado também!

—Não! Nicholas nunca gostou da Isabella. Ele ficou com ela porque estava sendo controlado.

—Me engana que eu gosto!

—Hipnose. Isabella era meio-vampira. Portanto, ela tinha habilidade de controlar as pessoas. Mas Nicholas nunca te esqueceu. E é por isso que eu estou aqui. Há anos te buscando pra te levar de volta até meu irmão.

—Seu... Irmão? Espera... Luanah! Santa Walpurga! É você mesmo!

Ginger apertou a Ex-Cunhada forte num abraço. Quando soltou-a...

—Espero que ainda me considere sua melhor amiga! Tive que aguentar as pulgas da vida por muitos anos pra te encontrar!

Luanah começa a coçar atrás da orelha como um cão coçando as pulgas.

—Pulgas? Como assim?

—Sou uma Animago. Não registrada, claro. Na verdade a Animagia é bem mais comum do que o Conselho faz parecer. Eu me transformo numa loba. A cauda era fácil de aguentar... Mas as pulgas...

Luanah então levou Ginger para uma casa discreta de Hogsmeade. Nicholas estava lá. Estava acabado. Os olhos muito inchados e negros. E chorou quando vou Luanah entrar com Ginger. A conversa foi tensa. Ginger pediu um tempo pra pensar. Mas logo cedeu e beijou Nicholas. Apesar de tudo, ela mostrou ainda ser a Ginger doce e insegura dos tempos de escola. Luanah saiu da casa e deixou os dois em sua privacidade.

Foi a noite mais romântica de suas vidas.

Porém... Pela manhã... Uma tropa imensa de bruxos enviados pelo Conselho dos Bruxos invadiu a casa em busca de Ginger, que nada pode fazer por ter sido petrificada enquanto dormia. Nicholas tentou defender Ginger, mas acabou morto.

Ginger foi presa em uma ilha britânica onde havia uma prisão que drenava a magia dela. Além dela, apenas mais alguns presos muito perigosos e guardas habitavam o local. E, nesse local, ela descobriu que havia engravidado de Nicholas. Seu filho, Hugo, foi enviado para ser criado pelos outros Weasley até Ginger sair da prisão. Mas os Weasley resolveram não contar dos pais do garoto pra ele. E isso foi a pior coisa que eles poderiam ter feito.

O fato é que a criança cresceu ouvindo terríveis histórias sobre a Bruxa Ginger. Ele a temia e odiava mais do que tudo no mundo. E não era a única pessoa a pensar assim. Todos os que cresceram ouvindo suas histórias pensavam assim.

E infelizmente o pior aconteceu. Quinze anos depois de ser presa, ela foi solta. No portão da cadeia, Luanah a esperava. A única amiga de Ginger. A única pessoa viva que se importava com Ginger. E se importava de verdade. Afinal elas tinham agora seus trinta e tantos anos e, apesar de tudo, se mantiveram sempre unidas. Uma sempre foi amiga da outra. A aparência de Luanah estava muito melhor. Parecia estar se cuidando. E apareceu toda produzida para buscar Ginger.

Elas então voltaram à Hogsmeade. O vilarejo havia mudado. Novas lojas haviam aberto,  outras haviam fechado e algumas continuaram. Havia um caminho novo que levava direto aos portões de Hogwarts. Mas Ginger reconheceu um casarão prostrado no lado oposto do vilarejo. A mansão Weasley.

—Não. - disse Luanah, vetando os pensamentos de Ginger. - Nós não vamos lá ainda. Você vai dormir comigo até que esteja pronta para aparecer na casa Weasley.

Dito e feito. Ginger foi levada para a casa de Luanah. E lá ela ficou por um tempo. Luanah conseguiu fazer Ginger aceitar voltar à aparência antiga: cabelos ruivos curtos e olhos esverdeados. Certa noite...

—E então? Tá namorando quem? - Ginger perguntou.

—Ninguém. Quem me ama eu não quero. Quem eu quero não me ama. - disse Luanah rapidamente, de repente interessada no acrílico do seu anel de bijuteria.

—Me conta, vai!

—Não! Tá! Eu conto se você contar quem você gosta!

—Eu nem queria saber mesmo. - disse Ginger virando a cara e ficando vermelha. - Mas como você sabe que a pessoa não te ama?

—Nossa relação não daria certo.

—Quem é? É o filho do Gregorovitch? Ou o Roberto filho da Jasmerta?

—Nenhum deles. Você quer mesmo saber?

—Claro!

—Okay... Chega mais perto pra eu poder sussurar no seu ouvido... Não quero que ninguém ouça...

—Desse jeito misterioso, só se for apaixonada pelo professor Godric!

Ginger se abaixa e aproxima seu ouvido da boca de Luanah.

E, então, Luanah puxou o rosto de Ginger e colou seus lábios no dela.

Luanah Wolf era perdidamente apaixonada por Ginger Weasley. Isso sim era uma surpresa e tanto. Nessa noite, as estrelas brilharam mais forte.

Dia de Natal. Luanah resolveu que era o melhor dia pra Ginger voltar pra casa. Então as duas saíram da casa de Luanah e foram na direção da Mansão Weasley. Mas ao chegar lá, descobriram que os Malfoy haviam roubado todo o ouro e a casa dos Weasley com um trambique. Os Weasley tiveram que se mudar pra Ottery St. Catchpole. E para lá foram as duas. Andaram um pouco conversando pela rua.

—E então. Alguma novidade? - disse Luana

—Já disse que te amo? - perguntou Ginger ironicamente.

—Não nos últimos dez minutos.

—Então... Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo!

—Assim está melhor haha... E a vida de criminosa? Haha...

E o que veio a seguir foi muito rápido.

Palavras estranhas gritadas, uma luz verde e alguém caindo no chão como um saco de roupas sujas.

Luanah olhou pra trás e viu Hugo Weasley sorrindo apontando sua varinha para Ginger desfalecida no chão.

—Imagina quantos Galeões eu vou ganhar do conselho por matar a Bruxa Ruiva! Ginger Witchest! Nossa família irá voltar para o topo! - Hugo sorria para o cadáver

—Não... Não! NÃO! SEU IDIOTA! VOCÊ MATOU A PRÓPRIA MÃE!

—O quê?!

Mas Luanah não estava mais pra conversa. Ela havia empunhado sua varinha.

—DEPULSO!

Hugo foi atirado pra trás e deu com as costas numa casinha torta demais pra estar em pé sem magia. Havia uma placa que dizia "A Toca dos Weasley".

—PETRIFICUS!

Todo o corpo de Hugo se transformou em pedra.

—EXPU!

E a estátua de pedra explodiu. Hugo deixou uma namorada de 14 anos que ele havia engravidado na escola.

Luanah então se transfigurou em loba e nunca mais foi vista.

 

 

—Nossa, mamãe... E a senhora não sabe que fim levou a lobinha?

—O que se sabe é que durante muitos anos uma loba passoi a visitar uma vez por semana os túmulos de Nicholas e Ginger, que foram enterrados lado a lado. Provavelmente acasalou com um lobo para continuar a linhagem dos Wolf, afinal sabemos que os Wolf retornaram mais tarde e foram para o lugar onde hoje é o Brasil. Eles formaram uma tribo por lá. Dizem que todos podem se transformar em lobos, mas não por Animagia. É por descendência lupina mesmo.

—Lupina?

—De lobo.

—E como a senhora sabe disso tudo, mamãe?

—Ah, querida! Essa história é passada pela nossa família de geração em geração.

Um homem entrou no quarto.

—Molly, acho melhor irmos dormir. Teremos um dia cheio amanhã!

—Certo, Arthur! Só vou terminar aqui com ela e já vou me deitar.

—Boa noite, Gina! - disse o homem beijando a filha e saindo do quarto.

Molly também fez o mesmo e logo Gina adormeceu...

Em seus sonhos, Ginevra Molly Weasley, lado a lado com Luanah Roma Wolf, defendeu Ginger Freckle Weasley de todo o mal do mundo. E foram lindos sonhos.

 

THE END


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