Inside a Dream escrita por Deborah Sophia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey sweeties!
Bem. Esta não é uma fanfic feliz e todo mundo que leu Burn sabe disto. O final dela é trágico, mas o importante é que o casal Drastoria tem seu momento feliz.
Esta fic é meio que uma continuação de Burn, mas ao mesmo tempo não é. Eu fiquei pensando como a Astoria se sentiria e tals com a situação e acabou saindo mais uma one.
Boa leitura pessoal!



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Astoria Grengass tinha vários sonhos.

Prestes a sair de Hogwarts, ela apenas queria que a guerra acabasse. Queria que seus pais desistissem da ideia idiota de casá-la com sabe-se lá Merlim quem. E, acima de tudo, ela queria que todos ficassem bem.

Depois de orar silenciosamente durante meses e meses, dois de seus sonhos se realizaram. A guerra acaba. Todos que ela amava, que ela realmente amava, e não coleguinhas distantes, conseguiram sobreviver a guerra. Entretanto, mesmo assim ela sofreu por todos os trouxas e bruxos que morreram, e sofreu pelos pais de seus amigos que estavam sendo mandados para Azkaban. 

Porque ela era assim. Ela sofria até quando não deveria. E para uma Sonserina, ela até que era... Boa. Sim, Astoria era boa. Mas, apesar disto, – ou por causa disto – após a guerra a vida não tinha sido muito boa com ela. Obrigada a se casar, ela agora tinha um filho de cinco anos – seu adorado e forte garotinho – e um marido que a traía.

Pela primeira vez, Astoria permitiu-se sofrer por si mesma. Porque ela estava presa em um casamento sem futuro com Draco Malfoy; e não porque todas as suas amigas comentavam quando Draco tinha uma nova amante – às vezes, até suas próprias amigas já haviam sido amantes dele.

This is not an easy life | Esta não é uma vida fácil
It's hard to hang on to hope | É difícil se manter com esperança
There's so many things that need to change | Há tantas coisas que precisam mudar
Well I wonder how we'll cope | Bem, eu me pergunto como vamos enfrentar

Mas o ponto disto tudo não estava apenas na traição. Não estava em todas as vezes que Draco chegava em casa e batia na porta do seu quarto apenas para transar e logo depois sair. O ponto disto estava em todo o sofrimento causado pela situação. Ela não sofria apenas por seu casamento fracassado. Ela também sofria por sofrer. Bem irônico, não? Mas ela sofria. Porque a garotinha que sofria pelos outros não conseguia se importar que sua irmã Daphne havia perdido seu filho de apenas cinco anos¹, ou não conseguia dizer um ‘Eu também te amo’ totalmente sincero para seu filho².

Havia tantas coisas mudadas que ela mesma não se reconhecia. Astoria não conseguia nem saber em quem ela se transformara, mas ela continuava mudando. Se tornando mais doente, mais triste, mais reclusa. Se não fosse por causa de seu filho – que com certeza viveria como uma babá até atingir a maioridade – ela já teria se matado. A afeição pelo filho era a única coisa que ainda a mantinha de pé. Seu lindo garotinho - que impressionantemente sabia de todos os rumores envolvendo seu pai - era tudo que a restava. 

But I know where to go | Mas eu sei para onde eu
Run away, run away | Correr para longe, bem longe
And lose myself inside a dream | E me perder dentro de um sonho
Opening up a secret door | Abrindo uma porta secreta
I lose myself inside a dream | Eu me perco dentro de um sonho
And find a world worth living for (living for) | E encontrando um mundo em que vale a pena viver (viver)

Não restava nenhuma dúvida para Astoria que ela não teria um final feliz. Mas de alguma forma que ela nunca vai entender, as coisas mudam. Astoria descobre que está grávida e mantêm o bebê por três meses. Três adoráveis meses que a fizeram até sorrir! Então, perde o bebê por Draco ter uma nova amante. 

Ele não sabia que ela estava grávida e, sinceramente, ela não via motivos para contar isto a ele. Quer dizer, do que iria adiantar? Ele iria parar de chegar tarde em casa? Ele iria passar a ser mais discreto? Ele iria parar de fazê-la sofrer? Não. Ele não iria fazer nada disto e Astoria admitia para si mesma com muito pesar. 
Mas ela tinha que descobrir justo no natal a nova amante de Draco. Justo quando seu filho Scorpius estava em casa, e justamente quando ela admite que estava grávida.

“- Mamãe, a senhora está bem?

— Não se preocupe com isto, filho. Apenas durma. – Minto calmamente.

— Eu sei que é sangue. – Rebate.

— Você sempre foi esperto, não é mesmo? – Falo com um sorriso triste. – Vamos supor que este sangue apenas impediu que você ganhasse um irmão. 

— O choro também é por causa do pai?

— Sim. – Afirmo com um suspiro resignado. 

— Uma nova amante, né? – Chuta Scorpius.

Respondo com um meneio de cabeça; Scorpius já havia perguntado isto. A resposta havia sido a mesma. Talvez eu não devesse responder, mas do que adianta? Ele já sabia dos fatos, não estava ali procurando uma confirmação. Queria saber como eu estava.

— Mamãe? – Chama Scorpius retirando-me de meus devaneios.

— O que foi, filho?

— Eu prometo que nunca serei como ele. – Fala em um tom sério.

— Isto é o melhor que você pode fazer. – Respondo beijando sua cabeça e em seguida saindo do quarto.

Assim que saio, vejo Draco na porta do mesmo. Por um momento, cogito a possibilidade de fugir dali. Não apenas porque meus olhos estavam inchados de tanto chorar aquela noite, ou por causa do sangue no meu vestido, eu apenas não queria encarar ele agora.

— Eu apenas estou menstruada, Draco. – Falo.

— O nome dela é Carla. 23 anos. 1,70 , trouxa e faz jornalismo. – Diz ignorando-me. – E o Scorpius é meu filho e ele ainda vai se orgulhar de mim.

— Ele se orgulha de você. – Rebato imediatamente. – Ele só não concorda com algumas atitudes suas. Só isto.

Por um instante, percebo que Draco vai desmentir o que eu disse a pouco, mas não, ele ignora-me e prossegue com o que fala.

— Você já parou para pensar que eu posso querer saber quando você fica grávida? – Grita assustando-me.

— Ele está morto agora. – Respondo esforçando-me para não deixar minhas lágrimas rolarem. – Não há nada para contar.

— O Scorpius prometeu uma coisa hoje. E eu prometo que farei tudo o que estiver ao meu alcance para que ele se arrependa do que disse.”

There is way too much to grasp | Isto é demais para entender
Am I losing hold | Eu estou perdendo equilíbrio
In a world full of many problems | Em um mundo cheio de problemas
I feel no control | Eu estou perdendo meu controle

Embora Astoria tenha achado aquela frase hilária (porque ela tinha certeza que ele sequer iria se lembrar do que acontecera de tão bêbado que estava), no final ele provou que estava certo. 

Lenta e vagarosamente, ele começa a mudar fazendo com que Astoria estranhe cada ação sua. Ele terminara com a amante, tentava passar mais tempo em casa e parara de bater na porta de seu quarto às 2 da manhã. Quanto a bebida, demorara um pouco para conseguir parar de vez, mas depois de seis meses já conseguia manter-se sóbrio (com algumas recaídas, mas sóbrio).

Nos seis meses seguintes, eles foram literalmente felizes. Tanto que Astoria achara que engravidara novamente. Ela tinha enjoos e tonturas, mas não era a gravidez que provocava isto. Ela tinha câncer.

Quando finalmente estava sendo plenamente feliz, tinha que ficar doente. Porém, ela não podia perder as esperanças de um dia conseguir ficar bem. Não porque ela queria viver, mas por aqueles que ficavam. 

Só que não havia cura, não havia jeito, não havia nada que pudesse curá-la. A doença iria se alastrar por todo seu corpo até que morresse. Ela, Draco e Scorpius sabiam disto e nenhum deles se conformara com a situação.

Esta história começou com “Astoria tinha vários sonhos”; todavia, esta frase está conjugada no tempo verbal errado. Mesmo com o câncer, ela ainda tinha sonhos. De que Daphne conseguisse ter um filho, de que Scorpius algum dia percebesse que amava Rose Weasley, de que Draco conseguisse fazer sua empresa crescer e de que todos acabassem sendo felizes no final.

Astoria era apenas uma sonhadora que manteve seu sonho de ter uma vida feliz em todos os momentos. E impressionantemente, não após uma longa batalha contra si própria e contra todos, ela conseguiu. Ela foi feliz até quando estava pela última vez com vida em sua cama. Foi feliz porque estava com seu filho e seu marido do lado, e, embora lamentasse por fazê-los sofrer indo embora, estava feliz. Ela estava feliz. Estava dentro de um sonho. 

Only a dreamer | Apenas um sonhador
Can keep the dream alive | Pode manter o sonho viver
I'll work and pray and sweat and slave | Eu irei trabalhar, orar, suar e escravizar-me
Until the dream is realized | Até ter meu sonho realizado.

 

¹: evento não verdadeiro, criado apenas para simular a dor de Astoria no momento.

²: neste caso, como é explicado em um determinado momento da fanfic, ela não consegue dizer porque não conseguia amar verdadeiramente alguém quando ela própria não podia se amar.


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