Torre Stark 02:08 PM

Estava tendo mais um dos seus pesadelos, aqueles que toda noite vinham atormentar a Cabe. A garota esta em pé na frete de um espelho observando seu reflexo quando uma suposta cena da morte de sua mãe é apresentada, Bethany esta desacordada em meio aos destroços do que um dia foi um prédio. A Cabe tenta se aproximar de sua mãe, mas é parada por uma voz, ao se virar vê uma figura conhecida.

—Foi você!-disse Tony.

—Se você não existisse nada disso teria acontecido. -disse alguém que tinha o rosto da sua melhor amiga, no fundo Lizzie sabia que aquela não era April.

—A culpa é toda sua!- dessa vez ao se virar se deparou com ela mesma.-Era você quem deveria ter morrido.-sua copia avançou sobre ela e a ultima coisa que viu foi a mão dela indo em direção ao seu pescoço.

Elisabeth estava ofegante, e ao passar as costas da mão sobre a testa percebeu que também estava suando. A garota se levantou e foi em direção a cozinha desesperada por um copo d'água, mas parou quando ouviu um barulho vindo do andar de baixo, a garota foi de encontro ao barulho e viu no final do corredor uma sala com as luzes ligadas, não se contendo foi em sua direção. Ao chegar lá deu de cara com uma porta de vidro e um Tony concentrado, o homem não parecia ter notado a presença da garota até o seu sistema avisar. Um barulho foi ouvido e o pequeno aparelho ao lado da porta agora exibia a palavra "autorizado" ao lado de uma foto de Lizzie.

—Sem Sono?-perguntou Tony, ainda focado em seu projeto.

—É, mais ou menos.- afirmou a garota indo em direção ao homem.

—Eu também.-disse Tony agora olhando para a garota.

—O que você ta fazendo aí?-disse a garota apontando para uma espécie de micro robô.

—É um microbot, são robôs que possuem peças em...-começou Tony.

—Dimensão microscópica. É,eu sei. –completou a garota.

A garota observou a mesa do Stark e viu um porta retrato no qual um homem e uma mulher sorriam pra câmera.

—Quem são?-disse a garota pegando o porta retrato.

—Howard e Maria Stark.-disse Tony agora com total atenção na garota.

—Agora percebi de onde veio o bigode mal feito.- Tony não conseguiu segurar o sorriso.

—Ele iria gostar de te conhecer.-afirmou o bilionário.

—Como ele era?-perguntou a Cabe curiosa.

—Sem tempo, eram raros os momentos em que nos reuníamos em família, quando não estávamos brigados, é claro.

—Bem a sua cara. E quanto a ela?-disse a garota, agora se referindo a Maria.

—A pessoa mais doce que já existiu.-disse Tony encarando o rosto de sua mãe na foto

—Até mais que a Pepper?-perguntou a garota com um sorriso de canto.

—Potts não é doce, aquela mulher me dá nos nervos.-disse Tony, o que fez a garota levantar uma sobrancelha e encara-lo.

—Duvido que conseguiria durar um dia sem ela.-disse a garota desafiadora.

Tony abriu e fechou a boca varias vezes antes de responder.

—Acho que não conseguiria. Se contar isso pra ela se considere uma adolescente morta.

Lizzie levantou as mãos em sinal de rendição e soltou um sorrisinho. A garota se voltou para a foto novamente.

—Como eles...-começou Lizzie mas logo foi interrompida.

—É uma longa história.- foi a única coisa que Tony disse, Lizzie achou melhor não tocar mais nesse assunto, por hora.

—Há quanto tempo conhece a Pepper?

—Você não vai parar né?!

—Não.-disse a menina sentando na cadeira giratória e e girando para esquerda enquanto segurava uma chave de fenda e desmontava algo.

—O que você ta fazendo?!-Tony tentou tirar o pequeno protótipo da mão da garota.

—Qual é?! Era só você ter substituído essa peça a...-antes da garota tirar a peça o aparelho faz um barulho irritante.-Oh-oh.-Uma pequena explosão aconteceu e os alarmes soaram, aparentemente sem necessidade. Um dos robôs de Tony veio em direção a garota e usou um pequenho extintor de incêndio para "conter" a explosão. Segundos depois deram de cara com uma Pepper totalmente desorientada e com uma estranha mascara verde no rosto.

—Vocês estão bem?-disse a ruiva ao abrir a porta de vidro em alta velocidade.

Pai e filha se encaram e começaram a rir, o que deixou Potts vermelha por baixo da mascara verde.

—Qual é a do guacamole?-perguntou a Cabe.

—Isso não é engraçado!-disse a ruiva os encarando.- Tony, são 02:30 da manhã.

—Você já comeu comida mexicana?- a garota acenou a cabeça em concordância.-Porque eu nunca comi comida mexicana?

—Tony!-repreendeu Pepper.

—Eu sem querer...-tentou terminar mas foi interrompida por Tony.

—Ela tentou se suicidar.-disse Tony agora direcionando o olhar para Pepper.

—Eu? Foi você que não me avisou sobre os riscos que tinham de aqueles fios serem frágeis.-esclareceu Lizzie.

Os dois trocavam um turbilhão de palavras , o que era quase inaudível para a Potts.

—CHEGA!-gritou Pepper.

Pepper foi em direção ao andar de cima sussurrando algo que parecia um "são idênticos".

Dia Seguinte. Sala de Treinamento.

—O que? Desde quando o Sr tem uma filha?-perguntou Peter.

—Desde semana passada.-afirmou Stark.

—E porque devo treinar com ela?-perguntou o Parker.

—Porque nem sempre vou poder proteger-la.-repetiu o que sua filha havia lhe falado mais cedo.

—E ela concordou com isso?

—Na verdade foi ideia dela.-disse Stark ao chegar a porta.-Boa sorte!-desejou Tony.

—Mas Sr Stark eu...-antes que ele pudesse terminar Tony o empurrou pra dentro da sala e fechou a porta.

—Patrick vai observar vocês daqui de cima, tenho problemas pra resolver.-disse Tony de uma pequena cabine de vidro.

Antes de Peter se virar ele ouviu uma voz conhecida, uma voz mais que conhecida, a voz que todas noites estavam em seus sonhos, ou pesadelos.

—Peter?- a garota conhecia aquele cabelo bagunçado até no meio da multidão.

—Elisabeth?-disse Peter ao se deparar com a garota,ele mal podia acreditar, ousou se aproximar para saber se era real ou apenas um sonho. –É você mesma?

—Sou eu!- disse a garota pulando nos braços de Peter.- Pensei que nunca mais te veria.-disse a garota o apertando.

—Como você sobreviveu? Se passaram meses e sua mãe...- Peter se interrompeu quando percebeu que estava falando mais besteira que o normal.- Eu sinto muito.

Elizabeth sorriu quando se soltou do abraço.

—Eu fui levada pra S.H.I.E.L.D , fiquei meses lá.-afirmou a garota.

—Eu fui no seu velório, Lizzie.-disse Peter com um semblante triste.-E logo depois veio o tio Ben, o que só complicou ainda mais as coisas.-disse o Parker cabisbaixo.

—O seu Tio...-antes de completar a frase Peter concordou. –Oh, Peter! Eu sinto muito.- disse a garota que logo em seguida colocou a mão direita sobre a bochecha do garoto, que prolongou o toque segurando sua mão.

—Eu senti sua falta.-admitiu Peter.

—Chega de conversa mole!-gritou Patrick da pequena cabine com uma parede de vidro que continha uma ampla visão de toda a sala de treinamento.

Lizzie se afastou corada por ter esquecido que não estavam sozinhos ali e seguiu Peter até o centro da sala.

—Tudo bem, invista em mim.-disse o garoto.

—Você vem sempre aqui?-perguntou a garota, Peter riu.

—Não dessa forma Elizabeth, se bem que...

—Foco!- gritou Patrick novamente.

Elizabeth tentou um soco mas foi parada antes mesmo de sua mão se aproximar do rosto do garoto.

—Desculpa, eu to meio enferrujada.-disse a garota.

—Eu vou pegar leve com...-antes que o garoto pudesse terminar a frase Elizabeth deu uma rasteira, mas o que a garota não previu era que ela iria de encontro ao chão junto com ele.

—Isso foi...-os dois estavam com os rostos tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.

—Constrangedor.-disse a garota ainda o encarando.

—Eu ia dizer bom.-disse o garoto levantando e estendendo a mão para ajudar, que Lizzie ignorou.

—Garoto?-Stark tentou contato pelo comunicador de Peter.

—S-sim, Senhor Stark.-afirmou o garoto, se afastando de Lizzie.

—Vou precisar que faça algo pra mim.-disse Tony.

—Claro, Senhor.-disse Peter.

—Estamos brincando de luta com uns robôs aqui, e vou precisar que fique com Elizabeth, em hipótese alguma deixe a garota sair daí, ela tem uma insignificante afinidade por uma das mutantes que está aqui.

—Mas, Sr Stark eu...

—Apenas faça.-disse Stark e cortou a conexão.

—Era o Tony?-perguntou a garota.

—Sim.

—E o que ele falou?-perguntou uma Cabe curiosa.

—E-ele...-tentou inventar uma desculpa.

—Não minta para mim.-disse a garota o encarando, Peter sabia que não conseguiria esconder nada de Elizabeth.

—Está acontecendo uma guerra de robôs e mutantes e sua amiga mutante está no meio.-cuspiu tudo.

—Lauren!-disse a garota ligando as peças.-Eu preciso ir.-disse a garota correndo em direção a porta, ao encostar na maçaneta sentiu alguma coisa prender sua mão ali.

—Mas o que?!-disse a garota em um misto de irritação e confusão.-Você quem fez isso?- perguntou a garota furiosa.

—Você fica linda quando está brava.-disse o garoto deixando seu pensamento falar mais alto.

—O que?!-disse a garota.- Peter, isso é teia de aranha?- disse Lizzie ainda mais surpresa.

—Você precisa saber de uma coisa.-Peter respirou fundo antes de falar. Lembrou do que seu tio Ben lhe disse uma vez, "Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades" e ele sabia disso, mas ele sabia que não conseguiria esconder nada de Lizzie.

—Eu sou o Homem Aranha.