Encontro predestinado. escrita por writter


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Então, aqui estou eu de novo. Eu não me entendo, de verdade. Parece que a minha cabeça adora escrever One's, mas para Long-fics é um sacrifício, por deuses!
Enfim, sem mais delongas, isso é como eu imagino que seria a declaração de Natsu e Lucy, vulgo OTP.
Espero que gostem e boa leitura! ^^



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— Natsu! O que houve com você?! – Mirajane exclamou assim que o viu, tendo como resposta apenas um resmungo incompreensível.

O rosado tinha um grande hematoma roxo na parte direita do rosto, e tentava amenizar a dor com um saco de gelo. Graças ao bom santo, Gray tinha saído em missão, então não teria que aguentar suas piadinhas infames.

— Eu simplesmente não entendo... – Ele se jogou sobre o balcão, soltando um gemido de dor em seguida. O seu ato tinha sido um bem típico de sua parceira, e a albina não pôde evitar um sorriso.

— O que o aflige Natsu? – Questionou, enquanto preparava um chá de camomila bem quente, uma das bebidas favoritas do Dragon Slayer.

— A Lucy... Ela é tão estranha... – Fez uma careta até fofa, com um bico. Mirajane riu baixo, tentando manter a compostura.

— Se bem me recordo, ela tinha me dito que tinha um encontro hoje pela manhã... – Colocou um dedo no queixo, pensando – é, foi isso mesmo! Parecia bem ani... – parou de falar assim que notou como a face do nakama tinha mudado.

Suas sobrancelhas se franziam, além do bico ter virado uma linha incômoda. Se olhasse bem, havia um rosado quase imperceptível em suas bochechas.

 - Não me vai dizer que é isso que o incomoda? – Mirajane pareceu subitamente mais interessada. Apoiando-se nos cotovelos, encarou Natsu com olhos brilhantes, esquecendo-se completamente da caneca com água fervente no fogo.

— Eu só... Ah, que saco! – Ele se ergue, colocando as mãos atrás de nuca. Seu olhar transmitia confusão e incômodo. – Não entendo por que a Luce ficou tãoo brava quando eu a livrei daquela coisa. Para mim, ela parecia bem desconfortável. – Revirou os olhos – e depois começou a chorar!

— Me deixa adivinhar: Você foi tentar confortá-la e ela te bateu? – Mirajane continha o riso. Era disso que precisava para animar seu final de semana: Um romance!

— Sim! A Luce é sempre tão estranha... – Jogou-se novamente sobre o balcão – metade da guilda está fora, Luce está me odiando e Happy foi para aquele evento de peixe! Ah, merda...

Mirajane não aguentou, teve que rir. Natsu ficava muito engraçado “emotivo” daquele jeito.

— Olha, eu acho que tem um jeito da Lucy parar de te “odiar”. – Fez sinal de aspas com as mãos. O rosado agora a encarava com curiosidade. – Você sabe o que é amor, Natsu?

— Amor? Amor é o que eu sinto pela guilda, oras! – Ergueu uma sobrancelha. Mira suspirou.

— Não meu querido... Amor romântico. Amor de casais. O amor da Bisca e do Alzack! – Pronto, tinha arranjado até um exemplo! Natsu tinha que entender.

— Ah sim... – Murmurou, corando bem brevemente, mas que fez os olhos azulados da albina se arregalarem. Isso que era raridade. – O que isso tem a ver com a Luce? – Pigarreou, remexendo os ombros.

— Vocês homens... – Mira balançou a cabeça – ainda mais os da Fairy Tail. – Sorriu, suspirando. – É bem simples: A Lucy te ama. No sentido romântico!

É melhor deixar explicado logo o tipo de amor, já que todos sabem como o rosado pode ser lerdíssimo.

Foram alguns longos segundos até que Natsu ficou subitamente ereto. Suas bochechas ganharam um tom rosado por cerca de uns cinco segundos, até que o Dragon Slayer balançou a cabeça com força enquanto remexia as mãos de modo desajeitado.

Uma graça, na visão de Mirajane.

— Mas se a Luce me... A-ama... Por que me bater?! Não tem sentido, caramba! – A portadora da Demon Soul colocou uma mão na frente da boca, contendo os risinhos.

— Pense um pouco: Você gosta de alguém de um jeito inexplicável, mas essa pessoa não “corresponde” seus sentimentos – lá estavam às aspas novamente – então, você resolve testar novos ares. Mas do nada essa pessoa aparece, e confunde tudo.

— Ainda não vejo sentido. – Coçou a cabeça, intrigado.

— A Lucy ficou com raiva por que, no momento que ela “menos” precisava que você retribuísse seus sentimentos, tu dá as caras! Entende como isso é frustrante? Ela quer te esquecer, mas você não deixou. E para piorar, deixa a coitada sem uma resposta definitiva!

Houve um silêncio de alguns minutos. Natsu encarava o chão de modo quase filosófico, enquanto Mirajane batucava os dedos finos e pálidos na mesa.

— Você a ama? – A pergunta veio rápida, direta e certeira. Foi tão repentina que o rosado assustou-se de imediato, o coração dando um pulo. – De modo romântico.

Sempre bom reforçar.

— Eu não sei Mira. Isso é... Estranho. Eu acho que eu só “amei” uma pessoa de modo romântico uma vez na vida...

— A minha irmã. – A outra completou, recebendo uma confirmação do mesmo. Sabia melhor do que ninguém da curta e extremamente fofa historinha daqueles dois.

— É... Mas estava mais para algo bobo, sabe? Sei lá. – Deu de ombros – Igneel me ensinou pouco sobre amor romântico. Mas as palavras dele foram sábias... – Sorriu abertamente – quero dizer, eu acho. – Para desmanchar-se em uma careta de dúvida cômica.

— E o que ele disse?

Natsu se aprumou tudo, pigarreou, para só então dar uma resposta a nakama, com a voz grossa totalmente forçada:

“Amor romântico é quando você quer aquela pessoa do seu lado a toda hora. Quer tê-la sempre em seus braços, segura e sua. Meu filho, quando você encontrar sua parceira, e você vai saber quem vai ser a garota certa, marque-a como a sua logo. A dor de perder a sua pessoa predestinada é... Enfim, vamos logo treinar pirralho!”

— Isso, isso, isso! – Mira bateu palmas, animadíssima – seu pai definiu o amor de forma espetacular! Agora só falta você me dizer: É isso que sente por Lucy?

— Bom... Eu amo quando ela está ao meu lado, e sinto saudades dela a todo o momento. A sensação de saber que Luce está comigo e segura me acalma muito. Por mais que ache engraçado, quando alguém começa a dar em cima dela demais, sinto raiva. Sinto vontade de pegá-la e sair correndo sem explicações. E na primeira vez que fiz isso, recebi um soco na cara. – Suspirou. Quase dava para ver uma gota em sua cabeça, enquanto Mirajane ria, achando tudo aquilo muito fofo.

— Natsu, eu preciso que você me diga claramente: Você ama a Lucy?

O rosado parou para refletir por um momento. Todos os momentos com a loira passaram pela sua cabeça – se é que isso era possível -. Todas as risadas, sorrisos, abraços, olhares, salvamentos, frases... Nada ficou de fora. Lembrou-se com pesar a morte da Lucy do futuro, além dos eventos de um ano atrás, arrepiando-se por completo. O sorriso dela, seu corpo cheio de curvas, o brilho em seus olhos castanhos, sua pele macia e pálida, as mãos em seu peito, em um dos abraços por trás. As bochechas coradas, o rosto próximo do seu, os ataques, os socos, pontapés, tapas... Bem, se eu for falar tudo, não saímos desse tópico hoje.

Então recordou-se do abraço que deram quando tudo acabou, de seu corpo ferido, das lágrimas incessantes, do sorriso doce estampado na cara e da frase dita com a voz trêmula:

“Vamos para casa Natsu?”

Um estalo lhe ocorreu, enquanto sentia o coração palpitar intensamente. As bochechas esquentaram... Espera, elas estão sempre quentes. Poxa, ele é o Dragon Slayer do elemento fogo! Mas deixe a magia no ar.

— Eu... – Levantou-se rapidamente, piscando várias vezes. Como não havia notado antes? Como pudera ser tão cego?

Natsu, mais do que ninguém, deveria estar acostumado com a sua inocência e lerdeza. Mas, deixemos passar.

— Eu... Sim! Sim! – Exclamou, um sorriso mais do que animado surgindo na cara – sim Mira! Eu amo a Luce!

— Que ótima notícia! – Comemorou a albina, dando pulinhos seguidos de palmas. – Mas eu acho que não é pra mim que você precisa dizer isso – ergueu uma sobrancelha.

— Para a Luce... Eu tenho que conta-la! Agora! Por dragões, eu amo a Luce! – Natsu riu alto. Um riso alegre, livre e mais do que feliz. E com uma pitada de nervosismo também. – Valeu Mira! – Berrou, enquanto saía porta afora apressado.

— Não foi nada! – Gritou, os olhos brilhantes. Ah, mal podia esperar para contar para o povo! Ou deveria os deixar contar?

Óbvio que ela não os deixaria contar.

Agora... Era impressão sua ou a caneca estava pegando fogo?

—*_*_*_

— Natsu! Mas que diabos... – Lucy mal teve tempo de terminar a frase. Ou de lavar o rosto que tinha sido molhado por algumas lágrimas frustradas. Deveria estar um caco.

— Não me bate! – Exclamou de primeira, interrompendo-a e também arrancando um riso baixo dela, que disfarçou com um resmungo – Luce, eu descobri uma coisa e preciso te contar! Vem comigo!

— Natsu! – O parceiro a ergueu nos braços, pulando da base de sua janela para o teto da construção vizinha. – Seu louco! O que diabos é isso?! – Seus olhos estavam saltados. Tudo que lhe faltava!

— Só confia em mim Luce! – Pediu, sorridente até demais. Mas quando ele a encarou com olhos ônix tão brilhantes como estrelas em um céu escuro... Lá estava aquela maldito “doki doki” de novo! E a bochechas coradas, claro.

Droga, por que Lucy tinha que amar tanto Natsu?

Não demorou muito até chegaram ao local. Ou pelo menos não pareceu ser muito, já que a maga celestial sentia-se completamente relaxada nos braços dele. Tão tranquila que chegava a perder a noção do tempo.

Enfim, o que importa é que tinham chegado no lugar. E que lindo lugar...

Tinha uma caverna perto dos pombinhos, e o vento reconfortante fazia a grama curta balançar, assim como os cabelos de Lucy. A falta de árvores ali deixava o céu completamente à mostra, um espetáculo sem igual.

— Vem Luce! – Natsu colocou a garota no chão assim que chegaram, e por aqueles poucos minutos, sua parceira só soube admirar e emitir sons incompreensíveis de espanto e adoração.

O rosado entrelaçou seus dedos na mão dela, a que continha a marca tão nostálgica e especial. Ele a olhou com seu sorriso típico e adorável no rosto, enquanto Lucy apenas soube o encarar com os lábios entreabertos e as bochechas coradas. Naquele exato momento, uma ventania bateu, fazendo os cabelos loiros voarem, junto com belas pétalas de cerejeira de árvores ali por perto. Era uma cena que merecia ser fotografada, pintada... Memorizada de todas as formas possíveis.

Natsu a puxou até mais perto da caverna, mais ou menos como o “centro” daquele local. Lucy, em um ato impulsivo, o soltou, colocando aquela mesma mão na parte desnuda de seu braço. O olhou, mordiscando o lábio inferior, com a certeza que estava vermelhíssima:

— Então... O que você queria me falar?

Natsu a admirou por alguns milissegundos, antes da ficha cair. Tinha chegado a hora de conta-la. Por que seu coração estava tão disparado? O corpo também parecia mais quente de repente. Além de uma dificuldade em falar às palavras que tanto queria.

“Esse tal de amor romântico é tão estranho quanto a Luce”. Sim, esse foi o pensamento que passou pela sua cabeça em um momento tão especial.

Ele é Natsu Dragneel, afinal.

Tomou fôlego, e seu sorriso ainda colado no rosto desmanchou-se. Ficou sério e os olhos ônix tornaram-se subitamente mais profundos. Lucy estremeceu com aquele olhar que ele a mandava. O que era aquilo?

— Lucy. – Sua voz era séria e sem hesitação. Pelo jeito, o que era falar não era brincadeira. Ergueu seus olhos para ele, em um sinal que continuasse.

Natsu colocou as mãos com força em seus ombros, dando um choque na maga celestial, que ficou rígida imediatamente, para em seguida sentir-se praticamente desmanchar. Seus braços ao lado do corpo, a face mais que corada, os olhos arregalados. Todo o conjunto da obra fez a face do Dragon Slayer também se avermelhar.

Sem mais enrolação!

— EU TE AMO! – Natsu berrou, sorrindo abertamente e Lucy paralisou. Tinha ouvido certo?

Novamente, aquela brisa apareceu. Parecia simpatizar com a história do casal protagonista dessa breve história. Dessa vez, os fios dos dois flutuaram no ar. Natsu com as mãos nos ombros dela, e a mesma sem reação, a não ser corar e sentir o coração contra as costelas. As estrelas brilharam mais forte no céu, para tornar aquela cena ainda mais linda do que já era.

— O que? – Entre muita gagueira, Lucy conseguiu formar uma frase coerente. Sentia o corpo tremer. Todos os seus músculos, órgãos, e principalmente seu coração pareciam estar tendo uma “convulsão”.

— No sentido romântico! – Para a surpresa da garota, Natsu também deu uma gaguejada. Ele engoliu a seco, tirando uma mão do ombro dela para coçar a nuca, sem jeito – não tenho certeza se fiz certo... Eu fiz certo Luce? – Inclinou a cabeça. Era incrível como o Dragneel mudava em um piscar de olhos.

— A-ah... B-bem... – A companheira só sabia fazer sons inaudíveis com a boca, o rosto pegando fogo.

— Acho que fiz do jeito errado... – Natsu deu de ombros, sorrindo – tudo bem, eu digo de novo!

— NÃO! – Lucy gritou, o surpreendendo. Completou sem jeito antes que seu parceiro interpretasse de forma errada sua negação. Se ouvisse ele falar que a amava de novo, desmaiaria ali mesmo – eu entendi... V- você fez certo.

— Sério? – A maga celestial assentiu – que bom! – Mais um sorriso. Por deuses, por que Natsu tinha que ficar tão adorável sorrindo?! – E o que vem agora?

— C-como assim? – Murmurou surpresa.

— Eu disse que te amo e você também me ama... O que fazemos agora Luce? – Okay, Natsu Dragneel recebia um prêmio por sua inocência, de verdade. Meu Deus, alguém ajuda esse garoto!

Uma ideia pareceu ocorrer ao rosado, que arregalou os olhos.

— Você me ama não é Luce... ? – Era sempre bom confirmar. De repente, as palavras de Mira pareceram muito vagas.

Segundos de silêncio. Sem o parceiro pereceber, a loira apertava a saia com força, tentando fazer as palavras saírem.

— Ah... – Natsu pareceu ficar subitamente mais triste – isso explica sua mudez... – Deu de ombros – tudo bem Luce... Acho que me deixei levar pelas palavras da Mira. – Um sorriso amarelo. Aquilo doeu como facada no coração da jovem. – Então acho que é isso. – E se virou, derrotado.

A visão de seu nakama de ombros caídos e indo embora fez Lucy reagir:

— Natsu! – O citado arregalou os olhos assim que sentiu o calor dela contra suas costas. A Heartfilia o abraçava com força e um amor mais do que puro. Suas mãos apertavam com força o traje dele, enquanto seu rosto vermelho relaxava em contato com o Dragon Slayer. – É claro que te amo também!

— Luce... – Segurou a mão dela com força, um sorriso largo nascendo em seus lábios. E então se virou de novo, e antes que a parceira pudesse se atrapalhar toda, a segurou pela cintura e abraçou-a com força, rindo alegremente.

Não eram necessárias mais palavras. Lucy finalmente pode desmanchar-se nos braços dele, um sorriso estampado na cara. O apertava com força, deixando algumas lágrimas caírem. Já Natsu enfiava a mão em seus cabelos dourados, sentindo com prazer o cheiro dela, enterrado em seu pescoço. O outro braço circulava sua cintura, mantendo-a bem próxima dele.

O amor é realmente bizarro Natsu... Mas vai me dizer que não é um sentimento maravilhoso?

Quando chegaram à guilda no dia seguinte, óbvio que o anúncio animadíssimo dele perdeu completamente o elemento surpresa. Mirajane já tinha contado a quem pudesse ouvir do mais novo casal. Lucy apenas sabia ficar tímida, mais aos poucos foi se soltando, por mais que suas bochechas permanecessem mais rosas.

Era sua primeira vez namorando, afinal. Também era a primeira de Natsu, mas o garoto nem deixava isso claro. Só sabia sorrir e conversar com os diversos membros que vieram falar com os dois.

Enquanto todos conversavam e a cerveja rolava solta (afinal, aquilo era uma chance para mais uma festa estilo Fairy Tail), Natsu e Lucy se entreolharam. Ela sorria de modo belo e os olhos brilhavam mais que o sol lá fora. Ele também sorria a encarando com uma felicidade impressionante.

Seus mindinhos estavam entrelaçados de modo fofo. Afinal, era isso que o relacionamento dos dois era e sempre será:

Um amor fofo, jovem e inocente. Duas pessoas inexperientes naquela categoria, e que a descobriram entre vários tropeços e risadas. De certa forma, é bonito pensar que fora um amor predestinado. Lucy poderia ter pouco ligado para aquela multidão. Natsu ficado preso no trem...

Porém, nada disso aconteceu. Foi uma bela coincidência se pensarmos bem.

É que eles... Simplesmente tinham que ser.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Aceito críticas, desde que sejam construtivas ^^! Eu descobri que é difícil retratar um Natsu romântico... e.e Mas até que gostei do resultado. Enfim, o que importa é a opinião de vocês ♥! :33



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