DanganRonpa: Death and Despair escrita por DarkAndrew


Capítulo 2
Porque isso teve de acontecer?




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Sobreviventes: 16

POV Amy

Eu estava sentada na mesa da sala de jantar, sozinha. Nós acabáramos de ouvir tudo o que a diretora havia dito. E o convite do Taylor, um tanto suspeito ainda me deixou com mais medo. Eu peguei alguns biscoitos e sentei na mesa para comer. A mesa só tinha lugares para oito pessoas e éramos dezesseis estudantes!

— Você está aqui? – Florence entrou no local – Eu estava te procurando.

— Florence? Olá. – Falei desanimada.

— Eu estava te procurando pra conversarmos sobre o Taylor... – Ela falou.

— Mas já conversamos... Ele vai hackear os sistemas, não? – Eu não estava olhando para Florence, estava olhando para a vasilha de biscoitos, por isso me surpreendi quando a mão dele tapou a minha boca de vez. Tentei falar alguma coisa, mas ela continuou com a mão na minha boca, então mordi um de seus dedos, não tão forte, fazendo-a ela tirar a mão da minha boca – Você é doida? – Gritei enquanto ela se concentrava na sua dor no dedo.

— Eu, doida? – Ela falou num tom de sarcasmo e desviou o olhar para cima, eu olhei na direção que o olhar dela estava apontando e vi uma câmera.

Fiquei em silêncio encarando Florence. E após essa pausa estranha, Florence quebrou o clima silencioso:

— Biscoitos de que?

— De... - Olhei para os biscoitos – Não sei. Eu estava comendo sem prestar atenção no sabor. Eu estava pensando no que aconteceu há pouco...

— Na notícia de que a gente tem que se matar? – Ela se levantou – Que nada, papo furado! Eu posso muito bem viver numa ilha pelo resto da minha vida. Florence ia em direção à saída quando se abaixou rapidamente e levantou com um papel em mãos. 

— O que é isso que você tem na mão? – Perguntei me inclinando pra ver, mas era inútil.

— Um mapa... – Ela começou a andar olhando pro mapa – Um mapa dessa casa, indica onde ficam os cômodos daqui – Ali fica a cozinha. – Ela apontou para uma porta que ninguém havia aberto até agora, eu acho - Banheiros feminino e masculino – Ela apontou na direção das duas outras portas que ficavam num canto na sala de jantar, já era de se esperar que fossem banheiros pois tinham placas de homem e mulher em cada porta.

Florence enrolou o mapa de novo fazendo um cilindro fino com ele e então disse:

— Ainda têm uma lavanderia nesse local depois da cozinha – Florence falou com animação.

— Ei! – Falei em uma das minhas tentativas de me inclinar pra ver o mapa – Tem outro papel igual a este no chão ali! – Florence se abaixou e pegou o outro mapa, deixando o primeiro na mesa, aproveitei, peguei-o e vi-o.

— Esse mapa é da ilha... Praia, cabanas, lago, hotel, floresta... Ei! Tem uma coisa aqui com o símbolo de uma televisão. – Florence falou virando o mapa para que eu vesse.

— Verdade... – Observei o mapa por completo – Quer ir lá para ver o que encontramos?

Florence olhou para minha cara e riu.

— Sério que você quer que eu vá pra floresta procurar uma televisão? – Florence colocou o outro mapa na mesa e saiu rindo dali.

— Então tá bom... – Deixei os mapas em cima da mesa e saí. Entrei em minha cabana.

POV Justin

Eu estava na beira do lago apreciando a paisagem como sempre. Eu havia pegado algumas folhas e um lápis que a diretora deixou no meu quarto. Eu estava escrevendo uma poesia, enquanto a recitava para mim mesmo.

Eu amo escrever, é uma das mais belas formas de expressão pela arte. Após escrever mais alguns versos, eu estava pronto para recitar a poesia para mim mesmo, e dar os últimos aperfeiçoamentos, quando uma onda de água do lado venho em minha direção e molhou todos os papéis e a mim mesmo.

— O que foi isso? – Falei me levantando e me virando para trás bruscamente. Nesse momento meu rosto se encontrou com o de Bessee que parecia furiosa – Ah, é você, Bessee...

— Desculpa – Ela falou passando a mão no pescoço, parecia que se sentia culpada, mas a cara de raiva continuava em seu rosto. Acho que ela ficou assim desde sua discussão com o Colin na frente de todo mundo. Ela realmente tem dom de ser líder, mas o Colin é realmente melhor nisso, não tem o que questionar – Eu estava vindo pra cá e acabei chutando uma pedra e ela caiu no lago e molhou você.

— Uma pedra? Como uma pedra pode ter sido responsável pela onda que levou as minhas poesias? – Indaguei colocando as mãos na cintura. Meus óculos estavam molhados, então ao terminar de falar eu senti a necessidade de enxuga-los com a minha camisa.

— Tá, foi uma pedrona... Um pouco grande... – Ela desfez sua expressão irritada, mas continuava assustadoramente ameaçadora – Você pode me dar licença?

— Licença? – Falei sem entender – Licença do lago?

— É... Eu gosto daqui. – Ela falou, desmanchando seu rosto e desviando o olhar para baixo – Para refletir, sabe... Essas coisas. – Ela cruzou os braços e fez sua pose e expressão de inabalável novamente.

— Eu gosto de ficar aqui pra inspiração... Nas minhas poesias... – Eu desviei o olhar para os papéis molhados no chão.

— Ah... – Ela suspirou, claramente com um ar de culpa e raiva simultaneamente, abaixou, pegou os papéis molhados e o lápis e me entregou – Aqui. Agora pode me dar licença? – Ela colocou as mãos na cintura.

Encarei-a por alguns segundos e então finalmente falei:

— Claro. Fique a vontade. – Saí de lá com os meus papéis. Olhei mil vezes, se não mais, para trás e ela estava lá, como uma rocha, sem se mexer, com o queixo virado para cima, provavelmente de olhos fechados. Pensando. Ela devia estar pensando no que acabara de acontecer, como todos os outros. Ela também devia estar pensando na briga que teve, ela devia estar refletindo e achando um meio para escapar dessa situação. Não a culpo, todos estamos nervosos aqui. É a essência desse terrível jogo.

POV Colin

Taylor havia me convidado para ir a seu quarto ajudar a hackear o sistema de computador dessa ilha. Ele me pediu para levar um livro com uns códigos que ajudariam ele. Acontece que eu esqueci que livro ele me pediu, então ao procurar entre meus livros algum que seja interessante para o serviço, acabei pegando um e me distraindo na leitura. Gosto muito de ler.

Eu li durante a tarde toda. Imaginei que muitos estavam tentando organizar seus pensamentos a cerca de tudo o que estava acontecendo, eu pensei muito em fazer isso. Mas aceitei rápido a ideia de que era realidade e que nada mais poderia ser feito. Apenas li, e li.

Após algum tempo, já era de noite e eu nem havia me tocado disso! Era preciso ir encontrar o Taylor. Me levantei e parei em frente aos meus livros.

— Ainda não me lembro qual livro ele pediu... Droga! – Peguei um livro de robótica e um livro de informática – Acho que vou levar esses dois já que estou em dúvida – Tomei os livros e saí da minha cabana, procurando a cabana do Taylor. – Porque não colocaram essas malditas cabanas em ordem alfabética?

POV Iana

Saí da minha cabana, rapidamente. Eu precisava me encontrar com o Taylor. Saí tão rápido que tive a impressão de esquecer a porta aberta, pensei muito em voltar pra conferir, mas o que podiam fazer? O máximo seria pegar minhas coisas e eu não tenho nada de valioso.

POV Taylor

Eu estava no meu quarto, já ligando o notebook quando fui surpreendido por um grito:

— Taylor! – Uma voz feminina gritou, eu fiquei com medo de que fosse a diretora, meu coração quase parou – Posso entrar? É a Amy! – A voz tornou gritar, o que me aliviou, e muito, pois eu havia realmente reconhecido a voz de Amy agora.

— Pode sim. – Só retribuí essa resposta e a esperei entrar enquanto eu digitava a minha senha no notebook.

— Viemos juntas... – Amy entrou, quando vi, ela estava sozinha, o que foi estranho. Pelo visto, ela nem percebeu que estava realmente sozinha.

— Você... E quem? – Perguntei, causando confusão em Amy que virou-se procurando alguém.

— Droga, cadê a Florence?

— Me ajuda, eu estou aqui! – A voz de Florence veio de fora da cabana.

— O que foi? – Amy perguntou de braços cruzados sem sair do loca.

— Eu quebrei uma unha – Florence falou fazendo tudo parecer um grande drama a cerca de sua unha quebrada – Eu vou sair nas matérias de todos os jornais como a estilista mais jovem do mundo a quebrar uma unha pela primeira vez.

— É a primeira que você quebra uma unha? – Amy descruzou os braços e revirou os olhos – Quem iria escrever sobre você nesse lugar, Florence?

— Tem uma jornalista e uma blogger aqui! – Ela gritou de fora – Boa ideia! Vou chamar uma delas agora, vou ficar famosa nos jornais também!

— Florence, entra nessa cabana agora! – Amy disse irritada e saiu da cabana, mas Florence já não estava mais lá – Onde ela está?

De repente Florence apareceu correndo da direção das outras cabanas e gritando:

— A Agatha não está na cabana dela, mas tenho certeza de que a Sophia vai estar! – Florence foi interrompida de repente por Amy.

— Pode ir parando! Você não vai ver ninguém não! – Amy falou pegando a mão de Florence e a puxando pra dentro.

— Desculpa! Estilista querendo ser famosa aqui! – Ela apontou pra si mesma, irritada. Entrou forçada com Amy e então disse: - Não quero ser grossa, mas o que a gente veio fazer aqui mesmo?

— Eu vou criar um vírus que invada os sistemas locais para obtermos algumas informações. – Expliquei.

— Legal. – Florence disse num tom de falsidade.

— Mas eu não posso fazer nada sem o Colin!

— E porque? – Amy me perguntou.

— Eu preciso de uns códigos, linguagem de computador, e eu pedi que o Colin trouxesse o livro de informática dele – Expliquei.

— Você é o Programador de Nível Super Colegial! – Florence reclamou – Deveria ter decorado todos os códigos!

— Eu uso código binário, que é o mais simples... – Eu falei, na esperança de que ela entendesse o que eu quis dizer e voltei a mexer em algumas coisas no computador.

— Pelo nome parece fácil... Binário... – Ela falou e a encarei com olhar de peixe-morto.

— Cada caractere equivale a uma sequência de oito números que são apenas zero ou um. Parece fácil? – Falei sem paciência.

— Vendo assim... – Ela ficou quieta depois disso e eu abri o programa para criar o vírus.

— Cheguei! – Iana entrou na minha cabana e se juntou a nós três.

— Só falta o Colin, será que ele vai demorar? – Falei para mim mesmo.

— Vocês já invadiram o sistema ou coisa parecida? – Iana disse olhando para o notebook e tentando entender o que era aquilo, provavelmente sem sucesso.

— Não... Iana, você viu o Colin vindo pra cá? – Perguntei a ela.

— Eu não, vim correndo pra cá, pensei estar atrasada. Eu ainda acho que deixei minha cabana aberta... – Iana falou.

— E porque não volta pra fechar? – Amy me perguntou.

— Eu não tenho nada de valioso lá e nem estou lá, não podem fazer nada. – Iana explicou.

— Estou começando a ficar preocupado com o Colin... – Falei.

— Ele já deve estar chegando... – Iana falou e então começou a conversar sobre assuntos aleatórios com Amy e Florence.

Elas foram conversando e eu estava preocupado e um pouco incrédulo ainda de toda a situação. Tudo isso juntou com um grande peso na minha cabeça e eu adormeci, ali mesmo, com o notebook ligado e tudo mais.

POV Bessee

Eu estava na margem do lado. Faziam horas que eu estava ali, refletindo sobre tudo.

— Não consigo entender – Falei comigo mesma – Será que sou tão mandona assim quanto dizem? – Parei um tempo e então voltei a conversar comigo – Mas eu sempre fui assim... É o meu jeito de ser... – Fechei os olhos, respirei fundo.

Fiquei mais um tempo em silêncio, de olhos fechando, então os abri e falei:

— Acho que como sou lutadora, sou muito precipitada, já que é algo agressivo... – Concluí – Afinal, é o Colin que devia ser o líder, é a habilidade dele. – Abri um sorriso no rosto e me levantei – Amanhã mesmo vou pedir desculpas para o pessoal e dar a liberdade para o Colin, se ele quiser, de ser o líder.

Saí andando dali.

— Vou tomar um copo de água e ir dormir. – Falei sozinha – Às vezes me deixo levar pelo ego...

Fui em direção à cozinha. A cozinha era grande, tinha uma pia, um fogão, uma geladeira e armários com várias coisas e um microondas. Do lado da geladeira havia uma tábua com alguns ímãs onde se colocavam facas.  Todas as facas eram enumeradas de 1 a 3, por tamanho.

Peguei um copo no armário, fui até a geladeira e peguei a garrafa de água e enchi meu copo de água. Bebi e então quando eu estava colocando o copo na pia percebi que na tábua de colocar facas estava faltando uma faca, a do meio.

— Mas... Tinham cinco facas aqui... – Analisei bem a situação – Então... Alguém pegou uma faca! – Coloquei o copo na pia e saí correndo dali sem dizer mais uma palavra.

POV Taylor

Após dormir um pouco, eu acordei. Amy e Iana ainda conversavam, enquanto Florence estava quieta. Meu pescoço, talvez eu dormi de mal jeito.

— Você finalmente acordou? – Florence falou estava ao meu lado, animada – Eu organizei suas roupas pra você! – Quando vi, ela havia mexido em todas as minhas roupas no armário e as separado por cor.

— Você separou elas por cor? – Perguntei ainda meio sonolento.

— Não só por cor, como por textura e marca. – Ela pegou mais algumas roupas dobradas e colocou em um lugar específico do armário que estava vazio – Pronto! Pode deixar pra me agradecer depois! Tinha várias coisas que não combinavam juntas. Deixei tudo arrumado pra você não passar mais vergonha quando for se vestir. – Ela sorriu.

— Eu sei me vestir! – Fui até onde ela estava e fechei o armário – Que horas são?

— Sei lá, tá me achando com cara de relógio? – Florence falou.

— Uma da manhã mais ou menos, eu sei olhar as horas pelo céu... – Iana disse.

— Onde está o Colin então? Ele apareceu? – Perguntei preocupado.

— Não... Nem deu sinal – Amy respondeu.

— Ele deve ter esquecido de vir, né? – Perguntei a elas.

— Provavelmente sim, Taylor. – Iana falou otimista.

— Então vamos procurar ele amanhã e fazemos isso. Vamos dormir – As três saíram juntas.

— Boa noite, Taylor.

— Durma bem.

Iana e Amy falaram, respectivamente.

Esperei que elas saíssem e então desliguei e fechei o notebook.

— Estou com um mal pressentimento sobre o Colin – Guardei o notebook e deitei na cama – Mas o melhor é ir dormir. Amanhã eu vou falar com ele.

POV Sophia

A noite se passou normal. No dia seguinte eu fui direto para a cozinha junto de Mishonni, havíamos combinado de ir à praia para divertirmo-nos um pouco. Mishonni quis fazer uma cesta com comida pra fazermos uma espécie de pic-nic.

— Mishonni, não acha que já tem uma coisa? – Perguntei a Mishonni enquanto ela colocava manteiga em outro pão e colocava na cesta em seguida.

— Ah, não sei – Ela disse parando de colocar comida na cesta por um segundo – Vamos passar bastante tempo lá, não? É bom forrar o estômago...

— Mas vamos nadar! – Ao falar isso, ela fez uma cara de quem estivesse processando uma informação, lentamente. Ela ficou olhando pra mim e de vez em quando revirava os olhos e dava uma piscada rápida, até que finalmente se virou pra cesta novamente e falou:

— Vou diminuir a comida, então... – Ela falou tirando o pão que acabara de colocar lá.

— Sério...? – Peguei meu celular – Tá descarregado... Vou colocar pra carregar, aproveito e vou pegar minha toalha e a minha roupa de banho.

— Vai pra praia, assim que eu acabar aqui te encontro lá! – Mishonni disse tirando, dessa vez, algumas frutas da cesta. Eu saí, me despedindo.

No caminho da minha cabana eu ouvi uma melodia muito doce, talvez no piano. Imediatamente coloquei o gravador de voz no meu celular e fui seguindo o som. Aquilo ficaria perfeito para o meu blog!

Após caminhar um pouco a procura daquele som, encontrei a cabana de William, a porta estava aberta e lá dentro o vi tocando piano, magnificamente. Fiquei apreciando a música por uns bons segundos sem que ele me percebesse, quando de repente meu celular resolveu emitir um barulho com a mensagem de que estava descarregado.

William imediatamente virou-se, parando de tocar, por sorte, ele não me viu, consegui sair a tempo, mas percebi que em seguida ele veio fechar a porta e ainda ouvi o baralho da porta trancando. Como que conseguiram transportar um piano pra cá?

Fui a minha cabana, diretamente dessa vez. Coloquei o meu carregador portátil no celular, vesti o meu biquíni e coloquei a roupa normal por cima depois. Saí da cabana, colocando a toalha no ombro e mexendo no celular.

Ao sair da minha cabana, me deparei com Bessee que logo me interrogou:

— Aonde você vai com essa toalha?

— Eu vou pra praia! – Respondi – Afinal a vida é curta, principalmente nessa ilha – Falei num tom de brincadeira, mas a ideia de ficar aqui e assassinar um de meus colegas para sair me aterrorizava a cada minuto, mesmo que eu tentasse disfarçar o máximo possível para que não me achassem fraca, ou seja, um alvo fácil.

Bessee arregalou os olhos quando eu disse aquilo, mas parece que resolveu ignorar.

— Eu posso ir com você? – Ela me perguntou abrindo um sorriso, inesperado.

— Sério? – Não pude deixar de demonstrar que eu estava surpresa em a Bessee querer socializar - Eu convidei a Mishonni pra ir comigo... Cá pra nós – Diminuí o tom de voz – A achei muito tensa, eu queria que ela fosse se distrair...

Dei uns segundos de silêncio para olhar para os lados e ver se ela não estava se aproximando, então continuei, ainda num tom baixo:

— Talvez se formos amigas, as chances de ela me assassinar são menores e quanto menos gente querendo me matar aqui, melhor, não?

Bessee arregalou os olhos de novo, parecia assustada, dessa vez, mas resolveu ignorar tudo novamente e virou de costas para mim, sorrindo:

— Então eu vou colocar a minha roupa de praia. Me espera?

— Claro! Também vou esperar a Mishonni – Respondi – Ela tá na cozinha, ficou de fazer um pic-nic na praia. – Soltei uma risada.

Logo que Bessee se afastou e entrou em seu quarto, peguei meu celular e tirei várias fotos mostrando a minha toalha cor-de-rosa.

— Essa vai pro meu blog! – Falei sozinha, enquanto editava a foto – Indo pra praia, tentando esquecer do jogo de matança! – Dei uma leve risada, de profundo desespero. Terminei de editar a foto e então conferi as redes de wi-fi próximas para ver se Carnac_301 havia voltado a aparecer, mas nenhuma rede havia sido encontrada.

De repente Mishonni apareceu com a cesta de pic-nic:

— Isso deve ser o suficiente – Ergui os meus olhos do celular e a vi.

— Vamos esperar a Bessee... – Falei guardando o celular no bolso, com o carregador portátil – Ela decidiu ir com a gente também...

— Ótimo! É bom interagirmos mesmo, já que vamos ficar aqui, né? – Ela falou conferindo a cesta, provavelmente para ver se não tinha esquecido nada.

Nesse momento Iana passou com cara de preocupação.

— Oi Iana! – Falei assim que ela passou por mim.

— Escutem... – Ela falou, ainda preocupada – Eu deixei a porta da minha cabana aberta ontem enquanto resolvia algumas coisas fora dela, mas foi sem querer, eu juro! – Ela começou a gaguejar – E-Então quando eu voltei... Bem... Algumas coisas haviam sumido e eu estou procurando que nem louca! Eu acho que alguém roubou, mas porque roubaria?

— E o que foi que furtaram? – Mishonni perguntou.

— A minha corda de laçar porcos... – Iana respondeu colocando as mãos na cintura - Se verem, me avisem, por favor! – Ela saiu apressada, nem pude convidá-la para ir a praia conosco.

Logo Bessee apareceu, com um bíquini meio... Horroroso. A parte de cima era cinza com alças e ela usava um shortinho curto branco e rasgado.

Vamos a la playa! — Bessee falou fazendo pose de lutadora, exibindo seus músculos, acompanhado de uma grande risada – Gostaram do meu biquíni? – Ela deu uma volta para que “apreciássemos”.

— Ah! Com certeza! – Puxei a mão de Mishonni que ria sem graça e saí andando em direção a praia – Tá lindo, amiga! Arrasando! Vamos logo antes que outra pessoa veja...

— Como assim? Você não falou que estava bom? – Bessee disse auto avaliando seu biquíni e logo depois nos seguindo.

— Antes que outra pessoa veja a cesta de pic-nic, eu quis dizer – Tentei disfarçar – Sabe como as pessoas são... Basta ver comida que vão longe, né? – Dei uma risadinha e comecei a andar ainda mais rápido.

Após andarmos um pouco, alcançamos a praia. A Bessee estendeu sua toalha cinza na areia e se deitou. Mishonni tirou sua roupa de cima, ficando só de biquíni.

— Alguém trouxe protetor solar? – Mishonni perguntou.

— Eu trouxe – Falei tirando o protetor do bolso – Sabia que vocês iriam esquecer, do jeito que são lerdas e peguei o meu.

— Pode passar nas minhas costas? – Mishonni se virou de costas pra mim. Como eu precisava de amigas urgentemente pra não ser morta, fiz a simpática e comecei a passar.

— É bom passar esse tempo entre amigas... Esquecer de tudo o que está acontecendo... – Bessee se levantou da toalha e entrou na água. Terminei de passar protetor na Mishonni e ela entrou na água também.

— Não vai passar protetor também, Bessee? – Perguntei.

— Pra que? Eu já sou preta! – Ela gritou, literalmente.

— Ei! Eu tive uma ideia! – Mishonni saiu da praia rapidamente e foi em direção a uma parte da praia que era totalmente dominada por coqueiros – Essa parte da praia é bem fechada, só tem coqueiros.

— Sabemos. – Eu falei enquanto Bessee saía da água e ia em nossa direção.

— Vamos nos esconder e dar um susto em quem passar! – Ela riu, e eu ri também.

— Do jeito que são um bando de medrosos, vão sair correndo! – Bessee debochou, o que provocou ainda mais risadas.

— Vamos lá, silêncio. – Mishonni disse, andando quase nas pontas dos pés. Todas sorríamos umas pras outras, mas na real, eu estava com bastante raiva pois nem deu tempo de que eu tirasse a minha roupa de cima e passasse protetor solar.

No meio do caminho da parte da praia coberta de coqueiros havia uma parte um pouco mais aberta, nossa intenção era ficar ali perto. Mas de repente vimos algo simplesmente terrível.

Eu gritei, Bessee gritou, Mishonni gritou, todas gritamos de desespero. Era quase impossível ver aquela cena sem não se desesperar. Perdi todas as forças, eu só queria cair no chão e gritar, nunca havia visto algo tão chocante assim em toda a minha volta.

Encarei aqueles olhos mortos e isso me deu uma aflição enorme, uma energia extremamente negativa tomou conta do local assim que vi aquilo: O corpo de Collin Eddward, o Representante de Turma de Nível Super Colegial.


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