Apaixonada Por Um Morto-Vivo escrita por Rafaello


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oláááá, estou de volta pra postar o capítulo do dia.
Mais cenas quentes.

Boa sorte e boa leitura!



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As coisas estavam se desenrolando numa proporção absurda. Turbilhão de atitudes, sentimentos, comportamentos, falas...

   Tina estava num momento de caos crescente. Ela percebia tudo vindo de uma vez como uma porrada na cara. Mas aguentava firme, o máximo que podia, sendo sustentada pelos vícios de beber e fumar. Visto que os dois aumentaram desde que o tal vizinho aparecera para infernizar sua vida.

   Jogou o cigarro fora quando estacionou a moto na porta de casa. Entrou, perdida pensando em tudo que aconteceu hoje. Ao abrir a porta, notou que o número do celular de Tom ainda estava bem vivo na palma de sua mão. Deu meio sorriso, lembrando da cena de sexo dos dois.

   Fechou a porta de entrada atrás de si e deu de cara com a sua mãe sentada no sofá, lendo um livro bem grosso.

   —-Oi, já chegou? Haney não levantou os olhos para dizer isso.

   Sua voz estava lenta e doce. Quando isso acontecia, Tina sabia que ela andara bebendo com Robson.

   A garota não respondeu. Foi até a cozinha, pegou um sorvete na geladeira e seguiu o caminho para seu quarto.

   Na beira da escada, prestes a subir, Haney continuou:

   —-Sabe, filha...

   Que saco!

   —-O que você acha de riqueza?

   O quê?

   —-O quê? Pensamento e voz ao mesmo tempo, Tina perguntou.

   Haney suspirou, sem tirar os olhos do livro. Obviamente, não estava lendo nada. Parecia melancólica. A filha, sem paciência.

   —-Me diga. Se um dia você acordasse e descobrisse que, na verdade, você é uma herdeira de família de grande influência no mundo, o que faria?

   —-Que papo é esse, mãe? Eu sou adotada ou você ganhou na loteria? Tina debochou, comendo uma colher de sorvete e nem reparou quando Haney arregalou os olhos.

   A adolescente pensou que a mãe tivesse bebido mesmo.

   —-Você andou bebendo? Ou só está fantasiando?

   Haney aliviou a expressão. De fato, tinha bebido. E somente por isso teve uma leve coragem de tocar naquele assunto. Precisaria de muitas garrafas para finalizar a fundo.

   —-Só fantasiando... disfarçou. Mas o que você faria?

   Tina resolveu entrar na brincadeira. Que mal faria? Ela realmente precisava de uma distração e aproveitou que a mãe estava bêbada para isso. Talvez elas nem discutissem no final.

   —-Bom... disse isso com a boca cheia de sorvete. Eu não sei. Acho que aproveitaria.

   Tina riu boba, pensando.

   Haney não.

   —-E se você nunca mais tivesse que ver seus pais, mudar seus hábitos, mudar de... forma? demorou-se na última palavra.

   Tina avaliou. Se entregou mesmo às fantasias da mãe. Primeiro clima leve naquela casa em semanas.

   Comia seu sorvete e pensava nos fatos. Se dissesse que não sentiria falta deles ou dos seus hábitos, ela estaria sendo insensível. E Haney parecia querer muito ouvir a opinião dela. Tina era um monstro? Às vezes, mas não precisava ser agora.

   —-E por que eu deixaria de ver vocês? Eu ficaria rica, não escrota.

   Haney assentiu. Mas não parecia feliz ainda.

   —-E se você não pudesse mais nos ver? Agora ela encarou a filha.

   Tina sentiu uma tensão. Engoliu o sorvete a seco pela garganta. A mãe encarava-a, suplicando pela resposta.

   —-Mãe, do que você tá falando?

   Haney chegou a prender a respiração, o peito estufado, como quem guarda muito ar. Arregalou os olhos. Tudo pareceu longo, mas não durou mais de 5 segundos.

   Depois disso, voltou seu rosto para o livro, se obrigando a recuperar a expressão doce que carregava quando Tina chegou.

   —-Nada, querida. Realmente, estou lendo muitos contos...

   Tina não acreditou em nem uma gota daquelas palavras. Muito estranho todo esse assunto e o final dele mais ainda. Pelo menos não terminaram discutindo, como sempre.

   Ela se levantou, ainda com as sobrancelhas franzidas reparando nos modos da mãe.

   Eu hein, louca!

   —-Vou pro quarto. Cadê o papai?

   Haney não respondeu mais. Fingiu-se de perdida na leitura. Tina bufou. De volta ao isolamento. Subiu as escadas comendo seu sorvete, bateu a porta do quarto e encontrou Stoll encostado na janela na mesma posição em que ele esperava pela garota hoje na saída do colégio.

   No susto, ela deixou cair seu sorvete, sujando todo o carpete marrom.

 

**********************************************************

   —-Porra, cara Tina quase gritou. O susto realmente foi grande.

   Stoll prontamente correu para ajudá-la.

   —-Sai de perto. Porra, o que você tá fazendo no meu quarto? Agora ela gritava.

   O garoto não parecia preocupado com os ataques dela e ficou em pé fitando-a limpando o sorvete grudento no carpete. Ia ficar manchado, certeza.

   —-Você é maluco! Ela cuspia, enraivecida. Primeiro, me segura na porta da escola e fala um monte de merda. Agora tá dentro do meu quarto. Olha o que você fez! Aliás, como você entrou no meu quarto?

   Stoll até poderia rir por dentro, se ele também não tivesse com uma grande raiva de Tina.

   —-Precisamos conversar disse, somente.

   Tina parou com tudo e deu uma boa olhada para a cara dele. O rosto dela fervia de ódio. Quem ele pensava que era? Segurando seu braço na rua, na frente das pessoas, fazendo ceninha ridícula, aparecendo em seu quarto sem avisar, e essa marra de ‘’precisamos conversar’’? Ela estava pelas tampas com todo aquele comportamento.

   —-Conversar? Qual. Seu. Problema? Ela sussurrou pausadamente, com nojo na fala.

   —-Meu problema é você, garota!

   Foi a primeira vez que tinha visto Stoll falar num volume fora do normal, já que era quase inaudível a voz dele, e sair da zona de ‘’certinho’’. Ele estava falando a língua dela e, na verdade, ela, por mais que estivesse surpresa, no fundo, bem no fundo, no fundo do seu fundo, até que gostou.

   —-Você me trata mal desde o primeiro dia que nos conhecemos. Esses seus modos grosseiros, não passam de uma farsa. Eu sei bem quem é você por trás dessa máscara! Eu só não entendo por que me tratar assim. Me diz, me diz o que eu te fiz ele suplicava.

    Tina levantou-se do chão enquanto observava atentamente todos os gestos de Stoll. Desde seu cabelo até seus pés. Surpresa, indignada e... atraída.

   —-Por favor, me diga o que se passa na sua cabeça senhorita, porque eu... eu não consigo ler ele estava numa constante súplica. Você... parece que me odeia e eu não compreendo. Sobretudo, mostrou ter ciúmes hoje... Não sei se foi ciúmes ou...

   —-Você me atrai, tá legal? Ela gritou, fazendo-o se calar.

   Agora era a vez de Stoll ficar surpreso.

   Merda, merda, merda. Lá vai!

   —-Eu não sou a única que usa uma máscara aqui. Esse seu jeitinho de correto, culto e manipulador é extremante irritante, mas tem uma coisa em você... Que eu não consigo ficar longe e eu não paro de pensar que você não faz meu tipo. Eu me odeio por isso e.. ela gritava tudo isso numa velocidade assustadora. Não falaria de novo nunca mais.

   Até porque, Stoll alcançou a boca dela em segundos.

   Gelado. Parecia que estava beijando uma pedra de gelo, foi o que a adolescente constatou. Mas a língua era quente, macia, leve. Um beijo calmo. Havia ânsia, mas não pressa.

   Uau!

   Isso não podia ser melhor do que ela imaginava. Aliás, ela imaginava? Droga, havia deixado tudo às claras. A cabeça dela finalmente havia se desenrolado. Era isso. Ela se sentia atraída por ele e se negava a, se quer, sonhar com isso. Como se definitivamente já não sonhasse o bastante com o rapaz.

   O beijo foi aumentando de intensidade e nunca (na vida!), ela sentira uma vontade tão grande e desesperada por transar com alguém. Mas ele era diferente. Tudo nele era. O jeito de beijar, a forma que ele empurrava a língua, lenta, porém firme, mostrando quem mandava, e ao mesmo tempo deixando espaço para que ela o dominasse, igual por igual. O modo de segurar o rosto dela. Carinhoso, transmitia uma segurança, um conforto, jamais provado por ela antes, e frio. Peculiarmente, frio. Se fosse qualquer outro, estaria com as mãos na sua bunda.

   Tina nem sabia aonde colocar suas mãos. Podia tocar nele? Aquilo não era real.

   Só... Uau!

   Com um pouco de receio, ela pousou as mãos por entre os cabelos dele. Aqueles cabelos tão macios! Mais bem cuidados do que os dela mesma. Ele deu a brecha para que ela continuasse. Ele puxava para beijar mais e mais e Tina estava anestesiada, completa e totalmente envolvida.

   Trocaram tropeços até a cama dela. Caíram embolados, num beijo voraz e terno. Tina com pressa, Stoll com cautela e firmeza. Ele beijou seu pescoço, por cima do corpo dela. Sentiu a pulsação na ponta dos dentes, de tão alta que era. Forte, densa, alta... Gostoso.

   —-Por favor, não pare... Tina sussurrou quando percebeu a hesitação na boca dele.

   Stoll beijou seu pescoço, arrastava os dentes na pele dela com aquela boca gelada. Tina descobriu ser extremamente viciante aquilo. Uma mão dele segurava sua nuca e a outra passou por entre seus seios, devagar. Percorreu a extensão de sua barriga. Parou na linha da calça.

   A mesma calça que foi aberta por outro homem mais cedo.

   Stoll parou. Bruscamente.

   Não, não, não.

   —-Preciso parar Tina sentiu que ele fazia isso muito contra a vontade e com um certo pesar nos olhos.

   —-O que você tá fazendo? Ela não entendeu.

   Queria muito prosseguir com aquilo. Não acreditava na rapidez que tudo tinha ocorrido, entretanto poderia tranquilamente ficar um dia inteiro deitada numa cama com o garoto. Quando ele se distanciou e saiu de perto dela, foi quando ela sentiu um calafrio.

   —-Você não pode fazer isso comigo... Stoll agora estava virado olhando através da porta de vidro, além da sacada dela.

   —-Do que você tá falando?

   Ele voltou para ela, puxou rudemente sua mão e virou a palma para cima. A garota de cabelos azuis entendeu na hora.

   —-O que você sabe sobre isso? Recolheu a mão de volta, se ajeitando na cama, sem demonstrar a vergonha que caiu sobre ela.

   —-Eu ouvi o bastante, Tina!

   —-Olha só, nós não temos nada e... Como assim você ouviu?

  A distância que Tina tomou, e ela sabia, era cuidadosa o bastante para que ninguém ouvisse nada. Estranhou.

   Stoll passou a mão por entre os cabelos, nervoso.

   Eu o odiava há 5 minutos atrás. Acho que tô voltando.

   —-Eu juro que não entendo você.

   —-Eu que não entendo você! Ela atacou.

   Não podia crer que tudo aquilo terminaria assim. Numa briga, novamente, cada um para seus respectivos lados. Ela não havia revelado o que sentia tão covardemente para acabar assim.

   Mas também, no fundo ele tinha razão. Ora, ela deixaria que Stoll tocasse nela ‘’daquele jeito’’? Há pouco mais de duas horas, estava deitada no chão de uma floresta suja, transando (sem preservativo) com um homem qualquer e ela não havia tomado nem um banho ainda. Sentiu-se horrível. Quando, em sã consciência Tina se sentiria mal ou arrependida de algo? Realmente, Stoll havia mexido com ela.

   —-Você não me disse como entrou aqui... Tina tentou quebrar o silêncio, sem graça.

   Stoll suspirou, andando.

   —-Da mesma forma que vou sair agora.

   Dito isto, ele foi até a sacada dela, passou por cima do muro de vidro dela e pulou.

   Tina imediatamente levantou, desesperada.

   —-Stoll! Gritou.

   Quando se debruçou para vê-lo, provável que tivesse quebrado uma perna no processo estúpido, encontrou-o já do outro lado da rua, abrindo a porta de sua própria casa.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoas? O que acharam? Forte, né?
Quem aí queria a continuação dessa cena maravilhosa????
O que acharam da postura da Tina?
COMENTEM!!!!!!

Sem lista de personagens.



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